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terça-feira, 19 de outubro de 2010

A guerra é deles e nós somos a carne p’ra canhão

No centro da discórdia está o programa do BCE de compra das obrigações emitidas pelos Estados europeus, em particular dos que estão em dificuldades financeiras. Na passada sexta-feira, Weber afirmou publicamente que estas aquisições não estão a ter os resultados desejados e devem terminar. "Não! Essa não é a posição, por maioria esmagadora, do Conselho de Governadores [do BCE]", afirmou ontem Trichet, em entrevista aos media italianos.
O presidente do BCE, de nacionalidade francesa e cujo mandato termina em Outubro de 2011, sublinhou que "o que é importante é que só existe uma moeda única; um Conselho de Governadores, apenas uma decisão sobre política monetária e somente um Presidente, que também é o porta-voz do Conselho de Governadores".
Desafio a Trichet
As declarações de Weber da semana passada não foram a primeira vez em que o líder do Bundesbank se opôs abertamente ao chefe do BCE em decisões de política monetária. Já no passado dia 10 de Maio, escassas horas depois de o BCE ter decidido iniciar a compra da dívida emitida pelos governos europeus, Weber quebrou fileiras com os seus colegas, declarando publicamente que "a compra de obrigações coloca riscos significativos para a estabilidade".
Weber tem grande apoio entre os políticos e a população alemã, uma vez que os germânicos acreditam que dar a garantia aos Estados em dificuldades de que a sua dívida será sempre comprada só irá encorajar estes governos a continuarem com as suas finanças públicas indisciplinadas, removendo incentivos à aplicação de fortes medidas de austeridade. "Depois de Trichet, Weber é o primeiro entre iguais. Ele não é um ideólogo, mas representa na verdade muitos dos valores com os quais a Alemanha se identifica", explica Jürgen Michels, economista-chefe do Citigroup para a área euro. Este especialista nota que, se Weber vier a assumir o lugar de Trichet no próximo ano, é garantido que o BCE irá centrar-se acima de tudo no combate à inflação, sendo de esperar uma subida das taxas de juro.
Ou seja, enquanto Trichet estiver a presidir ao BCE, podemos folgar as costas (e a França também), mas logo que entre Weber, a Alemanha exercerá o seu domínio, na imposição de medidas punitivas aos países com mais dificuldades, retirando daí os dividendos de quem parte e reparte…
Ou seja, estamos no meio de uma guerra que não compramos, por causa de os donos da bola querem escolher quem marca mais golos na própria baliza.
Ou seja, enquanto houver Funcionários Públicos e Economistas despolitizados (mas comprometidos com o poderio), quem paga?

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