Situação desses profissionais é agravada pela pressão de resultados e por se submeterem a salários baixo.
A pressão por resultados e cumprimento de metas têm tornado doenças como depressão e síndrome do pânico recorrentes em quem trabalha como operador de telemarketing. De acordo com a pesquisadora de Sociologia do Trabalho da Universidade de Campinas (Unicamp), Selma Venco, não há registos precisos sobre a quantidade de teleatendentes afectados por doenças psicológicas causadas pelo stress do trabalho. No entanto, a socióloga afirma que, nas empresas pesquisadas por ela, de cada 10 trabalhadores do sector, 7 apresentam algum distúrbio de natureza psíquica (70%). “As doenças aparecem exactamente por conta da pressão a que são submetidos.”
O médico de trabalho Airton Marinho, que desenvolveu uma pesquisa de pós-graduação na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) sobre o sector, constatou que os operadores de telemarketing pesquisados chegavam a ter “intimidade” com medicamentos contra doenças como a depressão e um conhecimento grande, e incomum, dos nomes de medicamentos anti-depressivos. Os operadores de telemarketing declararam que consultam, com frequência, psiquiatras e psicólogos. “É muito estranho que essas pessoas, jovens, ainda em uma fase da vida que deveria ser boa, procurem atendimento psicológico, psiquiátrico e tomem muitos remédios controlados, anti-depressivos e remédios para dormir” disse Marinho.
O Presidente executivo do Sindicato Paulista das Empresas de Telemarketing, Marketing Directo e Conexos, afirmou que a pressão imposta aos empregados não é exclusividade do sector. “O que a gente precisa entender é que tem algumas coisas que não são do sector, é da sociedade moderna. E pelo número grande de trabalhadores no sector, os números aparecem mais. Hoje, na sociedade moderna, quem não tem stress? Quem não tem meta? Quem não tem depressão?” indaga.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Telemarketing, os transtornos psíquicos são responsáveis por 27% dos casos de adoecimento no sector, os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (Dort) respondem por 39%, problemas de audição e de voz, 25%; outros, 9%.
No Brasil, o sector de telemarketing cresceu 550% na última década e hoje emprega mais de um milhão de pessoas em todo o país. O sector emprega, na maioria (70%), jovens com idade entre 18 e 26 anos e que recebem, em média, R$ 750 por mês de salário.
A gente sabe que são uns “chatos”, mas depois de ter conhecimento desta realidade, o/a próximo/a vai ter mais sorte.
Mas surpreendente é a gélida, baixa e desumana reacção do sr. presidente (não merece ser em Maiúsculas) e os conceitos de SOCIEDADE MODERNA (esclavagista) e a ignorante confusão entre números e percentagens. Pelos vistos e por causa das metas, o sr. também tem stress, e está depressivo, para dizer o que diz.
Se a coisa alastra, ou já alastrou, chegamos à MODERNIDADE…
Olha, Miguel, eu sei que eles têm uma vida desgraçada, mas no outro dia tive que participar de dois trabalhadores de telemarkting porque foram não só agressivos como mal-educados comigo.
ResponderEliminarA má criação chegou ao insulto, só que se esqueceram que há telefones que registam as chamadas recebidas, hora e tudo. foi fácil chegar a eles.tudo isto pelas campanhas absurdas e agressivas de angariarem clientes a todos o custo para os seus serviços.ponderei não participar deles, por conhecer o tipo de trabalho e pressão que sofrem...mas alguém tinha que dizer basta. olha , fui eu! :(
E fizeste bem.
ResponderEliminarMas, por mim falo, às vezes descarregamos em cima deles.
Pessoalmente, fico estragado, quando do outro lado está uma empresa privada e o/a interlocutor nos trata dessa forma, quando são nossos servidores.
Mas daqui para a frente, é melhor pensar 2 vezes.