O ex-ministro das Finanças Eduardo Catroga qualificou como "má" a proposta de Orçamento do Estado para 2011, afirmando que o Governo "encurralou a economia" portuguesa e considera que o Governo estabeleceu prioridades ao avesso das necessidades reais do país.
"É o orçamento que é uma consequência do facto do Governo ter encurralado a economia portuguesa com um nível de endividamento público, directo e indirecto, superior a 120% da riqueza anualmente gerada por todos os portugueses, e em termos da dependência do financiamento externo", disse.
"Portanto, este orçamento está, em termos de financiamento, numa dependência total do Banco Central Europeu (BCE) e das entidades que compram a nossa dívida", afirmou o antigo ministro.
"Nós temos que criar condições, a curto prazo, para inverter a tendência negativa da situação financeira do país, que chegou em termos estruturais a um estado tal que só se resolve com mais crescimento económico. Por isso, todas as políticas empresariais têm que ser viradas para este objectivo mas o Governo continua a não perceber isto", afirmou Eduardo Catroga.
Poderá parecer contradição o dar voz a um ex-Ministro das Finanças, mas há três verdades “absolutas”, que venham de onde vierem, merecem ser ouvidas e retidas:
1 – Foi este Governo que não previu (ou não soube antever) e criou a situação e não podem ser os mesmos a saber resolver a situação;
2 – O problema é da área das Finanças e da Banca, não é de cada um de nós, que não deve nada ninguém, nem fez por isso;
3 – Não é com a criação de condições para uma recessão que isto vai para cima, mas com condições para o crescimento económico.
E chega.
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