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sábado, 11 de dezembro de 2010

Um tornado de interesses, uma nuvem de hipocrisia

A decorrer desde 29 de Novembro em Cancún, no México, termina hoje a 16º Cimeira sobre Alterações Climáticas das Nações Unidas, mas até agora sem acordos definitivos sobre a importante continuação das medidas de redução de emissões de CO2 previstas no Protocolo de Quioto.
Depois de no ano passado a Cimeira de Copenhaga ter sido considerada um fracasso, dado que os líderes mundiais não chegaram a acordo sobre a continuação do Protocolo de Quioto, há já vozes que se fazem ouvir nesta Cimeira – que conta com a participação de 194 países – dizendo que este é também um encontro fracassado e de onde não sairão as decisões há tanto aguardadas.
Os EUA que nunca rectificaram o Protocolo de Quioto continua com uma posição passiva em relação à adesão a este acordo internacional, o que leva muitos outros países, como a China, a colocar obstáculos em relação à aceitação de medidas vinculativas para a redução das emissões de CO2.
Assim, a Cimeira de Cancún herda a discussão central da Cimeira de Copenhaga: os países em desenvolvimento querem que os países industrializados vinculados no Protocolo de Quioto (cerca de 40) se comprometam com novas metas de redução das emissões de CO2 por um 2º período pós-Quioto. Enquanto, os países desenvolvidos reclamam que sejam também definidos objectivos vinculativos para as nações em desenvolvimento, muitas delas, como a China e a Índia, grandes emissoras de CO2.
“É compreensível que eles não queiram ser tratados como países industrializados ou desenvolvidos”, afirma Robert Zoellick, Presidente do Banco Mundial, mas adianta que “por outro lado as pessoas vêm que eles são grandes emissores” e adianta ainda que a China já ultrapassou os EUA como o maior emissor de gases de efeito de estufa, os quais são os principais causadores do aquecimento global, como tal, refere que “as pessoas vão ter de encontrar um lugar entre as duas categorias”, ou seja, entre a categoria de país em desenvolvimento e a categoria de maior país industrializado emissor de CO2.
Também o Japão já colocou entraves à assinatura de novas metas pós-Quioto, quando o Ministro do Ambiente afirmou que “o Japão não se vai associar com a definição de um 2º período de compromisso”, já que quer que o acordo inclua os principais poluidores mundiais como o EUA, a China e a Índia. Uma posição também partilhada pela Rússia e o Canadá.
Já a Bolívia apresenta uma posição mais radical ao exigir que os países desenvolvidos reduzam os níveis de emissões de CO2 registados em 1990 para metade em 2017. Evo Morales, Presidente da Bolívia afirmou que “existem duas formas: ou o capitalismo morre ou morre a mãe Terra” e responsabilizou os países desenvolvidos pelas alterações climáticas desde a Revolução Industrial, relembrando que desde então, devido a cheias, secas, desertificação, tempestades e subida dos níveis do mar já morreram 300.000 pessoas. Aquilo que o Presidente da Bolívia considera um “genocídio” provocado pelo capitalismo.
Enquanto se continua a discutir a situação pós-Quioto, os negociadores dos países encontram-se em conversações para definir novos fundos para ajudar os países em desenvolvimento a lidar com as alterações climáticas, formas de preservar a floresta tropical e a definição de um acordo para um novo mecanismo de transferência de tecnologia verdes.
Chris Huhne, Secretário de Estado inglês da Energia e Alterações Climáticas, referiu ontem que os resultados da Cimeira “estão no fio da navalha, poderemos ter um bom resultado, mas poderemos também ter um acidente de automóvel”.
Há 12 dias que esta Cimeira decorre e nos nossos media, quase nada, como se o assunto não fosse sério demais.
Então Obama continua a “política” de Bush no que respeita ao Ambiente? Não que não tenha razão em exigir que os países emergentes entrem nas obrigações, mas o Bush não era inteligente…
Então os países emergentes, ainda pobres, mas a enriquecer aceleradamente, querem enriquecer também pela deterioração do NOSSO Ambiente? Exploram os seus concidadãos pagando-lhes uma côdea como salário e querem explorar o Planeta, explorando-nos a todos? Que imirjam!
Então andam para aí os Estados e a UE a fazerem campanhas antitabágicas, por causa da poluição dos ambientes (pequeninos) e andam eles a brincar à POLUIÇÃO DO AMBIENTE (do planeta)? Estão a gozar connosco?
Então há países que se julgam donos da TERRA, que continuam a negociar Fundos para ajudar os países em desenvolvimento a lidar com as Alterações Climáticas, formas de preservar a Floresta Tropical e da transferência de Tecnologias Verdes, conscientes de que estão a dar cabo disto e pagando por isso, responsáveis pela comercialização da madeira e fornecedores das tais tecnologias?
Está tudo doido, ou apanhados pelo clima? E pensam que todos nós sofremos do mesmo mal.
“Pai, não lhes perdoeis, porque eles sabem o que fazem!”

Ontem, hoje, amanhã e SEMPRE! DIREITOS!

Num mundo assolado de incertezas, é necessário que nos mantenhamos fiéis a uma linha moral. A dignidade e os direitos inerentes a cada pessoa devem ser o ponto de partida de todas as nossas acções, servindo ainda como medida do sucesso destas. A crescente complexidade do mundo não nos deve desviar desta verdade. Esta é a base das Sociedades saudáveis e Estados fortes. É a base para uma ordem internacional mais justa e estável.
O Dia dos Direitos Humanos representa uma oportunidade para relembrar a importância da Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal a ser alcançado por todos os Povos e Estados.
A Declaração Universal é o cerne da ordem internacional baseada em valores, que se inspira no valor intrínseco de cada pessoa, sem qualquer tipo de distinção. Ela serve de espelho ao mundo, reflectindo o progresso alcançado e os obstáculos a serem superados. Os Direitos Humanos são universais, mas nem sempre são universalmente aceites. A nossa tarefa é persuadir e inspirar todas as Sociedades e Estados a moverem-se neste sentido. Todo o passo adiante é um passo em direcção à maior dignidade individual e ao bem comum de todas as sociedades. A humanidade nunca esteve tão bem conectada senão através dos nossos Direitos e Liberdades fundamentais.
O Dia dos Direitos Humanos este ano é devotado à discriminação e ao papel dos defensores dos direitos humanos no combate à discriminação. A discriminação transgride os direitos e as liberdades fundamentais, além de violentar a dignidade humana. Ela ameaça o tecido das nossas sociedades, cada vez mais frágeis, alimentando o ódio e a ignorância. Ela tem muitas formas, mas sempre com a face do preconceito.
A promoção dos direitos humanos e a luta contra a discriminação estão na base de todas as actividades da UNESCO.
Estes objectivos guiam o nosso trabalho de eliminar os preconceitos raciais e estereótipos. Eles estão no centro da nossa acção de apoio à Educação de qualidade para todas as crianças e adultos, de analisar as questões Éticas levantadas pelo progresso mundial, de aproveitar o poder da Ciência em prol do bem comum, e defender as Liberdades de informações e expressão.
Como líder do Ano Internacional para Aproximação das Culturas, a UNESCO tem promovido a diversidade cultural como uma forma de criar tolerância e superar a discriminação. O diálogo das culturas é a melhor forma de incentivar o entendimento e o respeito entre os povos. Todas as culturas são diferentes, mas a humanidade é uma comunidade única quando se une à volta dos Direitos Humanos e das Liberdades Fundamentais.
É necessário defender os Direitos Humanos a cada dia. Neste Dia dos Direitos Humanos, uno-me a toda a família da ONU para prestar homenagem aos defensores de Direitos Humanos em todo o mundo que, com a sua coragem, falam e agem por todos nós, geralmente sob um grande risco pessoal. As suas vozes e acções devem ser ouvidas e defendidas por serem inerentes ao exercício dos Direitos Humanos e das liberdades fundamentais. A UNESCO está com eles na luta contra a discriminação.
100% de acordo!

Haja Misericórdia com as PPP para o SNS!

Hospitais que não cumpram as metas devem contratar outros para cumprir o prometido aos doentes.
O ex-Director-Geral da Saúde, Constantino Sakellarides defende a criação de Parcerias Público-Privadas (PPP) com o Sector Social, para que as populações mais vulneráveis e pobres tenham mais apoio. Defensor de uma governação em saúde personalizada e adaptada a cada região e às condições das populações, explica que "não há forma de os serviços públicos chegarem a muitas destas pessoas e as estruturas do sector social são as mais capacitadas para as alcançar, ouvir e tratar".
Algumas franjas da população estão mesmo excluídas socialmente e numa situação de pobreza ou quase pobreza, "não procurando estruturas formais. O sector social é o que está melhor posicionado e mais próximos destas pessoas", refere. As PPP, de resto, não são a panaceia para todos os casos e recorda, por exemplo, "o enorme problema que constituíram as PPP nos hospitais e que se meteram num caminho sem retorno".
A participação dos vários actores económicos, mesmo do Sector Privado Lucrativo, é algo que defende em prol do novo contrato social para a saúde. "Não me refiro ao Sector Privado que quer ter lucros rápidos e que não é sensível aos seus doentes e profissionais. Sei que há grupos e empresas disponíveis para participar”.
Entre as propostas concretas abordadas no livro de Constantino Sakellarides estão as garantias no Sistema de Saúde. "Não são metas nem indicadores que eles assumem, mas um conceito jurídico que os obriga a ser rigorosos com o que definiram."
Se os utentes contribuem para o Orçamento do Estado com os seus impostos, devem ter a garantias quanto ao acesso aos cuidados de saúde. Se uma operação ao joelho tem um tempo máximo de espera de 3 meses deve ser cumprido. "Por isso, há que superar os obstáculos observados, mesmo que isso implique comprar o serviço onde e nas condições em que ele estiver disponível", observa o responsável no ensaio.
Na sua opinião, o incumprimento da Carta dos Direitos de Acesso aos Cuidados de Saúde, que é uma lei da República, é "um dos testemunhos mais eloquentes da necessidade de reconfigurar o contrato de saúde". A existência de garantias é importante para que a governação coloque os recursos disponíveis para as cumprir, os serviços obrigam-se a uma gestão rigorosa e os utentes participam activamente como subscritores. A informação sobre o acesso é ainda incipiente - caso das cirurgias e consultas - e tem de haver "auditorias para confirmar os indicadores", frisa.
Numa análise breve, parece que o ex-Director-Geral da Saúde, tem como único objectivo, agilizar o cumprimento dos direitos à Saúde, sem estudos específicos, mas seguramente com grande experiência e conhecimento de dossiês, sem parecer tomar partido por interesses económicos. Até parece o contrário, quando diz que as PPP não são panaceia para todos os casos e reconhece que as PPP nos hospitais se meteram num caminho sem retorno.
De salientar também a classificação que faz de um Sector Privado que quer ter lucros rápidos e não é sensível aos doentes e aos profissionais, denunciando o que todos sabemos e experimentamos e, pelos vistos, um outro Sector Privado, que objectiva um exercício mais sério da Saúde, sem ultrapassar, digo eu, a seriedade e o serviço do Sector Público.
O mais importante da notícia, é seguramente quando diz que, se os utentes contribuem para o Orçamento do Estado com os seus impostos, devem ter a garantia quanto ao acesso aos Cuidados de Saúde. Pois claro, aos cuidados de Saúde e da Educação e da Justiça.
A entrada das PPP (exclusivamente) com o Sector Social (Misericórdias?) é uma novidade, que se der lucro, vai para quem precisa dele para outras acções na mesma área …  
Afinal, quando se pensa e se tem que argumentar com rigor, o Estado, que só se devia chamar de Estado, pode passar a chamar-se de Estado Social, porque só existe para isso.

Mordomos com mordomias da “nobreza”

Se o caro leitor quiser saber hoje aquilo que se vai passar no país nos tempos mais próximos, não precisa de consultar as secções de astrologia dos jornais portugueses – basta-lhe consultar as secções de economia dos jornais estrangeiros.
O anúncio da revisão do Código do Trabalho é a prova definitiva de que já não é José Sócrates e os seus ministros quem manda em Portugal: essa notícia já tinha sido dada pela imprensa internacional há um par de semanas. Neste momento, o ministro das Finanças alemão tem mais informações sobre o nosso futuro do que Teixeira dos Santos. Até porque, indirectamente, é ele quem anda a pagar parte das nossas contas.
Mas atenção: se este primeiro parágrafo lhe deu vontade de correr para a estante à procura da biografia da Padeira de Aljubarrota, peço-lhe caridosamente que pare um pouco e pense duas vezes. Esta não é a melhor altura para defender a independência da pátria, até porque nós já deixámos de ser independentes há muito tempo – e foi isso, aliás, que nos permitiu passar a ir para o Algarve de auto-estrada. Assim sendo, a transformação de José Sócrates numa versão light do FMI não só não é nenhuma tragédia, como é bem capaz de ser a grande prenda de Natal de 2010. Quanto menos o primeiro-ministro pensar pela sua pobre cabecinha e mais fizer aquilo que a Europa e o mundo lhe ordenam, melhor.
O cinto apertou em todo o lado e os nossos credores fecharam a torneira. A única forma de continuarmos a viver como nos últimos 20 anos era se o proletário da Baviera continuasse a subsidiar o proletário do Barreiro. Só que o proletário da Baviera cansou-se disso. E agora temos o Cobrador do Fraque a bater-nos à porta. José Sócrates é hoje apenas o mordomo que roda a fechadura e faz o que lhe mandam – e o papel assenta-lhe na perfeição.
O Cronista Indelicado - João Miguel Tavares

Ecos da blogosfera – 11 Dez.

O Meu Sonho (desfeito)

 

Da DaNação

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Direitos Humanos e Democracia em TODOS ao países!

Entre críticas ao regime chinês e ovações a Liu Xiaobo, repetiram-se na cerimónia de atribuição do Nobel da Paz os apelos à libertação do dissidente e à democratização na China.
Numa cadeira vazia, o Comité norueguês colocou a medalha e o diploma que o académico chinês receberia se estivesse presente em Oslo.
Para além da China, outros 16 países recusaram-se a estar na cerimónia, os representantes da Rússia, Arábia Saudita, Paquistão, Iraque, Irão, Afeganistão, Ucrânia, Cazaquistão, Venezuela, Filipinas, Vietname, Colômbia, Egipto, Sudão, Marrocos e Cuba, todos declinando os convites por “razões variadas”.
Para além da China, parece que há mais uns tantos países que não estão de acordo com a nomeação da figura em causa, penso que não será por ser chinês, mas por terem medo que um ano destes lhes aconteça a mesma coisa, ou seja, o sublinhar de sistemas políticos onde os Direitos Humanos são espezinhados, notoriamente. Mas estes países, para além do receio, foram coerentes e mostraram-se, ocultando-se.
Para além dos países que não estiveram presentes, muuuuiiiitos marcaram presença, mas… vivem à custa da conivência com a exploração dos chineses pelos chineses, com negócios empresariais e jogos financeiros, mostrando uma hipocrisia inaceitável, para quem defende ao mesmo tempo os Direitos Humanos, embora também já os vão cerceando.
Quando os Direitos Humanos e a Democracia reinarem no mundo, as facilidades que a China oferece, acabarão como vieram, por falta de concorrência ao nível dos salários, concorrência que pregam os sacerdotes do Mercado, mas que lhes dá um jeito…
Viva a hipocrisia! Porque amanhã os aviões transportarão para a China, alguns dos presentes na cerimónia, para fazerem "negócios da china"…

Vamos reler os Direitos Humanos e fazer um Balanço?

Pintura mural em Saint-Josse-ten-Noode (Bélgica).
O texto resume os artigos 18 e 19 da
Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Numa mensagem, o Secretário-Geral Ban Ki-moon disse que mulheres e homens corajosos têm em comum o compromisso de expor irregularidades, acabar com a impunidade e proteger os mais fracos.
Ban lembrou que os Direitos Humanos são a base da liberdade, da paz, do desenvolvimento e da justiça. Disse ainda que o tema está no centro do trabalho das Nações Unidas no mundo.
Ao dedicar o dia aos activistas, falou sobre a diversidade do grupo formado por sociedades civis, jornalistas ou até mesmo indivíduos. Em várias partes, os activistas são assediados, demitidos dos seus empregos e até encarcerados injustamente e os defensores dos Direitos Humanos são torturados, agredidos e até assassinados. E as perseguições não param por aí, mas estendem-se a familiares e amigos.
As mulheres que se engajam na luta pelos Direitos Humanos, muitas vezes, enfrentam riscos adicionais e, por isso, precisam de mais apoio.
Ban encerrou a mensagem dizendo que os Estados têm a responsabilidade primária de proteger os defensores dos Direitos Humanos e pediu aos países que assegurem a liberdade de expressão e de reunião para possibilitar o trabalho dos activistas em todo o mundo.
Quando falamos ou ouvimos falar em Direitos Humanos, pensamos sempre em coisas horrorosas, que acontecem em todos os países, menos na nossa rua, que é o mesmo que dizer, no dia-a-dia do nosso país.
Se aceitarem o desafio de relerem o documento, vão ver que, só nos últimos anos e com a CRISE como escudo, os Direitos do Homem e da Mulher, são rasgados serena, continuadamente e em crescendo, nos países europeus (e no que nos diz respeito, no nosso país), área do globo em que nem se pensava na prática e generalização de tal crime, até porque foi a Revolução Francesa que está na génese do documento com a “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão” de 1789.
Hoje, por razões da “entrega” do Nobel da Paz, vai-se condenar um país (e eu também) e esquecer todos os outros (o que não faço).

A Lusofonia também cheira, e muito, a maresia

Conclusões do III Encontro de Portos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) que reuniu responsáveis portuários nos dias 2 e 3 de Dezembro, em Angola.
Os representantes dos Portos da CPLP de Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e S. Tomé e Príncipe congratulam-se pela excelente organização do Porto de Luanda, que nos permitiu uma vez mais estreitar os laços de cooperação no Espaço da Lusofonia.
O estudo de mercado apresentado pela Associação dos Portos de Portugal demonstrou a existência de um forte potencial para o aumento das trocas comerciais entre os países da CPLP. Foram identificadas oportunidades que esperamos que venham a ser consolidadas, no primeiro trimestre do próximo ano, com a apresentação do Relatório Final, em reunião a realizar em Moçambique.
Procedeu-se a aturada reflexão sobre os novos caminhos do transporte marítimo, tendo as intervenções evidenciado que as auto-estradas do mar, os sistemas de informação e o serviço logístico all in conferem aos portos um papel decisivo na criação de valor nas cadeias logísticas.
O papel das administrações portuárias na implementação do código ISPS, assim como na melhoria dos procedimentos de controlo de mercadorias foi considerado de capital importância para a melhoria da eficiência portuária.
Urge olhar para os portos como parcelas de maior relevância no processo logístico, entendendo este processo como estratégico, no sentido em que cria valor e permite a diferenciação. Construir plataformas logísticas como complemento dos portos é contribuir para criar valor à carga e aumentar a sua competitividade; a melhoria das infra-estruturas e a operacionalidade de um terminal portuário implica ganhos importantes na cadeia de abastecimento de um país ou de uma região.
Ficou clara a importância das Comunidades Portuárias no desenvolvimento dos portos.
Entendeu-se, no âmbito do espaço da Lusofonia, desenvolver um projecto integrado de formação de mão-de-obra portuária e marítima.
Decidiu-se constituir a Associação de Portos da CPLP, entendida esta como um instrumento de inegável valia no reforço da cooperação e também como entidade dinamizadora das acções necessárias ao incremento das trocas comerciais entre os países da CPLP.
A Cabo-Verde caberá organizar o IV Encontro de Portos da CPLP em 2011.
A autonomia da CPLP parece que está a dar os primeiros passos, já que este Encontro não se realizou em Macau.
Não é por nada, mas faz mais sentido a rodagem dos pontos de encontro. 

A Crise é que é um problema para o Voluntariado

O I Congresso Português de Voluntariado, que decorreu em Lisboa nos dias 4 e 5, destacou-se pela ideia de um especialista em ética e antropologia social que acredita que a solução para a crise financeira está em acções de voluntariado. Os mais de 500 mil voluntários que existem em Portugal são vistos como uma salvação para a actual situação do país.
Segundo Angel Gadino, no contexto da actual crise económico-financeira internacional, só o voluntariado pode mudar e solucionar alguns problemas.  "Depois da queda da sociedade do bem-estar durante os anos 1980, tentamos ver que o voluntariado e a sociedade civil têm nas suas mãos a solução para os problemas não só económicos, mas também sociais", defendeu durante o congresso.
Em todo o mundo, o número de voluntários é cada vez maior e a presença destes no terceiro mundo, sobretudo nos países em vias de desenvolvimento, pode querer dizer “que a mudança social deve vir por aí e há uma consciência de âmbito internacional de que a solução dos problemas não vem dos poderes”, afirmou Angel.
O Coordenador do Congresso promovido pela Confederação Portuguesa do Voluntariado (CPV) garantiu que o voluntariado não está em crise, mas sim enfrentando novos desafios. "O que está em crise é esta nossa sociedade com todas as circunstâncias sociais e económicas que são muito complicadas e muito complexas e o voluntariado vem permitir nalgumas circunstâncias encontrar tábuas de salvação", defendeu.
Para quem não esteve no congresso e se limita à notícia, não pode tomar outra posição, que não seja a do Coordenador, porquanto a do especialista em ética e Antropologia Social, muito haveria a dizer, mas vou ser sucinto.
Se o especialista acredita que a solução para a crise financeira está em acções de voluntariado, tem que confessar que é uma questão de Fé, um Dogma, que não precisa de comprovação.
Mas quando diz que só o voluntariado pode mudar e solucionar alguns problemas, não só económicos, mas também sociais, tem que se lhe pedir a prova de tal afirmação e sobretudo perguntar-lhe: COMO?
No momento actual, já há voluntários, que não estando a trabalhar, se dedicam aos outros, quando muitos deles também precisam e isto vai aumentar exponencialmente, não só entre os jovens, mas também nas idades mais adultas, fruto do desemprego. E como é que os menos pobres vão passar uma vida a ajudar os mais pobres, enquanto os mais ricos continuam a criar as condições de injustiça, pobreza e usurpação de direitos? Só porque concluiu que a solução dos problemas não vem dos poderes? MAS TEM QUE VIR!
Estou à vontade para falar porque sou “voluntário”, incentivo ao voluntariado, mas, com os limites que a razão e a cidadania nos impõem.
Não esquecendo que a Sociedade Civil/Terceiro Sector, é um dos tentáculos que o Neoliberalismo gerou, em que o 1º Sector é o Estado e o 2º é o Mercado e em que o 1º cede direitos dos cidadãos ao 2º, que se transformam em lucros, era o que faltava que fossem os espoliados a resolver os problemas, sendo a solução para este regabofe social…
Ser voluntário, é ter consciência de que todos temos direitos e que, excepcionalmente, estamos prontos para minimizar as faltas dos que precisam, num determinado período de tempo.
Ser voluntário não é ser missionário, é expor-se publicamente e assim denunciar as falhas do Poder e do Poderio.
O que é preciso é formar os Voluntários para o conhecimento dos Direitos da Cidadania, para, em paralelo ao trabalho, exigirem o cumprimento desses direitos, quer pelo Estado, quer pelo Mercado, corporizado nas Empresas.
Se este fosse o papel dos Voluntários, já não seria necessário o voluntariado.

Preservar a Memória, Restaurar o Futuro


Querendo demonstrar a preocupação pela salvaguarda e preservação do património artístico e cultural, o Rotary Club de Mafra decidiu oferecer o restauro de uma das obras de arte pertencentes a uma das paróquias do seu Concelho, em parceria com uma empresa especialista da sua comunidade.
A apresentação das candidaturas e escolha será efectuada de acordo com o transcrito no cartaz acima, que foi distribuído pelas 17 freguesias do concelho.
Isto também é voluntariado, do melhor, e como exemplo para quem tem a obrigação de fazer o que tem que ser feito, até porque temos um Ministério da Cultura. 

Ecos da blogosfera - 10 Dez.

Não há competitividade no sector privado sem boas políticas públicas


Do Ladrões de Bicicletas

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Violadores de denúncias correm perigo. Prendam-nos!

Julian Assange, o fundador do site de denúncias WikiLeaks que se encontra preso no Reino Unido, está a receber o apoio de vários países.
A Austrália culpou os Estados Unidos pela divulgação das suas comunicações diplomáticas, afirmando que Assange não deve ser responsabilizado pelo facto. "O Sr. Assange não é ele próprio responsável pela fuga não-autorizada de 250.000 documentos da rede de comunicações diplomáticas norte-americana. Os americanos é que são responsáveis por isso", afirmou o ministro australiano dos Negócios Estrangeiros Kevin Rudd, ele próprio descrito por um dos comunicados divulgados como sendo um "maníaco do controlo".
A Rússia também veio em socorro do líder da WikiLeaks, tendo fontes do Kremlin afirmado que ele "deveria ser nomeado para o próximo Prémio Nobel da Paz" pelas suas acções.
Para o advogado de Assange, cujo pedido de libertação sob fiança foi rejeitado pelos tribunais britânicos enquanto é estudada a sua deportação para a Suécia, país onde é acusado de duas tentativas de violação, as acusações contra o seu cliente "não têm nada a ver com a WikiLeaks nem com a CIA".
Embaraço britânico
Os documentos que continuam a ser publicados na Internet pela WikiLeaks geraram ontem mais polémica internacional, ao revelaram que o líder líbio Muammar Khaddafi ameaçou o Reino Unido com um corte das relações comerciais bilaterais e "repercussões enormes" caso Abdel Basset al-Megrahi, o autor do atentado que destruiu o voo 103 da Pan Am sobre a cidade escocesa de Lockerbie acabasse por morrer na prisão. Em resposta, tanto o líder do governo regional escocês, Alex Salmond, como o antigo ministro da Justiça Jack Straw negaram que a decisão de libertar Megrahi tenha sido tomada devido às ameaças vindas da Líbia."De uma perspectiva escocesa, nós não estávamos interessados em ameaças, mas sim na aplicação da Justiça escocesa", afirmou Salmond, enquanto Straw precisou que "tanto Salmond como o governo britânico repetiram várias vezes a verdade, de que esta foi uma decisão tomada pelo governo escocês".
Até hoje, não trouxe aqui o tema das denúncias, nem as li, para não distrair ninguém da realidade, inclusive eu, porque isto tem o efeito das telenovelas. Até violações houve, por mera coincidência e por coincidência nada tem a ver com nada.
Na verdade, do que tenho ouvido, só vem confirmar o que todos nós pensamos e dizemos à boca fechada, embora a confirmação de tudo nos empurre para um estado de espírito próximo da apatia, por chegarmos à conclusão de que o mundo se rege por estratégias de adolescentes e vem tirar-nos a hipótese de pensarmos em "teorias da conspiração".
De salientar a atitude da Austrália vir defender um cidadão australiano.
E como hoje é o “Dia Internacional de Combate contra a Corrupção”, amanhã voltamos ao mesmo. Voltamos, NÃO, voltam os mesmos.
Eram precisos 365 dias por ano e 366 nos anos bissextos, mas a maioria não ia aceitar e é pena!

Corrupção - é só escolher o veículo (de comunicação)

A maioria dos portugueses (83%), considera que a corrupção piorou em Portugal desde 2007, e 75% classificam como ineficaz o combate por parte do Governo.
No ranking dos menos honestos, a classe política surge à cabeça.
Professores, militares e religiosos são apontados como os menos corruptos.
Os dados surgem no Barómetro Global da Corrupção 2010, uma sondagem mundial que hoje, “Dia Internacional de Combate contra a Corrupção”, é divulgada pela Transparency International.
A instituição inquiriu mais de 91.000 pessoas em 86 países e territórios.



A maioria dos jovens percebe a corrupção como sendo um fenómeno grave ou muito grave no território, e uma parte significativa considera pouco forte o ambiente dissuasor das práticas de influência ilícita.
A conclusão é de um estudo conduzido pela Associação Geral dos Operários (AGOM), que lança os dados por ocasião do Dia Internacional da Luta Contra a Corrupção, que se assinala hoje.
Comentários para quê? É só escolher qualquer uma das fontes para se ver o mesmo em todos, que todos sabíamos e esquecendo “todos os nomes” que nos vão chegando por mail e que andam no meio de nós, como se fossem nossos semelhantes, ou semelhantes a nós…

“Os cidadãos reclamam e a cáfila passa”…

O aumento dos preços da electricidade para as empresas deverá oscilar entre os 4% e os 10% no próximo ano. Este é o valor proposto, segundo o presidente da EDP, pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) para os segmentos de média tensão e alta/muito alta tensão, respectivamente.
A tarifa final só será revelada dia 15, quando a ERSE, a quem cabe exclusivamente a sua fixação, a divulgar ao mercado. Até lá, escuda-se na confidencialidade e recusa-se a confirmar os números. Esta semana o Governo referia que iria propor aumentos de 15% para as empresas, o que levou o Secretário de Estado da Energia a esclarecer que é a ERSE que define os preços da electricidade.
Sabendo-se que os domésticos estão a subsidiar as empresas no que respeita à electricidade, mais os tais 42% de taxas usurpadas, não se fica a saber se os aumentos pré-anunciados terão projecção nos domésticos.
E isto acontece, mesmo tendo havido a Petição da DECO sobre o assunto, mas “os cães ladram e a caravana passa”, com uma arrogância que nos deixa perplexos.
Apesar de vivermos em “Democracia” e ainda sermos um “Estado de Direito”, há uma entidade, a ERSE, a quem cabe exclusivamente a fixação dos preços e é ela que vai divulgar ao Mercado, como se não fosse assunto para as empresas e as pessoas, que são as únicas interessadas.
E vem um governante esclarecer-nos que, é a ERSE que define os preços da electricidade.
O Poder Político, mais uma vez, verga-se ao Mercado e aos seus “sacerdotes”, que não receberam procuração desse deus menor, muito menos delegação, por eleição, dos cidadãos deste país.
Se cá dentro as coisas funcionam assim, percebe-se porque lá fora somos enxovalhados na soberania e na dignidade!
Graças ao Mercado!

Lapso e extinção no Público e uma mão ao Privado

Os hospitais do SNS podem ver a sua factura com medicamentos agravada em 2011, que poderá ficar 9% mais cara. Isto porque a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) não estabeleceu tectos máximos ao aumento do preço dos medicamentos hospitalares, o que fez subir a maioria dos preços estipulados pela indústria farmacêutica.
O agravamento da despesa com medicamentos poderá pôr em causa a meta orçamental para o próximo ano, limitada a um crescimento de 1,5%.
Que chatice! A ACSS esqueceu-se de estabelecer tectos máximos ao aumento do preço dos medicamentos hospitalares e a indústria farmacêutica fez subir a maioria desses preços.
E os Srs. da ACSS não podem ainda estabelecer esses tectos, ou o tornado levou-o pelo ar?
E não são chamados à pedra, para tomarem remédios para a memória, ou serem despedidos por justa causa?
E a indústria farmacêutica pode estipular, unilateralmente os preços? O Governo não governa? Não há regulamentação?
Contrate-se um escritório de Advogados para fazer essa regulamentação, mesmo que custe mais do que o que se poupa…
A ministra da Saúde confirma que os Hospitais Públicos com Gestão Privada vão ter que cumprir o plano de austeridade definido pelo Governo. As Administrações dos Hospitais-Empresa vão ter de reduzir os custos operacionais em 15% mas “sem que haja impacto” nos doentes. Os médicos devem ser “capazes de ponderar a relação custo-benefício”, acrescentou a responsável pela pasta da Saúde.
A ministra notou que, apesar do “horizonte de 15% como regra geral", os objectivos "serão discutidos de hospital a hospital”.
Então a Gestão Privada/Hospitais-Empresas não são mais especialistas do que os Gestores Públicos? Para que é que foram contratados e porque douram tanto a pílula do Privado?
Mas a Sra. Ministra já diz que afinal o assunto vai ser tratado hospital a hospital, para o Privado não perder a face e a fama de eficiência. Há sempre remédio para estes “acidentes”.
É só bluff!
O Governo vai extinguir o Alto Comissariado para a Saúde e com esta medida poupar cerca de 1.000.000 € anuais. A decisão foi comunicada à Alta Comissária, Maria do Céu Machado, na passada sexta-feira, que apresentou hoje a demissão.
Mas, este organismo só será extinto quando estiver concluído o Plano Nacional de Saúde, no 1º trimestre de 2011.
No Orçamento para 2011, este organismo contava com cerca de 4.000.000 € em receitas dos jogos sociais para implementar o PNS, despesa que se mantém. A poupança será cerca de 1.400.000 €.
Afinal a Ministra da Saúde não foi na conversa do Estudo ”Sustentabilidade e Competitividade na Saúde em Portugal”, realizado pelo Instituto Superior de Economia e Gestão por encomenda da Health Cluster Portugal.
Esperemos que esta poupança reverta a favor do aumento dos medicamentos, ou para o tal escritório de Advogados, sendo melhor o primeiro destino que protege mais os doentes…
Haja Saúde!

Sem golpe de Estado, mas com golpe d’asa…

"O mundo é global e está em constante e acelerada mudança. É fundamental prever a direcção dessa mudança: onde estamos e para onde o mercado vai, para onde se dirigem as grandes tendências macro antes do mercado lá chegar. As empresas que lá chegam primeiro conseguem vencer as batalhas". Foi desta forma que António Horta Osório começou a sua intervenção no debate subordinado ao tema 'Os novos desafios da liderança e gestão de talento', na 3ª edição da conferência CEO Experience, organizada pelo Diário Económico e pela Accenture.
O indigitado Presidente Executivo do britânico Lloyds Banking Group, partilhou com uma plateia de gestores a sua visão de uma boa liderança, que requer "uma equipa em que o todo é maior que a soma das partes", uma inspiração da psicologia da Gestalt. Como é que isso se faz? Através de cinco tipos de valores: o exemplo dos gestores; a capacidade, ou seja não ter receio de atrair os melhores (em detrimento da escolha de ‘yes men'), frisa. "Compete ao líder ter um foco constante no desenvolvimento das pessoas. Apostar na cultura da exigência, e do mérito e na excelência. Potenciar ao máximo as potencialidades de cada um e reconhecer os êxitos das pessoas. Numa equipa bem gerida é fácil fazer acreditar que o ‘impossible is nothing'", enumerou Horta Osório.
Defensor do trabalho em equipa, Horta Osório destaca a importância do carácter, dos valores e da comunicação para fomentar a competência da equipa."É fundamental escolher as melhores pessoas para os melhores lugares”. "Fomentar o debate e a qualidade da decisão para depois as implementar de forma irreversível e sem segundos pensamentos", é o que deve ser um líder.
Em situações de grande crise um líder deve ser "militar", ou seja, ter mão firme nas exigências e pôr a equipa a participar na gestão da crise, aconselhou. Nessas alturas, "as equipas mais do que esperar o que a empresa pode fazer por elas, devem reunir-se em torno do líder".
Ao contrário, em momentos positivos "o líder deve apagar-se mais e ser a equipa a sugerir os projectos e a realizar projectos em que esta acredite", acrescentou.
Antes de mais, os Parabéns a quem, por si, atingiu o topo num país estrangeiro, seguramente por mérito, apesar de ser português (ou será por ser?).
Já não estou de todo de acordo, que sobre o tema 'Os novos desafios da liderança e gestão de talento', o palestrante se tenha limitado ao Mercado, embora a receita possa ser aplicada a todos os sectores da actividade humana. E até pressenti que havia um recado para os nossos Políticos e sobretudo Governantes (actuais e futuros) pela simples razão de fazerem tudo ao contrário do que disse:
"É fundamental escolher as melhores pessoas para os melhores lugares”.
"Fomentar o debate e a qualidade da decisão para depois as implementar de forma irreversível e sem segundos pensamentos."