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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Cortar a torto e à Direita

Merkel enterrou o modelo de uma Alemanha multicultural onde coabitariam harmoniosamente culturas diferentes: "a visão de Multikulti" - "de vivermos lado a lado e nos alegrarmos com isso" - "fracassou, fracassou totalmente", disse às Juventudes Conservadoras.
Segundo ela, os imigrantes devem integrar-se e adoptar a cultura e os valores alemães: "sentimo-nos ligados a valores cristãos. Quem não aceitar isto não tem lugar aqui". "Subvencionar os imigrantes" não basta, a Alemanha tem o direito "de fazer exigências".
Afirmou, no entanto, que a imigração era necessária devido à falta de mão-de-obra qualificada (400.000 pessoas), ao mesmo tempo em que alguns conservadores gostariam de fechar essa válvula.
A Alemanha não "tem mais necessidade de imigrantes de países de culturas diferentes como os turcos e os árabes".
Um estudo mostra que mais de 50% dos alemães toleram mal os muçulmanos que, com 4.000.000 de pessoas, representam cerca de 5% da população. Mais de 35% estimam que a Alemanha "submerge" em relação aos estrangeiros e 10% acham que deveria ser dirigida "com mão firme" por um "Führer".
Mexe connosco  saber que uma pessoa, que veio da Alemanha de Leste e deve ter-se sentido discriminada e diminuída, se sinta no direito de pensar e dizer o que a notícia acentua. Quando “saltou” o Muro, deve ter sido por querer ser livre e deixar que os outros usufruíssem da liberdade, penso.
Pondo de lado o valor (económico) dos imigrantes, que constroem países, fazendo o que os nacionais não querem, ou não sabem fazer, dar-se ao luxo de os escolher por razões que os Direitos Humanos “impedem” e só porque é a dona da bola, é dose para se engolir em seco, no Ano Internacional de Aproximação de Culturas.
Vai daí, os alemães entram na onda e seguem a chefe (ou será que é a chefe que segue a plebe, por causa das eleições?) e estão convencidos que a Alemanha “submerge” e seria preciso um “Füher”. O subconsciente não submerge e vem sempre ao de cima, quando a gente menos espera. Talvez fosse bom, para rematar o bolo, chamar da América Latina, os antigos compatriotas emigrados após a II Guerra e ficava tudo bem, para eles, porque ninguém se lhes quer parecer.
Como “motor” da Europa 27, de que se orgulham e tiram proveito, era bonito que o fossem, também no comportamento político e na defesa dos valores ocidentais. A economia alemã cresceu este ano cerca de 3,5%, mas entretanto tentou contrariar a ajuda à Grécia, obrigou Portugal a pagar já os submarinos, atitudes que obrigam às medidas de austeridade, dificultam o crescimento dessas economias e das exportações, enquanto no seu país a economia vai crescendo, por exclusão dos mais débeis. E não venham com os “defeitos” dos outros (na produção, por exemplo), porque se eles fossem santos, não tinham criado o inferno.
Assim, para que serve, ou serviu a UE e Euro? Para nos tramar? Mais vale comer sopinha e sermos gente…

4 comentários:

  1. Os sinais que nos chegam daqui e dali são exremamente preocupantes. Onde é que eu já ouvi esta conversa?

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  2. O pior é que os europeus em geral, não "produzem" população, muito menos desqualificada, para apanhar o lixo e ir para as obras. Só os novos "escravos" é que têm qualificação para tal, aqui ou na Alemanha.

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  3. Cada vez mais digo que o começo do século XXI está muito parecido ao começo do século XX. Falta saber quem será o primeiro a dar o tiro e a quem.

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  4. Elenáro
    Deve ser dos ciclos, só que agora as guerras não são com armas, mas fazem mais vítimas e a morte é mais lentamente sádica.

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