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sábado, 8 de março de 2014

TODOS OS DIAS

Hoje é dia da Mulher. Ontem foi dia da Mulher. Amanhã será dia da Mulher. Enquanto houver dias. Enquanto houver Mulheres.
A pintora Natália Gromicho, representa Portugal numa exposição em Nova Iorque, "The Power of Perception II: International Art", uma mostra de arte aberta esta semana e que reúne trabalhos de 5 continentes, vendeu 1 dos seus quadros por 25.000 dólares (18.000 euros), no espaço de uma semana, um recorde da agência que a representa.
O quadro, que é uma técnica mista com 80 por 100 centímetros, chama-se "Vénus" e foi comprado por um colecionador italiano.
"O facto de ter vendido uma obra deixou-me extremamente feliz. A crítica nova-iorquina considerou que a minha obra é de facto muito interessante, designando-a como 'intelectualmente avançada para a época', o que é extremamente gratificante. Pinto desde 1995 e conseguir algum reconhecimento, passados 19 anos, é de facto muito bom", explicou a artista.
A exposição, que tem a curadoria a cargo do Creative Concept Studio, estará aberta até ao dia 17 de março, na S Art Gallery, e Natália está presente com uma das suas pinturas mais reconhecidas, "Hermafrodita".
O convite surgiu depois de a artista ter assinado contrato com uma agência norte-americana de representação de artistas.
"Ter sido convidada para assinar um contrato de representação pela Creative Concept INC foi um momento de grande alegria, bem como estar aqui em Nova Iorque para finalmente mostrar o meu trabalho a este mercado", disse Natália Gromicho.
Sobre a autora
Natália Gromicho nasceu em Lisboa, estudou pintura na escola do Centro de Artes e Comunicação Visual (Ar.Co), e na Faculdade de Belas Artes, da Universidade de Lisboa.
Conta mais de 60 exposições em diferentes países, entre os quais Portugal, Brasil, Itália, Estados Unidos e Austrália.
Foi vencedora de vários concursos, como o "Best Rolling Stone Alternative Logo", e tem a sua obra representada em coleções privadas e instituições públicas de Londres e Paris, e de diferentes centros dos Estados Unidos, Itália, Austrália, Holanda e Portugal.
Natália Gromicho refere que, "para uma artista plástica, o mercado norte-americano é considerado o mais difícil de entrar, pela quantidade de artistas residentes e pela quantidade de artistas que todos os dias tentam a sua sorte" e, por isso, esta exposição é tão importante na sua carreira.
Na quinta-feira, a portuguesa pintou um quadro ao vivo em exclusivo para um grupo de colecionadores de arte. O trabalho será vendido em leilão, no fim da mostra.
A artista disse que "ser convidada para realizar esta performance em Nova Iorque" foi "a realização de um sonho."
"A expectativa foi ultrapassada. Senti que foi missão cumprida. A agência deu os parabéns pela entrega, que foi total. Reparei que o meu quadro chamou a atenção na abertura, por isso estou muito contente com a minha vinda a Nova Iorque", disse Natália Gromicho.
Por conta própria e somando os sucessos de tantos portugueses e portuguesas por todo o mundo, quase somos levados a pensar que os menos bons e os piores ficaram por cá, os menos bons fazendo algo de válido e os piores invalidando tudo de bom que até hoje se fez…
E, no caso, sendo uma mulher, melhor notícia não há para homenagear a Mulher, no dia em que não devemos esquecê-las…
Imagem 1 e 2

Ecos da blogosfera - 8 mar.

A sobrevivência vs. o altruísmo geram a evolução…

A natureza favoreceu-nos com várias informações genéticas; destacam-se 2: a sobrevivência e a adaptação ao custo do egoísmo e convivência altruísta.
Armando Correa de Siqueira Neto
A primeira já se evidenciou mais claramente desde os estudos evolucionários de Charles Darwin. A segunda, contudo, começa a despontar recentemente através dos trabalhos realizados na Universidade de Harvard, pelas mãos do biólogo evolucionário Marc Hauser, cuja publicação recebeu o nome de “Mentes Morais” – o cérebro possui um mecanismo geneticamente determinado para adquirir regras morais. Portanto, estamos diante de 2 extremos severos que geram conflito em grande parte do tempo de incontável número de pessoas. Por que coexistem dentro de nós 2 informações de peso que se chocam tão intensamente, podendo causar, em última análise, alguns distúrbios mentais. Um desatino desnecessário aparentemente.
Para que o ser humano pudesse sobreviver constou-se no seu ADN o vale-tudo da sobrevivência e do aperfeiçoamento, levando-o a modificar-se e alcançar aptidão necessária à seleção natural. De contrário, ele (e qualquer projeto de descendência) já se encontraria extinto. Por sorte, a inteligente e instintiva informação genética é superior à nossa capacidade de raciocinar, sobrepondo-se à ingenuidade e passividade que inevitavelmente já nos teriam apagado do livro da vida. Há algo grandioso e impercetível nesta sábia arquitetura, não acha? Mesmo Darwin concordou à sua maneira, ao descrever: “Não me parece haver qualquer incompatibilidade entre a aceitação da teoria evolucionista e a crença em Deus.”
Por outro lado, a programação genética que deve facilitar a aquisição e a aceitação psicológica das regras para o adequado convívio social e o consequente desenvolvimento do altruísmo, incide sobre o lado sobrevivência-a-qualquer-custo (e vice-versa), controlando parte da sua potência, a princípio perigosa caso nada a detenha, sem, no entanto, lhe enfraquecer em demasia naquilo para o que foi previamente determinada. Novamente nos deparamos com a providencial sabedoria invisível, não é? Sem esse sentimento de preocupação alheia (ainda que lhe falte aperfeiçoamento na transição ego-mundo) também já nos teríamos extinguido.
Então, faltam-nos consciência e ajuste à frente, pois trata-se de uma enorme jornada acerca do desenvolvimento humano. Por tal razão, dispomos das essenciais informações genéticas que tanto nos estimulam ao movimento, ora conflituante, ora evolutivo. Dois caminhos e um só destino. Sobrevivência e altruísmo opondo-se, regulando-se e, finalmente, gerando o 3.º e vital elemento: a evolução.

Contramaré… 8 mar.

Portugal vai continuar a ser supervisionado por Bruxelas "pelo menos até 2026", uma fiscalização que poderá ir "até 2036 ou 2037", havendo missões regulares a cada 6 meses, disseram 2 analistas de mercado.
As regras europeias determinam que, quando um país termina um programa de assistência financeira, a vigilância pós-programa mantém-se até que o país em causa pague pelo menos 75% do montante recebido, havendo missões 2 vezes por ano, independentemente da forma como venha a sair do programa.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Não quer que ninguém morra, só que o negócio corra!

O presidente do Conselho de Administração da Sonae, Belmiro de Azevedo, afirmou que "Os salários só podem aumentar - e oxalá que isso aconteça - quando, de facto, um trabalhador português fizer uma coisa igual, parecida, com um trabalhador alemão ou inglês, seja o que for", afirmou.
Desta forma, para o 'chairman' da Sonae, que voltou a defender que a competitividade em Portugal só pode ser estimulada através da "educação das pessoas e [da] aquisição das máquinas corretas", é impossível comparar os salários em Portugal com os de países como a Alemanha "pura e simplesmente porque os alemães, por hora, fazem 3 ou 4 vezes mais do que os portugueses". "Portanto, é uma maneira de fugir à realidade, porque se não formos igualmente competitivos não exportamos. E não exportando não vamos a sítio nenhum", disse Belmiro de Azevedo.
De acordo com dados do Eurostat e dos Institutos Nacionais de Estatísticas reunidos pela Pordata, em 2012, se num índice da União Europeia a 27 a produtividade do trabalho por hora era 100, em Portugal seria 64,3, enquanto na Alemanha o valor era de 124,8.
Bem, por onde se pode começar? É que há aqui qualquer confusão!
Comparar a produtividade sem comparar a arrecadação das mais-valias, fruto dessa produtividade, é a modos que atirar areia aos olhos dos incautos. Tem lógica que a uma menor produção corresponda um menor lucro, o que não se verifica no caso. Fica por descortinar como é que em Portugal os mais ricos fiquem mais ricos, mesmo quando nada ou pouco invistam na produção e importem os produtos que comercializam… Mistério, que não tem, seguramente, justificação na produtividade, mas indubitavelmente nos salários baixos que pagam, comparativamente…
E para se entender o "paradoxo", convém começar por dizer que os pressupostos estão viciados, já que a produtividade na Alemanha é “apenas” o dobro da dos portugueses e não 3 ou 4 vezes superior e em paralelo, sendo os salários médios na Alemanha mais do triplo dos salários médios em Portugal, quer dizer que os investidores alemães arrecadam menos 1/3 (dos salários) do que os portugueses, o que demonstra que os nossos empresários arrecadam mais 1/3 (dos salários) do que os germânicos, que é razão porque por cá se enriquece mais depressa…
Incompreensível é a solução proposta para o aumento da competitividade em Portugal, através da educação das pessoas (entenda-se por educação, o conformismo), quando se corta na Educação e se exportam os mais “educados”, precisamente para a Alemanha e Inglaterra…
Já sobre a aquisição das máquinas corretas para aumentar a produtividade (certo!), mas tal opção terá como consequência direta a redução de trabalhadores “educados” no mercado de trabalho, com mais desemprego e reduzindo o montante das “despesas” com mão-de-obra e por isso mais lucro, com a vantagem de as máquinas não descontarem para a Segurança Social…
Finalmente, e ainda sobre o aumento da competitividade, que na opinião do ‘chairman’ nos ajudaria a aumentar as exportações, sem as quais não vamos a lado nenhum, não merece qualquer crédito, vindo de quem vive mais ou quase só do mercado interno…
Tendo em conta que os salários de quem trabalha reduziam mais de 12% entre 2011 e 2013 e que o salário médio emagreceu 150 euros/mês em 2013, enquanto a fortuna do “conselheiro" subiu 138% só em 2013, é bom mandar bitaites destes, quando se usa o lema dos cangalheiros:
“Eu não quero que ninguém morra, só quero que o meu negócio corra!”.

Ecos da blogosfera - 7 mar.

Para avaliarmos o “bom sucesso” dos mercados…

Não, não estou velho! Não sou é suficientemente novo para já saber tudo!
Passaram 40 anos de um sonho chamado Abril.
E lembro-me do texto de Jorge de Sena… “Não quero morrer sem ver a cor da liberdade”.
Júlio Isidro
Passaram 4 décadas e de súbito os portugueses ficam a saber, em espanto, que são responsáveis de uma crise e que a têm que pagar… civilizadamente, ordenadamente, no respeito das regras da democracia, com manifestações próprias das democracias e greves a que têm direito, mas demonstrando sempre o seu elevado espírito cívico, no sofrer e … calar.
Sou dos que acreditam na invenção desta crise.
Um “directório” algures decidiu que as classes médias estavam a viver acima da média. E de repente verificou-se que todos os países estão a dever dinheiro uns aos outros… a dívida soberana entrou no nosso vocabulário e invadiu o dia-a-dia.
Serviu para despedir, cortar salários, regalias/direitos do chamado Estado Social e o valor do trabalho foi diminuído, embora um nosso ministro tenha dito, decerto por lapso, que “o trabalho liberta”, frase escrita no portão de entrada de Auschwitz.
Parece que alguém anda à procura de uma solução que se espera não seja final.
Os homens nascem com direito à felicidade e não apenas à estrita e restrita sobrevivência.
Foi perante o espanto dos portugueses que os velhos ficaram com muito menos do seu contrato com o Estado que se comprometia devolver o investimento de uma vida de trabalho. Mas, daqui a 20 anos isto resolve-se.
Agora, os velhos atónitos, repartem o dinheiro entre os medicamentos e a comida.
E ainda tem que dar para ajudar os filhos e netos num exercício de gestão impossível.
A Igreja e tantas instituições de solidariedade fazem diariamente o milagre da multiplicação dos pães.
Morrem mais velhos em solidão, dão por eles pelo cheiro, os passes sociais impedem-nos de sair de casa, suicidam-se mais pessoas, mata-se mais dentro de casa, maridos, mulheres e filhos mancham-se de sangue, 5% dos sem-abrigo têm cursos superiores, consta que há cursos superiores de geração espontânea, mas 81.000 licenciados estão desempregados.
Milhares de alunos saem das universidades porque não têm como pagar as propinas, enquanto muitos desistem de estudar para procurar trabalho.
Há 200.000 novos emigrantes, e o filme “Gaiola Dourada” faz 1.000.000 de espectadores.
Há terras do interior, sem centro de saúde, sem correios e sem finanças, e os festivais de verão estão cheios com bilhetes de centenas de euros.
Há carros topo de gama para sortear e autoestradas desertas. Na televisão a gente vê gente a fazer sexo explícito e explicitamente a revelar histórias de vida que exaltam a boçalidade.
Há 50.000 trabalhadores rurais que abandonaram os campos, mas há as grandes vitórias da venda de dívida pública a taxas muito mais altas do que outros países intervencionados.
Há romances de ajustes de contas entre políticos e ex-políticos, mas tudo vai acabar em bem... estar para ambas as partes.
Aumentam as mortes por problemas respiratórios consequência de carências alimentares e higiénicas, há enfermeiros a partir entre lágrimas para Inglaterra e Alemanha para ganharem muito mais do que 3 euros à hora, há o romance do senhor Hollande e o enredo do senhor Obama que tudo tem feito para que o SNS americano seja mesmo para todos os americanos. Também ele tem um sonho…
Há a privatização de empresas portuguesas altamente lucrativas e outras que virão a ser lucrativas. Se são e podem vir a ser, porque é que se vendem?
E há a saída à irlandesa quando eu preferia uma… à francesa.
Há muita gente a opinar, alguns escondidos com o rabo de fora.
E aprendemos neologismos como “inconseguimento” e “irrevogável” que quer dizer exactamente o contrário do que está escrito no dicionário.
Mas há os penalties escalpelizados na TV em câmara lenta, muito lenta e muito discutidos, e muita conversa, muita conversa e nós, distraídos.
E agora, já quase todos sabemos que existiu um pintor chamado Miró, nem que seja por via bancária. Surrealista…
Mas há os meninos que têm que ir à escola nas férias para ter pequeno-almoço e almoço.
E as mães que vão ao banco… alimentar contra a fome, envergonhadamente, matar a fome dos seus meninos.
É por estes meninos, com a esperança de dias melhores prometidos para daqui a 20 anos, pelos velhos sem mais 20 anos de esperança de vida e pelos quarentões com a desconfiança de que não mudarão de vida, que eu não quero morrer sem ver a cor de uma nova liberdade.

Contramaré… 7 mar.

Os encargos dos contribuintes com a Estradas de Portugal baixaram de 408 para 275 milhões de euros no ano passado, o valor mais baixo de sempre a ser inscrito no Orçamento do Estado. Contudo, no próximo ano voltam a crescer 400 milhões de euros, atirando para quase 700 milhões de euros o total a pagar à empresa.
"Em 2014, vamos ter mais despesa e não a conseguimos pagar só com as receitas de portagem e com a Contribuição de Serviço Rodoviário (CSR), mesmo estando ambas a crescer. Por isso, ou vamos ter de ser muito criativos ou vamos ter de ir buscar mais dinheiro ao Orçamento do Estado, ou seja, aos contribuintes", disse o presidente da empresa, António Ramalho.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Quando o ouro vale mais do que as nossas filigranas…

No final de 2012, o Governo português iniciou um novo regime para a concessão e renovação de vistos 'gold', que permite aos cidadãos estrangeiros que pretendam investir no país, obter uma autorização de residência.
A atividade de investimentos deve recorrer por um período mínimo de cinco anos, prevendo-se opções como a transferência de capital num montante igual ou superior a 1.000.000 de euros, a criação de pelo menos 10 postos de trabalho ou compra de imóveis num valor mínimo de 500.000 euros.
Os vistos 'gold' atribuídos em Portugal facilitam a obtenção da nacionalidade portuguesa e permitem a livre circulação no espaço Schengen, afirmam académicos e sociólogos que consideram todo o processo “uma mercantilização da cidadania”.
“A questão que se coloca relativamente aos vistos 'gold' é, fundamentalmente, ser um processo de venda da cidadania”, disse Carlos Nolasco, investigador do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra.
Na opinião do sociólogo, a concessão dos vistos dourados em Portugal visa “arrecadar dinheiro, no sentido de uma lógica de mercado, vender a cidadania para um espaço privilegiadíssimo, que é o espaço Schengen”, procurando “cativar pessoas endinheiradas”.
“O que me repugna um bocado é que algo tão básico, tão fundamental, como é o acesso aos direitos de cidadania, que se presume que seja feito em termos de total igualdade à partida, acaba por ter uma diferenciação sobre o rendimento (…), um recuo civilizacional muito grande”, afirmou o investigador Rui Pena Pires, do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES) do ISCTE/IUL.
De acordo com os 2 investigadores, os vistos dourados permitem um atalho para uma futura cidadania, na medida em que os requisitos solicitados para obter o visto de residência – 1.º passo para a cidadania – são menos exigentes em relação aos vistos normais concedidos aos estrangeiros.
Os requerentes dos vistos 'gold' devem ter uma permanência mínima no país de 7 dias no 1.º ano de residência e de 14 dias, seguidos ou alternados, nos subsequentes períodos de 2 anos, podendo pedir a nacionalidade ao fim de 6 anos, como exige a lei em vigor.
Para obter a nacionalidade, os estrangeiros com os vistos normais de residência devem morar efetivamente no país durante os mesmos 6 anos.
Além disso, os estrangeiros com vistos 'gold' podem também ter acesso aos espaço Schengen que, segundo Carlos Nolasco, “é um condomínio fechado” criado pelos Estados europeus para “controlar o acesso dos imigrantes, sobretudo do norte de África, do Sudeste Asiático e da América Latina”.
Vários países europeus possuem vistos 'gold', tendo diferentes exigências para a sua obtenção. Os países periféricos da Europa, atingidos pela crise financeira, começaram a utilizar estes vistos para a captação de investimentos estrangeiros, como Portugal, Espanha, Chipre, Bulgária e Malta, o que leva a uma flexibilização de critérios para a sua concessão.
Esta flexibilização na União Europeia tem suscitado alguma preocupação na Comissão Europeia.
Em Malta, que além dos vistos 'gold' tentou implementar a venda da sua cidadania por 650.000 euros, a Comissão Europeia interveio para impedir a venda da cidadania. “A comissária europeia de Justiça, Viviane Reding, criticou abertamente este processo, dizendo que a cidadania é um elemento fundamental da União Europeia, que não tem preço e não deve ser vendida”, referiu o investigador Carlos Nolasco.
Em 2013, foram concedidos em Portugal cerca de 470 vistos dourados e foram investidos ao redor de 300 milhões de euros, sobretudo no ramo imobiliário e por chineses.
Rui Pena Pires, Carlos Nolasco e Jorge Malheiros, investigador do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa, afirmam que os vistos 'gold' são discriminatórios e que acabam por criar imigrantes de 1.ª e 2.ª categoria, privilegiando quem tem maiores rendimentos. “Não me parece legítimo porque o princípio que funda a cidadania democrática moderna é o princípio da igualdade, não o da igualdade material, mas da igualdade no sentido em que, independentemente dos seus rendimentos, as pessoas têm os mesmos direitos”, afirmou Rui Pena Pires, questionando a moralidade do visto 'gold'.
Para Carlos Mendes Dias, professor da Academia Militar e membro do Centro Português de Geopolítica, os vistos dourados “não têm esta componente discriminatória” porque “a priori” tem uma componente de investimento, mas admite “algum desconforto” pelo facto de “permitir que o cidadão permaneça apenas 7 dias no 1.º ano e 14 nos subsequentes”.
Os investigadores concluíram que a concessão dos vistos dourados pode levar a lavagens de dinheiro e a entrada de grupos criminosos, mas existem controlos por parte dos Estados para tais situações, sendo prematuro fazer qualquer análise mais aprofundada no caso de Portugal, dado que o processo ainda está no início.
Porque já abordei o tema várias vezes, dispenso-me de mais comentários, mas fico satisfeito por ter razão, se a opinião de académicos e sociólogos é coincidente…
Ainda há quem pense com a força da razão, contra a razão da força…

Ecos da blogosfera - 6 mar.

Portugueses apelam a Putin para deixar a Crimeia em paz e invadir Portugal

De viva voz, do interior para o Poder Central…

O ex-procurador-geral da República acusou o Governo de estar a surfar a onda da troika para pôr em prática medidas extremas contra as populações do interior, em particular as decisões de fechar serviços e de tribunais que, sob a capa de uma falsa poupança, deixam isoladas zonas inteiras do país. Foram declarações nas quais Pinto Monteiro denuncia o Governo por argumentar com o “bicho papão” da troika e pôr em prática um calculismo digno do regime nazi.
“Não venham com a troika. A justiça fecha os tribunais porque quer fechar os tribunais. A troika é uma história do papão e não manda fechar tribunais nenhuns”, denunciou Pinto Monteiro, para acusar o Governo de Passos Coelho de “fechar tudo, as finanças, o banco”. O ex-procurador-geral deixou um desafio a Passos Coelho: “Era melhor proibirem as populações que tiverem menos que x [indivíduos], que as fechassem à força como fazia antes o regime nazi”.
São declarações que se seguem ao fecho da penúltima das avaliações periódicas da troika e na qual terão ficado concluídas as mexidas na área da Justiça negociadas no memorando de entendimento assinado em maio de 2011.
“Nenhuma poupança justifica a deslocação de populações”
O Governo sustenta, por outro lado, que Portugal não está em condições de impor um programa autónomo, já que se encontra sob fortes condicionamentos financeiros e - por contrato assinado com os credores internacionais - obrigado a limitar gastos.
Neste ponto, Pinto Monteiro argumenta que não há “nenhuma poupança que justifique a deslocação de populações, o encerramento de tribunais onde só já há os tribunais”.
Pinto Monteiro adverte que este tipo de atuação levará à morte das regiões do interior de Portugal: “Quem vive aqui sabe que as terras do interior estão a morrer”, lançou o magistrado, para aconselhar os ministros a fazerem “uma incursão pelas aldeias e vilas da Beira Interior, para perceberem” essa realidade.
Considerou assim que se “devia pôr cobro a essa vergonha [o encerramento dos tribunais no interior do país] para poupar meia dúzia de tostões e que põe a população sem justiça”.

Contramaré… 6 mar.

Durão Barroso explicou que o pacote de ajuda será garantido “através do orçamento da UE e de instituições financeiras internacionais baseadas na UE”. Tanto o Banco Europeu de Investimento (BEI) como o Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (BERD) vão participar nesta operação. O português disse ainda que o programa de ajuda está parcialmente dependente da concretização de um acordo entre a Ucrânia e o FMI.

quarta-feira, 5 de março de 2014

A reposição de um filme de “guerra” corpo a corpo…

Foi uma conferência de imprensa surpreendente a de John Kerry, na Embaixada dos Estados Unidos, em Kiev. Surpreendente para o próprio Secretário de Estado norte-americano que soube, por uma jornalista com, de facto, uma incrível surpresa, que o Presidente russo nega ter tropas na Crimeia. Antes disso, Kerry tinha já lançado duras acusações à Rússia: “Estamos no século XXI e não devemos ver nações a recuarem e a agirem à maneira do século XIX ou XX.”
Apesar de martelados por filmes e séries televisivas em que matar é o pão-nosso de cada noite, não é fácil aceitarmos o tiro ao alvo de pessoas contra pessoas, por encomenda e interesses, quando as máquinas registam cenas reais, com “duplos” no lugar dos decisores…
Nenhuma guerra é aceitável e ponto final! Hoje, cada vez mais, nenhuma guerra tem justificação racional, a não ser movida por interesses ocultos e “justificadas” por interpretações enviesadas, que andam à volta, como tudo, da economia e da afirmação pessoal ou de blocos, ideologia à parte. E esta não é exceção.
E enquanto Putin descarta uso imediato da força na Crimeia e denuncia golpe na Ucrânia, em defesa da democracia, propõe como solução uma ação de guerra, antidemocrática, razão porque os Argumentos de Putin "não enganam ninguém", diz Obama, afirmando que a Rússia violou normas internacionais, diz Obama, esquecendo-se de outras recentes intervenções e ameaças ilegítimas dos EUA, o que permite que Putin diga que a Rússia age de acordo com o direito internacional, embora se Saiba quais são os interesses da Rússia na região da Crimeia, como há interesses opostos do ocidente, razão porque John Kerry chega a Kiev com 1.000 milhões de “ajuda” e a UE também contribuirá com 11.000 milhões (que não tem para os seus), já que a Guerra na Ucrânia ameaçaria economia europeia; entenda.
Mas como nem todos vão ao bolo, mas todos podem sofrer com este absurdo, a Comunidade internacional apela a solução para a questão da Ucrânia via diálogo, o que pode denunciar uma avaliação racional de quem está fora do “jogo” e vê melhor do que os “adversários”…
E no princípio destas escaramuças, foi dramaticamente emotiva a Resistência ucraniana na Crimeia causa problemas à Rússia, em que umas dezenas de malvestidos, de ambos os lados, nos deram um espetáculo surrealista.
E é isto que nos mostra e demonstra, claramente, que a guerra é a atitude comportamental mais ridícula dos intervenientes diretos, reflexo das ridículas atitudes comportamentais de “chefes” que os lançam para um “sacrifício” imolador e inconsequente…
Revejam o filme (de 3.ª categoria), e riam-se se o acharem quixotesco…   

Ecos da blogosfera - 5 mar.

Ser infalível não quer dizer que não se tenha falhas…

O italiano não é a língua nativa do Papa Francisco que, durante a oração do Angelus, no domingo, no Vaticano, cometeu uma gafe que aparentemente é comum. O problema é que acabou por dizer uma asneira.
No seu discurso desde a varanda dos apartamentos papais, para os milhares de pessoas que estavam na praça de São Pedro, o Papa trocou a palavra "caso" por "cazzo".
A palavra, um termo obsceno para pénis, é usada pelos italianos como interjeição, como se fosse "c……" em português.
O Papa argentino corrigiu imediatamente a pronúncia da palavra, mas o erro foi detetado e o excerto do Angelus está a fazer sucesso nas redes sociais, com os internautas a lembrar que até os homens de Deus, sem querer, por vezes dizem palavrões.
"Se cada um de nós não acumular riquezas para si próprio, mas colocá-las ao serviço dos outros, neste cazzo, neste caso a Providência de Deus torna-se visível neste gesto de solidariedade", afirmou o Papa.
E pronto! Se o Papa não é infalível, pelo menos tem falhas, o que o torna mais humano e mais próximo…
Só foi pena que a expressão não tivesse saído no contexto de discurso sobre os especuladores financeiros…
La Gaffe di Papa Francesco - "In questo cazzo"

Contramaré… 5 mar.

A fortuna dos 3 portugueses que foram considerados os mais ricos pela revista Forbes subiu, na lista, 17%. Segundo avança o JN, Belmiro de Azevedo, Américo Amorim e Alexandre Soares dos Santos somam, no total, 7.700 milhões de euros.
Quem lidera a lista dos milionários são americanos, seguidos de chineses e russos.

terça-feira, 4 de março de 2014

Haverá qualquer relação entre a(s) causa(s) e o efeito?

Mais de metade das empresas portuguesas que se encontram cotadas na Bolsa, tem ligações políticas. Segundo o JN, 47% dos políticos que integram as maiores empresas são ou foram ministros, destacando-se o PS e o PSD.
Segundo dados divulgados pelo jornal, as empresas que contam com funcionários que desempenham ou já desempenharam cargos políticos, tal como no PS ou no PSD, faturam quase o triplo das que não contam com a ajuda de qualquer governante.
Em Portugal, os antigos e atuais políticos exercem funções em cerca de 90% das 20 maiores empresas nacionais. Em 31 das 50 empresas que se encontram cotadas na Bolsa de Valores, foram contabilizados 51 políticos em cargos de gestão, administração e fiscalização, e mais 70 encontram-se igualmente envolvidos. Desses, 47% são ou foram ministros.
Estes números, analisados por Maria Teresa Bianchi, doutorada em Ciências Empresariais pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto, revelam que muitos dos ex e atuais ministros desempenham funções em mais de uma empresa.
Entre os exemplos, destacam-se, segundo a doutorada, o atual ministro da Defesa, José Pedro Aguiar Branco, com funções na Portucel, na Semapa e na Impresa, António Lobo Xavier, que passou pelo BPI, pela Mota Engil e pela Sonaecom e ainda Júlio Castro Caldas, ministro de Guterres. A EDP contava com vários políticos como António Mexia, Eduardo Catroga e António de Almeida.
Segundo o estudo, 60% das empresas segue este exemplo e o PS e o PSD dividem o número de políticos, normalmente licenciados em economia ou política. 
Longe de pensar que haja corrupção ou (ab)uso de influências… Mas se não acreditarmos em coincidências, se soubermos que “as mesmas causas produzem os mesmos efeitos” ou se nos lembrarmos que “ a ocasião faz o ‘ladrão’, temos que ficar com “a pulga atrás da orelha”, tanto mais que alguns dos nomeados são ou foram governantes e não deram conta do recado, o que quer dizer que não mostraram ser uns “barras” em matéria de boa gestão, razão que os levou a ser “ex-qualquer coisa”…
Não há dúvida de que querendo-se, acabava-se com as ocasiões, bastando para tanto impor a exclusividade em certos cargos, impedir a acumulação de cargos em Administrações diversas e uma fiscalização apertada sobre estas e outras empresas…
Bastava, mas como não se bastam…
No dia em que foi divulgado um relatório da Comissão Europeia sobre a corrupção na Europa, Paulo Morais, vice-presidente da Associação Transparência e Integridade, considera positiva a introdução do tema na agenda das preocupações europeias, mas denuncia a falta de vontade que existe em Portugal para combater o problema.
Paulo Morais criticou o atraso na elaboração de um relatório sobre a corrupção na Europa, mas, ainda assim, elogiou a iniciativa, considerando que "mais vale tarde que nunca".
O vice-presidente da Direção da Associação Transparência e Integridade alertou também para o financiamento dos partidos políticos, que diz ser um dos aspetos mais marcantes da corrupção em Portugal.

Ecos da blogosfera - 4 mar.

O cultural também não fica mal…

A história do carnaval tem as suas origens na Antiguidade, sendo uma festa tradicional e popular que chegou ao Brasil durante a colonização.
Tales Pinto
O carnaval é a festa popular mais celebrada no Brasil e que, ao longo do tempo, se tornou elemento da cultura nacional. Porém, o carnaval não é uma invenção brasileira nem tampouco realizado apenas neste país. A História do Carnaval remonta à Antiguidade, tanto na Mesopotâmia quanto na Grécia e em Roma.
A palavra carnaval é originária do latim, carnis levale, cujo significado é retirar a carne. O significado está relacionado com o jejum que deveria ser realizado durante a Quaresma e também com o controlo dos prazeres mundanos. Isso demonstra uma tentativa de a Igreja Católica enquadrar uma festa pagã.
Na antiga Babilónia, 2 festas possivelmente originaram o que conhecemos como carnaval. As Saceias, eram uma festa em que um prisioneiro assumia durante alguns dias a figura do rei, vestindo-se como ele, alimentando-se da mesma forma e dormindo com as suas esposas. No final, o prisioneiro era chicoteado e depois enforcado ou empalado.
O outro rito era realizado pelo rei nos dias que antecediam o equinócio da primavera, período de comemoração do ano novo na região. O ritual ocorria no templo de Marduk, um dos primeiros deuses mesopotâmicos, onde o rei perdia os seus emblemas de poder e era maltratado na frente da estátua de Marduk. Essa humilhação servia para demonstrar a submissão do rei à divindade. Em seguida, assumia novamente o trono.
O que havia de comum nas 2 festas e que está ligado ao carnaval era o caráter de subversão dos papéis sociais: a transformação temporária do prisioneiro em rei e a humilhação do rei frente ao deus. Possivelmente a subversão de papéis sociais no carnaval, como os homens vestirem-se de mulheres e vice-versa, pode encontrar as suas origens nessa tradição mesopotâmica.
As associações entre o carnaval e as orgias podem ainda relacionar-se às festas de origem greco-romana, como os bacanais (festas dionisíacas, para os gregos). Seriam festas dedicadas ao deus do vinho, Baco (ou Dionísio, para os gregos), marcadas pela embriaguez e pela entrega aos prazeres da carne.
Havia ainda em Roma as Saturnálias e as Lupercálias. As primeiras ocorriam no solstício de inverno, em dezembro, e as segundas, em fevereiro, que seria o mês das divindades infernais, mas também das purificações. Tais festas duravam dias com comidas, bebidas e danças. Os papéis sociais também eram invertidos temporariamente, com os escravos colocando-se nos locais dos seus senhores, e estes colocando-se no papel de escravos.
Mas tais festas eram pagãs. Com o fortalecimento do seu poder, a Igreja não via com bons olhos estas festas. Nessa conceção do cristianismo, havia a crítica da inversão das posições sociais, pois, para a Igreja, ao inverter os papéis de cada um na sociedade, invertia-se também a relação entre Deus e o demónio.
A Igreja Católica buscou então enquadrar tais comemorações. A partir do século VIII, com a criação da Quaresma, tais festas passaram a ser realizadas nos dias anteriores ao período religioso. A Igreja pretendia, desta forma, manter uma data para as pessoas cometerem os seus excessos, antes do período da severidade religiosa.
Durante os carnavais medievais por volta do século XI, no período fértil para a agricultura, homens jovens que se fantasiavam de mulheres saíam às ruas e campos durante algumas noites. Diziam-se habitantes da fronteira do mundo dos vivos e dos mortos e invadiam os domicílios, com a aceitação dos que lá habitavam, fartando-se com comidas e bebidas, e também com os beijos das jovens das casas.
Durante o Renascimento, nas cidades italianas, surgia a commedia dell'arte, teatros improvisados, cuja popularidade ocorreu até ao século XVIII. Em Florença, foram criadas canções para acompanhar os desfiles, que contavam ainda com carros decorados, os trionfi. Em Roma e Veneza, os participantes usavam a bauta, uma capa com capuz negro que encobria ombros e cabeça, além de chapéus de 3 pontas e uma máscara branca.
A história do carnaval no Brasil iniciou-se no período colonial. Uma das primeiras manifestações carnavalescas foi o entrudo, uma festa de origem portuguesa que na colónia era praticada pelos escravos. Depois surgiram os cordões e ranchos, as festas de salão, os corsos e as escolas de samba. Afoxés, frevos e maracatus também passaram a fazer parte da tradição cultural carnavalesca brasileira. Marchinhas, sambas e outros géneros musicais também foram incorporados à maior manifestação cultural do Brasil.
Cálculo do dia do Carnaval
Todos os feriados eclesiásticos são calculados em função da data da Páscoa, com exceção do Natal. Como o Domingo de Páscoa ocorre no 1.º domingo após a primeira lua cheia que se verificar a partir do equinócio da primavera (no hemisfério norte) ou do equinócio do outono (no hemisfério sul), e a Sexta-Feira da Paixão é a que antecede o Domingo de Páscoa, então a Terça-Feira de Carnaval ocorre 47 dias antes da Páscoa.

Contramaré… 4 mar.

O Fundo de Pensões do BPN, banco que foi comprado pelo grupo de capitais luso-angolano BIC, distribuiu pelos associados o excesso de verbas que existia no Fundo de Pensões e, atualmente, não tem dinheiro para pagar reformas.

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