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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Quem diz o contrário? Mas levam-nos para o abismo

“Naufrágio” de Joseph Mallord William Turner, 1805
O líder do BE acusou o Governo de querer “afundar a economia”, considerando que os cortes suplementares no investimento público significam diminuição nos apoios sociais e na actividade pública.
“Em vez de responder à crise, levantando a economia, o Governo quer afundar a economia”, disse Francisco Louçã, numa sessão sobre o Orçamento do Estado e a luta contra a crise, defendendo que os números do desemprego no país hoje revelados “confirmam-no por inteiro” e declarou que “o Governo confirmou hoje as propostas que apresentou em conjunto com o PSD para cortes suplementares no investimento público”.
“Cortes suplementares no investimento público quer dizer mais desemprego, cortes nos apoios sociais, quer dizer menos protecção aos desempregados e diminuição da actividade pública onde ela é precisa, e ela é precisa na saúde, na educação, no apoio contra a pobreza”, sustentou, referindo que “tudo isso quer dizer que o ano de 2011 será um ano dramático do ponto de vista económico e social”.
Francisco Louçã alertou ainda que o país está “à beira dos 11%” de taxa de desemprego. “Ultrapassámos os 600.000 nos números registados e há tanto desempregado que não está nos números registados”, observou, apontando ainda a existência de 80.000 pessoas que este ano perderam o subsídio de desemprego. “Vai haver 100.000 no próximo ano”, antecipou.
O deputado bloquista acrescentou que em dois anos Portugal aproximou-se de “ultrapassar a barreira dos 400.000 desempregados que descontaram toda a vida para ter um apoio num momento difícil e não vão ter nada”.
Para Francisco Louçã, PS e PSD “têm muita coragem para bater nos mais fracos”. “Eles são muito fortes contra os pobres, são muito fortes contra os desempregados, mas para pedir à PT que pague de 5.500.000.000 € uma taxa de mais-valia que permitiria, por exemplo, evitar a redução dos salários ou que duplica o corte do Serviço Nacional de Saúde, vem hoje o ministro das Finanças dizer "não, não, era só um pedido, um apelo, paciência, eles não se interessaram pelo assunto", comentou.
O líder do BE lembrou que “o Estado, a Caixa Geral de Depósitos, votou do lado do Banco Espírito Santo e dos outros accionistas para que o dinheiro escapasse aos impostos”.
Até pode parecer que defendo o BE (e quem sabe?), só porque o óbvio é fácil de entender e defender.
Quanto aos números, sugiro a confirmação em: 721 MIL
Quanto à coragem, que os governantes e os seus apoiantes se gabam dela, só se for de serem capazes de tomarem certas medidas e conseguirem dormir…

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