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terça-feira, 16 de novembro de 2010

O mal abre-se polivalente como um canivete suíço

A primeira conferência nacional sobre a pobreza realizada no dia 9 de Novembro destacou um problema geralmente não associado à Suíça.
Hugo Fasel, Director da ONG CARITAS, diz que mais de 20% das crianças suíças vivem abaixo da linha de pobreza e que a educação é a única forma de solucionar o problema.
Fasel argumenta que a política familiar da Suíça está bem atrás das dos países nórdicos e que a pobreza se pode tornar um problema no futuro.
Um relatório divulgado pelo Ministério do Interior em Agosto, chamado “Estratégias Globais de Luta contra a Pobreza na Suíça”, demonstrou que várias medidas foram pensadas para prevenir e combater a situação. O governo prevê 3 frentes de combate à pobreza:
Melhoria das questões de igualdade;
Melhoria do acesso à formação profissional e ao mercado de trabalho e
Combate à pobreza a nível familiar.
O que quer a CARITAS :
Um relatório sobre a pobreza em cada cantão. Para criar boas políticas, os avanços precisam ser conhecidos.
Reforço das medidas de integração no mercado de trabalho. Hoje há uma série de ferramentas de integração, mas elas não são compatíveis entre si.
Mais responsabilidade do sistema económico. As empresas devem pagar salários decentes.
Mais empresas sociais. As pessoas atingidas pelo desemprego devem ter a oportunidade de trabalhar novamente.
Pobreza na Suíça
9,3% das crianças suíças vivem em pobreza relativa, segundo a OCDE.
12% dos aposentados precisam de um auxílio para as despesas e até um terço deles - 45.000 - ainda vivem na pobreza, apesar dessa assistência.
10% das famílias monoparentais são formadas de "trabalhadores pobres", que permanecem na pobreza apesar de terem trabalho.
Em 2006, 18% das famílias monoparentais receberam auxílio social.
No final de Março, o Governo publicou um importante relatório sobre a pobreza na Suíça. O documento chama a atenção para a igualdade de oportunidades na educação, melhoria na reinserção no mercado de trabalho e medidas de combate à pobreza familiar.
O governo também recomenda que as autoridades cantonais e locais concedam pagamentos adicionais de auxílio às famílias necessitadas.
A Caritas estima que este ano 900.000 pessoas – 12% da população suíça – necessitarão de auxílio social. No entanto, o valor foi contestado por outras organizações e instituições.
A Caritas apresentou em 2010, como parte do Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social medidas para reduzir a pobreza na Suíça até 2020.
E perguntarão o que tenho (temos) a ver com isto?
É que as causas da pobreza, aqui e em qualquer país do mundo, mesmo os considerados mais ricos, como é o caso, são as mesmas, que assentam no açambarcamento da riqueza natural, das mais-valias da transformação e da comercialização desses produtos. Na base, a Banca, a Bolsa e a especulação, que quando ameaça falência, usurpa os impostos dos cidadãos, sobretudo da classe média, que vai empobrecendo e aumentando as fileiras dos dependentes do Estado.
Era muita coincidência que tudo isto estivesse a acontecer, por obra e graça do divino Espírito Santo.
Há aqui um sistema, que com sermões de uns poucos e o silêncio de quase todos, vai alastrando tacticamente, com a camuflagem do polvo.

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