(per)Seguidores

sábado, 18 de setembro de 2010

Lusofonia até rima com Economia

Depois de um ano de queda, as exportações da Unicer voltaram a crescer, impulsionadas pelas vendas de cerveja em Angola, que aumentaram 30% no primeiro semestre, um crescimento "totalmente em contra-ciclo" disse o Presidente executivo do Grupo, como resultado de uma estratégia de internacionalização que é "fundamental para a sobrevivência e crescimento" da empresa e em que "Angola, Cabo Verde e Guiné têm um papel fundamental".
O gestor, que falava no lançamento do livro “Inovação e Internacionalização”, do ex-ministro das Finanças Ernâni Lopes, declarou que "Se há investimento que vale a pena fazer que sustente a competitividade da nossa economia é nos países da língua portuguesa…”
Esta ideia foi partilhada por Ernâni Lopes, para quem a internacionalização, e em particular a lusofonia, "é uma questão estratégica fundamental" para as empresas nacionais.
Já um administrador executivo do BES considera que a aposta não se deve limitar aos países de expressão portuguesa, mas estender-se aos mercados mais desenvolvidos e exigentes, para que as empresas se superem.
A notícia aqui é a o título do livro de Ernâni Lopes e a concordância com a abrangência do conceito e do território da Lusofonia com efeitos no debelar da crise, contrariando-se, ou omitindo a habitual ideia do merceeiro, que costuma apregoar: “Baixem-se os salários!” Já não é tão mau, ou estará a melhorar?
Era bom alargar o mercado lusófono, para bem de todos países e respectivos cidadãos. 

Afinal há uma boa ideia, e é inovadora e é política

A Região Norte de Portugal juntou-se à Galiza e a Castela e Leão para lançar a primeira "macro-região" da Península Ibérica, designada "Sudoeste Europeu", aproveitando o lançamento do debate do novo ciclo de políticas comunitárias (2014-2020) e a discussão sobre perspectivas financeiras que se seguirão.
A ideia é estudar uma candidatura, em que os eixos de acção desta aposta são, economia, indústria, educação, universidade e investigação, trabalho, ambiente, cultura e turismo e ainda transportes e logística.
O 1º passo para a concretização deste projecto foi dado ontem, em Vallodolid, Espanha, com a assinatura de um memorando de entendimento entre os Presidentes das 3 regiões do Noroeste peninsular.
O Presidente do Governo Regional de Castela e Leão destacou o "enorme significado e valor estratégico deste grande projecto político" e comprometeu-se a apresentá-lo na Cimeira Ibérica de Elvas, marcada para o mês de Dezembro. "Este memorando é um marco", declarou, puxando pela auto-estima das três regiões que, salientou, "têm a mesma vocação de serviços, experiência e que apostam apaixonadamente na cooperação em território".
Também o Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, destacou a originalidade do memorando, pelo facto de criar uma cooperação tripartida. "Este Noroeste peninsular não fica isolado sobre si próprio, mas abre-se a outras regiões e esperamos que venham a incorporar esta "macro-região”", frisando, que a "cooperação tripartida" não se limita à obtenção de fundos comunitários.
De tanto os políticos e economistas insistirem na INOVAÇÃO, desta vez são eles (os políticos) a terem uma ideia inovadora, embora tardia, quando o povo já se cansa de tanta treta e se alarga a vontade de nos “espanholarmos”, apesar de as circunstâncias já não serem apetecíveis. Mas regista-se o meio-termo, onde se diz que está a virtude.
E a propósito:

A Vida

Povo sem outro nome à flor do seu destino;
Povo substantivo masculino,
Seara humana à mesma intensa luz;
Povo basco, andaluz,
Galego, asturiano,
Catalão, português:
O caminho é saibroso e franciscano
Do berço à sepultura;
Mas a grande aventura
Não é rasgar os pés
E chegar morto ao fim;
É nunca, por nenhuma razão,
Descrer do chão
Duro e ruim!
Miguel Torga

CEPS criou o «Fundo de Solidariedade Social» para ajudar a ajudar

Para ajudar os mais pobres a enfrentar a crise, a Comissão Episcopal da Pastoral Social criou o «Fundo de Solidariedade Social» (FSS).
Através do Multibanco qualquer cidadão pode aumentar os valores deste fundo de solidariedade. Para tal, basta colocar o dígito 2 em todos os campos (entidade e referência). Depois é escolher o montante a doar. Poderá também utilizar a transferência bancária através do NIB 003300000109004015012.
Desde Julho, data da criação do FSS, até meados de Setembro foram depositados cerca de 35 mil Euros na conta bancária destinada para estes fins. A gestão do fundo foi delegada à Caritas Portuguesa, Sociedade S. Vicente de Paulo, Comissão Nacional Justiça e Paz e a Comissão Justiça e Paz dos Religiosos.
Para não se só conversa, eu já doei. 
Fi-lo por transferência, por não ter entendido que era para colocar o n.º 2 em todos os rectângulos da entidade e da referência) e foi ter à conta da Caritas.
Proposta - Se os blogueiros que passam por aqui, achassem por bem publicar este apelo/remedeio, prestaríamos um serviço social e não nos ficaria mal. 

Bruto da Costa analisa abruptamente

O presidente da Comissão Nacional de Justiça e Paz (CNJP), Alfredo Bruto da Costa, afirmou que o que se faz em Portugal na acção social é "apreciável e necessário, o que não quer dizer que não possa ser aperfeiçoado", mas acrescentou, "no que respeita ao combate à pobreza o impacto dessa acção é muito diminuto", dizendo que "a pobreza não é um problema periférico", mas "estrutural da sociedade" e "uma consequência lógica do modo como a sociedade e a economia estão organizadas e funcionam".
Para este investigador pioneiro dos estudos sobre a pobreza em Portugal, há vários factores a explicar esta situação. O mais importante, referiu, é a "limitação que os programas e políticas de luta contra a pobreza têm de não poderem afectar privilégios, nem o padrão de desigualdade que caracteriza a sociedade portuguesa. Consequentemente, tudo quanto se faz neste domínio é periférico e não toca nas causas da pobreza" e vincou ainda o facto de "a maior parte das acções abordarem o problema da privação e não atingirem o problema da falta de recursos".
Bruto da Costa reafirmou que "nem todo o esforço e os recursos aplicados se destinam a reduzir a pobreza", mas apenas a "atenuar o estado de privação em que os pobres se encontram, a suprir carências básicas", ao invés de "ajudar os pobres a reconquistarem um lugar na sociedade, de modo a terem meios de vida próprios e não precisarem de ajuda".
Para o Presidente da CNJP, organismo da Igreja Católica vocacionado para as questões sociais, "o verdadeiro combate à pobreza exige mudanças sociais, que vão necessariamente bulir com situações de privilégio intoleráveis" e acrescentou que a sociedade deve ter um maior protagonismo no combate à pobreza, já que "do Estado e das instituições que dele dependem não devem esperar-se mudanças apreciáveis, em parte por razões eleitoralistas".
Não se pode acrescentar nada a um especialista do tamanho de Bruto da Costa, nem contrariar as suas convicções, baseadas em dados e trabalhos de longa data.

Ou como o título de uma não-notícia engana um leitor

Esquerda e direita uniram-se hoje na crítica ao diploma que alterou as regras de acesso aos apoios sociais, em vigor desde Agosto, acusando o Governo de atacar os mais desprotegidos e desfavorecidos.
PCP, Bloco de Esquerda e CDS-PP, que requereram a apreciação parlamentar do Decreto-Lei 70/2010, não pouparam críticas aos socialistas, mas a esquerda não conseguiu aprovar a revogação do diploma.
A alteração do conceito de agregado familiar, as novas fórmulas de cálculo "per capita" e a forma de contabilização dos rendimentos foram os principais pontos de discórdia.
Os centristas focaram o corte das prestações para os idosos e crianças, em contraste com a facilidade em aceder ao Rendimento Social de Inserção (RSI) e anunciaram que o CDS-PP vai propor uma auditoria global para combater a fraude e que o governo devia ir mais longe na "moralização do rendimento mínimo" em vez de cortar nas ajudas para os medicamentos dos pensionistas.
O PSD alinhou nas críticas, elegendo como alvo os beneficiários do RSI, protegidos pela "mão amiga do PS", e a sublinhar que "nunca tantos receberam tão pouco".
Comunistas e bloquistas argumentaram, que a crise está a ser paga pelos mais pobres, enquanto o governo privilegia a banca.
O secretário de Estado da Segurança Social acusou a esquerda de "radicalismo imobilista" e rejeitou o "radicalismo persecutório da direita", mas optou por não responder porque é que quem tem 100 mil euros no banco pode beneficiar do RSI.
PCP, BE e Partido Ecologista "Os Verdes" votaram a favor da revogação do DL 70/2010, mas foi inviabilizada pelo PSD e CDS-PP, que se abstiveram, e pelo voto contra do PS.
Começamos a ler o título e pensamos que a notícia dizia respeito a uma vitória inesperada e chegados ao último parágrafo, deparamos com uma derrota natural, o que torna a notícia numa não-notícia,
Ora bolas! Mais uma “derrota de cabeça erguida/vitória moral”, da era do Sr. Madail e a culpa não foi do árbitro…

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Mais formação = a mais riqueza = a mais igualdade?

Segundo a UNESCO, no documento Sumário Global da Educação, 2 em cada 3 países deparam-se com disparidades de género no acesso ao ensino básico e secundário e cerca de 50% não vai atingir o objectivo da igualdade de género em educação até 2015.
Segundo o relatório, menos de 40% dos países garantem igual acesso à educação, tanto a rapazes, como a raparigas. Em 2015, isso será conseguido apenas em 85 países, ao nível do ensino básico e secundário. Por oposição, 72 países não vão conseguir atingir aquele objectivo, se as tendências actuais se mantiverem, alerta a UNESCO.
Globalmente, as raparigas têm menos probabilidade de acederem ao 1º ciclo do ensino básico do que os rapazes. No sul e ocidente da Ásia, apenas 87 raparigas entram para este nível de ensino por cada 100 rapazes.
Só pretendia desconstruir o paradigma do paralelismo, ou causalidade) que se quer estabelecer entre “mais formação, mais riqueza”. Afinal, sem deixar de chamar a atenção para a continuação e eventual agravamento do objectivo de eliminar as disparidades de género, como se explica que no sul e ocidente da Ásia, em que pelos vistos a formação (educação) é das mais baixas, a produtividade e enriquecimento dos respectivos países acontece?
Resposta (plausível) – Salários baixíssimos, ausência de direitos, impossibilidade de reivindicação. Ou haverá outra?

“God save Obama!”

Um em cada sete norte-americanos vive abaixo do limiar da pobreza (rendimento anual inferior a 22.050 dólares - ou 16.860 euros - de uma família de quatro pessoas), o que representa cerca de 14% da população (305.000.000) do país, segundo dados do Censo de 2009. Este nível é considerado dramático e já não se via desde 1965, quando outro presidente democrata, Lyndon B. Johnson, declarou guerra à pobreza.
A publicação dos dados constitui duro golpe para a Administração democrata de Barack Obama, cujo partido enfrenta eleições intercalares para o Congresso dentro de seis semanas. "A acção mais importante contra a pobreza é conseguir que a economia cresça e garantir que haja empregos", afirmou Barack Obama há poucos dias. Os novos dados cobrem o primeiro ano de Obama no poder, quando o desemprego atingiu o recorde de 10% meses depois da pior crise económica nos EUA desde os anos da Grande Depressão (1930).
Segundo os dados agora publicados, a linha de pobreza nos EUA situa-se:
Para 1 só pessoa, em 10.830 dólares (8.281 €) anuais;
Para um casal em 14.570 dólares (11.140 €);
Para uma família de 3 elementos em 18.310 (14.000 €) e
Para uma família de 4 pessoas em 22.050 dólares (16.860 €) anuais.

Embora nada tenha a ver com a teoria da relatividade, o nível de pobreza (extrema, ou não) é relativo de país para país. Se comparamos com os rendimentos dos EUA acima com os 365(?) dólares ganhos por ano, por uma pessoa que trabalhe no oriente, ou num país de outro Continente, em que o salário é 1 dólar/dia (contando os fins-de-semana), a coisa nem estaria má. Também se pode constatar, que a pobreza é apátrida e que os EUA, afinal também têm muita pobreza. Mas…
Fazendo uma análise do texto (sem querer julgar o mensageiro), há três destaques que se devem fazer:
1. Quando se refere que outra situação dramática aconteceu com outro presidente democrata, pretende-se dizer que os Democratas são os responsáveis pelos problemas do presente, ou são presentes envenenados dos Republicanos que os antecederam e lhes deram origem?
2. Quando se diz que os dados são um duro golpe para a administração Democrata de Barack Obama, está-se a insistir na falácia anterior, acrescentando-se o nome de Obama, será também para o responsabilizar pelos erros do seu antecessor, Republicano e de nome Bush?
3. Quando se insiste que os novos dados cobrem o primeiro ano de exercício de Obama como Presidente dos EUA, será mesmo para o responsabilizar pessoalmente pela herança recebida?
Claro que não tenho nada que me imiscuir na política de outros países, mas que os nossos jornalistas enveredem com “actos falhados” a manipular a nossa opinião sobre a realidade, esquecendo-se, ou ignorando a CAUSALIDADE, alguém tem que desmontar a leitura enviesada, que se pode fazer…
Tudo isto, porque como já disse, tenho fé no Obama e é injusto julgá-lo “sem justa causa” e pronto!

"Perde-se uma vida em cada minuto que passa"

Cerca de 500.000 mulheres morrem todos os anos no mundo por questões relacionadas com a gravidez e o parto, uma realidade que Portugal quer ajudar a combater com a campanha "nenhuma mulher deve morrer por dar vida".
Na sessão de lançamento da campanha, a secretária de Estado da Igualdade, Elza Pais, sublinhou que a mortalidade materna.
No continente africano, 1 em cada 16 mulheres corre o risco de morrer por complicações relacionadas com a gravidez, enquanto nos países europeus essa relação é de 1 em cada 2800 mulheres, representando uma das grandes disparidades entre países ricos e pobres.
O ODM 5 visa reduzir em 75% a mortalidade materna no mundo dentro de 5 anos.
Para o Governo, a evolução dos indicadores de saúde materno-infantil em Portugal é considerada internacionalmente um caso de sucesso, que deve ser replicada no contexto dos países parceiros da cooperação portuguesa.
Porque sabemos que internacionalmente Portugal é exemplo do enorme sucesso na baixa da taxa de mortalidade infantil e materna, tendo como respon­sável o reconhecido médico Dr. Al­bino Aroso, enquanto Secretário de Estado da Saúde e também dina­mizador do planeamento fami­liar, é ele próprio a dizer e com propriedade: “Somos dos países do mundo com a melhor taxa de mortalidade infantil e materna”.

Ecos do Voluntariado Empresarial e da Responsabilidade Social das Empresas I

A Ford promove neste mês, a 5ª Semana Global do Voluntariado, campanha mundial que mobiliza milhares de empregados e aposentados da empresa, nos 6 continentes, para a realização de acções de ajuda às comunidades.
No ano passado, mais de 10.000 voluntários da Ford participaram das actividades em 44 países, realizando 218 projectos que beneficiaram cerca de 2,4 milhões de pessoas. No Brasil, foram organizados 10 projectos que atenderam cerca de 2.300 pessoas nos estados da Baía, Ceará, Distrito Federal e São Paulo.
Os voluntários da Ford vão montar abrigos para famílias carentes na Austrália, construir um reservatório de água potável no Gana, pintar uma escola para crianças no Reino Unido e realizar mais de 100 outros serviços comunitários durante a semana, incluindo a plantação de mudas e acções de preservação ambiental.
A satisfação pessoal de poder ajudar o próximo aumenta também a auto-estima. "É um trabalho gratificante. Se dá para fazer alguma coisa para melhorar a vida das pessoas, por que não? Às vezes, a doação é pouco para quem dá, mas representa muito para quem está a precisar", diz Carlos Durães, do Comité de Cidadania dos Trabalhadores da Ford de São Bernardo do Campo. Segundo ele, a inspiração para este trabalho vem do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, que liderou o movimento contra a fome no início dos anos 90.
São 6 campanhas fixas por ano, incluindo Páscoa, Campanha do Agasalho, Dia das Crianças e Natal, para além das emergências de catástrofes.
Para quem bate quase sempre nas Empresas e no Mercado, tem a obrigação de divulgar as excepções que vão cumprindo as regras e que muitos de nós entendemos como uma obrigação social, só porque sem os consumidores, os trabalhadores não poderiam gerar riqueza, produzir mais-valias, capitalizar as empresas e permitir o bem-estar dos “accionistas”.  

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Nos melhores Bancos cai a nódoa, mas há vários detergentes

Ontem a falência do banco norte-americano Lehman Brothers fez 2 anos. Algumas coisas mudaram, mas a recuperação da economia global ainda é incerta.
Ao não socorrer o Lehman, o governo norte-americano pode ter agravado a crise de confiança do sistema financeiro, sendo forçado mais tarde a realizar diversos pacotes para socorrer instituições financeiras, sendo seguido por outros países. Dois anos e alguns trilhões de dólares depois, o mercado ainda tem dúvidas sobre a trajectória de recuperação da economia global.
Entretanto, o governo norte-americano adoptou algumas medidas para controlar o sistema financeiro local:
A criação de uma agência governamental com o objectivo de impedir que as instituições se aproveitem da falta de cultura financeira dos seus clientes;
Exigindo que os bancos comprovem a capacidade dos clientes honrarem as dívidas no crédito à habitação;
Obrigando os bancos a assumir maior grau de responsabilização face aos riscos que corre;
A participação em fundos de investimento de risco (hedge funds e private equity) fica limitada e
Alguns produtos financeiros derivados no chamado mercado over-the-counter, passarão a estar regulados e torna-se obrigatória a criação de câmaras de compensação.
Que há diferenças entre estas medidas e as que foram tomadas no nosso cantinho, há… e lá não tiveram medo do colapso financeiro, mas quem sou eu e os restantes cidadãos que ouvem os noticiários, os parlatórios e os “especialistas”? Consumidores de Novelas, Futebol, Partidos e “Casas Pias”.

Solução para a Revisão Constitucional

Cavaco Silva defendeu, ontem, terça-feira, que numa revisão constitucional deve ser seguido o princípio da "melhoria incontestável". "Só vale a pena fazer uma alteração num qualquer artigo da Constituição quando estivermos absolutamente certos de que o novo é melhor do que aquele que já lá estava", sublinhou.
Por outro lado, salientou "toda a responsabilidade" pela revisão da Lei Fundamental cabe aos deputados. Se dois terços deles a aprovarem Belém terá de a subscrever. "É uma lei que o presidente da República não pode deixar de promulgar", salientou.
É um processo  "que envolve sempre dificuldades de negociação, mas se a discussão se processar com bom senso, com elevação, com serenidade, com certeza que os partidos irão chegar a algum entendimento", concluiu.

Para melhor está bem, está bem, para pior já basta assim

Homenagem ao Dr. Afonso Fernando – Advogado, Rotário e Cidadão - HOJE

No próximo dia 16 de Setembro, quinta-feira, pelas 20.30h, num jantar no Hotel Axis Vermar, o Rotary Club da Póvoa de Varzim vai homenagear o seu Companheiro Afonso Fernando, que completará 90 anos de idade e que se justifica;
Pelo facto de ser sócio fundador do Clube (já vai fazer 47 anos);
Por ser o Decano dos Advogados da comarca da Póvoa de Varzim (com 50 anos de exercício da Advocacia);
Por ter sido distinguido com uma medalha pelo então Presidente da República, Dr. Mário Soares e ainda;
Por ter dado a alma e a cara em defesa da Democracia, sempre à frente dos que contestavam a Ditadura e nos permite saborear a liberdade de expressão, há 36 anos.
E chega. Um homem de corpo inteiro.
O Bastonário da Ordem dos Advogados, Dr. Marinho Pinto, estará presente.
Informa-se que o custo do jantar (buffet) é de € 20, e quem quiser associar-se terá que se inscrever até ao dia 14, para o telemóvel: 939058744 (Presidente 2010/11 do RC da Póvoa de Varzim.
Um rotário exemplar 

1 contribuição para se entender um Estado Social

LUTHERKING

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Um paradigma, que se quer que vire para dogma

Ainda hoje, muitos executivos e empresários insistem em usar a família como analogia da harmonia que deve reinar nas suas empresas. Parece incrível, mas em discursos oficiais, proferidos durante eventos significativos de uma empresa, ainda se pode ouvir: "Nós somos uma grande família..." ou então "Nós, da família X S.A..." A metáfora não é boa.
A primeira razão é óbvia: a própria família não é, e nunca foi, o protótipo da convivência harmónica, pretendida em alguns discursos empresariais. Choque de gerações, incompatibilidade profissional entre cônjuges, briga de irmãos, são alguns dos exemplos, que ilustram o ambiente turbulento da convivência familiar. O que parece muito comum entre a família e a empresa é o facto de que falar aberta e francamente sobre estas "diferenças" internas, é sinal de assumir fraquezas e pode ferir a nossa imagem perante os vizinhos, fornecedores, clientes, empregados entre outros. Esta "mentira" nossa de cada dia, ou a tentativa permanente de esconder os nossos "street-racers internos" (familiares e organizacionais) só traz desgaste, descrédito e mais tensão ao sistema e à convivência. Quem escuta o discurso da grande família só tem duas conclusões a tirar sobre quem o profere: ou é um desconhecedor do que de facto acontece, ou não quer ver o que de facto acontece. E o que acontece de facto? Vamos limitar-nos à realidade organizacional.
Na verdade, ela é recortada internamente por interesses de grupos e indivíduos, legítimos na sua maioria. Não faltam exemplos destes grupos e indivíduos, que convivem no dia-a-dia da empresa: "pessoal do staff", "grupo da produção", o grupo de mulheres da empresa, os casados, as pessoas de potencial diferenciado, trainees, o comité do projecto de reengenharia, a turma que pega o autocarro, a área de Recursos Humanos, o departamento de marketing, e outros tantos. Para cada um destes exemplos acima é possível identificar alguns interesses/expectativas inerentes ao seu trabalho e à sua posição dentro da empresa. Todos nós sabemos que o pessoal do "staff" e da "linha" vivem e convivem com os seus desencontros e conflitos quotidianamente. E os trainees? Não são eles um grupo arrojado, pronto para assumir funções de gerência, dispostos a inovações, e que acaba incomodando os "velhos" da casa, já experientes e "calejados"? Outro exemplo é o grupo de mulheres que exigem, no mínimo, o mesmo tratamento dispensado ao homem no que diz respeito às oportunidades de carreira, remuneração, acesso a informações etc... Como já foi dito, estes são interesses e expectativas legítimas que fazem parte do jogo interno da empresa, não se traduzindo necessariamente em intenções espúrias e em desacordo com os objectivos e a missão vigentes.
Olhada e compreendida neste prisma a empresa transforma-se numa micro sociedade, plural, com antagonismos internos, e divergências saudáveis. Estes grupos e indivíduos querem ver, obviamente, os seus interesses atendidos e se possível garantidos por longo tempo, em função deste ou daquele cenário de mudanças que a empresa enfrenta. Daí decorrerem confrontos, demonstrações de força, jogos de poder, alianças e coligações.
Este é o verdadeiro dia-a-dia organizacional: tenso quase que permanentemente. Não é preciso ter vergonha de reconhecê-lo e/ou aceitá-los. Pode parecer estranha a negociação neste contexto, mas não é. Hoje em dia, e depois das experiências que já passamos, a eficácia da mudança organizacional depende da habilidade e da competência dos agentes de mudança "mapearem", conhecerem, e negociarem com os grupos internos, cujos interesses efectivamente serão "incomodados" pela implantação das mudanças desejadas. Quer dizer, mudar empresas hoje, não significa livrar-se (às vezes até violentamente) da realidade gerencial existente e iniciar uma nova fase organizacional. Ao contrário, as mudanças devem levar em consideração e actuar sobre as condições organizacionais existentes. Assim, a "grande família" como objectivo, é uma ferramenta de compreensão da realidade organizacional.
Luís Felipe Cortoni - Formado em Psicologia. Iniciou a sua carreira no Departamento de Desenvolvimento Gerencial da Mercedes Benz do Brasil em 1981
Por uma questão de estratégia, nem tudo que publico coincide, em tudo, com o que penso, mas permite a quem pensa diferente que atinja quem pensa diferente. Aqui será o caso das mulheres, que dentro da igualdade de género que se porfia, pode ser contestado, ou não… É outro tema.

Mais um pale(i)ativo para o desemprego e…

O crescimento sustentado da procura interna através do aumento do poder de compra e do estímulo ao investimento fixo e inovação tecnológica são condições para criar emprego e combater a pobreza, defendem as Nações Unidas, num relatório divulgado esta terça-feira.
O “Trade and Development Report 2010” destaca que este fortalecimento da procura doméstica implica, contudo, uma reorientação das políticas macroeconómicas com vista a um crescimento sustentado dos salários, em linha com o aumento da produtividade.
Subintitulado “Emprego, Globalização e Desenvolvimento”, o relatório analisa a experiência dos últimos 30 anos dos países em desenvolvimento com estratégias de crescimento baseadas na exportação, particularmente a capacidade para gerar emprego suficiente para absorver os excessos de mão-de-obra típicos dessas economias.


Cheira-me que quem faz estes Relatórios, deve ser gente que percebe da poda, mas não sabe podar.
Serão Economistas? E não sabem resolver os problemas dos países deles?
Quando leio estas coisas vindas da ONU, tenho a mesma sensação que experimento quando ouço os Comissários Europeus a darem receitas para os problemas dos países dos outros, quando podiam resolver os problemas dos seus próprios países, ou quando ouço o Presidente da CE, que não tendo sido capaz de resolver no nosso país e os nossos problemas, tem solução para os problemas do Mundo, ou ainda do ex-Presidente do Banco de Portugal, que sendo tão bom, até foi para Vice-Presidente do Banco Europeu e aqui, foi aquilo que se viu, ou ainda os nossos ex-Ministros da Finanças a mandarem “bitaites” para nos receitarem placebos para debelarem a (nossa) crise e manterem a (deles) ESTABILIDADE. Se sabiam, porque não fizeram?
Estes especialistas precisarão de inquéritos, gráficos e relatórios para verem a realidade, ou de irem ao optometrista? A realidade não cabe no Excel e o papel não é um alimento básico.

NO COMMENTS NO COMMENTS NO COMMENTS

N.º de famintos crónicos cai pela 1ª vez em 15 anos, diz a FAO

O número de pessoas no mundo sofrendo de fome crónica passou de 1,02 bilhão em 2009 para 925 milhões em 2010, informou a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). Foi uma redução de 9,6%. É a primeira vez em 15 anos que a cifra cai. No ano passado, a cifra tinha atingido o pior número de 4 décadas.

Fome_Gáfico subnutridos 
Foto: Arte G1)
Fome_distribuição 
Entre 2008 e 2010: (Foto: Arte G1)

O Mercado, a Economia e a Tecnologia amigas do ambiente?

Hyundai apresenta o carro eléctrico BlueOn
A Hyundai apresentou um novo conceito ecologicamente correcto na presença do Presidente sul-coreano Lee Myung-Bak e dos ministros do Conhecimento e Economia e do Ambiente. Trata-se do BlueOn, que antecipa um sistema de propulsão eléctrico produzido em série, primeiro da história da empresa.
O motor é movido apenas a electricidade. Ele entrega 81 cv e constantes 21,4 kgfm. A empresa informa que o BlueOn acelera de 0 a 100 km/h em 13,1 segundos e alcança 130 km/h, com autonomia de 140 km.
Uma das diferenças do modelo diz respeito às baterias. Em vez de adoptar o composto mais usado actualmente, de íon-lítio, a Hyundai usou no BlueOn a tecnologia LiPoly de polímeros de lítio. Segundo a fabricante sul-coreana, o LiPoly entrega a mesma carga com peso 30% menor e 40% a menos de volume do que os acumuladores usados actualmente, aumentando a eficiência do conjunto e liberando espaço no interior para passageiros e bagagens.
O pontapé de saída para a entrega de 30 modelos BlueOn como veículos de teste a várias organizações governamentais coreanas, será  no mês de Outubro. A partir de 2012 começa a produção em série, com volume anual de 2.500 carros.
Mais uma iniciativa que procura uma aliança séria, entre o Mercado, a Economia e o Ambiente, embora digam os economistas mais credenciados, que se a Economia não tem em conta o Ambiente e como objectivo servir o Homem, chama-se outra coisa…
A notícia é composta de várias fontes, dado que umas eram tão completas que só elucidavam os aficionados, enquanto outras eram tão sucintas que não respondiam aos ambientalistas.
Passe a “publicidade”…

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Lusofonia: a Cultura portuguesa e uma língua falada em todo o Mundo

Pois, o economicismo, que é pai do voluntarismo

A Presidente da Comissão Nacional para o Ano Internacional dos Voluntários, Maria José Ritta, afirmou que o voluntariado é "um elemento moderador" numa sociedade em que os valores humanistas "estão um pouco perturbados".
Falando em Vilamoura, à margem do Torneio de Golfe “Bola Amiga”, que ali teve lugar, a mulher do ex-Presidente da República disse que, na época actual, faz sentido "que o voluntariado se afirme como elemento moderador das arestas da sociedade actual, perturbada pelo economicismo" e afirmou desconhecer a quantidade de voluntários actualmente ao serviço em Portugal, já que "ninguém tem números", sendo uma das tarefas da Comissão a que preside, precisamente, a recolha de informação que permita a quantificação do trabalho voluntário.
O produto do Torneio, em que Jorge Sampaio não participa como competidor, será entregue a uma instituição de solidariedade social de Loulé, dedicada ao apoio à criança.
Realmente sem se saber o número, a localização, as competências, a formação necessária e específica dos voluntários que temos, fica difícil planificar, para se tirar proveito da boa vontade, da motivação e até da necessidade, psicológica ou curricular de quem quer ou tem que dar de si, nem que seja pouco.
Das boas intenções da Presidente não duvido, até porque já me incentivou a ir por aí…

Reportando-se aos motins, causas/efeitos – Mia Couto

Mia Couto, na apresentação do "Jesusalém"
Diana-Bar - Póvoa de Varzim - Portugal
“A pobreza sai muito caro. Ser pobre custa muito dinheiro. Os motins da semana passada comprovam este parodoxo. Jovens sem presente agrediram o seu próprio futuro. Os tumultos não tinham uma senha, uma organização, uma palavra de ordem. Apenas a desesperada esperança de poder reverter a decisão de aumento de preços”
Cercado por uma espécie de guerra, refém de um sentimento de impotência, escuto tiros a uma centena de metros. Fumo escuro reforça o sentimento de cerco. Esse fumo não escurece apenas o horizonte imediato da minha janela. Escurece o futuro. Estamo-nos suicidando em fumo? Ironia triste: o pneu que foi feito para vencer a estrada está, em chamas, consumindo a estrada. Essa estrada é aquela que nos levaria a uma condição melhor.
E de novo, uma certa orfandade atinge-me. Eu, como todos os cidadãos de Maputo, necessitaríamos de uma palavra de orientação, de um esclarecimento sobre o que se passa e como devo actuar. Não há voz, não rosto de nenhuma autoridade. Ligo rádio, ligo televisão. Estão passando novelas, música, de costas voltadas para a realidade. Alguém virá dizer-nos alguma coisa, diz um dos meus filhos. Ninguém, excepto uma cadeia de televisão, dá conta do que se está passando.
A pobreza sai muito caro. Ser pobre custa muito dinheiro. Os motins da semana passada comprovam este parodoxo. Jovens sem presente agrediram o seu próprio futuro. Os tumultos não tinham uma senha, uma organização, uma palavra de ordem. Apenas a desesperada esperança de poder reverter a decisão de aumento de preços. Sem enquadramento organizativo os tumultos, rapidamente, foram apropriados pelo oportunismo da violência, do saque, do vandalismo.
Esta luta desesperada é o corolário de uma vida de desespero. Sem sindicatos, sem partidos políticos, a violência usada nos motins vitimiza sobretudo quem já é pobre.
Grave será contentarmo-nos com condenações moralistas e explicações redutores e simplificadoras. A intensidade e a extensão dos tumultos deve obrigar a um repensar de caminhos, sobretudo por parte de quem assume a direcção política do país. Na verdade, os motins não eram legais, mas eram legítimos. Para os que não estavam nas ruas, mesmo para os que condenavam a forma dos protestos, havia razão e fundamento para esta rebelião. Um grupo de trabalhadores que observava, junto comigo, os revoltosos, comentava: são os nossos soldados. E o resto, os excessos, seriam danos colaterais.
Os que não tinham voz diziam agora o que outros pretendiam dizer. Os que mais estão privados de poder fizeram estremecer a cidade, experimentaram a vertigem do poder. Eles não estavam sugerindo alternativas, propostas de solução. Estavam mostrando indignação. Estavam pedindo essa solução a “quem de direito”. Implícito estava que, apesar de tudo, os revoltosos olhavam como legítimas as autoridades de quem esperavam aquilo que chamavam “uma resposta”. Essa resposta não veio. Ou veio em absoluta negação daquilo que seria a expectativa.
Poderia ser outra essa ausência de resposta. Ou tudo o que havia para falar teria que ser dito antes, como sucede com esses casais que querem, num último diálogo, recuperar tudo o que nunca falaram. Um modo de ser pobre é não aprender. É não retirar lições dos acontecimentos.
As presentes manifestações são já um resultado dessa incapacidade.
Para que, mais uma vez, não seja um desacontecimento, um não evento. Porque são muitos os “não eventos” da nossa história recente. Um deles é a chamada “guerra civil”. O próprio nome será, talvez, inadequado. Aceitemos, no entanto, a designação. Pois essa guerra cercou-nos no horizonte e no tempo. Será que hoje retiramos desse drama que durou 16 anos? Não creio. Entre esquecimentos e distorções, o fenómeno da violência que nos paralisou durante década e meia não deixará ensinamentos que produzam outras possibilidades de futuro.
Vivemos de slogans e estereótipos. A figura emblemática dos “bandos armados” esfumou-se num aperto de mão entre compatriotas. Subsiste a ideia feita de que somos um povo ordeiro e pacífico. Como se a violência da chamada guerra civil tivesse sido feita por alienígenas. Algumas desatenções devem ser questionadas. No momento quente do esclarecimento, argumentar que os jovens da cidade devem olhar para os “maravilhosos” avanços nos distritos é deitar gasolina sobre o fogo. O discurso oficial insiste em adjectivar para apelar à auto-estima. Insistir que o nosso povo é “maravilhoso”, que o nosso país é “belo”. Mas todos os povos do mundo são “maravilhosos”, todos os países são “belos”. A luta contra a pobreza absoluta exige um discurso mais rico. Mais que discurso exige um pensamento mais próximo da realidade, mais atento à sensibilidade das pessoas, sobretudo dessas que suportam o peso real da pobreza.
Mia Couto – em O País online