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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Afinal, deve ser verdade: “Dinheiro faz Dinheiro”


“Briga de galos”, de Francisco Silva, 1975
Os Estados Unidos resolveram partir para o tudo ou nada para relançar a sua combalida economia, com o Federal Reserve (Fed, Banco Central Americano) disposto a inundar o país de dólares. Com a actual interligação financeira global, o resultado é que o resto do mundo terá de pagar a conta, com grande valorização das moedas em geral ante o dólar.
Mas se fosse só isso, não seria tão mal. A dor de cabeça adicional é que a China só permite uma valorização mínima do yuan em relação ao dólar. Desta forma, os países emergentes vêem as suas moedas valorizar-se, não só ante a americana, mas também contra a da China, o mais temível competidor em produtos industriais.
"O Fed está a ir ao limite e vai colocar todo o dinheiro na rua que for necessário para estimular a economia - isso tem um grande impacto", diz Gino Olivares, economista da Brookfield Gestão de Activos.
Os primeiros sinais mais claros de que o BC americano não estava mais para brincadeira foram emitidos no fim de Agosto, quando Ben Bernanke, chairman do Fed, deixou claro que seria retomado o chamado "afrouxamento quantitativo" da política monetária. Quando os juros de curtíssimo prazo já são de quase zero, como ocorre hoje nos Estados Unidos, há perda de eficácia do instrumento clássico dos BCs, que é justamente o de mexer nesse mercado, reduzindo a chamada taxa básica. Afinal, não dá para derrubar os juros curtíssimos para menos de zero.
Mais uma fase da guerrilha anti-Crise, que nos transcende, na compreensão e na participação.
Por coincidência, ou não, há notícias paralelas no assunto, ou correlacionadas, numa luta de galos:
A moeda única está a depreciar face ao dólar pela segunda sessão consecutiva, antes de serem divulgados dados que poderão indicar uma deterioração da confiança na Alemanha.
“A denominada guerra cambial deverá ser discutida na cimeira do G-20, o que tornará mais difícil às autoridades monetárias, levar a cabo uma intervenção”, disse o analista sénior da Ueda Harlow, Toshiya Yamauchi.


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