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sábado, 14 de maio de 2011

A poesia foi premiada e o poeta também!

O escritor Manuel António Pina, Prémio Camões 2011, "rompeu com a tradição" na literatura para a infância e criou uma obra de "grande exigência" para os leitores mais novos, disseram duas investigadoras de estudos literários.
Jornalista e poeta, Manuel António Pina publicou a primeira obra em 1973, "O país das pessoas de pernas para o ar", que reúne 4 contos para a infância.
Na época, o livro "rompeu com a tradição e deu um salto qualitativo na literatura para a infância", afirmou Ana Margarida Ramos, professora de Literatura para a Infância na Universidade de Aveiro.
A obra de Manuel António Pina, 67 anos, inclui teatro, poesia, coletâneas de crónicas e muitos contos para o leitor infanto-juvenil, tendo publicados títulos como "O pássaro da cabeça" (1986), "O inventão" (1987) e "O pequeno livro da desmatemática" (2001).
"Pina vai buscar inspiração a uma certa literatura virada para o absurdo e que explora muito a palavra e a própria linguagem. E a obra dele convoca referências de intertextualidade que não são da literatura infantil", defendeu Ana Margarida Ramos.
A obra de Manuel António Pina para a infância e juventude foi o tema de tese de doutoramento de Sara Reis da Silva, professora na Universidade do Minho.
Para a investigadora, a obra de Manuel António Pina não faz distinção entre leitores novos e adultos e "cultiva modos e géneros muito diferentes". "A questão do humor e do nonsense são alicerces da sua obra", afirmou, recordando que o primeiro livro do autor, "O país das pessoas de pernas para o ar", contém dois contos que "derrubaram [à época] dogmas do catolicismo".
O anúncio da atribuição do Prémio Camões a Manuel António Pina foi feito no Rio de Janeiro.
A escritora Maria Velho da Costa, Prémio Camões em 2002, considerou que este ano o maior galardão da literatura em língua portuguesa "foi parar a boas mãos", ao ser atribuído a Manuel António Pina.
"Acho que era tempo de ir para um poeta", vincou, sublinhando, porém, que não é a primeira vez que tal acontece. "Os prémios são sempre aleatórios, sempre discutíveis", realçou a escritora, recordando que ficou "estarrecida" por ter recebido o Prémio Camões antes de Agustina Bessa-Luís (2004).
O Prémio Camões, no valor de 100 mil euros, foi atribuído a Manuel António Pina por unanimidade.
Integraram o júri desta 23.ª edição Rosa Maria Martelo (professora da Universidade do Porto), Abel Barros Baptista (professor da Universidade Nova de Lisboa), por Portugal, a escritora Edla Van Steen e o professor António Carlos Secchin, pelo Brasil e, em representação dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), a professora Inocência Mata e a escritora Ana Paula Tavares.
A sua obra poética está traduzida em vários países e venceu os prémios da Fundação Luís Miguel Nava (2004) e da Associação Portuguesa de Escritores (2005) com o seu volume de poesia "Os Livros", editado pela Assírio em 2003.
Porque gosto dos trabalhos do autor, sobretudo como cronista, por desconstroir a realidade construída pelos media em que trabalha e porque, por isso, tenho recorrido a alguns trabalhos seus para preencher o meu tempo e o dos leitores deste blogue, é consequente ficar satisfeito com esta distinção e endereçar-lhe os PARABÉNS merecidos, com um obrigado.
Aos Filhos

Já nada nos pertence,
nem a nossa miséria.
O que vos deixaremos
a vós o roubaremos.

Toda a vida estivemos
sentados sobre a morte,
sobre a nossa própria morte!
Agora como morreremos?

Estes são tempos de
que não ficará memória,
alguma glória teríamos
fôssemos ao menos infames.

Comprámos e não pagámos,
faltámos a encontros:
nem sequer quando errámos
fizemos grande coisa!

Manuel António Pina, in "Um Sítio onde Pousar a Cabeça" 
Foto

Ainda bole, como exemplo e para nosso aviso!

Apenas em Atenas, cerca de 20.000 pessoas saíram às ruas para manifestar a sua oposição à política em curso.
Apesar dos incidentes, o sindicato de funcionários ADEDY manifestou a sua satisfação pela "participação" e pelo "espírito" dos seus membros no protesto, quando se completa um ano da introdução dos primeiros cortes determinados pelo governo.
O executivo do primeiro-ministro socialista Yorgos Papandreou quer adotar a partir da próxima semana novas medidas de austeridade e privatizações, o que foi determinante para a greve desta quarta-feira.
A greve, a 2ª deste ano e que incluiu também os jornalistas, ocorre no meio de um clima de grande tensão pelas informações divulgadas nos últimos dias pela imprensa nacional e internacional sobre a necessidade de um novo resgate à Grécia.
Precisamente, enquanto milhares de gregos saíam às ruas das maiores cidades do país, o conselho de ministros revia as novas medidas para arrecadar 76 mil milhões de euros até 2015, que passarão pelo parlamento em 18 de maio.
O programa a médio prazo inclui a privatização de empresas estatais e cortes adicionais no setor público, entre eles a redução do número de funcionários em cerca de 30.000 pessoas e o aluguer ou venda de parte da propriedade imobiliária do Estado.
O governo também anunciou um projeto para acabar com a evasão de impostos, que representa atualmente mais de 30% do produto interno bruto (PIB), a fim de arrecadar 12 mil milhões de euros.
Segundo o jornal ateniense "Kazimerini", a missão de especialistas da UE e do FMI que inspeciona em Atenas as medidas de poupança iniciadas parece concluir que há um rombo de 6 mil milhões de euros em relação às metas iniciais e que as reformas estão muito lentas.
A atenção está centrada na reunião que manterão os ministros das finanças da UE na próxima segunda-feira, em todo caso, não se esperam decisões sobre uma reforma do programa de ajuda à Grécia, até que seja publicado o relatório da missão estrangeira em Atenas.
Mesmo correndo o risco de ser colado a críticas de alguns partidos (de esquerda) e só porque a evidência é qualquer coisa de visível, sem necessidade de prova, aqui fica a prova da falência da teoria dos “economistas” que nos dizem que se ganharmos menos (cada um de nós, na sua vida), conseguimos (cada um de nós, na sua vida) pagar melhor as nossas dívidas…
Fica provado que, os resultados do PISA, no que à matemática dizem respeito e que nos colocam abaixo da média da OCDE, verifica-se também ao nível dos nossos governantes.
O economista Paul Krugman considerou que, “no mínimo, dado que o programa de resgate não está de todo a funcionar, a Grécia deverá reestruturar a sua dívida para que reduza o seu fardo atual, nunca de maneira a aumentá-lo”.
E para quem não é especialista em economia, nada melhor do que recorrer a quem sabe e que deve ter tido boas notas a matemática, que diz que o programa de resgate aplicado à Grécia não está de todo a funcionar…
E então como vai funcionar connosco?

Ecos da blogosfera – 14 Mai.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Uma enorme conquista para os cibernautas LUSÓFONOS. OBRIGADOS!

Se a Wikipédia deixasse de existir, seria "uma grande perda para a Humanidade e para esse princípio da partilha de saber sem barreiras e sem obstáculos", defende o wikipedista Manuel de Sousa.
A Wikipédia, a enciclopédia de livre acesso na Internet, ganhou uma versão portuguesa fez, no dia 11 de Maio, 10 anos. O primeiro texto na língua de Camões surgiu quando um editor chamado João Miranda criou o artigo “Planeta”. Foi um pequeno passo para o homem, mas uma importante conquista para os cibernautas lusófonos.
A semente estava lançada e passados 2 anos, em 2003, a Wikipédia Lusófona atingia a marca dos 1.000 artigos.
"A partir, principalmente, de meados de 2004, começou um crescimento exponencial e, atualmente, tem perto de 700.000 artigos. É a 9ª maior Wikipédia", explica Manuel de Sousa, da associação Wikimédia Portugal.
Em Portugal, existem cerca de 70 editores que editam regularmente e estão registados, mas há muitos mais que colaboram de maneira esporádica. O Brasil é o país lusófono com mais wikipedistas.
É preciso recrutar mais editores nos outros países de língua portuguesa, diz Manuel de Sousa. Em Angola, por exemplo, só há registo de 1 wikipedista. Em Moçambique, são 2 e em Cabo Verde há 3, mas só 1 é que está activo.
"Wikiniciativas"
Para expandir a enciclopédia livre, a associação Wikimédia Portugal realizou recentemente uma iniciativa com o Centro de Informação Jacques Delors, que consistiu numa formação sobre Wikipédia dirigida a professores.
Estão também em curso contactos com a Harvard Medical School de Portugal, "com vista à publicação de uma série de artigos de divulgação ligados à área da Medicina", e com o Centro Português de Fotografia, com o objectivo de tentar que algumas das fotografias históricas sejam disponibilizadas online, adianta Manuel de Sousa.
Em Setembro, arranca o «Wiki Loves Monuments», que é "um grande concurso de fotografia aos monumentos e ao património edificado europeu, neste caso concreto, de Portugal".
"Wikivoluntariado"
A Wikipédia é construída todos os dias por voluntários espalhados pelos quatro cantos do mundo, que nos seus tempos livres escrevem os artigos.
Manuel de Sousa é director de marketing e começou a colaborar em 2005. Já não se lembra do seu primeiro texto, mas contabiliza cerca de 14.000 edições desde então.
Atraído pelo espírito de partilha do conhecimento, este wikipedista do norte do país dedica cerca de oito horas por semana à Wikipédia e passou a ver menos televisão. "Basicamente, deixei de ver televisão, vejo muito pouco televisão. Praticamente, resume-se só aos noticiários e pouco mais, um ou outro programa que gravo e vejo depois quando tenho tempo e, por isso, os serões são quase sempre passados em frente ao computador", afirma.
E se a Wikipédia acabasse? "Acho que se perdia muita coisa, porque a Wikipédia não tem uma alternativa”, responde.
“O princípio que esteve por trás e que ainda hoje preside à Wikipédia é a ideia de que o conhecimento deve estar acessível livremente a toda a gente. Não é por uma pessoa falar inglês e viver ao lado da biblioteca do Congresso que, à partida, tem que ser privilegiado em detrimento de um outro que nasce numa aldeia no sopé do Kilimanjaro e que tem o suaíli como língua materna”, sustenta.
Dos Estados Unidos à Tanzânia, “todos têm que ter acesso a um manancial básico de conhecimento humano, independentemente da sua localização geográfica, das suas posses, até da sua língua materna – por isso é que existem 270 línguas na Wikipédia”. “Obviamente que, se isso deixasse de existir, acho que era uma grande perda para a humanidade, no seu todo, e para esse princípio da partilha de saber sem barreiras e sem obstáculos", conclui Manuel de Sousa.
“Planeta” - A versão portuguesa da Wikipédia surgiu a 11 de Maio de 2001. O primeiro artigo versava sobre a definição de “planeta” e foi assinado por João Miranda.
Recordes - Foram precisos 2 anos de actividade para a Wikipédia portuguesa chegar aos 1.000 artigos. Hoje em dia, existem cerca de 700.000 artigos em português.
Brasil - A versão portuguesa da Wikipédia conta com mais de 863.000 editores registados. 61% dos editores são brasileiros, enquanto que apenas 17% são portugueses, revela um estudo de 2006.
Números - A Wikipédia já está disponível em 268 idiomas diferentes. A Wikipédia mais acedida e com maior número de artigos é a anglófona, que já conta com mais de 3.000.000.

Ecos da blogosfera – 13 Mai.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Esta linguagem qualquer "nabo" percebe...

O ex-ministro das Finanças Eduardo Catroga não coloca de parte integrar um futuro Governo com Pedro Passos Coelho, apesar de, como diz, estar desiludido com a sua geração.
“Acho sinceramente que é altura da nova geração assumir o poder, a minha geração esteve no poder desde o 25 de Abril, fez a revolução, fez coisas boas, mas tem feito muita porcaria nos últimos 15 anos... Uma das razões por que me disponibilizo para estas missões é porque quero deixar para os meus filhos e netos, um futuro”, diz Eduardo Catroga.
Nem tudo é cantiga - FMI


Catroga quer que se deixe de discutir 'pintelhos'




Ecos da blogosfera – 12 Mai.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

+ uma descoberta portuguesa, menos uma patente!

Equipa de investigadores portugueses inventou um novo método de rastreio que deteta a doença em fase inicial e com baixos custos. O kit aumenta de 15% para 80% as hipóteses de sobrevivência.
Descobrir que o cancro do pulmão já entrou numa fase avançada é a grande tragédia que torna esta doença cancerígena a mais mortal em todo o mundo. Detetar logo no início uma doença que avança em silêncio até ser tarde demais é uma ambição frustrada da medicina em qualquer parte do mundo. No entanto, pode ter chegado ao fim com um simples kit completamente português.
Elvira Gaspar, investigadora da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, é a coordenadora do projecto AirMarkers - um teste de rastreio ao cancro do pulmão em que a única coisa que se pede ao paciente é que sopre num saco de plástico e espere entre 24 e 48 horas. Se conhecer o veredicto mais cedo, o doente poderá começar o tratamento em tempo útil e aumentar as hipóteses de sobrevivência 60% a 80%.
É uma solução tão simples que custa a imaginar não ter sido inventada antes. "Este kit deteta no hálito determinadas moléculas que funcionam como biomarcadores da doença num estádio inicial", conta Elvira Gaspar, explicando que a descoberta é o resultado de quase uma década de investigação. Um sopro é o suficiente para evitar os métodos usados até agora em todo o mundo - raio X e tomografia axial computorizada (TAC) - e que, por envolverem radiações, são responsáveis por acelerar a propagação das células cancerígenas.
As vantagens do kit português são inúmeras, a começar pela precocidade do diagnóstico da doença, esclarece a investigadora. "O AirMarkers é um exame não-invasivo e pode ser repetido em curtos espaços de tempo sempre que os resultados são inconclusivos." Os custos serão também mais baixos, uma vez que uma TAC ronda os 400 € e o kit português não deverá ultrapassar uma centena de euros.
O AirMarkers representa um "novo paradigma na detecção do cancro", defende Elvira Gaspar, mas levará ainda algum tempo a chegar aos hospitais, clínicas, laboratórios e empresas em Portugal. A equipa de investigadores está ainda a validar a sua experiência e conta lançar o seu produto nos Estados Unidos no prazo de 5 a 6 anos. "A estratégia de entrar primeiro no mercado americano prende-se apenas com o facto de terem uma entidade reguladora com regras mais apertadas", justifica a investigadora. Ultrapassados os obstáculos do mercado americano, a comercialização do kit de rastreio de cancro do pulmão nos países europeus será "muito mais fácil" e poderá acontecer 1 ou 2 anos mais tarde.
A notícia só vem (re)confirmar que somos tão bons, ou melhores do que outros e que a situação e o crédito negativo associado ao país, não vem do povo, ou da sociedade civil, que vai marcando pontos na cena mundial.
A concretizar-se a descoberta, é certo e sabido que virá qualquer multinacional comprar a patente e lá se vai a vertente económica de que o país pudesse beneficiar do trabalho de cidadãos formados pelo nosso Estado. Não é à toa que a experimentação vai ser feita nos EUA, até porque lá os fumadores são quase tão perseguidos como os drogaditos…
Pena é que só daqui a 7 a 8 anos possamos beneficiar de tal benesse, pelos benefícios que se diz que traz e pelos malefícios que entretanto vamos aguentar, quer individualmente, quer ao nível do SNS. Dá vontade de dizer, que ainda é cedo para dar a notícia, por gerar eventualmente falsas esperanças para muitos.
Entretanto esperemos, respirando profundamente para acalmar e soprando de raiva, quando for caso disso…
Parabéns à investigadora e à equipa!

Uma Nova Sociedade baseada na relação virtual?

A sociedade atual está saturada, o que significa que está em processo de desestruturação e de reestruturação. Ao mesmo tempo, todo o pensamento sobre o social e o cultural está saturado, até mesmo no sentido vulgar da palavra, com velhas fórmulas e ideias feitas.
Essa avaliação é feita pelo sociólogo francês Michel Maffesoli no livro "Saturação". Ele é considerado um dos fundadores da sociologia do quotidiano e conhecido pelas suas análises sobre a pós-modernidade, o imaginário e, sobretudo, pela popularização do conceito de tribo urbana.
Na obra, o intelectual descreve como o novo formato da sociedade moderna está a possibilitar às pessoas um outro relacionamento com a vida e o mundo, considerado mais estimulante e mais apto a fazer da existência uma obra de arte.
O autor denuncia os conformismos do pensamento sociológico, das fórmulas politicamente corretas que repetem como papagaios opiniões velhas de 200 anos ou mais.
Não é necessário ser fanático por estas novas tecnologias interativas para compreender a importância daquilo que se combinou chamar, justamente, de "sites comunitários". Myspace e Facebook permitem aos internautas tecer vínculos, trocar ideias e sentimentos, paixões, emoções e fantasias. Da mesma forma, o YouTube favorece a circulação da música e de outras criações artísticas. E, bem recentemente, o Lively tenta "agrupar a vida on-line" de seus usuários.
A expressão-chave que se declina a mais não poder é a de "vida comunitária". E é nisso que se vê que o medo do comunitarismo é bem o fantasma de outra época e está totalmente desfasado em relação ao mundo real daqueles que formam a sociedade já, hoje, e de certeza amanhã.
De facto, graças à Internet, instala-se uma nova ordem de comunicação. Que favorece os encontros, o fenómeno dos flashmobs são testemunhas disso; em que, em relação a coisas fúteis, sérias ou políticas, formam-se mobilizações e desfazem-se no espaço urbano e virtual. O mesmo acontece com o "streetbooming", que permite que, nas grandes cidades contemporâneas, nessas selvas de concreto que favorecem o isolamento, ao conectar-se à Internet as pessoas se encontrem, conversem, conheçam-se, criando assim uma nova maneira de estar junto, fundada na experiência comum da criatividade.
Tais redes sociais on-line, bem como os fenómenos de encontros que induzem, deveriam chamar a nossa atenção para uma socialidade específica onde o prazer lúdico substitui a mera funcionalidade. Aliás, é interessante notar que cada vez mais se utiliza o termo "iniciados" para caracterizar os protagonistas desses sites de encontros.
Iniciação a novas formas de generosidade, solidariedades com letra minúscula que não tem mais nada que ver com o Estado providencial e a sua visão dominante. Se, como indica Hélène Strohl, "O Estado social não funciona mais" (Albin Michel, 2008), é porque é na base, no quadro comunitário e graças às técnicas interativas, que se difunde a solidariedade sob todas as formas. Curioso retorno a uma ordem simbólica que se pensava superada.

Súmula do debate PORTAS vs SÓCRATES

terça-feira, 10 de maio de 2011

A Sociedade está doente! E o Estado também?

Há cerca de um mês que é difícil comprar um remédio sem genérico nem substituto. Situação de rutura nas farmácias pode pôr em causa a qualidade de vida dos doentes.
O Parkadina, um dos principais medicamentos utilizado no tratamento dos sintomas da Parkinson, está esgotado nas farmácias portuguesas. A informação foi avançada, esta segunda-feira, pelo JN e confirmada ao tvi24.pt pela Associação de Doentes de Parkinson (ADP).
“Não sabemos se o problema está na origem, ou seja, no laboratório, se na distribuição. Com o laboratório, o atendimento telefónico é complicado e não temos conseguido falar com eles”, diz Helena Machado, presidente da ADP.
A falta do medicamento não põe em risco a vida do doente, mas potencia uma degradação da sua qualidade de vida. A ADP tem estado a aconselhar os doentes a consultar o seu médico assistente, no sentido de encontrar uma alternativa, já que o Parkadina não tem genérico, nem substituto.
O medicamento em causa é fabricado pelo laboratório Basi, sedeado em Coimbra e distribuído pela empresa farmacêutica FHC, de Mortágua, que ao longo da manhã foram contactadas, mas tal revelou-se impossível.
Qualquer pessoa, de Esquerda, ou de Direita, inteligente, ou quase, percebe que isto não tem nada a ver com o Estado Social, mas incompetência empresarial, inépcia corporativa e indiferença estatal…
Então alguém se abalança a fazer um produto, sem estudo de mercado, como mandam os livros e os gurus da especialidade?
Então os representantes das farmácias e elas próprias, não alertam em tempo útil quem de direito?
Então o Estado que manda, não manda? Se a empresa nacional não responde às necessidades do país, quem de direito não importa o produto para responder à Missão?
Tratando-se de pessoas, e nestas condições, a omissão é pecado mortal, não para os responsáveis, mas para as vítimas… São só 5.000 doentes, mas são 5.000 famílias!
Haja vergonha, do Estado, dos laboratórios e da Associação Nacional de Farmácias!
Entretanto:
Jorge Torgal, presidente do Infarmed, disse que não podia ajudar os pacientes com Parkinson que não podem comprar o medicamento Parkadina nas farmácias, esgotado há quase um mês, referindo que o laboratório que produz o fármaco suspendeu a sua produção com o objectivo de rever os preços aplicados.
O responsável afirma que há alternativas ao fármaco em causa e não descartou a possibilidade de importar o medicamento no caso de haver uma solicitação, o que não aconteceu até ao momento.
As declarações do Jorge Torgal foram feitas depois de a Associação Nacional de Farmácias ter alertado esta segunda-feira que o Parkadina estava esgotado no mercado português desde 18 de Abril.
Não deixa de ser notório, que o presidente do INFARMED fique à espera de solicitações e que venha ele dar a cara pelo laboratório, para justificar o injustificável e única medida que tomou foi publicar este esclarecimento:
Mas ao informarmo-nos do que é o INFARMED e as suas competências, deparamo-nos com isto, que parece ser o contrário do que é dito na notícia acima.
Bolas! Quem tem Parkinson também vota, mesmo com dificuldades. Não sejam tão…
O INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I. P., abreviadamente designado por INFARMED, I. P., é um instituto público integrado na administração indirecta do Estado, dotado de autonomia administrativa, financeira e património próprio.
O INFARMED, I. P., prossegue as atribuições do Ministério da Saúde, sob superintendência e tutela do respectivo ministro.
Missão e Atribuições
O INFARMED, I. P., tem por missão regular e supervisionar os sectores dos medicamentos, (…), segundo os mais elevados padrões de protecção da saúde pública, e garantir o acesso dos profissionais da saúde e dos cidadãos a medicamentos, (…) de qualidade, eficazes e seguros.
e) Garantir a qualidade, segurança, eficácia e custo-efectividade dos medicamentos de uso humano, (…);
f) Monitorizar o consumo e utilização de medicamentos; (…)

De Fukushima a Hamaoka, o Nuclear é Central!

Mais de 10.000 pessoas estiveram presentes no protesto, neste sábado, no Japão, depois de os organizadores divulgarem o evento nas redes sociais e exigiram uma mudança na política de energia nuclear.
O protesto ocorreu um dia após o primeiro-ministro Naoto Kan pedir a paralisação das operações da central nuclear Hamaoka, situada no sudoeste de Tóquio, por estar próxima de uma falha geológica, temendo um desastre como o que ocorreu na unidade de Fukushima, em março, que poderá durar cerca de 2 anos.
O Governo disse que irá rever a política nuclear, mas os políticos já disseram, que não irão deixar de lado a energia nuclear.
Grande parte da imprensa japonesa elogiou o posicionamento de Naoto Kan, embora legalmente não tenha poder para ordenar o encerramento das atividades de um reator nuclear, ficando a cargo dos operadores da central de Hamaoka aceitar ou não o seu pedido.
A Chubu Electric Power, empresa responsável pela central, realizou uma reunião neste sábado mas não decidiu que atitude vai tomar após as declarações do primeiro-ministro.
Até nem foram muitos manifestantes, mas dada a caraterística dos japoneses serem bem educados, se calhar já foram muitos.
Giro é o PM ter pedido para ser fechada uma central nuclear e a empresa operadora se ter reunido para decidir (ela) se fecha, ou não.
Também é boa educação a mais! Mas depois de os políticos terem decidido continuar, que proteste o povo e que continue o negócio.
Entretanto, parece que o pedido foi aceite:
Mas, para complicar as coisas:
O estrôncio pode provocar cancro e tende a depositar-se nos ossos, desde que seja inalado.
Afinal há razões nucleares para protestarem…
Ou funciona a razão, ou impera o interesse e ganha sempre o mesmo!
Por cá, os partidos não tomam posição sobre o assunto, nem sobre a central nuclear espanhola de Almaraz…
E a Bolsa nunca mais ganha consciência social (seria o mesmo que pedir ao demo para rezar) e deixa os jogadores japoneses sofrerem novo terramoto, desta vez financeiro. Logicamente, estes jogadores, até deveriam estar interessados no fecho das centrais nucleares, porque a manterem-se abertas dão-lhes cabo do negócio…
Apesar de todos os azares e mesmo estando sujeitos a níveis de radiação superiores  ao aconselhável, os pescadores foram incentivados a retomarem a faina, porque afinal toda a gente morre, mais ano menos ano…
Cuidado para não comprarem peixe com origem no Japão, não por animosidade, mas por ser ainda uma medida nuclear para a nossa segurança alimentar…

Ecos da blogosfera – 10 Mai.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

E quem serão os pais do nosso "RESGATE"?

O membro do Banco Central da Islândia, Gylfi Zoega, considera que Portugal deve investigar quem está na origem do elevado endividamento do Estado e bancos, e porque o fez, e que "foi uma bênção" Portugal estar no euro.
"Temos de ir aos incentivos. Quem ganhou com isto? No meu país eu sei quem puxou os cordelinhos, porque o fizeram e o que fizeram, e Portugal precisa de fazer o mesmo. De analisar porque alguém teve esse incentivo, no Governo e nos bancos, para pedirem tanto emprestado e como se pode solucionar esse problema no futuro", diz o responsável.
O economista, que também participou no documentário premiado com um Óscar "Inside Job - A verdade sobre a crise", disse que Portugal beneficiou muito de estar no euro nesta altura, porque para além do apoio dos seus parceiros da união monetária, terá de resolver os seus problemas estruturais ao invés de recorrer, como muitas vezes no passado, à desvalorização da moeda.
Apesar de a notícia não relatar o que sucedeu aos prevaricadores, mesmo conhecendo-os, deixa-nos numa certa apatia, porque se há CRIME tem que haver CASTIGO (para quem o pratica)!
E concluir que o nosso país ainda beneficiou com os roubos, nem se sabe se é piada, ou se é sadismo, porque chamar-se ao gamanço e às suas consequências “problemas estruturais”…
Sorte teve a Islândia, em ter um POVO que não pactuou com a roubalheira e mandou , 2 vezes, às urtigas os comedores de outros países, que pescavam com a mesma rede! 
No fim, até se podia ir por aqui:
Mas talvez esteja aqui a resposta mais imediata, num texto de 1934 lido por Vítor de Sousa no programa "Sempre em pé" da RTP 2, no dia 8 de Janeiro!

Um Memorial, para não (os) esquecer(mos)…

O responsável pelo Museu da Dívida Externa da Argentina disse estar disponível para partilhar com Portugal a experiência. Mas há quem não concorde.
"Penso que, em Portugal, também seria benéfico que a população soubesse todas as implicações do endividamento, das políticas fiscais, das políticas dos organismos multilaterais de crédito", como o FMI, disse o subdiretor do museu, que funciona na Faculdade de Ciências Económicas da Universidade de Buenos Aires.
O Museu da Dívida Externa da Argentina nasceu em 2005 e ilustra de forma didática, com documentários, peças de arte e material gráfico a história do endividamento público argentino, para que a história não se repita.
A ideia transposta para Portugal não tem muitos seguidores.
O economista Luís Mira Amaral salientou, "Rejeito completamente essa ideia, até porque não temos a tradição de incumprimento da Argentina. As situações não são comparáveis nem é desejável que venham a ser comparáveis".
Maria Filomena Mónica considera a criação de um museu da dívida externa em Portugal "uma ideia disparatada", defendendo que o papel pedagógico sobre a situação pertence a uma "oposição decente" que, se vigiasse as contas, evitaria a intervenção externa.
O museu argentino da Dívida Externa, que conta a história do endividamento do país desde o primeiro empréstimo, em 1824, guarda uma sala especial para o FMI, mas o museu não tem especial apreço pela instituição.
A Argentina entrou no FMI em 1956, e, para marcar os 50 anos, o museu inaugurou uma sala especial, que se dedica, através de vídeos, mapas interativos, capas de jornais e obras de arte, entre outras exposições, a demonstrar como o país perdeu soberania económica com a entrada do fundo.
“A partir dos anos de 1970, quando mudou o modelo económico no nosso país, a influência do FMI e das organizações internacionais de crédito começa a ser bastante forte. Tivemos, muitas vezes, de nos submeter às políticas de ajustamento e de redução de défice que essas organizações consideravam que nos iam ajudar a sair da situação económica em que estávamos”, disse o subdiretor do museu.
E não é costume construir um Memorial, principalmente das coisas más que acontecem, por responsabilidade de terceiros, para que ninguém se esqueça e nunca mais aconteça?
Claro que quem sente alguma coisinha lá dentro da alma, que o possa ligar ao desastre, rejeita a ideia e foge dela como o diabo da cruz (credo!).
Também não deixa de ter razão quem responsabiliza as oposições, de terem comido, deixado comer e ter fechado os olhos, mas também não é razão para deitar a ideia ao lixo…
Que a ideia tem pernas para andar, tem, e até lhe podíamos chamar de “Grandessíssimo Zero”, só pela mania das grandezas, mas sobretudo pelas grandes fraquezas…
Já há a ideia, falta o desenho…

Ecos da blogosfera – 9 Mai.

domingo, 8 de maio de 2011

Ainda há quem nos respeita, carago!

"Se fosse português, indignava-me com a maneira como Portugal está a ser tratado pela União Europeia", disse o ex-diplomata Stéphane Hessel, autor do best-seller "Indignai-vos", que critica o papel de Durão Barroso.
Em Lisboa para o lançamento do pequeno livro, prefaciado em Portugal pelo ex-presidente da República Mário Soares, Hessel, 93 anos, mostrou-se preocupado com o rumo que a UE segue, em particular sobre a atitude assumida perante a crise portuguesa.
"Quando um país como Portugal, membro da União Europeia, precisa de ser ajudado numa fase da sua história económica, sou muito severo com a forma como a UE se descartou de uma parte das suas responsabilidades para o FMI e que faça os empréstimos necessários, mas exija pagamentos excessivos" - declarou.
Serão os 93 anos que colocam 
Stéphane Hessel em outra era, onde a Ética assumia a base das relações, ou somos nós que já vivemos noutra era, onde a imoralidade entranhou no quotidiano e nos formatou para o silêncio?
A Espanha confronta-se com uma crise institucional, tem uma tendência natural para "assimilar" outros povos, mas Portugal "nunca será integrado" pelo Estado vizinho, garantiu o ex-presidente do governo autónomo da Catalunha, Jordi Pujol.
"Portugal nunca vai querer integrar-se na Espanha. Nunca. E creio que fará bem. Está demonstrado que a Espanha tem tendência para assimilar, a Espanha gostava de ser como a França, com uma capital muito forte, tudo muito centralizado e muito homogéneo. Para ser o que é hoje, a França destruiu muitas culturas, muitas línguas, muitas mentalidades", considerou o líder nacionalista catalão, 80 anos.
Serão os 80 anos que o levam a contrariar o que muitos patriotas dizem por aí, em voz baixa, sobre a anexação de Portugal à Espanha e a sua transformação num Governo Autónomo, ou seremos nós, que de tão massacrados pelos nossos incompetentes governantes e afins, queremos mudar para ficarmos na mesma?
Será que a idade altera as pessoas, ou serão as pessoas que mantem a lucidez e os princípios, apesar da idade?
Ainda há gente de fora que nos respeita, enquanto mais gente cá de dentro nos deita fora…

É estranho, mas entranha-se…

“Primeiro estranha-se, depois entranha-se”
O primeiro anúncio da Coca-Cola em Portugal, mais de 40 anos após o seu lançamento nos EUA, foi criado pelo poeta Fernando Pessoa, mas acabou por ficar apenas no papel por razões políticas.
“Primeiro estranha-se, depois entranha-se” foi o slogan escolhido por Pessoa, contou o diretor de relações externas da Coca-Cola Portugal, Tiago Lima, por ocasião dos 125 anos da criação da bebida, que se comemora no domingo.
“Numa tentativa de alargar o mercado da Coca-Cola a Portugal, a marca encomendou em 1929 uma campanha publicitária à agência Hora, onde o poeta Fernando Pessoa trabalhava”, disse.
Quem diria que uma das frases mais emblemáticas do Pessoa tinha nascido de uma campanha publicitária, embora não seja inédito que outros poetas estejam ligados à publicidade e que algumas outras frases tenham autoria de mestres, como “Há mar e mar, há ir e voltar” do O’Neil…
Fica a informação, para cultura geral...