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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A mesma matéria, com dados contraditórios

Portugal tem “um padrão atípico, em termos europeus”, de prevalência de perturbações psiquiátricas, com números que se aproximam aos dos Estados Unidos, país com maior prevalência no mundo, disse o coordenador do estudo nacional sobre saúde mental, Caldas de Almeida.
O primeiro estudo que faz o retrato da saúde mental em Portugal insere-se na iniciativa mundial dos estudos epidemiológicos da Organização Mundial de Saúde (OMS), é coordenado pela Universidade de Harvard nos Estados Unidos e envolve 24 países, tendo até hoje criado a “maior base de dados do mundo”, com mais de 100 mil pessoas entrevistadas.
Os primeiros resultados do estudo revelam que os mais afectados são as mulheres e os jovens dos 18 aos 24 anos e, dentro destes dois grupos, especialmente aqueles que estejam separados, viúvos e divorciados e tenham níveis de literacia baixos e médios.
Para além de medir a prevalência das doenças mentais, o estudo também tem como objectivo “impacto destas doenças na produtividade de um país, em termos de incapacidade, de faltas ao trabalho, de doenças físicas” e também na utilização dos serviços de saúde, explicou Caldas de Almeida e acrescentou, que “uma das razões principais da realização deste estudo foi ter evidência científica que ajude no desenho e na implementação da saúde mental”.
“Coisas boas e más”
No caso de Portugal, o estudo analisou o acesso aos serviços de saúde e constatou que existem “coisas boas e más”. Segundo Caldas de Almeida, “os cuidados primários, clínica geral, têm uma acessibilidade muito boa em termos europeus, enquanto os serviços especializados já não têm uma performance tão boa, em relação à média na Europa”.
A pesquisa nacional tem objectivos específicos, que coincidem com os europeus, pretendendo obter uma análise de dados em torno de três grandes temas: o peso das doenças mentais a nível europeu, a influência do género nos problemas das doenças mentais e a influência das desigualdades sociais e económicas nos problemas da saúde mental.
“Vamos ter, no fim, um manancial de dados que vai ser muito importante para percebermos qual é a origem de muitos problemas. Vamos encontrar muita informação que vai ser muito importante no futuro”, antecipa Caldas de Almeida.
Se repararem, no Estudo de um post anterior, Corta-se na Saúde! Uns chazitos não resultam?, que é o mesmo desta notícia, foi conduzido pelos investigadores do Grupo de Investigação em Serviços Sanitários do Instituto de Investigação Hospital del Mar (IMIM), de Barcelona, enquanto nesta se diz que o mesmo Estudo é coordenado pela Universidade de Harvard nos Estados Unidos, o que não é a mesma coisa.
Na notícia anterior, diz-se que foram realizadas entrevistas a 62.971 adultos, enquanto nesta se diz que foram mais de 100.000 pessoas entrevistadas.
Não é que sejam importantes as discrepâncias apontadas, mas deixam mal na fotografia os media que divulgaram o Estudo.
Não acrescento mais comentários aos que já fiz no post referido para não me repetir, mas não queria deixar de sublinhar a ausência de soluções para o problema, pelo responsável português, que se contenta com o manancial de dados.
E para que servem os dados, se não para procurar erradicar as causas?

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