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sábado, 24 de setembro de 2011

Pensamentos para (re)pensarmos a atualidade…

Ayn Rand, é o pseudónimo de Alissa Zinovievna Rosenbaum, filósofa e novelista americana, mais conhecida pela sua filosofia do “Objetivismo”, e os seus romances “A Nascente” e “Quem é John Galt?”.
Ela defendia:
Que o homem deve definir os seus valores e decidir as suas ações à luz da razão;
Que o indivíduo tem o direito de viver por amor a si próprio, sem se sacrificar pelos outros e sem esperar que os outros se sacrifiquem por ele;
Que ninguém tem o direito de usar a força física para tirar dos outros o que lhes é valioso, ou de impor as suas ideias aos outros.
E em consequência pensava que:
"A maior recompensa do ser humano é que, enquanto os animais sobrevivem ajustando-se ao meio em que vivem, o homem sobrevive ajustando-o a si próprio."
"A menor minoria na Terra é o indivíduo. Aqueles que negam os direitos individuais não se podem dizer defensores das minorias".
"Criminosos são uma pequena minoria em qualquer época ou país. E o dano que eles causaram à humanidade é infinitesimal, quando comparado com os horrores - o derramamento de sangue, as guerras, as perseguições, as fomes, as escravizações, as destruições em grande escala - perpetradas pelos governos da humanidade. Potencialmente, o governo é a mais perigosa ameaça aos direitos do homem: ele mantém o monopólio do uso de força física contra vítimas legalmente desarmadas. Quando irrestrito e ilimitado pelos direitos individuais, um governo é o mais mortal inimigo do homem".
"Então você acha que o dinheiro é a raiz de todo o mal. E já se perguntou qual é a raiz de todo o dinheiro?"
"A riqueza é produto da capacidade do homem pensar".
"Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada;
Quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores;
Quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais do que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de si;
Quando perceber que a corrupção é recompensada e a honestidade se converte em auto-sacrifício;
Então poderá afirmar, sem temor de errar, que a sua sociedade está condenada".
"O grandes homens não podem ser manipulados".

Contramarés sem contrapé… 24 Set.

Os estudantes do ensino recorrente podem completar o secundário num ano e estão dispensados dos exames nacionais. Muitos acabaram com média de 20 e entram nas faculdades com facilidade, passando à frente daqueles que fizeram o ensino regular. O recurso ao ensino recorrente para ingressar no ensino superior chegou este ano aos cursos de Medicina.
A situação é considerada "injusta" e "escandalosa" por dirigentes escolares, mas, como sublinha o MEC, "é perfeitamente legal".

Anda tudo enTSUado a discutir o sexo dos diabos!

A redução da Taxa Social Única (TSU) é um erro grave, do ponto de vista técnico e político, considerou o antigo ministro das Finanças Luís Campos e Cunha, presidente da SEDES.
A principal restrição das empresas neste momento não são os custos do trabalho, "é o financiamento, principalmente no domínio das empresas exportadoras", sublinhou o economista.
Luís Campos e Cunha considera que o problema "fundamental" da economia portuguesa é o da estabilização orçamental e a sua solução passa exatamente por aí. "Sem estabilização orçamental, o financiamento à economia não funciona de forma regular e, portanto, esse é o nosso problema fundamental", disse.
Cada vez se percebe menos a Agenda do governo, tendo em conta algumas questões que vão sendo levantadas por alguns “especialistas”, como é o caso.
Se a principal restrição das empresas, neste momento, não são os custos do trabalho, então porque anda o governo a dar trabalho à Concertação Social, entretendo-a, com alterações à legislação laboral, para reduzir os custos do trabalho?
Por outro lado, se o financiamento das empresas é fundamental e se diz que antes da estabilização orçamental, o financiamento à economia não funciona, qual é a solução? Críticas também eu faço, sem obrigação de apresentar alternativas, por não ser especialista, se é que os há…
Portugal não é “a cobaia do Fundo Monetário Internacional” e é esta a mensagem do conselheiro de Estado Bagão Félix, em relação à redução da Taxa Social Única (TSU).
O conselheiro de Estado fez as contas e disse ser “muito fácil uma pessoa de fora chegar e dizer que é preciso diminuir a Taxa Social Única em 2 ou 3% do PIB” e questionou se “alguém estaria a ver o IVA a passar de 23% para 33%”.
O ex-ministro salientou ainda uma questão social “subjacente” que se prende com o facto “de a diminuição da TSU em muitas empresas, em mercados imperfeitos, pouco regulados, monopolistas ou oligopolistas, o que vai aumentar é o lucro das empresas”. Daí que, “então, tínhamos esta situação socialmente flagrante e injusta que era diminuir a TSU que seria repercutida num aumento de lucros de algumas empresas que seria compensada por um aumento do IVA sobre todas as pessoas, tenham muitos, poucos ou médios rendimentos”.
Em primeiro lugar, sempre entendi que um conselheiro de Estado deveria guardar as suas opiniões/conselhos para o PR e quando for chamado para tal, até porque das reuniões desse órgão não são publicadas as opiniões de cada conselheiro. Pela mesma razão não entendo que Marcelo Rebelo de Sousa faça o mesmo que Bagão Félix, ainda por cima num programa semanal, assim como acontecia com o agora calado, Vitor Bento, que opinava e escrevia livros, mas na hora do convite(?) para ministro deu com os pés a PPC.
Dito isto, devo ainda dizer, que acho esquisito discutir-se, desde a campanha eleitoral, esta coisa do TSU (o povo nem sabe o que isso é), que excita todos os “técnicos” contrariando-se mutuamente, mas nem todos falam que as consequências deste “entretenimento” só tem a ver com a insustentabilidade da Segurança Social, que levaria a um rombo irreparável, pondo em perigo o pagamento das pensões e expondo-a à falência e à apetência dos Privados… E aí é que está o truque da troika…
E provavelmente por isso, o conselheiro diz (e não é o único), que Portugal não é cobaia do FMI e começa a admitir que a troika não sabe o que diz, ou sabe (digo eu) e o que quer é aumentar a instabilidade pessoal de cada português, cumprindo o guião do neoliberalismo…
Curioso, mesmo, é o conselheiro de Estado levantar a questão social subjacente à redução da TSU, ao dizer, logicamente, que o que vai aumentar é o lucro das empresas! Curioso, porque são os partidos da “esquerda radical”, que andam insistentemente a dizer isto mesmo…
Devo dizer que tenho Bagão Félix como uma pessoa séria e intelectualmente honesta e que pensa por si. E por isso, do que diz na notícia abaixo se pode entender que a troika ao subavaliar as necessidades, foi incompetente, porque já sabiam 78 mil milhões de euros já não eram suficientes (e nem viram o buracão da Madeira…).
Como palpite meu, instintivo, a Grécia terá a próxima tranche e mais as que precisar, porque Sarkozy e Merkel não sabem jogar dominó e pagarão para que os seus bancos não prendam o credor, para ver se sacam algum, porque o prejuízo é maior.
O conselheiro de Estado Bagão Félix admitiu que Portugal "terá que pedir um reforço de ajuda externa" devido à "subavaliação das necessidades", considerando que, à partida, os 78 mil milhões de euros "já não eram suficientes".
"Se a Grécia entrar em incumprimento - cuja probabilidade é cada vez mais elevada - isso tem efeito dominó nos seus credores (bancos europeus, franceses, alemães, italianos, portugueses também) e mesmo que façamos tudo bem, isso pode dificultar as nossas soluções", defendeu.
E esta relação da “falência” da Grécia com um eventual reforço da “ajuda” a Portugal, não terá a ver apenas com os prejuízos dos bancos portugueses e nada a ver com a nossa dívida?

Ecos da blogosfera – 23 Set.

Ana Branco (poetisa angolana)

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Uma estratégia engenhosa e eficaz para se Ler+

Aos 13 anos tive a sorte de ter uma professora maravilhosa que me despertou o prazer pela leitura através da sugestão, quase imposta, do livro "Dom Casmurro", de Machado de Assis, que me garantiu aprovação na 7ª série (hoje 8º ano).
Por via do destino mexia nos livros dos meus irmãos e, garimpando, deparei-me com jóias do tipo "A Metamorfose", de Kafka e o Anti-Cristo de Nietszche que me transformaram num dependente buscador pelo saber. Daquela época até hoje passaram-se 19 anos onde milhares de títulos passaram pelas minhas mãos e alimentaram a minha alma e espírito crítico.
Desperto por um universo de grandes intelectuais, ainda me espanto com várias intrigantes questões. Como me tornei um crítico algoz de uma sociedade de consumo e egoísmo que não se preocupa com o outro?
Outro dia observava, num semáforo, um pedinte e busquei repostas para a seguinte questão: Como seria a nossa sociedade se esses cidadãos de direito pedissem além de trocados, um livro que alimentasse as suas mentes nas noites frias e vazias até que a fome passasse?
Não encontrei a resposta, mas doo livros sempre que posso na esperança de um futuro melhor, mesmo que só para aquele que lê.
Há anos que não passo um dia sequer sem ler algumas ou muitas páginas e, mesmo que isso raramente aconteça, sinto uma ânsia e vontade, que falta de comida ou vontade de comer nunca produziram em mim.
Vários foram os poetas e escritores que, mesmo aprisionados, pediam, ao invés de comida, livros, muitos livros, como no caso de Bertold Brecht, Dostoieviski e Gramsci que enquanto os seus corpos estavam presos, os seus espíritos viajavam até o mais distante e maravilhoso rincão.
Mas mesmo distante das pessoas amadas, estando aprisionado, faminto ou distante do leito materno, o amante do saber, busca nos livros algo que sustente os seus sonhos e a situação humana.
Caso semelhante aconteceu comigo, quando residi em Brasília, durante seis anos. Lá encontrei a possibilidade de retornar à terra-natal, numa parada de autocarros repleta de livros, para quem ouse pegá-los.
Deparei-me assim, na situação, com o livro Iracema de José de Alencar, ali na minha frente, numa prateleira ricamente adornada com um dos bens mais preciosos do homem: os livros.
Os usuários dos famigerados transportes coletivos do Distrito Federal, que já foi considerado como um dos piores sistemas de transportes do Brasil, têm a oportunidade de pegar livros e de devolverem quando quiserem, graças à iniciativa do proprietário de um talho, (pasmem!) um talho, que recebe doações de livros e dispõem em dezenas de paradas no Plano Piloto de Brasília.
Desta forma lanço uma proposta solidária que muitos já a exercitam: após lerem um livro, deixem-no em alguma parada de autocarros, para que outro possa voar e desfrutar do prazer que você sentiu.
Esse ato de Amor, palavra essa que tem sentido para muitos como Frederico Garcia Lorca, que equivale a livro, isso mesmo “Amor = Livro”.
Como o Amor, o livro deveria ser mais dado e recebido.
PS: Minha homenagem a todos os que tanto precisam de alimento e saber.
Prof. Ms. Marney Ferreira Cruz - UFC e FGF

Contramarés sem contrapé… 23 Set.

Derrick Mason, de 37 anos, de raça negra, condenado à morte pelo homicídio, em 1994, de uma empregada de uma loja recebeu esta noite a injeção letal na prisão de Holman, no estado do Alabama, sendo o 3º a ser executado no espaço de uma semana nos Estados Unidos.
Os advogados apresentaram um recurso de última hora ao Supremo Tribunal norte-americano para impedir a sua morte que, contudo, não foi aceite.

MULHER a cantar de galo no meio deles! É isso aí!

O Brasil abriu a 66ª sessão da Assembleia Geral da ONU, onde a presidente Dilma Rousseff escreveu o seu nome na história ao ser a primeira representante do sexo feminino a ocupar tal função.
Ressalte-se que Dilma disse tudo o que o presidente dos Estados Unidos não queria ouvir, sem se intimidar com a presença atenta de Barack Obama.
Falou sobre a crise económica global e advertiu sobre a possibilidade de, se não for debelada, gerar um sério desequilíbrio entre as pessoas e as nações. E foi contundente: "Ou nos unimos todos e saímos vencedores ou sairemos todos derrotados".
Ficou claro, que a presidente condenava em particular a arrogância dos Estados Unidos, que ainda pretendem comandar o mundo, ao pregar a igualdade entre as nações: “todos [os países em desenvolvimento] têm direito de participar das soluções”, concluiu.
A presidente brasileira comportou-se de forma excelente e superou as expectativas, em termos de profundidade e conteúdo, mostrando estar à altura do momento que o mundo vive.
São pouco mais de 24 minutos, mas vale a pena ouvir todas as palavras, todos os conceitos, toda a visão para um mundo melhor(?)!
Dilma abre assembleia na ONU; veja discurso na integra

Ecos da blogosfera – 22 Set.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Se é bom para trabalhadores, é ótimo para POLÍTICOS!

Na proposta enviada aos parceiros sociais, o Executivo de Passos Coelho defende também a alteração da figura do despedimento por inadaptação, de modo a que o recurso a esta modalidade de despedimento não fique dependente da introdução de novas tecnologias ou de outras alterações no local de trabalho.
A proposta governamental vai também permitir o despedimento com justa causa dos trabalhadores que não atinjam os objectivos que acordaram com o empregador.
A introdução de uma nova modalidade de despedimento por inadaptação, em estudo, irá permitir o despedimento com justa causa dos trabalhadores cuja prestação decresça em termos de produtividade ou de qualidade.
Actualmente, a legislação laboral apenas permite o despedimento de quadros de empresas pelo não cumprimento dos objectivos previamente combinados e o despedimento por inadaptação tem a ver com a introdução de alterações tecnológicas e obriga a entidade patronal a colocar o trabalhador num lugar compatível. A proposta do Governo visa eliminar esta obrigatoriedade.
Pondo de parte a discussão técnico-jurídica sobre a definição mais rigorosa de JUSTA CAUSA, mas aceitando que é: “todo o ato doloso ou culposamente grave, que faça desaparecer a confiança e a boa fé existente entre as partes, tornando, assim, impossível o prosseguimento da relação.”, não se entende como é que o governo quer alterar a PRÁTICA, sem alterar o CONCEITO, a não ser por evidente usurpação de DIREITOS, por prepotência circunstanciada e por razões políticas de duvidosa democraticidade.
Sem querer cansar com muitos e sérios argumentos quem me está a ler, diria só, que partindo do princípio de que “o que é bom para os outros deve ser bom para mim”, então que se estenda essa prática não só aos trabalhadores, mas também aos empresários, aos administradores e sobretudo aos POLÍTICOS, usando o mesmo conceito e pelas mesmíssimas razões. Depressa chegaríamos à conclusão, que nestes últimos 3 meses o país teria toda a gente despedida e sem governo, provavelmente com exceção dos trabalhadores e dos homens da troika.
Nem sequer se põe a hipótese de ser usado o pedido de DESCULPAS, por parte dos trabalhadores que não atinjam os objetivos, ou cuja produtividade/qualidade diminua, arma que os políticos usaram e de que PPC em particular abusou.
E se o presidente da CCP, João Vieira Lopes, até ficou assustado com tal proposta, num assumo de impotência e impossibilidade de discernir uma decisão nesta base, é porque a coisa é mesmo estapafúrdia, se não ele tinha compreendido. Eu também não compreendi, mas percebi PERFEITAMENTE!
De corte em corte, até chegarmos à China (já não podemos dizer à Madeira…), dos Direitos Humanos…

Contramarés sem contrapé… 22 Set.

Numa declaração em discurso direto, Troy Davis, que ontem foi executado na Geórgia com injeção letal, reiterou a sua inocência, dizendo que seria “incapaz de retirar a vida a outro ser humano”O condenado pedia “justiça”, em vão.
O afro-americano de 42 anos fora sentenciado à morte, apesar de não haver provas que o acusassem e de nunca ter sido encontrada a arma do crime.

Por muito que se “ispilica”, a gente é que se trumbica!

Parece que já todos os blogues publicaram este texto, que já nem o autor se conhece (por isso não faço a referência) e como ainda não o fizemos aqui, não podemos deixar de o fazer, só porque está bem explicadinho um dos motivos do nosso pecadinho…Agora não pode dizer que não sabia… e era por isso que não agia.
Explicar o BCE na esplanada do café...
A Primavera esmerou-se. Um sol agradável acariciava-nos na esplanada do café à beira da minha porta. A chegada do Senhor Antunes, o mais popular dos meus vizinhos, deu ensejo a uma lição sobre Europa e finanças a nós todos que disto pouco ou nada percebemos.
Mais coisa, menos coisa, é assim sem tirar nem pôr:
- Oh Sôr Antunes, explique lá isso do Banco Central Europeu, aqui à rapaziada do Café.
- Então vá, vá lá, Só por esta vez. O BCE é o banco central dos Estados da UE que pertencem à zona euro, como é o caso de Portugal.
- E donde veio o dinheiro do BCE?
- O capital social, o dinheiro do BCE, é dinheiro de nós todos, cidadãos da UE, na proporção da riqueza de cada país. Assim, à Alemanha correspondeu 20% do total. Os 17 países da UE que aderiram ao euro entraram no conjunto com 70% do capital social e os restantes 10 dos 27 Estados da UE contribuíram com 30%.
- E é muito, esse dinheiro?
- O capital social era 5,8 mil milhões de euros mas no fim do ano passado foi decidido fazer o 1º aumento de capital desde que há cerca de 12 anos o BCE foi criado, em três fases. No fim de 2010, no fim de 2011 e no fim de 2012 até elevar a 10,6 mil milhões o capital do banco.
- Então, se o BCE é o banco destes Estados pode emprestar dinheiro a Portugal, não? Como qualquer banco pode emprestar dinheiro a um ou outro dos seus accionistas.
- Não, não pode.
- ???
- Porquê? Porque... porque, bem... são as regras.
- Então, a quem pode o BCE emprestar dinheiro?
- A outros bancos, já se vê, a bancos alemães, bancos franceses ou portugueses.
- Ah percebo, então Portugal, ou a Alemanha, quando precisa de dinheiro emprestado não vai ao BCE, vai aos outros bancos que por sua vez vão ao BCE e tal.
- Pois.
- Mas para quê complicar? Não era melhor Portugal ou a Grécia ou a Alemanha irem directamente ao BCE?
- Não. Sim. Quer dizer... em certo sentido... mas assim os banqueiros não ganhavam nada nesse negócio!
- ??!!...
- Sim, os bancos precisam de ganhar alguma coisinha. O BCE de Maio a Dezembro de 2010 emprestou cerca de 72 mil milhões de euros a países do euro, a chamada dívida soberana, através de um conjunto de bancos XPTO, a 1% e esse conjunto de bancos XPTO emprestaram ao Estado português e a outros Estados a 6 ou 7%.
- Mas isso assim é um "negócio da China"! Só para irem a Bruxelas buscar o dinheiro!
- Neste exemplo, ganharam uns 3 ou 4 mil milhões de euros. E não têm de se deslocar a Bruxelas, nem precisam de levantar o cu da cadeira. E qual Bruxelas qual carapuça. A sede do BCE é na Alemanha, em Frankfurt, onde é que havia de ser?
- Mas, então, isso é um verdadeiro roubo... com esse dinheiro escusava-se até de cortar nas pensões, no subsídio de desemprego ou de nos tirarem o 13º mês, que já dizem que vão tirar...
- Mas, oh seu Zé, você tem de perceber que os bancos têm de ganhar bem, senão como é que podiam pagar os dividendos aos accionistas e aqueles ordenados aos administradores que são gente muito especializada.
- Mas quem é que manda no BCE e permite um escândalo destes?
- Mandam os governos dos países da zona euro. A Alemanha em primeiro lugar que é o país mais rico, a França, Portugal e os outros países.
- Deixa ver se percebo. Então, os Governos dão o nosso dinheiro ao BCE para eles emprestarem aos bancos a 1% para depois estes emprestarem a 5 e a 7% aos Governos donos do BCE?
- Não é bem assim. Como a Alemanha é rica e pode pagar bem as dívidas, os bancos levam só uns 3%. A nós ou à Grécia ou à Irlanda que estamos de corda na garganta e a quem é mais arriscado emprestar é que levam juros a 6%, a 7 ou mais.
- Nós somos os donos do dinheiro e nós não podemos pedir ao nosso banco...
- Nós, nós, qual nós? O país, Portugal ou a Alemanha, é composto por gentinha vulgar e por pessoas importantes que dão emprego e tal. Você quer comparar um borra-botas qualquer que ganha 400 ou 600 euros por mês ou com um calaceiro que anda para aí desempregado com um grande accionista que recebe 5 ou 10 milhões de dividendos por ano, ou com um administrador duma grande empresa ou de um banco que ganha, com os prémios a que tem direito, uns 50, 100, ou 200 mil euros por mês. Não se pode comparar.
- Mas, e os nossos Governos aceitam uma coisa dessas?
- Os nossos Governos, os nossos Governos... mas o que é que os governos podem fazer? Por um lado, são, na maior parte, amigos dos banqueiros ou estão à espera dos seus favores, de um empregozito razoável quando lhes faltarem os votos. Em resumo, não podem fazer nada, senão quem é que os apoiava?
- Mas oh que porra de gaita! Então eles não estão lá eleitos por nós?
- Em certo sentido, sim, é claro, mas depois... quem tem a massa é que manda. Não viu isto da maior crise mundial de há um século para cá? Essa coisa a que chamam sistema financeiro que transformou o mundo da finança num casino mundial como os casinos nunca tinham visto nem suspeitavam e que ia levando os EUA e a Europa à beira da ruína? É claro, essas pessoas importantes levaram o dinheiro para casa e deixaram a gentinha que tinha metido o dinheiro nos bancos e nos fundos a ver navios. Os governos, então, nos EUA e cá na Europa, para evitar a ruína dos bancos tiveram que repor o dinheiro.
- E onde o foram buscar?
- Onde havia de ser!? Aos impostos, aos ordenados, às pensões. Donde é que havia de vir o dinheiro do Estado?...
- Mas meteram os responsáveis na cadeia?
- Na cadeia? Que disparate. Então, se eles é que fizeram a coisa, engenharias financeiras sofisticadíssimas, só eles é que sabem aplicar o remédio, só eles é que podem arrumar a casa. É claro que alguns mais comprometidos, como Raymond McDaniel, que era o presidente da Moody's, uma dessas agências de rating que classificaram a credibilidade de Portugal para pagar a dívida como lixo e atiraram com o país ao tapete, foram passados à reforma. O Sr. McDaniel é uma pessoa importante, levou uma indemnização de 10 milhões de dólares a que tinha direito.
- Oh Sôr Antunes, então como é? Comemos e calamos?!
- Isso já não é comigo, eu só estou a explicar...

Ecos da blogosfera – 21 Set.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Curso de “Ciências da Complexidade?” Nem obrigado!

“Estrelas” - Obra de M. C. Escher
José Morgado, coordenador da área educacional do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), disse ao i que "há cursos que condenam os jovens ao desemprego" e por isso "é muito importante que os jovens tenham acesso à informação, não só sobre as áreas com mais empregabilidade, mas também sobre o curso de cada faculdade".
Apesar de um mesmo curso existir em vários estabelecimentos de ensino superior, o psicólogo avisa que "não se pode pôr tudo no mesmo saco", porque "há cursos que não têm qualidade, são completamente inúteis e enganam as famílias". A culpa? Para José Morgado é do Ministério da Educação, que se "demitiu de controlar as escolas do ensino superior", uma demissão "negligente e terrorista", ao deixar que as escolas de ensino superior proliferassem de norte a sul do país "sem controlo" nem fiscalização dos cursos que cada uma oferece. "Criam-se cursos, dão-se nomes diferentes, mas no mercado de trabalho o impacto será diferente." A título de exemplo, o professor faz notar que tirar um curso de Ciências da Paisagem não é a mesma coisa que ter uma licenciatura em Arquitectura Paisagista. E questiona: "O que é que um tipo formado em Ciências da Paisagem vai fazer? Vai para o desemprego." O docente do ISPA confessa ainda ter ficado perplexo ao encontrar cursos como o de “Ciências da Complexidade” na lista da oferta formativa.
Em Portugal há 1.181 cursos distribuídos por 271 estabelecimentos de ensino superior. Só em Lisboa contam-se 75 escolas diferentes, somando universidades e institutos politécnicos. José Morgado lança um alerta: "Não podemos deixar que as escolas proliferem e formem pessoas de uma área que não é necessária", contribuindo para o aumento do desemprego, que se situa acima dos 12%. E lembra que "Portugal não tem qualificação a mais, tem é mercado a menos".
Em Junho entregou no parlamento um programa de reorganização da rede pública de instituições de ensino superior, adequando a oferta formativa à procura e às necessidades do país.
O tema/problema é motivo de muita conversa, há muito tempo, mas fazer por alterar a situação, nada!
Poder-se-ia escrever muitas coisas sobre o tema, mas o professor já pôs o dedo em quase todas as feridas, só não abordou as razões (causas) da manutenção desta negligência terrorista, que confina ao ministério, mas que deve ter fontes e afluentes, que lá desaguam, por “razões” que a própria razão desconhece…
Mas também se não houvesse estes cursos, quantos deles esotéricos, onde se formariam os nossos “doutores”, que depois nos governam, a todos os níveis do poder? E dos atuais, nenhum terá tirado o tal curso de Ciências da Complexidade? E não será urgente?
Em contrapartida, talvez fosse mais urgente a criação de um curso de Ciência da Simplicidade, quer para a desmontagem das complexas políticas adotadas, quer para uma limpeza da retórica explicativa tão complexa…

Contramarés sem contrapé… 21 Set.

A China “está a comprar a Europa”, replicando a estratégia seguida em África, alerta um estudo europeu divulgado em Pequim. A Europa não é uma fonte de matérias-primas, mas “possui tecnologias avançadas que interessam à China” e “necessita de dinheiro a curto prazo”, o que a China possui em grande quantidade.
“Os europeus não devem culpar a China por aproveitar a oportunidade para expandir a sua influência dentro da Europa. Devem, antes, unir-se para que as empresas europeias possam competir na China da mesma maneira que as companhias chinesas competem na Europa”, preconiza o estudo.

Ou, ou, ou a PENA DE MORTE prematura e dolorosa…

Um grupo de paramiloidóticos entrega hoje na Assembleia da República (AR) uma petição a exigir a prescrição imediata do Tafamidis, um fármaco que evita o transplante hepático.
Rui Antunes, um dos oito mil subscritores da petição, explicou que o documento visa "alertar o poder político, os hospitais e o Infarmed para a necessidade de autorizarem, imediatamente, este medicamento que vai evitar, numa primeira fase, o transplante a 100 doentes".
Com a designação comercial de 'Vyndaqel', o fármaco já foi aprovado, em julho, pela Agência Europeia de Medicamentos, mas agora a Comissão Europeia e Portugal, através do Infarmed, terão de validar esta aprovação.
Apesar de dizer que já não há questões técnicas que impeçam que os doentes com paramiloidose tomem o Tafamidis, Teresa Coelho, directora da Unidade de Paramiloidose do Hospital de Santo António, no Porto, recordou que o fármaco é extremamente caro.
Teresa Coelho, a principal responsável pelo estudo que permitiu o desenvolvimento do Tafamidis, indicou que as “questões podem ser financeiras ou burocráticas” e que “não há questões técnicas para atrasar a possibilidade de os doentes tomarem o medicamento”.
Contudo, esta especialista recordou que o hospital onde trabalha não pode pedir uma autorização especial para tratar os doentes, pois não está em condições para pagar a factura. “No caso concreto deste medicamento, o preço que sabemos que está a ser praticado em França é completamente assustador. São 135 mil euros por ano, por doente, ou seja, são mais de 11 mil euros por mês para tratar o doente”, adiantou.
Pelo que sei, ou transplante do fígado, ou “Tafamidis”, ou a morte prematura, lenta e dolorosa.
Transplantes, o ministro da Saúde quer reduzir;
O fármaco é muito caro;
A morte é a solução!?
Mas, na prática, não foi Portugal o primeiro país da Europa e do Mundo a abolir a pena capital e não foi o primeiro Estado do Mundo a prever a abolição da pena de morte na Lei Constitucional, após a reforma penal de 1867?

Ecos da blogosfera – 20 Set.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Antigas SCUT, novos CONTRATOS, mais PREJUÍZOS!

As ex-SCUT (vias sem custos para o utilizador) só vão gerar receitas superiores aos encargos a partir de 2025 e até lá vão gerar necessidades de financiamento no valor global de 4.433 milhões de euros, segundo consta de um relatório de auditoria da Inspecção-Geral das Finanças, que resultou de uma análise feita entre Setembro de 2010 e Junho de 2011, com o objectivo de analisar a sustentabilidade económica e financeira da Estradas de Portugal (EP).
No entanto, já a partir de 2013, nas ex-SCUT Costa de Prata e Norte Litoral, os proveitos previstos superam os encargos, atingindo, naquele exercício, 9.207 milhões de euros e 257 mil euros, respectivamente.
Em causa estão 7 contratos de concessão em regime SCUT: Beira Interior, Algarve, Costa de Prata, Interior Norte, Beiras Litoral e Alta, Norte Litoral e Grande Porto.
Em 2008 e 2009, o Estado suportou encargos de 533,7 milhões e 539,9 milhões de euros, respectivamente, com as concessões em regime SCUT.
É público, que com a introdução das portagens nas SCUT e depois da revisão dos contratos com as PPP, o Estado ficou a perder com o negócio.
Como se regista, em 2008 o Estado “perdeu” 533,7 milhões e em 2009, 539,9 milhões de euros, faltando saber quanto “perdia” nos anos anteriores para podermos confirmar, ou não, se realmente o que pesou nos bolsos dos utilizadores, mais os prejuízos colaterais, teve repercussões positivas na bolsa do Estado, ou houve quem beneficiasse com a medida. Provavelmente o relatório diz tudo e por isso não adianto qualquer juízo.
No entanto, sendo utilizador da A28 e não tendo visto quaisquer trabalhos que possam ter gerado qualquer despesa, fico a perguntar-me de onde vem o prejuízo anunciado, o que me conduz naturalmente ao 1º parágrafo. A mesma questão deve ser colocada a todas as outras SCUT, para se saber de onde vem os prejuízos, o que a notícia devia escarrapachar, em vez de nos dar o tempo de vida da EP, que no caso das SCUT nem prega um prego, porque para isso estão lá as PPP. Mas, o tal relatório sublinha que o agravamento da situação financeira da EP está relacionado com o pagamento das subconcessões contratadas nos últimos três anos. Parabéns!
Mas nesta coisa das “vias sem custos para o utilizador” (SCUT), o que deve ser questionado, sempre, é por que se há de pagar o que já estava pago, pela CEE e por nós todos, e por que pode haver terceiros, privados, que ganharam direito a fazer negócio à custa do que é público!
Talvez esteja aqui a resposta:
As SCUT são o pior exmeplo das parcerias público-privadas. É o que revela um relatório elaborado a pedido da troika, que identificou as áreas mais passíveis de corrupção em Portugal. Entre elas, as parcerias público-privadas são a principal fonte de desperdício e má gestão de recursos públicos. As SCUT são, de resto, o pior exemplo com contratos ruinosos celebrados entre o Estado e as concessionárias. Os autores do documento recomendam a renegociação dos montantes, acompanhada por uma comissão especial.
Táva-se mesmo a ver…
O presidente da Junta da Andaluzia, José António Griñan, alertou que a introdução de portagens na Via do Infante (A22) pode ter "repercussões negativas" nas relações transfronteiriças, numa carta enviada ao homólogo da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve.
Apesar de não se opor à introdução de portagens, que disse "integrar a política de contenção de despesa e de aumento de receitas do Governo português", Griñán advertiu na missiva que a medida "poderá ter uma repercussão negativa no plano económico e social, prejudicando assim o grande trabalho que estas regiões vêm realizando".
Este é um dos muitos prejuízos colaterais da cobrança, que como se vê (no norte as reações espanholas começaram há um ano) interfere na economia que tanto se quer valorizar e incentivar, mas que fica pelo paleio.

Contramarés sem contrapé… 20 Set.

Apesar das medidas de austeridade, o PSD recolhe 43% das intenções de voto, o que supera os 38,66% das legislativas de junho. O PS melhora para 33%, o CDS-PP cai para 6%, a CDU consegue 7% e o BE sobe para os 6%.
No que respeita à avaliação do Governo, 31% dos inquiridos considera que a sua atuação é «boa», enquanto 30% classifica-a de «má» e 16% de «muito má».

Um verdadeiro social democrata! E é português!

Mira Amaral defende cortes nos salários ou aumento dos horários
Cortes nos salários ou aumento dos horários de trabalho foram soluções hoje apontadas por Mira Amaral para aumentar a competitividade da economia portuguesa, que negou que a saída da zona euro seja uma solução para Portugal. O ex-ministro da Indústria e da Energia de Cavaco Silva defendeu também a extinção de serviços públicos "socialmente inúteis" com o Estado a pagar a funcionários públicos para ficar em casa.
"Em vez de sair do euro, que não seria uma solução mas um grave desastre, acho que de mais bom senso seria uma redução parcial dos salários nominais ou um aumento dos horários de trabalho", afirmou o antigo ministro da Indústria e da Energia de Cavaco Silva, acrescentando que uma "redução da Taxa Social Única" paga pelas empresas também teria os mesmos efeitos.
Já a saída de Portugal da União Económica e Monetária (UEM) não é solução para Mira Amaral já que implicaria uma desvalorização de "40 ou 50% da moeda" e, logo, uma diminuição dos salários reais na mesma proporção.
Estado devia pagar para os trabalhadores ficarem em casa



O ex-ministro de Cavaco Silva defendeu a extinção de serviços públicos "socialmente inúteis" com o Estado a pagar a funcionários públicos para ficar em casa já que isso significaria poupança para o setor público, considerou.
"Se há serviços socialmente inúteis devem ser extintos, isso significa despesa poupada", disse o ex-ministro, afirmando que há um "estado paralelo" que se mantém "só porque não se pode despedir funcionários públicos".
Quanto ao que fazer com os trabalhadores integrados nesses serviços, o atual presidente do banco BIC defendeu que o Estado continue numa primeira fase a pagar os salários como se estes estivessem a trabalhar.
"É melhor pôr os funcionários públicos em casa com salários e depois o Governo ir negociar com os sindicatos o futuro dos trabalhadores, seja rescisões por mútuo acordo seja reciclagem para integrarem outros serviços", acrescentou. Para Mira Amaral, se esta decisão não for tomada "é todo o Estado Social que é posto em causa" com repercussões para os "mais pobres".
O empresário considerou ainda que, caso estes organismos não sejam extintos, vai ser preciso "cortar em funções essenciais do Estado" uma vez que "o dinheiro não chega para tudo”.
Mira Amaral deu como exemplo de uma "medida excelente" a mobilidade especial dos governos de Sócrates, lamentando que tenha sido "pouco aplicada".
Como é que ninguém se lembrou disto antes? Nem os que defendem tanto o Estado Social e os “mais desfavorecidos”?
O homem até já foi ministro do Trabalho e da Segurança Social e duas vezes ministro da Indústria e da Energia (mas o Cavaco perdeu as eleições e…), comprou o BPN (por tuta e meia) só para que todos os trabalhadores não fossem para o desemprego (que tem que lhe agradecer) e é o mesmo homem que luta contra a irresponsabilidade e a demagogia (de se taxar os ricos)…
É Mira Amaral, social democrata (centro esquerda, ou centro direita?) e é português… mas "não diz a bota com a perdigota"!
Mira Amaral diz que imposto sobre ricos é "irresponsabilidade e demagogia"
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Pois! Depende das (o)posições!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Ufff! Acabaram e já não perde mais! Só em 2013…

A população alemã votou e confirmou as previsões: Angela Merkel está a perder a confiança do eleitorado germânico.
Tanto o seu partido cristão democrata (CDU) como o seu parceiro de coligação, os Democratas Livres, perderam terreno e votos nas eleições regionais realizadas em Berlim, que transparecem as escolhas a nível nacional.
Resultados finais:
Sociais-democratas: 28,3%
CDU (de Merkel): 23,4%
Verdes: 17,6%.
Partido Pirata: 8,9%
Democratas Livres: 1,8%

Mais uma alegria com mais uma derrota d’ELA e sem comentários adicionais aos que já fiz aqui: Só ganhou 1 regional em 6 e quer a taça Europeia?

Contramarés sem contrapé… 19 Set.

O Governo está a estudar cenários para reduzir os custos na construção da linha de alta velocidade.
Passos Coelho já decidiu que o projeto da alta velocidade é mesmo para avançar.
A pressão internacional, tanto de Madrid como de Bruxelas, pesou na decisão e Portugal será o primeiro país do mundo que terá um TGV em via única.

Processados devem ser os POLÍTICOS e não os países!

Luc Frieden, disparando contra os países devedores
O ministro das Finanças luxemburguês, Luc Frieden, admitiu que os países que desrespeitam os limites da dívida possam ser processados pela justiça europeia, à semelhança das empresas que desrespeitam as regras da concorrência.
"As empresas que não respeitam o direito concorrencial são penalizadas pela Comissão Europeia e processadas no Tribunal Europeu de Justiça. É para isso que devemos tender no seio da união monetária", disse o ministro, no final da reunião de ministros das Finanças em Wroclaw, na Polónia. "Devemos dotar-nos de melhores instituições que garantam o respeito pelas regras" dentro da zona euro, afirmou, respondendo a uma questão sobre o agravamento da crise da dívida.
Hoje em dia não bicho careta que se preze, sendo ministro das Finanças, ou não, a mandar uns “bitaites” sobre a solução da crise, nem que seja através de normas, ou leis, que é o mesmo que dizer, no papel.
E lá vem mais um palpite, de um país rico (à custa do trabalho dos emigrantes), com um território 2,8% do nosso e mais ou menos a população de Lisboa (505.500), com mais uma proposta, descontextualizada de qualquer visão holística do problema, o que me leva a dizer-lhe:
“Sr. Luc Frieden, ao admitir que os países que desrespeitem os limites da dívida possam ser processados pela justiça europeia, à semelhança das empresas que desrespeitam as regras da concorrência, está a falhar em 3 coisas:
1º - As dívidas não tem todas a mesma causa, nem as mesmas premissas, o que permite avaliá-las (e procurar as soluções específicas), mas não permite julgá-las, muito menos tratando-se de “parceiros”;
2º - A levar a ideia avante, quem deverá ser julgado, não são os países, mas os seus governantes, nos quais se tem que incluir, com todas as consequências de um julgamento em tribunal, porque não são os cidadãos dos países (quase sempre enganados pelos políticos) que desenham os Orçamentos, implementam as medidas e conseguem (ou não) os resultados esperados, muitas vezes por razões imprevistas e exógenas;
3º - Finalmente, os Estados não são empresas, exatamente porque os acionistas dos Estado não tem poder de decisão, muito menos repartem lucros, como acontece nas empresas quando desrespeitam as regras da concorrência, nem se percebe por que há-de haver concorrência entre Estados “parceiros” em vez de colaboração. E quando diz que devemos dotar-nos de melhores instituições que garantam o respeito pelas regras, está-se a esquecer de um pormenor, que é a DEMOCRACIA, talvez toldado pela sua ideia de Estado/empresa.
Mas se assim fosse, Sr. Luc Frieden, a sua proposta devia ir mais longe, dentro da tal visão holística, porque teria que propor o julgamento dos causadores da “BOLHA” americana e das consequentes “bolhas” europeias, de quem nos impingiu o euro para os produtos, mas não para os salários, das empresas 
aldrabonas de rating, dos bancos e dos banqueiros colaboracionistas, dos assediadores do consumo, dos especuladores anti sociais do mercado financeiro, dos governantes que não regulam, nem taxam as atividades especulativas e bolsistas, de permitirem a existência dos offshores, dos ditadores, dos fazedores de guerras, dos reconstrutores dos territórios destruídos e de tanto malandro que está na origem das tais dívidas, de que não são os países (territórios com população), que diretamente as geram…
Ainda a 12 de Julho deste ano, à entrada para o conselho de ministros das Finanças o Sr. dizia: “Nenhum país estará em risco se a zona euro e a União Europeia estiverem unidas”. Portanto, são vocês, OS POLÍTICOS, os únicos responsáveis pela crise e são vocês que tem de ser julgados e condenados, ou louvados pelo vosso desempenho técnico e político, enquanto nossos representantes, mas sem “carta branca”!
Passe bem e dê graças por ter mais de 10% de portugueses a contribuir para o vosso sucesso e esperamos que os tratem com o respeito que merecem, pelo mérito que tem e já vos demonstraram.”