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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

ESTATÍSTICA - mãe de guerras, imposto(re)s e manipulação

Hoje, Dia Mundial da Estatística e que se realiza pela primeira vez, vai debater a pobreza.
A guerra foi ao longo da história o que mobilizou os poderes na busca dos "quantos somos". Hoje as estatísticas são muito mais do que contar pessoas, mas são no quotidiano financeiro frequentemente as razões do comportamento dos mercados financeiros ou da medida do poder económico.
Pela primeira vez, e por iniciativa da ONU, marca-se hoje o dia Mundial da estatística.
Em Portugal, a entidade responsável por traduzir o país em números, o Instituto Nacional de Estatística (INE), marca a data com um debate sobre a pobreza.
Durante o seminário que hoje se realiza vão ser apresentados os resultados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento que permitirão avaliar, entre outros aspectos, as desigualdades e o risco de pobreza. Entre os intervenientes estará a economista Manuela Silva, que tem dedicado a sua carreira ao tema da distribuição do rendimento.
Quando a ONU “inventa” um dia Mundial/Internacional sobre um tema, isso quer dizer que o tema é premente e pertinente, regra geral por défice do valor que lhe é atribuído.
O Dia Mundial da Estatística faz sentido, se tivermos em conta que as Estatísticas, são o melhor instrumento de manipulação da opinião pública e até da bem informada em certos sectores, sobretudo e pelas circunstâncias, na especulação financeira. Mas é nas sondagens políticas, nos rankings das escolas, na saúde/doença da economia, nas premissas orçamentais, nos resultados das Bolsas, na cadência da divulgação das mesmas (estatísticas) na comunicação social, enfim, em todos os sectores do nosso dia-a-dia, que deformam/distorcem a visão do cidadão sobre o mundo/realidade, criando boas ou falsas expectativas, que por sua vez estimulam ou deprimem o homem, consoante a suposta “verdade” e ”rigor”, que se lhe atribui.
Uma das pechas das estatísticas é o desfasamento temporal, já que nem sempre “representam” em tempo real a realidade que querem retratar. Veja-se a Pobreza, em que quase todas as estatísticas se referem a 2008, com 2 anos de atraso, exactamente num tempo em que a realidade alterou de tal maneira, que as estatísticas nem sequer servem de instrumento avaliativo e impulsionador de medidas adequadas.
O Dia Mundial da Estatística não vai mudar nada, porque os truques vão continuar por quem as manda fazer, com objectivos ocultos, mas servirá para alertar o cidadão comum, para a inverdade de muitas delas, a falta de rigor da maioria e da consciência de que as Estatísticas são armas, usadas em proveito de alguém e o mais grave, desumanizam o real, transformando toda a gente em números e percentagens.
Gente informada não é manipulada!

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