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sábado, 4 de setembro de 2010

Um remédio eficaz para reduzir o número de pobres :(

Um estudo recente, liderada por Laurens Nien na Erasmus University, Rotterdam, indica que milhões de pessoas de baixo e médio rendimento, na maior parte do globo, iriam ficar abaixo da linha de pobreza ao comprarem medicamentos caros, embora essenciais.
O estudo revela que os milhões das pessoas seriam empurradas para baixo do nível de rendimento de 1,25 ou 2 dólares por dia (indicador de pobreza do Banco Mundial) ao comprarem 4 medicamentos importantes e amplamente utilizados.
As descobertas mostraram que há uma maior necessidade de produzir remédios genéricos mais baratos em países pobres, sugerindo por isso "taxas de empobrecimento" para esses medicamentos em 16 países de baixo e médio rendimento.
Os medicamentos que estão no topo da lista das necessidades são: “Salbutamol” inalante, utilizado para asma; “Glibenclamida” para diabetes; “Atenolol” para pressão alta e o antibiótico “Amoxilina”.
Haverá quem pense que é possível sobreviver com 1,25 ou 2 dólares/dia, mesmo saudável?
Mas até estes valores têm sofrido alterações (neste momento variam entre 0,6 e 1 dólar/dia), o que tem feito reduzir, estatisticamente, a percentagem da pobreza extrema, na consecução dos ODM.
As estatísticas e os malabaristas…

Relatório salvador(?) com Ementa para aumentar peso

Soluções para problemas difíceis
Um Relatório do Instituto da ONU de Pesquisa para o Desenvolvimento Social, Unrisd, afirma que políticas simplistas adoptadas por muitos países ignoram as raízes profundas do flagelo.
O estudo sublinha que as transformações económicas, sociais e políticas para a redução da pobreza só terão impacto se estiverem interligadas, tendo em conta o crescimento económico e o desenvolvimento, que resulta em desigualdade na redistribuição da riqueza.
O documento "Combater a Pobreza e Desigualdade: Mudanças Estruturais, Políticas e Sociais", explora as causas, dinâmica e persistência do fenómeno e avalia práticas e políticas que tiveram sucesso ou fracassaram, oferecendo um leque de políticas e medidas institucionais que os países podem adoptar.
O estudo é o resultado de investigações feitas por mais de 130 peritos e baseia-se em experiências realizadas em vários países, incluindo o Brasil, África do Sul, Senegal e Singapura.
Falta ler o Relatório e fazia falta a ementa, que parece que há, para preencher as falhas nas soluções propostas e que as boas intenções dos governantes agradeceriam…
Ficamos ansiosamente à espera.

Há mais do que um modelo de PEC para estabilizar e crescer? Parece!

Barack Obama está a discutir com os seus conselheiros medidas de apoio à economia a implementar, que deverão passar por apoios à contratação e aos pequenos e médios negócios.
Entre as medidas consideradas, estarão reduções do peso fiscal de proceder a contratações e maiores reduções de impostos para as pequenas e médias empresas.
Um benefício fiscal permanente à investigação e desenvolvimento também está entre as hipóteses que os especialistas para a área de economia da administração estão a considerar.
Segundo o porta-voz Robert Gibbs “Não está para sair um grande plano de estímulos e não antecipo nada que rivalize com as medidas extraordinários que o presidente já tomou”.
A administração Obama está a trabalhar em medidas de estímulo à economia, no dia que se espera que seja divulgado pelo Departamento do Trabalho um agravamento da taxa de desemprego.
Não sendo Economista (graças aos Deuses), mas procurando entendê-los, quer nas teorias e soluções, quer nos resultados que conseguem e que se vêem à vista desarmada, vou lendo umas coisinhas, também para não ser levado pelo “economês”.
A primeira vez que li um livro de Joseph Stiglitz, Prémio Nobel da Economia 2001, percebi claramente, que havia variados conceitos de Economia, vários caminhos para se atingir os mesmos objectivos e outros tantos planos, com consequências diferentes no tecido social. Antes e depois dele, outros Prémios Nobel da Economia defenderam opções diversas das que os economistas e políticos do nosso quotidiano nos presenteiam e que defendem nos ecrãs das nossas TVs, sem vergonha, nem contraditório, quase todos ex-Ministros da Economia, Administradores de empresas de serviços, fazedores de opinião, que nunca trabalharam com a “mão na massa”, etc.
Se compararmos as medidas acima noticiadas, que estão a ser pensadas, verificamos que pouco têm a ver com o nosso PEC(ado).
Os Economistas poderão explicar-nos, em linguagem de merceeiro, as diferentes consequências entre as americanas (não sou pró) e as portuguesinhas? 
Nota – Não deixa de ser curioso, que o título do artigo seja omisso às medidas mais favoráveis ao desemprego e às pequenas e médias empresas…

Os Bombeiros Voluntários são voluntários e são bombeiros

O vice-presidente da Câmara de Gaia defendeu a criação de um apoio estatal aos Bombeiros Voluntários para financiar a actividade. O autarca entende que o contributo não deve ser meramente local, mas deve ser nacional, à semelhança do que sucede com o INEM, até porque, sobretudo no Verão e devido aos incêndios, muitas corporações viajam para fora das fronteiras dos seus municípios para ajudar no combate às chamas. "Nunca dizem não", apesar de todas as dificuldades financeiras e mesmo quando há facturas em atraso, adianta.
E realça o exemplo do Município de Gaia, que só em despesas de funcionamento gasta, anualmente, 5.000.000 de euros com os Sapadores, enquanto as 6 corporações de Voluntários recebem apenas 50.000 euros por ano, reconhecendo que estes 50.000 euros são o "sinal de gratidão" possível, num quadro de limitações orçamentais.
"O sistema de voluntariado em Portugal é barato", sustenta o autraca, alertando que o Estado pagará mais tarde esta falta de apoio às corporações de Voluntários.
Pouco fica por dizer sobre o bom serviço prestado pelo Bombeiros Voluntários;
Muito fica para dizer sobre o comportamento do poder e do aproveitamento dos voluntários;
Quase nada fica para dizer sobre as alterações ventiladas e com fundamento;
Mas, a crise que tem as costas largas, há-de justificar tudo isto, com os prejuízos anunciados e visíveis, embora se tenha que dizer que este problema existe muito antes da crise, sem que ninguém se tenha pronunciado, com esta evidência.
Quando ia a terminar com um apelo ao Padroeiro dos Bombeiros, deparei com um trilema:
No estrangeiro, é São Floriano;
No Brasil, à cautela, há dois, Santa Bárbara e São João de Deus e
Em Portugal, é São Marçal, mais conhecido por São Marcial de Limoges, o grande apóstolo de Aquitânia.
Por isso, o melhor é dizer: “que todos os santos ajudem os bombeiros e nos livrem dos incendiários”. Amen!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A lusofonia não pode ser um epitáfio de Fernando Pessoa, tem que ser solidariedade e acção

D. Ximenes Belo: "a luta continua", mas pela educação e língua portuguesa
Numa sessão em Coimbra, agradeceu a recolha de material escolar para Timor-Leste, Ximenes Belo observou que “Podemos dizer, como os nossos guerrilheiros, a luta continua! A luta continua, na formação da mente, dos corações, na cultura, na amizade com o povo português”, acrescentou.
A campanha "1/2 lápis, 1/2 borracha e 1 caderno para Timor", foi desenvolvida pela Liga dos Amigos dos Hospitais da Universidade de Coimbra (LAHUC), e pelo o Rotary Kids Club de Coimbra. “Um lápis, uma borracha, fará brilhar os olhos das nossas crianças perdidas nas aldeias das montanhas de Timor”, observou o prelado.
O Bispo D. Ximenes Belo aproveitou para apelar aos países de língua oficial portuguesa para apoiarem com materiais e professores, mas, na sua óptica, “Timor precisaria de outros meios, de jornais, de rádio, de televisão, para contornar os efeitos das campanhas linguísticas dos países vizinhos.
Dizer que “a nossa pátria é a língua portuguesa”, é um cliché que não faz sentido, se não tiver apoios, solidariedade e abrangência, independentemente dos Acordos Ortográficos.
Conheci pessoalmente e tive três contactos com D. Ximesnes Belo, através do Rotary e a sensação que se tem é a de um Homem de outra dimensão, que irradia algo que não sabemos explicar e nos transmite uma energia que nos faz pele de galinha,
As suas palavras são sempre o reflexo desse sossego e de perdão, mas determinadas e motivadoras, pela clarividência dos seus objectivos,
Sobre o ensino da língua portuguesa, é uma luta em que também o Bispo de Baucau, D. Basílio do Nascimento é figura preponderante e com quem o Rotary em Portugal teve e tem programas de apoio financeiro e patrocínios vários, por insuficiência de outros apoios de quem de direito.
Todas as campanhas que possam ser implementadas pela sociedade civil, individual ou colectivamente, serão a garantia do que Pessoa nos quis legar e tanto quanto sei, DICIONÁRIOS é o que, todos os lusófonos carenciados, mais apreciam.
Juntemo-nos e façamos, sem mais palavras.

As verdades das mentiras, de um “responsável” mundial de ontem, de hoje e de amanhã

O ex-Primeiro-Ministro britânico Tony Blair* disse ao “Guardian”, que o também ex-Primeiro-Ministro britânico James Brown, que o sucedeu por indigitação sua, passando-lhe o testemunho em Junho de 2007 foi o "desastre" político que ele previu mas não conseguiu evitar, - "teria sido impossível evitá-lo" - não só porque ao novo Primeiro-Ministro faltava a "inteligência emocional", mas também porque o "Labour (Partido Trabalhista) só venceu enquanto foi New Labour (Terceira Via)" e Brown esqueceu-se disso.
Sem remorsos sobre a guerra do Iraque
Mais emocional é o capítulo sobre guerra do Iraque. Um dia depois do fim das operações americanas de combate naquele país, Blair admite que falhou "ao não prever o papel da Al-Qaeda e do Irão" no período que se seguiu à invasão e admite a sua "angústia" em relação à perda de vidas humanas e diz também "lamentar profundamente" o sofrimento das famílias dos militares mortos, mas acrescenta: "Não posso ter remorsos sobre a decisão de avançar para a guerra."
Insiste que, apesar de não terem sido encontradas armas químicas ou biológicas, Saddam Hussein "mantinha a intenção de as desenvolver" e, por isso, a invasão foi justificada.
Ainda sobre o Iraque e a defesa de uma decisão que marcou o seu legado como Primeiro-Ministro, revelou que bebia "perto do limite" e que isso o ajudava a lidar com o stress…
Nota – Nem li o livro, nem vou perder tempo!
Este resumo noticiado, chega e basta para detectar e aquilatar o nível de indigência intelectual, emocional e de carácter:.
  1. Inventou uma “teoria” política e social, (a 3ª via) que assentava no pragmatismo (dele);
  2. Quando o barco estava a afundar e como Comandante, foi o primeiro a saltar, passando-o a um imediato, que sabia que não tinha competências, nem visão, muito menos a inteligência emocional necessária e imprescindível para estes cargos;
  3.  No entanto, revela a mesma falta de inteligência emocional quando aborda a guerra do Iraque, ao confessar que se enganou, quando lamenta a perda de vidas humanas, quando lamenta profundamente o sofrimento das famílias dos militares mortos e quando reafirma não sentir remorsos sobre a decisão tomada;
  4. Injustificadamente, justifica a decisão de uma guerra, que é o mesmo que dizer, que é homem para condenar alguém baseado em intenções e não em factos;
  5. Finalmente confessa que durante o processo da guerra do Iraque bebia perto do limite (para disfarce da falta de inteligência emocional), faltando saber (talvez o livro especifique) se era antes, durante, ou depois das decisões que tomava.
Como reconhecimento pelos gloriosos feitos em prol da Paz e da Segurança Mundial, Anthony Charles Lynton Blair - "Tony Blair” é actualmente o enviado no Médio Oriente da ONU, da União Europeia, dos Estados Unidos e da Rússia.
Já se desconfiava que estávamos tramados, agora já sabemos que estamos mesmo!

“Queremos que os nossos mares sejam sãos e produtivos”, diz o Comissário Europeu para o Ambiente

A Comissão Europeia adoptou hoje um documento que define os critérios para avaliar a qualidade das águas marinhas, o que permite aos Estados membros criarem estratégias marinhas coordenadas e coerentes.
A definição destes critérios tem como meta uma boa qualidade ambiental até 2020, sendo “uma nova etapa no desenvolvimento da estratégia da UE em matéria de biodiversidade pós-2010”.
Os critérios de avaliação da qualidade ambiental das águas marinhas, baseados em pareceres científicos e técnicos de peritos independentes, dizem respeito à diversidade biológica, populações de peixes, eutrofização (excesso de nutrientes nas águas), contaminantes, lixos e ruído.
Bruxelas defende que os Estados-membros devem desenvolver planos de acção e cooperarem a nível regional.
Nem todos os países da EU têm mar, razão que nos permite pensar que este problema nunca tinha sido prioritário para a Comissão Europeia, que já de si não representa, democraticamente, os cidadãos europeus. Tal quer dizer que já vem tarde, ou melhor, muito tarde.
Também é verdade, que alguns países europeus com fronteiras marítimas, pouco ou nada retiram do mar, a não ser uns banhos no verão, por razões que se prendem com o turismo, como é o caso de Portugal.
Toda a gente sabe, que os peixes que comemos são pescados no mar (e no rio e da piscicultura), dão emprego e riqueza a quem o pesca e quanto mais pescarem, mais ganham, embora mais ganhe quem o distribui e o comercializa.
Num país como o nosso, em que o mar está à vista (não a terra, que ninguém a cultiva, por políticas de outras Comissões Europeias), não se vislumbra quem seja capaz de incentivar a indústria pesqueira, modernizada, que aumente o emprego, a riqueza das famílias e por arrasto, a riqueza do país.
Até quando?
Mas é preciso que as águas tenham a tal qualidade, que a Comissão Europeia define, mas não impõe aos Estados, apenas aconselha, como se fosse só um dever. 

12 Países pedem taxa sobre operações com divisas para financiar o desenvolvimento

12 países defenderam ontem a criação de um taxa de 0,005% sobre as operações cambiais interbancárias, que seria aplicada a nível internacional, com o objectivo de financiar o desenvolvimento dos países pobres.
A taxa permitirá, segundo os seus proponentes, reunir entre 25 mil milhões e 35 mil milhões de dólares por anos, se for adoptada a nível internacional e todas as transacções forem taxadas.
França, Alemanha, Reino Unido, Brasil, Japão e Senegal estão entre o grupo proponente desta taxa, que foi apresentada ontem numa conferência de imprensa em Paris.
Os 12 Estados que ontem se reuniram na capital francesa fazem parte de um grupo de 60 países que os mandatou para analisarem os conselhos dos especialistas relativamente a esta iniciativa.
“Por cada 1.000 euros, a taxa que propomos é de 5 cêntimos. Não é muito, mas é o suficiente para desencadear o movimento”, disse o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Bernard Kouchner.
Os 12 países, reunidos em Paris, “puseram-se de acordo para apresentar uma posição comum em 21 de Setembro em Nova Iorque”, na cimeira da ONU sobre os Objectivos do Milénio, que será a do grupo de 60 países mandatários destes 12. “Tecnicamente já não há muitos obstáculos e juridicamente também não, politicamente é necessária vontade”, acrescentou Kouchner.
Os Objectivos do Milénio foram aprovados no ano 2000 e pretendiam a redução da pobreza para metade, até 2015.
Ao contrário das taxas tipo “Tobin"*, que se supõe que fará acalmar a volatilidade dos mercados cambiais e é mal vista pelos operadores financeiros, a criação desta nova taxa pretende relançar a moribunda ajuda ao desenvolvimento sem gerar reacções nos mercados. Os seus defensores pretendem que sirva para a criação de um Fundo Mundial de Solidariedade, à semelhança da ONUSIDA ou (UNAIDS).
*(A Taxa Tobin é um tributo proposto pelo economista americano James Tobin, da Universidade de Yale, laureado com o Prémio Nobel de Economia em 1981. Esse tributo incidiria sobre as movimentações financeiras internacionais de carácter especulativo)
Parece que as “coisas” começam a mexer, como será inevitável, para evitar o inevitável…

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Sem defender as reacções, mas tentando perceber as acções reagentes

Revolta contra preços de bens básicos leva a mortes e destruição na capital moçambicana. O caos pode continuar: “Veja que é fácil pôr os que têm fome só a pensarem com a barriga. Foi isso que se passou.", disse Orlando Castro, jornalista moçambicano.
A verdade é que o espectro de uma revolta social pairava sobre a capital moçambicana há vários meses. O rastilho foi o terceiro aumento no espaço de meses dos preços de bens básicos de consumo, como o pão e o arroz, a electricidade e a água.
E Orlando Castro, alerta e explica: "Gato escaldado, de água fria tem medo e desta vez não será tão fácil, porque ao contrário do que foi prometido há dois anos, Moçambique viu crescer o fosso entre ricos e pobres".
Apesar do cenário relativamente invejável ao nível da estabilidade política, Moçambique continua a ser, mesmo para os padrões africanos, um país onde a pobreza domina.
De acordo com os cálculos das Nações Unidas, 46,8% da população moçambicana enfrenta condições de vida que não atingem o mínimo considerado necessário para fugir à pobreza extrema. Este número, definido pela ONU como o Índice de Pobreza Humana, coloca Moçambique no 127º lugar em 135 países analisados.
Claro que ninguém defende a violência, nem esta que está a acontecer, nem a “violência” que, pelo noticiado, lhe serviu de rastilho.
Mas todos sabemos que as mesmas causas provocam sempre os mesmos efeitos (a chamada causalidade), que desta vez explodiu em Moçambique, como já explodiu no oriente várias vezes (sem ter sido notícia) e continuará, ciclicamente, com ciclos mais curtos, pelos abusos continuados.
É curioso(?), que das cerca de 91 notícias sobre os acontecimentos, que a Google apresenta, a grande maioria dos títulos e dos textos, refira o número de mortos e as medidas disciplinares de contenção, mas das razões/rastilho, muito poucos.
Também não deixa de ser inquietante, que a maioria dos países do nosso velho “Império”, sejam dos mais pobres do mundo.
Enquanto se pensa em reduzir ou exterminar o Estado-social, talvez venha a ser realidade o Continente-social, ou o Mundo-social. (A medida noticiada abaixo, surgiu logo depois deste meu “palpite”)
A manter-se, mundialmente, esta usurpação dos direitos da dignidade humana e de cidadania, que começa pelo que é básico para a sobrevivência individual e a união da família, teremos que pensar e repensar na razão profunda das palavras de Bertolt Brecht:
“Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem.”
Foto

Aproximação de Culturas ou Aliança de Civilizações? II

O reconhecimento é motivo de orgulho para as cerca de 2.000 pessoas pertencentes a 8 grupos étnicos que habitam a Bacia do Rio Pirá Paraná, afluente do Rio Apapóris, situado em território colombiano, próximo da fronteira com o Brasil, sendo habitado tradicionalmente por populações indígenas da família Tukano Oriental e fazendo parte de um sistema sociocultural, que se estende por uma região mais ampla, dividido entre os dois países.
Existem intercâmbios das associações indígenas e seus parceiros nos dois países, em temas como educação indígena, manejo ambiental e conhecimentos acerca do território. Actualmente, busca-se uma aproximação, incluindo também Ministérios da Cultura de ambos os países, para o reconhecimento e mapeamento das rotas de origem desses povos, também como estratégia efectiva para a defesa da sua cultura milenar e de seu território, diante de ameaças directas, como a mineração.

Aproximação de Culturas ou Aliança de Civilizações? I

Idealizada em 2005 e concretizada em 2010, a biblioteca africana de Berlim incentiva a descoberta da cultura africana. O continente tem mais para dar do que música e dança
Há precisamente 2010 livros, CD’s e DVD’s disponíveis. De facto, 2010 trata-se de um número simbólico e foi importante para o Continente, adianta o jornal Afrik.com., já que muitos países festejaram o cinquentenário da sua independência e pela primeira vez realizou-se um Mundial de Futebol em África.
E além de tudo, 2010 é o Ano Internacional para Aproximação de Culturas.
2010 é(ra) o “Ano Internacional para Aproximação de Culturas”, mas de tal tema quase nunca se ouviu falar, tendo havido um desvio significativo, com a realização do III Fórum da “Aliança de Civilizações”, no Rio de Janeiro, a 27, 28 e 29 de Maio deste ano, sem sequer ter sido noticiado.
Os dois temas, não sendo antagónicos, também não significam a mesma coisa. Terá havido mudança de estratégia? Porquê?

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Finanças/Economia/Impostos/Salários ou Salários Impostos pela Economia e Finanças

Krugman antes de conhecer o PIB dos EUA
O vencedor do Nobel da economia em 2008, acusa o governo dos EUA de estar a "embelezar" a situação económica do país e clama por novas medidas de estímulo.
Na sua coluna no "New York Times", no passado dia 27, Paul Krugman defendeu:
"Precisamos de um crescimento de 2,5%, só para impedir que o desemprego aumente, e de um crescimento muito maior para que efectivamente desça", advertiu.
Ainda segundo Krugman, Obama deveria renovar o apoio às famílias e subir o nível das críticas às políticas monetárias da China: "Já vimos as consequências de jogar pelo seguro, e esperar que a recuperação aconteça por si. Resultou naquilo que, cada vez mais, aparenta ser um estado de estagnação e de subida de desemprego", concluiu.
O presidente dos Estados Unidos afirmou hoje que, após a missão no Iraque, a tarefa mais urgente do seu Governo é restaurar a economia e criar empregos: “A nossa tarefa mais urgente é restaurar a nossa economia e pôr para trabalhar os milhões de americanos que perderam os seus empregos” e reiterou o seu compromisso com a criação de empregos, quando a taxa de desemprego nos EUA está em 9,5%.
Segundo o presidente, é preciso assegurar que todas as crianças tenham a educação que merecem e que os trabalhadores americanos tenham as competências necessárias para competir na economia global.
A economia norte-americana precisa de outro programa de estímulos da mesma dimensão que o pacote levado a cabo pelo presidente Obama ao Congresso em Fevereiro de 2009, defendeu o economista Paul Krugman.
Estímulos adicionais poderiam vir de cortes de impostos, mas não junto dos mais ricos ou das empresas, uma vez que estes não deverão gastar muito desse valor para fazer a diferença, realçou.
Para o Nobel da Economia, um corte de impostos nos salários seria a melhor solução, pois daria mais capital às pessoas, que poderiam aumentar o consumo.
Abriu a época das negociações salariais para o próximo ano e com ela o rol de aumentos reivindicados pelos sindicatos e as expressões de desagrado dos representantes das empresas.
Os Sindicatos (Confederações) defendem:
  • A CGTP reclama aumentos gerais de 3,5%;
  • O SQTE, afecto à UGT, pretende aumentos de 2% na função pública;
  • Os economistas defendem tolerância zero para os aumentos salariais.
Para os sindicatos, a ideia é repor a perda de poder de compra, com o argumento de que fortalece o mercado interno e, assim, o crescimento económico.
Os empresários e economistas lembram que a maior parte do consumo nacional recorre às importações e que, por isso, a economia só crescerá por via das exportações. Além disso, num momento de austeridade, aumentos salariais iriam obrigar a esforços ainda maiores e seriam vistos internacionalmente como uma brincadeira de mau gosto.
Os especialistas reconhecidos e os poderosos opinam:
Krugman (Nobel 2008) defende o emprego, o apoio às famílias e críticas às políticas monetárias da China.
Obama (Presidente dos EUA), justifica a retirada(?) do Iraque para restaurar a economia e criar empregos.
Krugman (Nobel 2008) defende que novos programa de estímulos à economia, não devem ser para os mais ricos ou empresas, mas em cortes nos impostos dos salários (de quem trabalha).
Em Portugal:
As Confederações Sindicais, afinam pelo Paul Krugman e Barak Obama,
Os nossos economistas (com várias reformas, prémios de desempenho, mesmo com medidas desastrosas acumuladas), defendem aumentos de salários ZERO, para os que trabalham e produzem mais-valia, a ver se sobra alguma coisinha para aumentos da corporação…
Os nossos empresários, defensores do Mercado, abrigam-se à sombra do Governo e estão de acordo com os nossos economistas.
Afinal, porque terão laureado Krugman (para não referir outros) com o prémio Nobel da Economia? Provavelmente porque nenhum economista português concorreu…

Nem de propósito - Lusofonia na Galiza

Já não vamos a tempo...
Cartaz

Lusofonia/Lusografia. Acordo ortográfico?

As associações dos media dos países lusófonos, com a excepção de Timor-Leste e São Tomé e Príncipe e incluindo Macau, estão reunidas esta semana no Brasil para a reunião magna anual que se traduz na realização de diversas conferências, que arrancaram na Bienal Internacional do Livro, em São Paulo, e terminam no sábado no 34º Congresso brasileiro de Jornalistas, em Porto Alegre.
Segundo um comunicado divulgado hoje pela Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau, que iniciou esta semana o processo de adesão à Federação de Jornalistas de Língua Portuguesa, as conferências pretendem debater “estratégias de valorização profissional e de intercâmbio de produtos jornalísticos produzidos nos vários meios em todos os países de língua oficial portuguesa”.
Macau deve preservar a grafia do português anterior ao novo acordo ortográfico, por falta de interesse das autoridades chinesas em introduzir as novas regras, prevê o especialista Joseph Levi, da universidade norte-americana de George Washington.
“Não faz sentido mudar, segundo o governo central, porque há manuais já prontos, professores formados que vieram de Portugal. Não há este interesse em usar o acordo”, disse à Lusa o professor de filologia portuguesa, que regressou este ano da Ásia.
Macau é oficialmente uma zona bilingue até 2049, com opção de continuar mais 50 anos.
Para debater a língua de Camões, os escritores José Eduardo Agualusa (angolano) e Mia Couto (moçambicano) revelaram, a um auditório lotado e extasiado, uma cumplicidade que vai muito além das fronteiras literárias e linguísticas. Com pitadas de humor, salpicado de situações ‘saia-justa’, discorreram sobre a convivência entre o português e a cultura local de cada país, além do beber na fonte de Jorge Amado, entre outros autores.
Sem comentários e que cada um faça opinião e tome uma opção. Eu já fiz e é não… porque sim.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

A pobreza aumentou para as mulheres! Um n.º razoável enriqueceu. À custa das cotas?

Neste Ano Europeu da Pobreza e Exclusão, torna-se necessário questionar os fundamentos, isto é, os conceitos, os pressupostos, as hipóteses e as intenções dos estudos sobre a feminização da pobreza.
O processo de “feminização da pobreza” teve início quando a mulher, sozinha, teve que prover o seu sustento e o de seus filhos.
O conceito ‘feminização da pobreza’ representa a ideia de que as mulheres se vêm tornando, ao longo do tempo, mais pobres do que os homens.
Sublinhe-se:
1º - A pobreza tem escolhido cegamente homens e mulheres;
2º - A diferença entre sexos, tem a ver com as diferenças salariais, onde contabilizam as circunstâncias de a mulher ser mãe e educadora e ter outros direitos, que os homens não têm (a gravidez e o período/”regalias” pós-parto);
3º - Penso que se está a confundir pobreza com desemprego, em que pelas razões acima, escolhem o elo mais fraco;
4º - As lutas, justificadas no tempo, das reivindicações feministas, feitas por intelectuais e aspirantes aos cargos administrativos, não evoluíram para a realidade da mulher-tipo, trabalhadora e mãe, enquanto as outras feministas foram subindo, subindo, até deixarem de ver o mundo da mulher;
5º - Isto talvez tenha sido o primeiro passo para a violência doméstica sobre a mulher, que emergiu com o beneplácito das feministas-militantes da burguesia dos anos 70…
Depois foi o que se vê e o que não se vê, porque a violência doméstica é mais do que se publicita e mais abrangente no conceito, do que a visão minimalista de “o homem dar porrada na mulher”!
Um dia abordarei o tema, para polemizar, mas informando, sem querer ser juiz em causa própria…