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sábado, 30 de abril de 2011

A Lusofonia dá algum a alguns, e para nós nada?

As trocas comerciais entre a China e a lusofonia aumentaram 35,3% até março face a igual período de 2010 para 15,8 mil milhões de euros, indicam os dados da alfândega chinesa.
As estatísticas divulgadas pelo Gabinete de Apoio ao Secretariado Permanente do Fórum Macau indicam que o gigante asiático comprou, entre janeiro e março, aos 8 países de língua portuguesa produtos no valor de 10,8 mil milhões de euros, mais 34,7% do que no período homólogo de 2010 e por outro lado, as exportações da China para a lusofonia atingiram os 5.000 milhões de euros, o que representa um aumento de 36,6% por cento em relação ao primeiro trimestre de 2010.
O Brasil é o principal parceiro económico da China, Angola é o segundo e Portugal, o terceiro, no âmbito da lusofonia.
A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como a sua plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum Macau que reúne ao nível ministerial de 3 em 3 anos.
Quer se goste, que não, a China teve olho para utilizar a Lusofonia em proveito próprio, com a plataforma de Macau, onde durante séculos o português não entrou, mesmo sob o nosso domínio. Numa perspectiva “pragmática” e com o ingrediente da língua portuguesa, toca a comercializar com a CPLP, tirando sempre proveito (económico), exportando mais do que importa, apesar de ir aumentando as importações.
E os países da CPLP, que tem a ´”propriedade” da língua, lá vão cantando e rindo a ver o negócio passar…
Os Mercados internacionais representam 30% do negócio da Brandia Central (mercado da publicidade), mas a agência espera crescer conquistando terreno nos países emergentes e da lusofonia.
Com o lançamento da Brandia Central no Brasil, começámos o processo de internacionalização porque a empresa é muito grande para a nossa realidade, já que somos a maior empresa em Portugal em número de pessoas. Por outro lado, o mercado nacional é muito pequeno.
O maior país da lusofonia está em franco crescimento, Angola que também sofreu com a crise começa a retomar, Moçambique está numa fase de expansão enorme. Na Europa há mercados emergentes que têm uma necessidade absoluta daquilo que sabemos fazer. Temos de aproveitar a lusofonia, os mercados emergentes e avançar.
Até os privados lusos (poucos) já descobriram o “filão” da Lusofonia na área do comércio e do trabalho, o que não acontece com o Estado português, que deveria ter tido a ideia e explorá-la, na expansão das fontes de trocas comerciais, mas…
Será a isto que se refere quem fala na diversificação de mercados?
Será por isto que o Eça se referia aos homens inteligentes?
Será que a Lusofonia é só livros?
Se a Lusofonia dá algum a alguns, porque não aproveitamos nós alguma coisinha?

Os Homens Inteligentes? Ora Eça!

“A Rádio Vaticano não fala a verdade!”

O Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD), segundo informa a agência AsiaNews, advertiu ontem que a persistência dos aumentos, agregada ao crescimento dos preços dos combustíveis provocado pelos protestos em muitos países do Oriente Médio e do Norte da África, pode gerar uma forte inflação, além de mergulhar uma dezena de milhões de pessoas na pobreza e reduzir o crescimento económico previsto para a região.
Changyong Rhee, economista-chefe do BAD, observou que, embora a maioria das economias asiáticas tenha superado a crise financeira global dos últimos anos, esses grandes aumentos atingem "as famílias pobres nos países em desenvolvimento da Ásia, que já gastam mais do que 60% de sua renda em alimentos" e que isso reduz a possibilidade de essas pessoas pagarem as despesas médicas e de educação para os seus filhos.
Um aumento de 10% nos preços dos alimentos que pode levar à pobreza mais 64 milhões de pessoas. Nos últimos 12 meses, o preço do milho aumentou 90%, e a soja 40%. Significativo também o aumento do preço do arroz.
Essas altas de preços são, em parte, provocadas pelas condições meteorológicas adversas e desastres naturais que atingiram em 2010 a produção de alimentos, tais como incêndios e inundações no Paquistão, na Rússia e na Ucrânia. Outras causas importantes são os fatores estruturais, tais como a baixa do dólar e o aumento do preço do petróleo.
Apesar de a notícia ser de uma agência asiática e de o responsável pela análise sobre os preços dos alimentos ser o economista-chefe do Banco Asiático de Desenvolvimento, esta notícia é divulgada no site da Rádio Vaticano e por isso dá-lhe aval.
Pois bem! É notório que nas causas apontadas pelo economista-chefe do BAD para os aumentos dos preços dos alimentos e a sua volatilidade, não constam as razões imputadas ao Mercado e consequente especulação, cega, surda e muda, que todos os relatórios e estudos realizados e divulgados por entidades internacionais, que aqui tenho publicado e a que faço referência, apenas a 5, mas há mais.
Que o Sr. Banqueiro omita estas razões, ainda se compreende, embora possamos classificá-lo como incompetente.
O mesmo não poderemos pensar da Rádio Vaticano, que intitulando-se como “A voz do Papa e da Igreja em diálogo com o mundo” ao fazer eco de uma notícia claramente manipuladora, porque omissa, acaba assim por PECAR POR OMISSÃO, o que é grave e até poderá ser "mortal"...

ESPERANÇA REPETIDA

Rejeito em mim
O peso das palavras descontentes
Aquele que nos tira o sono e o engenho
De ultrapassar esta cortina
Urdida em nevoeiro
Que se abateu aos poucos
E hoje cobre por inteiro
O meu País
Meu campo por lavrar
Desprovido de espigas e sementes.

O Homem
Não soube semeá-las
Não houve Primavera
Só Inverno
A governar sozinho o calendário.

Mas é no tempo
Nesta raiz de espera
E de tormento
Que celebramos
O Sol da Liberdade.

Dela não retiramos o pão
Não distribuímos a riqueza
Mas respiramos
A vontade e a certeza
De repetir a esperança
De repetir os cravos
Os versos da canção.

Sonhar é atributo
Necessário:
Sonho nem sempre é ilusão.

Os dias hão-de vingar
Vestidos de futuro
Justo, fraterno, solidário
Hão-de chegar
Num outro aniversário.

Celebrá-lo-emos, então
Comparável à árvore
Onde se oferece o fruto
Ao alcance tão-só
Da nossa mão.


Poema de Soledade Martinho Costa
do blogue SARRABAL

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Lá fora somos OS MELHORES, mesmo cá dentro!

Photographer; Vitor Manuel Lamosa de Melo
Nationality; Portuguese
Location of Photograph; Colares-Sintra
Victor Melo, um fotógrafo amador, venceu o concurso internacional de fotografia, o “Urban Photographer of the Year”, com uma fotografia de um artesão tunisino.
O "Urban Photographer of the Year" existe desde 2006 e conta todos os anos com a participação de fotógrafos profissionais e amadores da Europa, Médio Oriente e África.
O júri, composto apenas fotógrafos profissionais e especialistas da área do concurso, promovido pela multinacional norte-americana CB Richard Ellis, escolheu entre as mais de 10.000, a imagem captada pelo fotógrafo Victor Melo, de Coimbra, que mostra um artesão a trabalhar o bronze em Tunis, respondendo ao tema da edição deste ano, “Cidades a trabalhar”.
Victor Melo já teve alguns trabalhos publicados em revistas nacionais e internacionais, organizou exposições individuais e fez algumas campanhas publicitárias e ganhou um safari fotográfico para duas pessoas na Turquia.
Dois outros portugueses foram distinguidos nos melhores momentos das 24 horas: António Manuel Leão Gonçalves de Sousa, da Charneca de Caparica com uma fotografia às 4 horas e Ana Filipa Infante de la Cerda Garin Scarpa, de Santarém, com uma fotografia às 9 horas.
4 horas
Photographer; António Manuel Leão Gonçalves de Sousa
Nationality; Portuguese
Location; Charneca da Caparica
9 horas
Photographer: Ana Filipa Infante de la Cerda Garin Scarpa
Nationality; Portuguese
Location; Santarém

Que mais dizer, senão que, mesmo cá dentro, conseguimos ser distinguidos como os melhores do mundo, enquanto nos querem convencer que estamos no fundo de todas as estatísticas, quando nos arrebanham como grupo, comandado por uns Srs. que não sabem conduzir-nos.
Poderemos concluir que as ovelhas são boas e que os “pastores” é que são foleiros? O contrário é difícil de provar…
Parabéns aos vencedores e obrigado por nos representarem tão bem!
Não deixa de ser irónico que, quanto mais se impinge Matemática, Ciências e Literacia, a área artística vá trazendo uns premiozitos e ninguém fica PISAdo... 

A POBREZA é um disparate e/ou inadmissível? E se for POBREZA INFANTIL?

Ainda ontem dizia eu que não havia notícias sobre a pobreza em Portugal, mas não há fome que não traga mais fome…
A taxa de pobreza infantil em Portugal é de 16,6%, superior à média dos países da OCDE (12,7%) e a 8ª entre os 34 países da OCDE, atrás de Israel, do México, da Turquia, dos Estados Unidos, da Polónia, do Chile e de Espanha, refere um estudo da Organização.
Os otimistas até dirão que desta vez não somos os últimos, estamos num honroso 27º lugar e que há muito boa gente atrás de nós…

Sem surpresa, mas com preocupação, é desta forma que Alfredo Bruto da Costa, presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, reage aos dados da OCDE e sublinha que as crianças são pobres em consequência dos baixos rendimentos dos pais.
Bruto da Costa adverte que não é com uma política de baixos salários que o país aumenta a competitividade. “Cerca de 40% das famílias pobres são famílias de pessoas empregadas. Se são pessoas empregadas, não é por medidas de política social que se resolve o problema destas famílias, é um problema de política económica: eles são pobres porque os salários são baixos, incomportáveis para as pessoas viverem normalmente. Qualquer tentativa de aumentar a competitividade do nosso país através de salários baixos é completamente inviável, é um disparate”, disse.
Bruto da Costa aponta algumas opções estratégicas para o desenvolvimento social e económico: “em matéria de tecnologia, em matéria de organização, em matéria de encontrar novos mercados, novos produtos, é por aí que podemos arranjar mais empregos e mais rendimentos para as famílias mais pobres”.
Os especialistas já nem ficam surpreendidos, fazendo quatro raciocínios simples:

  • As crianças são pobres, porque os pais ganham mal;
  • Os pais ganham mal, porque o salário dos que trabalham não chega para a sobrevivência;
  • Os salários são baixos por causa da concorrência e
  • E a concorrência, por esta via é um disparate!
Está-se mesmo a ver… 
Taxa de pobreza infantil é “inadmissível”
Dulce Rocha, presidente executiva do Instituto de Apoio à Criança (IAC) sublinhou que a taxa reflecte o estado do país, “com muitas dificuldades em se conseguir alcançar o desenvolvimento, apesar de ter melhorado” e defende a necessidade de “criar formas inovadoras de redistribuir os rendimentos na sociedade”, para quem a situação é “preocupante”.
A presidente executiva do IAC reconheceu que tinha a ideia de que Portugal tinha uma taxa de pobreza infantil muito elevada, mas classificou de “inadmissível” que quase 20% das crianças vivam nestas circunstâncias e por isso sugere um debate sobre esta situação e uma contínua aposta na educação.
As voluntariosas acreditam que as coisas melhoraram, mas nem imaginavam que a coisa estivesse tão ruim e acreditam que poderão ser implementadas formas inovadoras de redistribuir os rendimentos na sociedade… Utopia e siga o baile!
Foto

Ecos da blogosfera – 29 Abr.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Quem vê o jogo de fora AVISA: há BATOTA!

Com o dedo apontado à ‘troika’ que está em Portugal a negociar o resgate financeiro, o atual presidente do PS Europeu acusa-a de ter "esquecido o que é a flexissegurança", preparando-se para tentar destruir os mecanismos sociais de proteção dos trabalhadores portugueses.
"Por isso, receio que a pressão da UE e do FMI vá no sentido de desmantelar a proteção dos trabalhadores, de questionar os mecanismos de negociação coletiva. E, deixe-me dizer, eu desaconselharia profundamente a UE e o FMI a exigir a Portugal que acabe com a negociação coletiva", afirmou Rasmussen.
Apontando o exemplo da Dinamarca, Poul Rasmussen lembra que "a negociação coletiva é parte fundamental da moderna democracia e basta olhar para a Escandinávia, para o meu país. Nós temos tido acordos coletivos em todos os anos desde 1945 e somos uma das economias mais fortes da Europa. A Alemanha tem também acordos coletivos”.
“Por isso, penso que [a "troika"] tem de dizer: vamos para boas negociações com Portugal, vamos olhar para a economia, mas vamos perceber que os acordos coletivos vieram para ficar", sublinhou o líder socialista. O pacote das medidas da ‘troika’ deverá ser apresentado até ao início da próxima semana.
Equipa portuguesa tem de ser dura
É um Rasmussen muito preocupado com a mais que certa obliteração dos direitos dos trabalhadores, que aconselhou os parceiros portugueses, que estão no Terreiro do Paço sentados à mesa com a equipa internacional, a serem duros na negociação das condições que vão acompanhar o resgate financeiro: "Quando se ouve a Comissão Europeia a falar convosco, com Portugal, esse não é o meu caminho. Vocês precisam de negociar e de ser duros nas novas negociações”.
“Há que perceber que não enfrentamos uma ditadura do FMI e da UE, são é negociações duras sobre o resgate e sobre as condições para receber a ajuda e auxílio", sublinhou o pai da flexissegurança, para deixar uma palavra em matéria de “investimento”.
Fazendo notar que este foi um capítulo ignorado nas conclusões da Cimeira Europeia de Chefes de Estado e de Governo de março passado, Poul Rasmussen sustenta que não são os cortes, mas maiores níveis de investimento, que poderão voltar a colocar Portugal numa rota de crescimento.
"Se olharmos para os últimos acordos da cimeira, a palavra não é referida. Para voltar a fazer Portugal crescer, o importante é o investimento e a educação, para aumentar os níveis de competência que permitam a criação e a aceitação de novos empregos. Quanto mais se fizer em termos de crescimento e investimento, mais se pode fazer no setor da educação e das qualificações: o nível de vida será melhor", apontou.
Nesta linha, que Rasmussen diz ser aquela preconizada pelo Partido Socialista Europeu, "Portugal, Dinamarca, a Europa, não deveriam competir com base nos baixos salários, deveriam competir com base na melhoria das nossas qualificações. Essa é a grande ideia". "Deveríamos sair da crise através do investimento, em vez de através de cortes", resumiu.
Conservadores "tramaram" Portugal
Numa análise das dificuldades com que se defronta Portugal, Poul Rasmussen encontrou culpas na especulação dos mercados financeiros: "Portugal foi atacado por ataques especulativos dos mercados financeiros. Na realidade, há aqui um dilema: por um lado temos uma verdadeira democracia em Portugal, tal como na Irlanda, tal como na Grécia, tal como em Espanha, uma verdadeira democracia, com governos eleitos, por outro, há um pequeno número de especuladores a atacar a economia portuguesa e um pequeno número de agências de 'rating' que avaliam as nossas democracias sem nós termos influência. Não é justo".
Mas Rasmussen não poupa os conservadores que ocupam as cadeias de comando europeias, que acusa de apontarem um único princípio às economias dos 27: austeridade.
"A Europa está nas mãos erradas. Temos uma maioria conservadora no Parlamento Europeu, no Conselho da Europa, na Comissão Europeia, e esta combinação está a pressionar Portugal de forma muito, muito pesada. E eles só pensam numa coisa: austeridade, austeridade, austeridade. Vocês estão a tentar fazê-lo de forma que seja justa e que salvaguarde o futuro", acusou, considerando que "Portugal foi prejudicado pela maioria conservadora na Europa”.
Publico esta entrevista, que tem link no post anterior, para quem teve preguiça de a ler no jornal não perder a oportunidade de a ter escancarada aqui, já que o conteúdo é tão importante, para a compreensão do problema e para a solução das dívidas.
Havendo duas linhas de força nesta questão, uma que defende austeridade e outra que pugna pelo crescimento, Poul Rasmussen posiciona-se convictamente contra a política de austeritarismo, coerente com a sua divisa, “O Povo primeiro”, dando razão à corrente de tantos economistas portugueses que a classificam de desastrosa e comprometedora do nosso futuro, sem que ninguém os tenha ouvido.
Agora que alguém fala da cátedra, talvez os outros fiquem com dúvidas e comecem a pensar, que a Economia tem mais do que uma MISSÃO, porque tem mais do que uma VISÃO, incluindo a dos interesses…

O país mais feliz do Mundo


Partidos! Estamos “troikados” e mal pagos…

A 'troika' que negoceia com Portugal as condições para o resgate financeiro vai tentar destruir os mecanismos sociais de proteção dos trabalhadores portugueses, considerou o antigo primeiro-ministro dinamarquês Poul Rasmussen e criador da flexisegurança.
Economista, atual presidente do Partido Socialista Europeu e, enquanto primeiro-ministro da Dinamarca, entre 1993 e 2001, o primeiro a adaptar a nova forma de regular as relações laborais - com mais flexibilidade para contratar, despedir e organizar o trabalho em troca de medidas compensatórias de proteção do trabalhador e dos desempregados - Rasmussen mostrou-se pessimista face ao futuro das relações laborais em Portugal.
A 'troika' da CE, do BCE e do FMI "esqueceu-se do que é a flexisegurança", acusou Poul Rasmussen, culpando o que chama de "maioria conservadora" na Europa e nas instituições comunitárias.
Poul Rasmussen, o antigo primeiro-ministro dinamarquês que adotou as políticas laborais da flexisegurança, disse que este mecanismo falhou porque os governos conservadores europeus manipularam o conceito para prejudicar os trabalhadores.
“Eu vejo o meu bebé a ser manipulado e incompreendido. Vejo o presidente Sarkozy, em França, a falar só da flexibilidade e a esquecer tudo sobre a segurança, e o mesmo se passa com a maioria conservadora na Europa”, afirmou Rasmussen.
“Fui eu que tomei a iniciativa de criar um mercado laboral moderno, justo e flexível. E o que eu tenho visto na Europa é que a maioria dos Governos europeus, conservadores, adoram a palavra flexibilidade mas esqueceram-se da palavra segurança”, acrescentou.
Quase nem vale a pena fazer qualquer comentário, de tão elucidativa que é a explicação e a denúncia do que se passa e passará, não só em Portugal, mas também na Europa e no mundo, no que respeita aos direitos de quem trabalha.
Quando a ideia surgiu, foi bastante contestada (e deverá continuar a ser), mas agora entende-se que havia duas componentes, uma a flexibilidade (para sempre), outra a segurança (temporária), que acabava por criar instabilidade, mas pelos vistos a coisa foi mal interpretada, ou apagaram uma palavrinha e ficou esta bagunça, que cria desemprego, ou em troca, salários tão baixos que não permitem sair-se da pobreza. Enfim, UMA FRAUDE maior do que se pensava…
Ora toma! E assim se poderá angariar mais adeptos para termos “Mais Sociedade”, desde que leiam todos a mesma cartilha.
Viva a Europa, a coesão europeia, os credores amigos, as ajudas externas e mais tudo o que os Partidos ponham nos programas eleitorais, para reforçar o que é mau, qed
 Para mais comentários e uma visão mais limpa, leia a entrevista de Poul Rasmussen:

Se a coisa doer, diga como no norte: Pqp!

Numa situação de dor, dizer palavrões ajuda a suportar o sofrimento, na medida em que são libertadas substâncias que actuam como analgésicos. Investigadores da Universidade de Keele, no Reino Unido, concluíram que dizer palavrões pode ter um efeito de alívio perante a dor, especialmente em pessoas que não praguejam frequentemente.
"Praguejar provoca uma resposta emocional", afirma Richard Stephens, que conduziu a investigação, sublinhando que dizer palavrões promove a libertação de endorfinas analgésicas.
No entanto, o estudo demonstra que, para tirar o máximo de benefícios deste analgésico natural, é necessário guardar os palavrões para quando são mesmo necessários – quando estamos perante um cenário de dor genuína. Nestes casos, praguejar numa situação de dor revela-se até 4 vezes mais eficaz.
"A vantagem de praguejar como uma resposta à dor, apenas é encontrada antes da chegada da intervenção médica, ou no caso de ferimentos menores", explica ainda o especialista.
Está provado por que no NORTE a capacidade de resistência perante a dor que assola o país e a resignação com a mesma, apesar de se dizer que quanto menos se praguejar, mais efeito faz. O que prova, que se o remédio ainda faz efeito por estes lados, é porque não praguejamos tanto, quanto a fama que temos, carago!
Se este estudo chega ao Ministério da Saúde, ou à troika, lá vamos ter mais uns cortes nas comparticipações dos remédios, mas em contrapartida os Laboratórios vão ver os seus ganhos diminuídos, o Estado a receber menos impostos e o desemprego nesta área a aumentar.
Mas, se praguejar como resposta à dor, só funciona antes da chegada da intervenção médica, ou no caso de ferimentos menores, continuamos tramados, porque nem o médico vem, nem os ferimentos que sofremos são pequenos…
E mais uma vez, quem fica a ganhar é o resto do país, que não pragueja, não se sabe se porque não sofre das mesmas dores que nós, ou se é mesmo por educação. Mas se for por Educação, põe-se a questão: o Sistema Educativo não é o mesmo em todo o país, ou os Projetos Educativos das escolas funcionam mesmo?
Por este andar, qualquer dia até o ir à bruxa vai fazer efeito. Ou já fará?

Ecos da blogosfera – 28 Abr.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

“Menos Estado”, logo “Mais Sociedades”!

Já aqui comentei algumas coisinhas de um Grupo de Reflexão, chamado “Mais Sociedade”, empreitada de Pedro Passos Coelho (PPC) encomendada a alguns distintos executivos e economistas do nosso país (e já bastava ter encomendado a Revisão da Constituição a outro Sr., ex-banqueiro na reforma), que de produção propriamente dita, com nada tem contribuído para sairmos da dependência estrangeira, mas o problema é de PPC e do seu partido.
É notório que, pessoalmente não gosto destes estratagemas que aparentam independência e desapego pelo poder, para levar a mensagem, porque vale muito mais o poderio incrustado nesses senhores, com que “involuntariamente” servem.
Nada me move contra nenhum partido, mas habituado a pensar pela própria cabeça, não me inibo de dizer o que possa parecer ser contra algum, como é o caso e até, eventualmente parecer faccioso.
O “Mais Sociedade” tem alguns coordenadores, sendo o mais mediático um tal Carrapatoso, que apesar de se ter posicionado, politicamente, no centro-esquerda, faz propostas (para ajudar o PSd a construir o seu programa eleitoral(?), mas que deve ser entendido como de governo) que nem o Sr. Timo Soini, dos “Verdadeiros Finlandeses” seria capaz de apresentar (ainda).
Correndo o risco de ser injusto, parcial, ou mal informado, porque não li as entrevistas respetivas, quero comentar dois títulos e os dois leads, de dois desses coordenadores e aqui vai:
"Isto não é um problema dos funcionários públicos, é um problema do País todo". Pensionistas e trabalhadores do privado devem contribuir na mesma medida, defende Diogo Lucena, coordenador das propostas na área social do "Mais Sociedade", o movimento de reflexão do PSD.
Até que enfim que alguém vem concordar com o que tenho dito aqui e ainda ontem o repeti, de que sendo a Dívida Externa mais da responsabilidade do Setor Privado, porque é que são os Funcionários Públicos a pagar a crise (e os carrapatosos ficam de fora)?
Só que nesta proposta, não se diz (talvez a entrevista esmiúce) de que modo é que os privados vão contribuir, mas penso que só pode ser através de impostos, porque a cortar salários, como na Função Pública, o dinheirinho iria direto para os bolsos dos empreendedores (antigamente chamados de patrões), sem que o Estado ganhasse algo com a medida.
Ou seja, o submarino é bonito, só não se sabe se flutua… Mas como a ideia vem do coordenador das propostas na área social e depois de muita reflexão do Grupo, é capaz de defender o social…
Mais trabalhoso é o comentário à proposta do Sr. que se segue:
Funcionários públicos podem ser "transferidos" para entidades privadas, juntamente com serviços da Saúde e da Educação.
Apesar de já ter concluído pela simpatia pelo PSd de muitas pessoas, que como eu usam a blogosfera, pelas razões a que cada um tem direito, este Sr., com esta “boca”, veio deixar à rasca os defensores destes novos “argumentos” para incluir tais medidas “estruturais” no programa do partido, porque isto é ultraliberalismo e o proponente deve ter tido como professor o Dr. Pedro Arroja (lembram-se?).
Quem está habituado, por defeito, a ler nas entrelinhas, já tinha concluído há muito que a ideia base para a “reestruturação” política e sistémica de PPC era mais ou menos isto: “menos Estado, melhor Estado”, que é o chavão do neoliberalismo e que significa transferir as obrigações dos Estados para o Setor Privado e deixar o “publicozinho” à mercê dos preços do Mercado. E só por isso se entende que, quer os Srs. da Troika, quer os gulosos nacionais, queiram privatizar tudo o que é Estado, mesmo que tenham prejuízo. Serão burros, ou estarão a fazer de nós burros?
Esvaziando-se o Estado das suas obrigações (sociais) em troca dos impostos que pagamos, que obrigação teremos nós de pagar ao Estado o que quer que seja, se ele não nos dá nada em troca? Se são os Privados que nos vão “tratar da saúde” e “dar-nos educação”, para que servirá o Estado? Passemos à frente, que a conversa seria longa…
A esperteza do Sr. Carrapatoso foi a de chamar os bois pelos nomes, ao por preto no branco, o pensamento de PPC, que já se viu obrigado a vir contrariar estas “coisas” de centro-esquerda… Por um lado até foi bom, porque vai obrigar PPC e o PSd a desdizerem-no e assim atrasarem para outra legislatura tais conceitos e propósitos.
Privatizar a Saúde e a Educação? Mas isto não é acabar com o (insustentável) Serviço Nacional de Saúde e com a (péssima, centralista e ideológica) Escola Pública?
E agora? Quem vai defender estas propostas, que de tão complexas, demoraram tanto tempo a lançar, para ver se acertavam no alvo, com o ARCO?
Nota – Ontem ouvi num debate na TV, um Sr. a falar do ARCO DEMOCRÁTICO. Alguém sabe a que se referia este militante? Ou teremos voltado ao PREC?
As palavras quando atiradas, nunca mais tem volta

Meia dúzia de lembranças, para não esquecer…

Como é previsível, tenho alertas de notícias sobre os vários temas que aqui abordo, um dos quais é a Pobreza.
Em 2010, Ano Europeu contra a Pobreza e Exclusão Social, as notícias sobre a pobreza eram aos magotes, sobretudo acerca de Portugal e lá vinha uma ou outra relativa a outros países.
Entretanto, acabado o ano das “comemorações”, as notícias que recebo dizem respeito quase só ao Brasil e Angola. É curioso, porque tanto quanto vamos sabendo, a pobreza aumentou no país, na razão inversa das notícias, provavelmente porque de tanta fartura (de casos) deixou de ser notícia.
Mas que há pobres, há! E por isso, é de aproveitar esta notícia.
A Cáritas Portuguesa enviou a 16 partidos portugueses, uma carta com 6 medidas de “acção social de base e de criação de emprego”.
As 6 medidas “se forem levadas à prática, poderiam constituir dinamismos acessíveis e pouco dispendiosos de tanto a favor de soluções pontuais como estruturais”, defende a Cáritas Portuguesa. No documento que enviou aos partidos, a organização católica sugere “a mais alta prioridade para as seguintes linhas de acção - modestas sem dúvida e pouco dispendiosas, mas indispensáveis para que a política esteja ao serviço de todas as pessoas e de cada uma”.
A primeira das propostas reside na defesa do Estado Social. “Não nos repugna que os detentores de rendimentos mais altos vejam reduzidos os seus níveis de protecção, durante algum tempo; mas não podemos admitir que sejam sacrificadas as pessoas de mais baixos rendimentos”.
No segundo ponto, a Cáritas aponta para a necessidade de uma rede básica de protecção social que teria por base as pessoas: “as que vivem os problemas sociais, marginalizadas pelo quadro de direitos em vigor e as que, a seu lado, cooperam diariamente na procura de soluções directas e imediatas”. Seriam essas pessoas “mais ou menos organizadas em grupos de voluntariado social de proximidade” que teriam “acesso regular a instituições particulares e aos diferentes organismos públicos especializados nos problemas a resolver”.
Sugere o organismo que não haja apoio financeiro para o funcionamento da Rede mas que haja um fundo de maneio “para as respostas directas, embora provisórias”. O financiamento público seria complementado “pelo das comunidades locais e das instituições e movimentos comprometidos neste serviço”.
A criação de emprego, “sobretudo por cooperativas e empresas privadas de pequena dimensão, em qualquer sector de actividade económica” é outras das propostas. A Cáritas propõe um sistema que difunda as oportunidades de negócio ou de investimento, sem descurar a “formação das pessoas envolvidas, nem o apoio à gestão e ao financiamento, aproveitando as medidas e programas políticos já em vigor e outros que venham a ser adoptados”.
Os últimos dois pontos da carta apontam para o desenvolvimento sócio-local, ou seja, uma rede de protecção social e do sistema social de criação de emprego. “Estas actividades facilitariam a promoção de processos de desenvolvimento em todas as localidades neles interessadas, tendo sempre em conta os problemas de desemprego e outros problemas sociais, bem como as potencialidades do voluntariado e da iniciativa económica”.
Por último, a Cáritas defende “parcerias de corresponsabilidade” para fazer face à “chocante” profundidade e extensão de tantos problemas sociais. Para isso sugerem uma parceria no domínio da habitação, e outra no das propinas e outras despesas escolares. No caso da habitação, dadas as amortizações em dívida por inúmeras famílias, “parece óbvio o imperativo de parceria entre instituições de crédito envolvidas, instituições ou grupos de acção social e serviços competentes das autarquias locais e da segurança social”.

Ecos da blogosfera – 27 Abr.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Pensamento positivo! Otimismo! E Força Portugal!

O mercado publicitário deve aproveitar momentos de contração económica, como o atual, para transmitir “mensagens positivas, otimismo e força” aos consumidores, disse Luís Mergulhão, presidente do Omnicom Media Group, empresa líder mundial nas áreas de publicidade, marketing e comunicação.
E cumprindo as diretrizes estratégicas da maior especialista na matéria, como exemplo de mensagens positivas, otimismo e força, aqui apresentamos 3, das mais recentes:

Uma mensagem POSITIVA: Porque é que a Função Pública tem de voltar a pagar as favas, quando finalmente toda a gente diz que na Dívida Externa, a maior fatia é do setor Privado e não do Estado? Quando é que os privados também pagam a crise de que são corresponsáveis?
Vão enganar o Capuchinho Vermelho!
Uma mensagem de OTIMISMO: Com este grupo partidário, travestido de “grupo de reflexão” da sociedade civil empresarial, está descoberto o brilhante caminho para não temermos pelo futuro das (suas) empresas, que dão trabalho ao povo. Com uma pitada política de centro-esquerda!
Vão enganar os 7 anões!
Uma mensagem de FORÇA: Não perdendo a visão política de centro-esquerda, este grupo de reflexão quer libertar o Estado de ser o principal financiador da inovação e propõe esse papel para o Privado, com uma política fiscal mais favorável (para eles). Está-se mesmo a ver, que os ganhos serão para o Estado e para BEM da NAÇÃO!
Vão enganar os 3 porquinhos!

Quem é o bom, quem é o mau e quem é o vilão?

Gosto dos dois (articulistas) e tenho pena que não estejam do mesmo lado, para bem de todos nós, mas o que restou da “revolução dos cravos” foi esta liberdade de opinião e esta liberdade de imprensa, que só por isso convém deixar aqui espelhada, para que se sinta o cheiro da flor e para que se confirme o espírito editorial do "contra", que passa também pela abertura ao contraditório…
Manuel António Pina, “Jornal de Notícias”, 2011-04-18
Tempos de calamidade como os presentes suscitam sempre o aparecimento de demagogos e oportunistas e de projectos salvíficos de todo o género.
Ainda o país digeria, estupefacto (ou, se calhar, não), o modo como, apenas com a expectativa de um penacho prometedor, foi fácil encher o vazio das ideias de "cidadania" e "participação" em torno de que Fernando Nobre fez a campanha à Presidência da República, já estava a pular para o palco o omnipresente bastonário dos advogados atirando-se, também ele, a políticos e partidos e propondo uma "greve" abstencionista às próximas eleições para os "envergonhar publicamente perante a Europa e o Mundo".
Marinho e Pinto merece a nossa compreensão, mesmo que esgote a nossa paciência. É um "junky" de protagonismo, quando está muito tempo longe dos holofotes entra em carência, afligem-no dores musculares insuportáveis no sistema vocal e as palavras acumulam-se-lhe, ansiosas, na garganta, sufocando-o e forçando-o a correr em desespero para as redacções em busca de um "dealer" de manchetes ou, ao menos, de títulos a duas colunas ou rodapés de noticiários televisivos para "meter para a veia".
É um caso diferente do de Fernando Nobre. O de Marinho e Pinto resolve-se, tudo o indica, com adequada terapia de substituição. O de Fernando Nobre é obviamente incurável, é um cancro terminal dos valores morais; mesmo o cargo de presidente da AR será só um paliativo.
António Marinho e Pinto, “Jornal de Notícias”, 2011-04-24
Comecemos por onde estas coisas devem começar: o escriba que diariamente bolça sentenças nesta página e que dá pelo nome de Manuel António Pina é um refinado cretino. Posto isto, assim, que é a forma honesta de pôr este tipo de coisas, nada mais haveria a dizer. Citando um treinador de futebol dado a elucubrações epistemológicas, “um vintém é um vintém e um cretino é um cretino”. E... Pronto! Estaria tudo dito. Além disso, só se MAP não fosse tão cretino é que valeria a pena mostrar-lhe por que é que ele é tão cretino.
Não costumo responder a cretinos. Mas, correndo o risco de este, como todos os outros, se tornar ainda mais agressivo, vou abrir uma excepção e descer ao seu terreno para lhe responder com as mesmas armas que ele tem usado contra mim, até porque este é um cretino especial, do tipo intelectual de esquerda.
MAP anda, desde 2005, a desferir-me ataques pessoais. O homem tem uma fixação doentia em mim. Incomodam-no muito as minhas posições públicas e sobretudo as denúncias que tenho feito sobre o nosso sistema judicial. Ele nunca se referiu com seriedade ao que eu digo. Prefere atacar-me como pessoa, imputando-me sempre os motivos mais mesquinhos ou os propósitos mais infames.
MAP tem a postura de um medíocre bem pensante, para quem é sempre mais cómodo atacar pessoas em vez de criticar ideias. As pessoas arrumam-se de uma penada, atingindo-as, à falsa fé, com dois ou três adjectivos. Isso dá a essa espécie de cretinos uma ilusória sensação de importância. Os medíocres só se sentem fortes quando humilham os que julgam mais fracos. Discutir ideias ou comentá-las com seriedade é sempre mais difícil porque exige qualidades que não abundam em MAP. Este é um megalómano em permanente ajuste de contas com a sua própria mediocridade intelectual.
Mas, ele é também intelectualmente desonesto, pois interpreta os factos sobre que escreve de modo que as pessoas concluam algo diferente do que eles realmente significam. A título de exemplo: ele já tentou convencer os leitores do JN de que a culpa pelas horas que as pessoas perdem inutilmente nos tribunais portugueses é dos advogados e não dos juízes.
Aliás, MAP nunca teve uma palavra sobre a actuação dos magistrados, a não ser para os elogiar ou então para execrar quem os critica. Ele deve ter algum sentimento compulsivo de gratidão para com eles ou alguma amizade reverencial (este tipo de pessoas age muito por amiguismos), pois adopta sempre uma postura canina em relação à justiça. A agressividade de mastim com que ataca os que criticam o funcionamento dos tribunais é apenas o corolário da sua obsequiosidade de caniche em relação às magistraturas.
MAP julga-se um ser superior. Com a displicência dos tudólogos diplomados ele fala de tudo e de todos, do que sabe e do que não sabe. As suas crónicas no JN, sempre naquele estilo alambicado típico dos ociosos, são a expressão aparolada de um imenso complexo de superioridade. Ele tem de julgar e condenar sumariamente alguém, pois senão sente-se diminuído perante si próprio e, sobretudo, perante o círculo de aduladores que lhe entumecem o ego.
Mas, se repararmos bem, lá nos secretos mais profundos do seu ser esconde-se um homem cruelmente dilacerado por indizíveis frustrações. É possível que na adolescência o tenham convencido de que seria um grande escritor, destino para o qual logo desenvolveu os tiques e poses apropriados. Mas, afinal, nunca passou de uma figura menor típica do universo queirosiano - um personagem que mistura o diletantismo de um João da Ega com os dotes literários de um Alencar d'Alenquer e o rancor mesquinho de um Dâmaso Salcede. Tudo isso, transposto para o jornalismo, resultou numa espécie de Palma Cavalão dos tempos actuais. Enfim, um homem que chegou a velho sem ter sido adulto e a quem os mais próximos, por rotina, caridade ou estupidez, provavelmente ainda tratam como uma grande esperança.
Esse género de frustrações conduz, no limite, ao desespero existencial. Em alguns casos, estes frustrados cometem actos tenebrosos. Porém, em MAP, as suas frustrações e complexos transformaram-no, num sniper que, emboscado nos telhados da sua senilidade rancorosa, dispara cobardemente contra tudo o que mexe, de preferência contra o carácter das vítimas que escolhe ao acaso.
Senhor Manuel António Pina, não se atormente mais. O seu mal cura-se com uma dose apropriada de iodo. Trate-se! Vá para uma boa praia e... Ioda-se!
NOTA: Na próxima crónica apresentarei as razões por que não irei votar em 5 de Junho. Isto se mais nenhum cretino se atravessar no meu caminho.
Manuel António Pina, “Jornal de Notícias”, 2011-04-25