Menos pessoas na rua do que em manifestações anteriores. Governo destaca "baixa", sindicatos encorajados. Hoje há mais protestos.
"Se mudam assim a idade da reforma, vão enterrar-nos vivos. Agora é "metro, boulot, caveau" [metro, trabalho, sepultura]." O protesto de Raoul Bourbot, de 56 anos, despedido.
A opinião de Jean-Claude-Mailly, da Force Ouvrière, é de que as manifestações de ontem deixam prever "uma mobilização ainda mais forte" na próxima jornada de luta de greves e manifestações, marcada já para depois de amanhã, véspera da votação pelo Senado do projecto de reforma já adoptado pela Assembleia Nacional.
"Temos vários milhões de pessoas na rua, que nos apoiam e acreditam em nós", disse ontem o líder da CFDT, François Chérèque, em Paris. "O único bloqueio do país é o Governo." Para além das sucessivas manifestações, os sindicatos têm conseguido perturbar o estratégico sector dos transportes, particularmente os comboios, e quase fecharam a torneira do abastecimento de combustíveis.
A determinação parece bem viva entre os milhões que se têm mobilizado contra a impopular reforma do sistema de pensões. "É preciso ir até ao fim, permanecer firme e continuar com modos de acção diferentes", afirmou à AFP Daniel Daumières, de 54 anos, animador sócio-cultural, um dos manifestantes que se concentraram ontem em Bordéus.
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