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sábado, 9 de outubro de 2010

Embaixadora contra a pobreza, que conhece a matéria

Vencedora de todos os prémios individuais possíveis, Marta foi escolhida para ser a 1ª desportista brasileira a ser embaixadora da Organização das Nações Unidas e a primeira jogadora de futebol a ganhar o título da ONU.
A ONU afirma que a escolha de uma mulher para o cargo pode estimular as meninas de todo o mundo e acrescenta que Marta deve ser uma das últimas embaixadoras do futebol para promover campanhas de combate à pobreza.
Marta, como muitas jogadoras, vem de família modesta.
Se algo for possível fazer, há-de fazê-lo, por não lhe faltar “experiência”, conhecimentos e testemunhos.
Parabéns, boa sorte e…Oxalá!
Nota - Curiosamente, nem o apelido se lhe conhece, apenas Marta.

Para se entender o mínimo de “economês” e o BdP

Conceito de Produção de Paulo Nunes - Economista, Professor e Consultor de Empresas
A Produção é um tipo de fenómeno económico que consiste na actuação do Homem sobre a Natureza com o objectivo de obter, através de um determinado processo produtivo, bens  (incluindo produtos e serviços) necessários para a satisfação das suas necessidades.   Dito de outra forma, a produção inclui os bens iniciais (ou bens intermédios) e todas as operações e factores de produção que lhe agreguem valor.
Em termos teóricos, a produção pode ser definida em função dos factores de produção utilizados mediante uma função matemática designada por função produção.
Conceito de Bem - Do ponto de vista da economia, um bem é algo que, quando utilizado ou consumido, satisfaz uma necessidade concreta sentida pelo Homem. Sempre que estes bens existam na Natureza em quantidade ilimitada ou pelo menos superior à quantidade necessária para satisfazer as necessidades existentes (por exemplo o ar respirável ou a luz do Sol), diz-se que estes bens são livres. Contudo, a grande maioria dos bens existem em quantidade limitada ou insuficiente para satisfazer todas as necessidades humanas, ou seja, são escassos. Neste caso diz-se que estes bens são bens económicos e passam a adquirir um determinado preço. Por exemplo, há algumas dezenas de anos os lugares de estacionamento nas grandes cidades eram superiores às necessidades - neste caso o bem lugar de estacionamento era livre e, portanto gratuito. A partir do momento em que os lugares de estacionamento começaram a ser escassos, este passaram a ter um preço, isto é, deixaram de ser livres para passarem a constituir um bem económico.
Diferentes Classificações dos Bens Económicos
No caso dos bens económicos, estes podem ser classificados das seguintes formas:
- Quanto à sua duração (duradouros / não duradouros): Consideram-se bens duradouros quando podem ser utilizados mais do que uma vez como por exemplo um carro, o vestuário, a casa e as máquinas; consideram-se bens não duradouros aqueles que apenas podem ser utilizados uma vez tais como os alimentos, os combustíveis ou os serviços.
- Quanto à sua função (bens de produção / bens de consumo): Os bens de produção (também designados por factores produtivos) são aqueles que se utilizam para a produção de outros bens tais como as matérias-primas e os equipamentos; os bens de consumo são bens que satisfazem directamente as necessidades humanas, entre os quais os alimentos, o vestuário e os serviços lúdicos.
- Quanto às suas relações recíprocas (bens substitutos e bens suplementares): Dois bens são substitutos entre si se for possível a sua substituição para satisfação da mesma necessidade (como por exemplo o sumo e a cola ou a televisão e o cinema); dizem-se complementares se a satisfação de determinada necessidade se processar melhor quando foram consumidos os dois bens em simultâneo (como por exemplo, o carro e a gasolina ou o fogão e o gás).
Conceito de Necessidade - Uma necessidade é, por definição, um estado de carência que é preciso ultrapassar ou satisfazer. Dado que as necessidades humanas apresentam uma grande multiplicidade e são virtualmente infinitas e que, por outro lado, existe escassez de recursos necessários para as satisfazer, coloca-se um problema, o qual constitui o chamado "problema económico".
Características das Necessidades
Em termos económicos, são geralmente atribuídas três categorias de características às necessidades, nomeadamente:
- Multiplicidade: existem inúmeros tipos de necessidades, as quais são virtualmente ilimitadas, o que significa que por mais necessidades que um indivíduo tenha satisfeito, surgem sempre novas necessidades para satisfazer.
- Substituibilidade: esta característica significa que a mesma necessidade pode ser satisfeita por diferentes bens, isto é, por bens substitutos.
- Saciabilidade: a saciabilidade significa que a intensidade com que uma determinada necessidade é sentida diminui à medida que é satisfeita, acabando por desaparecer por completo.
Conceito de Factor de Produção
Os factores de produção (ou inputs) são bens utilizados para produzir outros bens mediante a utilização de determinados processos e tecnologias de produção.
Categorias/Tipos de Factores de Produção
Uma das categorias de factores de produção são os inputs duráveis, isto é, não consumidos durante o processo produtivo. Tradicionalmente os economistas classificam os factores de produção em três grandes categorias: terra, trabalho e capital:
Terra: é considerado como um factor de produção primário e representa, em sentido lato, a terra utilizada na produção agrícola e pecuária, a terra para implantação de edifícios e outras construções, os recursos minerais e outros tais como o ar e a água;
Trabalho: tal como a Terra, é considerado como um factor de produção primário; representa não apenas o tempo de trabalho humano dispendido na produção, mas também as capacidades e conhecimentos das pessoas utilizados na produção; este factor produtivo é geralmente considerado como a chave do desenvolvimento económico;
Capital: inclui todos os bens duráveis produzidos com o fim de produzirem ou apoiarem na produção de outros bens ou serviços; podem ser incluídos neste tipo de factores produtivos as máquinas industriais, os equipamentos informáticos, os equipamentos de telecomunicações, os equipamentos de transportes, as instalações, entre diversos outros.
Conceito de Função Produção
A função produção indica qual a quantidade máxima de produto que pode ser produzida dada uma determinada quantidade de factores produtivos e uma determinada tecnologia. Este conceito pode ser aplicado a um produto ou a um serviço, a uma empresa, a um sector de actividade ou mesmo a toda uma economia.
Algebricamente e de uma forma simplificada, a função produção pode ser apresentada da seguinte forma: Q = Q (L, K), em que Q representa a quantidade de produto produzida e L e K a quantidade de factores produtivos, trabalho e capital respectivamente.
Para quem não gostar de poesia, tem esta alternativa.

Portugal tem de ser qualquer coisa de asseado

Final do célebre "Manifesto Anti-Dantas", de José de Almada Negreiros, dito por Mário Viegas.

Para quem preferir a poesia ao “economês” e antes que venha a “Cena do Ódio”...

Tão pouca receita(?) para sacrificar tanta gente(!)

O que o Estado vai arrecadar com o corte nos salários dos Funcionários Públicos, pelos vistos, varia entre 800 milhões e 1.000 milhões, que para cada um de nós é muito, ou quase igual à noção de infinito.
Seguramente que as diferenças da previsão são da responsabilidade dos que fizeram a notícia, porque não seria credível, se os números viessem do Ministério das Finanças…
Para termos uma noção da dimensão da poupança, fui catar notícias “velhas”, de que já ninguém se lembra, nem a comunicação nos traz à lembrança.
Estado espera recuperar os 4,2 mil milhões de euros com que financiou o BPN
O Ministério das Finanças pretende, desta forma, aliviar o saldo negativo para o erário público: são 2.320 milhões de euros de dinheiro dos contribuintes que ficam «empatados» no banco.
Agora já dá para entender a relatividade dos números, que pareciam grandes (o dos cortes) e afinal são pequeninos, comparando-os com o que já demos para outros peditórios.
Só há uma diferença, no corte dos salários, só entram os Funcionários Públicos, no “empréstimo” à Banca (por causa de sustentar o SISTEMA) entraram todos os portugueses.
E compensa tão “pouco” dinheiro, sacrificando tanta gente?
Elucidados? Eu não.

Voluntário é dar-se por querer e não dar a quem quer

Integrado no projecto GIRO (Grace, Intervir, Recuperar e Organizar), a acção de voluntariado vai decorrer nos concelhos de Lisboa (8 e 15 de Outubro), Porto (22) e Faro (29), juntando, ao todo, cerca de 600 voluntários que, por um dia, trocam o escritório por trabalho comunitário em instituições de solidariedade social e em associações de base local.
Na sua 5ª edição, o GIRO reuniu já mais de 2.000 voluntários, cujo trabalho no terreno permitiu beneficiar mais de 30 instituições e de 8.000 pessoas em todo o país.
O projecto GIRO tem como principal objectivo a melhoria da qualidade de vida de grupos em risco, enquadrados em zonas socialmente deprimidas ou em instituições de acolhimento, através de acções de requalificação e criação de espaços comunitários.
Os voluntários vão realizar acções de reabilitação de vários espaços e equipamentos sociais, nomeadamente pintura de paredes, muros, colocação de pavimento, remodelação de pátios, colocação de tectos falsos.
Ou a gente se organiza e resolve os problemas, ou estamos condenados a ser dirigidos por quem não tem carta de condução e ainda caímos na ribanceira.
Boas jornadas e bom proveito para quem recebe e para quem dá (porque quer)!
A Associação GRACE está constituída desde 2000, congregando um conjunto de empresas, maioritariamente multinacionais, com interesse em aprofundar o papel do sector empresarial no desenvolvimento social.

Sector Público, Administrações Públicas, ou Funcionários Públicos? E as Administrações Público/Privadas?

Os trabalhadores portugueses ganham demais, tendo em conta o valor daquilo que produzem, especialmente os Funcionários Públicos, mostra o Banco de Portugal (BdP) num relatório ontem publicado.
Para além disso, o BdP aponta o dedo ao Sector Público pela explosão registada nas taxas de juro cobradas à economia, relegando para segundo plano as fragilidades estruturais do tecido produtivo.
No diagnóstico que fez à situação da economia, o banco central deixa os recados mais duros ao governo e aos funcionários públicos. O Sector Público será responsável pelo comportamento negativo deste indicador considerado crucial para a retoma, embora o Banco não o concretize em números.
A instituição acusa as Administrações Públicas de estarem na raiz do problema na questão da crise da dívida e de terem, assim, ajudado a encurralar os bancos, dando argumentos para a subida pronunciada das taxas de juro impostas à República.
No privado, que representa uma parcela esmagadora da economia, o quadro é igualmente sombrio.
Ontem, vários empresários, como Américo Amorim, referiram que julgam não ser necessário cortar salários nos seus negócios. "No meu caso não está previsto cortar nos salários", afirmou.
Mesmo sabendo que pode ser sacrilégio um leigo ter dúvidas acerca de quem define os dogmas, não deve ser pecado pedir explicações, até para se converter e daí o meu atrevimento.
1 – O título da notícia fala em Função Pública.
Presume-se que se refere aos Funcionários Públicos.
2 – No corpo da notícia, para além dos Funcionários Públicos, há referências ao Sector Público e às Administrações Públicas.
Não há também Administrações Público/Privadas? E são excluídas do relatório com que propósito?
3 - O BdP aponta o dedo ao Sector Público pela explosão registada nas taxas de juro, embora não o concretize em números.
E pode-se fazer um relatório, com conclusões exactas, sem números rigorosos? Se calhar…
4 – Depois vem acusar as Administrações Públicas de estarem na raiz da crise da dívida e de terem, ajudado a encurralar os bancos.
Então foram os Funcionários Públicos, o Sector Público ou as Administrações Públicas (pondo de lados as Administrações Público/Privadas), que arruinaram o País, encurralando os Bancos? Mas são os Bancos ou o País que está encurralado?
5 – No privado, uma parcela esmagadora da economia, o quadro é igualmente sombrio.
Em que ficamos? O Sector Privado é a maior parcela, é mais produtivo, mas o quadro também é negro? E para complicar, o relatório no que concerne ao Sector Privado, vários empresários dizem que não será necessário cortar nos salários do sector. Não entendi, ou melhor, perdi-me.
6 – Os trabalhadores portugueses ganham demais, tendo em conta o valor daquilo que produzem, especialmente os Funcionários Públicos.
Pode-se inferir daqui, que os trabalhadores devem ganhar conforme o que “produzam”, contrariando o que é quase aforismo, que diz que se deve trabalhar conforme o que se ganha. A diferença estará claramente no conceito do “ganhar demais”. O Funcionário Público, que só presta serviços, produz o quê, quando o comparamos com o trabalho do sector privado, que cria mais-valias, na transformação e na produção de bens? Pode-se comparar o que não é comparável?
Quando se indiferenciam os Funcionários Públicos, o Sector Público e as Administrações Públicas (pondo de lados as Administrações Público/Privadas) como responsáveis e raiz do problema, está-se a colocar de lado a hierarquização das responsabilidades e mesmo dos montantes de salários de cada uma das fatias (mesmo nas proporções entre elas)? Há poucos anos (já dentro da crise) um “pregador de verdades” e até Comendador palestrava sobre “isso” da produtividade, culpando os trabalhadores portugueses dessa “doença”, até que uns calores me obrigaram a interromper-lhe o “sermão” e perguntar-lhe: “O Sr. Comendador sabe quem é mais responsável pela fraca produtividade, se os trabalhadores ou os Administradores?” Entalado, o Sr. Comendador lá teve que confessar, que os estudos provavam que 18% eram imputáveis aos trabalhadores e 82% aos Administradores”. Nem sei se é verdade, mas se não fosse ele não se retrataria.
Assim sendo, para além dos Administradores Públicos (em que se devem incluir todos os Administradores da res publica), os Governantes (talvez em 1º lugar) e sobretudo os Consumidores vorazes (que os Governantes, Administradores Públicos e Privados deixaram acontecer) é que foram os responsáveis pela Crise, que os Funcionários Públicos têm que pagar, por ganharem demais, deixando de fora os Funcionários Privados.
Finalmente, as estatísticas não dizem que os nossos Administradores são os mais bem pagos do mundo e em que se traduz, na “produção”, essa mordomia? Numa CRISE… e sacudindo a água do capote.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O Cronista Indelicado - João Miguel Tavares

João Miguel Tavares
Vou pôr este anúncio nos classificados do Correio da Manhã: "Colunista com experiência profissional em vários meios de comunicação oferece-se para reescrever todos os discursos das altas entidades do Estado português. Vocabulário de última geração. Emoção garantida. Desconto para frequentadores assíduos dos Palácios de Belém e São Bento." Se vier a ser contratado, prometo solenemente contenção nos honorários: será a minha mui modesta e patriótica contribuição para salvar o país da indigência política e da inanidade intelectual.
E não, não sou eu que sou muito esperto – os discursos públicos de quem nos governa é que andam mais vazios do que os cofres do Banco de Portugal. Numa altura de urgência como esta, ouvir Cavaco Silva e José Sócrates a arengar no 5 de Outubro faz-nos desejar estar no coche de D. Carlos enquanto ele passeava pelo Terreiro do Paço, a 1 de Fevereiro de 1908. Dêem-me um tiro, por favor.
Como é possível que um país que enfrenta a maior crise económica desde 1983 tenha de ser submetido a tamanha quantidade de lugares-comuns? Como é possível ainda debitar discursos com expressões como "coesão nacional", recusa do "negativismo", "cultura de diálogo e de responsabilidade", "compromisso político" e "vontade de vencer"? Tanto protocolo para tão rançosa babugem.
Os discursos do 5 de Outubro poderiam ser os discursos do 10 de Junho, do 25 de Abril, do Ano Novo, do Natal e até do 13 de Maio, se acaso Nossa Senhora fizesse a sua aparição nalgum dos parágrafos. Mais deprimente do que o défice económico, caros leitores, é este hiperbólico défice de ideias. Fazer um discurso decente não custa dinheiro. Só exige um mínimo de sensibilidade e de talento. Em vez disso, levámos com as 25 palavras ocas do costume, como se fossem o mantra que irá salvar a pátria. Até hoje, não salvou.
Nem ouvi na íntegra os citados discursos, mas concordo.
A propósito da novilíngua, lembro que esse é um dos itens das estratégias neoliberais, que se quiser saber mais, clique nos links abaixo:
O arsenal do Neoliberalismo inclui o farto uso de neologismos que procuram destruir a perspectiva histórica dando novos nomes a velhos processos ou conferir respeito a pseudoconceitos  Surgem, assim, o pós-moderno, o desenvolvimento sustentável, os movimentos sociais urbanos, a exclusão social, os actores (sociais), as ONGs, a globalização, o planeamento estratégico..., que procuram encobrir, ao contrário de revelar, a natureza do capitalismo contemporâneo.
E realmente é preciso que alguém traduza esta língua viperina.

Avisa quem sabe e sente: o sociólogo Bruto da Costa

Os novos desempregados não têm o grau de conformismo que caracteriza a pobreza tradicional, avisa o antigo presidente do Conselho Económico e Social.
O Orçamento do Estado deve ser aprovado, depois da introdução de impostos sobre os altos rendimentos de trabalho e de capitais, defende Alfredo Bruto da Costa, Presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, que acredita que o País teria a ganhar com um Presidente mais "interventivo".
Os novos desempregados não têm o grau de conformismo dos pobres tradicionais, avisa Bruto da Costa, que é o mesmo que dizer, que o “conformismo” com o status quo não vai durar muito tempo e que as reacções sociais, com origem nestas situações, repetir-se-ão, historicamente… Nem vale a pena enumerar os casos mais recentes, quanto mais os mais antigos.

Para lembrar à UE que não se esqueça da luta contra a POBREZA, sempre!

O Ano Europeu de Luta Contra a Pobreza transformou-se no «pior ano» para as famílias, disse o Presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza (REAP).
«O Governo português está preso num sistema europeu que é perverso, já que produz por ano um 1.000.000 de pobres», referiu Agostinho Moreira, considerando urgente uma «mudança profunda» que regule o poder económico: «Enquanto não formos capazes de regulamentar o poder económico estaremos sempre escravos e seremos impotentes para mudar a situação».
«Eu não admito que se dê por esmola aquilo que as pessoas têm direito a receber enquanto pessoas», disse, explicando que não defende uma lógica de subsídios: «A pobreza só se deve resolver pelo desenvolvimento pessoal e não por subsídios».
O ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão, lembrou que Portugal está «confrontado com desafios muito complexos»: «Por um lado, é necessário tomar medidas corajosas do ponto de vista da redução da despesa e da melhoria da receita, mas, por outro, o Governo não desiste das suas preocupações quanto às condições de vida dos portugueses».
1 – Há mais gente a sonhar com a justiça social e a trabalhar por isso.
2 – O Ministro lembrou: Portugal tem desafios muito complexos (pensei que o desafio fosse este), é necessário tomar medidas corajosas (realmente é preciso ter coragem para tomar estas medidas) e não desiste das suas preocupações (estamos tramados)!
3 – Quanto à Europa, ou foi (des)interesses, ou ironia, ou azar… da classe média.

Deve haver engano, ou seríamos enganados…

A Associação Nacional das Farmácias denunciou ontem, na Comissão Parlamentar de Saúde, o disparar de receitas de medicamentos de dois laboratórios em várias unidades de saúde. Durante a audição, o presidente da ANF, João Cordeiro, propôs mesmo a extinção da Autoridade Nacional para o Medicamento.
No dossiê que deu aos deputados, expôs quatro quadros mostrando o aumento, em alguns casos de 800% e 2.000%, de prescrição de medicamentos dos laboratórios BioSaúde e da Tetrafarma. "Um aumento destes no período de um ano não é muito normal", afirmou João Cordeiro, quando questionado se um aumento da venda de genéricos poderia justificar essa subida.
João Cordeiro questiona as decisões da Autoridade Nacional para o Medicamento, sobretudo quanto à comparticipação dada a um medicamento da Bial, que considera "não ter nada de inovador" e não ter apoios em mais nenhum país europeu. A Bial esclareceu, entretanto, que o Zebinix é comparticipado em cinco países.
O Ministério da Saúde não quis comentar as declarações do presidente da ANF.
Não é por simpatia com o mensageiro que trago a notícia, mas porque deve haver engano nos números apresentados, embora seja fácil teclar em mais um ou dois zeros. A ser verdade, é complicado justificarem-nos tais aumentos e processos, mesmo com as investigações já feitas e o silêncio do MS não é reconfortante.
Afinal a Saúde está mesmo doente e os doentes vão ficar piores…

Será que este Ministro também é Economista?

O ministro da economia alemão justifica a defesa do aumento dos salários com o crescimento económico do país, que, de acordo com várias previsões, deverá rondar os 3% em 2010.
«Se a economia está a crescer aceleradamente, também são possíveis aumentos de salários substanciais», disse Rainer Bruederle e deixou claro que cabe apenas aos parceiros sociais negociar a dimensão dos aumentos de salários e que a política não deve ingerir-se.
Apontou, no entanto, o exemplo da indústria metalúrgica no norte e no oeste do país, que, na semana passada, celebrou um acordo para aumentos salariais de 3,6 por cento para os 85 mil trabalhadores.
«O acordo na indústria metalúrgica mostrou que é possível fazer aumentos justos (de 3,6% para os 85.000 trabalhadores), que talvez possam servir de orientação para outros ramos de actividade», disse o ministro.
«Somos a locomotiva económica da Europa», sublinhou Bruederle.
Quanto ao desemprego, o ministro da economia disse ser possível que, ainda este ano, desça abaixo da barreira dos 3.000.000, o que significa uma taxa a rondar os 7%.
Afirmou ainda esperar que, devido à boa conjuntura, haja reduções de impostos, como está previsto no acordo de coligação entre democratas cristãos e liberais. Os benefícios fiscais dependerão, no entanto, não só do desenvolvimento da economia, mas também dos progressos da consolidação orçamental, acrescentou.
Afinal, depois de “investigar”, fiquei a saber que Rainer Bruederle estudou Jornalismo, Direito, Economia e Ciências Políticas, na Universidade de Joahnnes Gutenberg de Mains.
E fiquei a pensar, como foi que recuperaram da crise, cujo plano até podíamos copiar (isso sabemos fazer) e interroguei-me, atónito, como é que um Economista e de “direita”, defende estas ideias (esquerdinas) de aumentar os salários, diminuir o desemprego e reduzir aos impostos e até parece que está satisfeito por ter cumprido a sua tarefa/responsabilidade.
Porque será que nós não temos uma direita (à esquerda) e temos uma “esquerda” direitinha?
É só azares!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Afinal é verdade, acreditem!


Esclarecimento: os preços mais caros em Portugal, são os dos combustíveis, não os dos Deputados…

Para desenredar o que não tem destrinça

Social-Democracia: Concepção política saída do marxismo, também designada de "socialismo democrático". Afirmou-se em finais do século XIX. Defende uma concepção menos interventiva do Estado. Aceita a propriedade privada, apostando numa política centrada em reformas sociais caracterizadas por uma grande preocupação com as pessoas mais carentes ou desprotegidas e uma distribuição mais equitativa da riqueza gerada.
A social-democracia, como política gradualista de transformação social, surgiu quando, em finais do século XIX, alguns partidos que se reclamavam do ideário marxista abandonaram esta orientação política. Eduard Bernstein (1850-1932) foi um dos líderes e teóricos políticos que operou esta ruptura no Partido Social Democrata da Alemanha. Bernstein começou por ser um defensor acérrimo das ideias de Marx e Engels, mas após rigorosa análise à evolução das sociedades onde a economia capitalista estava mais desenvolvida, convenceu-se que as teses marxistas estavam erradas. A revolução estava longe de ser nelas uma inevitabilidade histórica, como afirmava Marx. Pelo contrário seria até improvável que ocorressem. A partir de 1897, Bernstein publica  um conjunto de artigos e livros onde refuta as teses marxistas
1. A progressiva miséria dos trabalhadores não se verifica nas economias capitalistas avançadas;
2. As classes médias estavam longe de se dissolverem no proletariado;
3. O aumento da produção em massa das economias capitalistas, acaba por gerar um aumento de produtos para serem consumidos pelos próprios trabalhadores, tornando-os desta forma beneficiários da riqueza dos capitalistas.
Em síntese, no capitalismo o seu estado mais desenvolvido, em vez de aumentar  a pobreza, gerava uma melhoria do bem-estar da população.
Assim sendo, os Partidos Sociais-Democratas em vez de contribuírem para o rápido colapso do capitalismo, através de uma revolução social, deveriam actuar no sentido do seu desenvolvimento, de forma a garantirem que a distribuição da riqueza gerada se fizesse em prol dos mais desfavorecidos. A Social-Democracia torna-se assim parte interessada no desenvolvimento do próprio capitalismo.
Centrados em políticas reformistas, os sociais-democratas entre as duas guerras mundiais (1914/18 e 1939/45), mostram-se de tal forma conciliadores com o sistema capitalista que acabam por contribuir para o avanço dos regimes totalitários. O caso do Partido Social-Democático da Alemanha foi um caso paradigmático desta atitude.
O grande avanço da Social-Democracia na Europa, ocorre só depois da II Guerra Mundial, quando os Partidos Socialistas aplicam com grande êxito os seus programas reformistas, em especial na Grã-Bretanha, Alemanha e nos países Escandinavos. O bem-estar alcançado pareceu de súbito confirmar as teses de Bernstein.
Nos princípios dos anos 70 era cada vez mais evidente que estes partidos haviam abandonado há muito a ideia de instaurarem um regime socialista. O dilema "revolução ou reforma" deixara de fazer sentido. O que os distinguia dos Partidos Liberais eram sobretudo as suas preocupações de natureza social, nomeadamente com a pobreza e a exclusão social.
Carlos Fontes

A pedido de um Reitor, que disse que não sabia…

Milton Friedman (à esquerda):
um dos idealizadores do neoliberalismo
Características da economia neoliberal, origem, críticas, liberdade económica, privatizações, pontos positivos, neoliberalismo e globalização
Introdução 
Podemos definir o neoliberalismo como um conjunto de ideias políticas e económicas capitalistas que defende a não participação do Estado na economia. De acordo com esta doutrina, deve haver total liberdade de comércio (livre mercado), pois este princípio garante o crescimento económico e o desenvolvimento social de um país.
Surgiu na década de 1970, através da Escola Monetarista do economista Milton Friedman, como uma solução para a crise que atingiu a economia mundial em 1973, provocada pelo aumento excessivo no preço do petróleo.
Características do Neoliberalismo (princípios básicos):
- Mínima participação estatal nos rumos da economia de um país;
- Pouca intervenção do governo no mercado de trabalho;
- Política de privatização de empresas estatais;
- Livre circulação de capitais internacionais e ênfase na globalização;
- Abertura da economia para a entrada de multinacionais;
- Adopção de medidas contra o proteccionismo económico;
- Desburocratização do estado: Leis e Regras económicas mais simplificadas para facilitar o funcionamento das actividades económicas;
- Diminuição do tamanho do Estado, tornando-o mais eficiente;
- Posição contrária aos impostos e tributos excessivos;
- Aumento da produção, como objectivo básico para atingir o desenvolvimento económico;
- Contra o controle de preços dos produtos e serviços por parte do Estado, ou seja, a lei da oferta e da procura é suficiente para regular os preços;
- A base da economia deve ser formada por Empresas Privadas;
- Defesa dos princípios económicos do capitalismo.
Críticas ao neoliberalismo
Os críticos ao sistema afirmam que a economia neoliberal só beneficia as grandes potências económicas e as empresas multinacionais. Os países pobres ou em processo de desenvolvimento sofrem com os resultados de uma política neoliberal. Nestes países, são apontadas como causas do neoliberalismo: desemprego, baixos salários, aumento das diferenças sociais e dependência do capital internacional.
Pontos positivos
Os defensores do neoliberalismo acreditam que este sistema é capaz de proporcionar o desenvolvimento económico e social de um país. Defendem que o neoliberalismo deixa a economia mais competitiva, proporciona o desenvolvimento tecnológico e, através da livre concorrência, faz os preços e a inflação caírem.
Depois para cada item, há um rol de medidas escalonadas, que nos permite saber em que estádio nos encontramos, ou que foi conseguido impor, pelo Poder Político.
Com tempo, vou publicando essas ementas... 

Cá, nem sobrava para o RSR! Quem parte e reparte…

Mais de 800 agregados familiares com rendimentos acima de 2 milhões de dólares pediram subsídios de desemprego desde 2008.
De acordo com a Bloomberg, quase 3 mil agregados familiares que recebiam salário superior a 1 milhão de dólares (725 mil €) tiveram direito a ajudas de 18,6 milhões de dólares (13,5 milhões de euros).
Destes 2.840 agregados, cerca de 806 tinham rendimentos declarados superiores a 2 milhões de dólares e 17 recebiam valores acima dos 10 milhões de dólares (7,25 milhões de euros).
Além dos milionários, há também 8.011 agregados familiares com rendimentos entre os 500 e um milhão de dólares que pediram subsídios de desemprego, o que totalizou 52,8 milhões de dólares em ajudas.
“É um número maior do que o que estava à espera. No entanto, qualquer pessoa, seja qual for o nível salarial que tiver, pode perder o seu emprego”, defendeu Alan Viard, investigador ouvido pela Bloomberg. Um milionário que perde o emprego tem os mesmos direitos que um trabalhador de um restaurante ou um funcionário de uma fábrica, explicou Viard.
Em 2007, eram tão poucos os milionários a receberem os subsídios que o Internal Revenue Service se recusou a publicar os dados, com medo que as suas identidades pudessem ser descobertas. No ano anterior, quase 2 mil famílias que apresentavam rendimentos acima de 2 milhões de dólares tinham pedido estes subsídios.
O número de contribuintes a pedir subsídios de desemprego passou, entre 2007 e 2008, de 7,6 milhões com subsídios de 29,4 mil milhões de dólares (21,3 mil milhões de euros) para 9,5 milhões a receber 43,7 mil milhões (31,7 mil milhões de euros).
Ao menos há coerência, mesmo que discordemos, mas cá discordamos pela incoerência. E lá arranjam dinheiro, aqui também, mas dos porta-moedas dos mexilhões. Democracias, culturas, conceitos, ou direitos postos em prática?
No nosso canto, não há desemprego de milionários, porque se reformam mais cedo, se forem políticos, Administradores da res publica, ou privada e acumulam reformas, indemnizações e outros ordenados, caso contrário, ainda sobrava menos para os sem-direitos…