Muito se fala das causas da pobreza, mas seguramente menos da necessidade de acabar com a corrupção para a derrotar.
Em Macau, Região Administrativa Especial da China reuniram-se servidores públicos diplomáticos e outros especialistas legais, convocados pela Associação Internacional de Autoridades Anti-corrupção (IAACA, por suas siglas em inglês) na IV Conferência para trocar experiências e aperfeiçoar a luta contra um flagelo que açoita todos os países.
Ao contrário de outros tempos, em que era apenas uma preocupação dos Governos, hoje também os donos de grandes empresas se interessam por este combate, para proteger o seu dinheiro e recursos.
As mensagens coincidiram na necessidade de eliminar a corrupção para derrotar a pobreza como requisito impostergável para o que se exige vontade política e disse-se: "Estamos comprometidos em combater a pobreza no nosso país e fora dele e sabemos que a sua derrota passa por acabar com a corrupção", esclarecendo que a luta reclama apoio internacional, já que além do que se possa fazer num Estado, impõe-se a transferência de provas de um país a outro, a extradição e a recuperação dos activos vinculados ao mencionado flagelo, que inclui feitos como o suborno, abuso de poder e a apropriação ilícita de bens, entre outros, que em muitos casos se tratam de fundos e recursos estatais ou de governos locais destinados a programas de desenvolvimento socioeconómico com um impacto favorável na luta contra a pobreza.
Os debates centraram-se na Convenção da ONU contra a Corrupção, na urgência de fortalecer a cooperação entre os Estados Parte, em resultado da globalização e em particular da financeira.
Os organizadores tinham interesse em conhecer as várias experiências neste campo, apoiadas na prevenção e em instrumentos jurídicos, como o Código Penal e o de Ética, este último pouco comum no em quase todo o mundo.
As decisões da reunião estão resumidas na Declaração de Macau, na qual destacam as acções com vista a fortalecer o trabalho da IAACA na sua razão de ser e a colaboração internacional frente à corrupção.
Desta forma também se combate a pobreza.
Mais uma causa, com efeitos perniciosos na prossecução dos Objectivos do Milénio e no quotidiano das “pessoas de bem”, quase sempre com origem em “pessoas de bens”.
Eliminando-se as causas, eliminava-se a coisa…
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