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domingo, 7 de novembro de 2010

Os “negócios da China” com a China

A visita do Presidente é sinal de amizade e respeito da China para com Portugal. Ao mesmo tempo, com as boas notícias que o Presidente vai trazer, de comprar dívida portuguesa e assinar os contratos de investimento, isto é bom para Portugal”, sublinha Y Ping Chow, Presidente da Liga dos Chineses, mas as boas notícias não são só para os portugueses porque “possivelmente os chineses vão ser tratados de outra forma e vão ser respeitados”, acrescenta.
Não se pode dizer que os chineses sejam mal tratados em Portugal e se não há interacção social, é só por questões culturais, por parte dos povos orientais. E também não é por isso que esta "aproximação" se faz.
Além da dívida soberana, Portugal e a China vão aproveitar para assinar diversos acordos económicos, que deverão incluir a compra de produtos portugueses como vinho e azeite, para além do reforço da cooperação no sector do turismo.
Vieira da Silva vê com "bons olhos" a possibilidade do Presidente da China, Hu Jintao, comprar obrigações da dívida portuguesa. O ministro da Economia acredita que o negócio ajudaria a aliviar a pressão dos mercados internacionais sobre Portugal.
Esta dos “bons olhos” cheira a acto falhado, porque vamos a ver quem fica com eles esbugalhados.
"No campo das relações económicas, as duas delegações reconheceram as possibilidades de aumentar significativamente as trocas comerciais, com um contributo para reduzir o desequilíbrio que neste momento se verifica entre as exportações e as importações entre os dois países", acrescentou o Presidente de Portugal.
Nos primeiros 9 meses deste ano Portugal importou da China bens no valor de 1,85 mil milhões de dólares (1,31 mil milhões de euros) contra compras chinesas de 546,9 milhões de dólares (388 milhões de euros).
Ou seja, importamos 3 vezes mais da China do que exportamos, simplesmente porque ás coisas são muito mais baratas.
Será que os acordos vão fazer o milagre de inverter o custo dos produtos, ou a China vai ficar a perder?
A eleição de Portugal para membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, parece ter despertado o interesse da China, que está empenhada na reforma da ONU. Cavaco fala em nova oportunidade “de diálogo aprofundado entre os dois países, que ambos se comprometeram a aproveitar”. Hu Jintao disse que os dois países têm todo o interesse em contribuir para a recuperação do crescimento económico mundial e para reforma das Nações Unidas.
O presidente chinês advertiu que valoriza muito a “importante projecção que a parte portuguesa tem desempenhado nos assuntos internacionais e regionais” e foi categórico na utilização da palavra futuro: “Chegamos a um consenso. Os dois lados devem ter uma visão estratégica e uma direcção certeira para o futuro das nossas relações.”
Para a recuperação do crescimento económico mundial, a China pode contar connosco, para as reformas da ONU, é melhor contarmos com eles.
Sobre o desempenho dos portugueses nos assuntos internacionais e regionais, seria melhor dizer a Hu Jintao que os nossos artistas, quando governantes portugueses, ajudaram a deixar isto como está
O presidente do AICEP - Agência para o Investimento e Comércio Externo, Basílio Horta, admitiu que a compra da dívida pública portuguesa dá à China poder político e económico sobre Portugal.
"Temos por um lado a rentabilidade e, por outro lado, a influência económica e política. Mas não é só com Portugal, é igual com os outros países da Europa", disse no dia em que o presidente da República Popular da China visita o país.
Ora bolas! Depois (foi antes) das bonitas palavras e boas intenções explanadas pelos altos responsáveis, vem Basílio Horta contar o último capítulo da novela e dizer que é sempre igual, aqui ou nos outros países (pobres/empobrecidos) da Europa!
Com que então, a compra da Dívida Soberana (sempre com iniciais maiúsculas) portuguesa dá à China poder político e económico sobre Portugal, como se nós não soubéssemos… Seja o que Buda quiser!

7 comentários:

  1. Alguém ainda tem dúvidas de que a China é o novo dono do império mundial?

    Abraço

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  2. AC
    Somos sempre dominados... se for em Paz, melhor do que na guerra. Que seja, na liberdade individual e interior, que nos leve a resistir.

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  3. Confesso que não vejo "nada" com "bons olhos" a compra de dívida portuguesa pela China. Se em Portugal se praticasse a política social chinesa não teríamos dívidas para serem compradas, e não estaríamos melhor. Ao aceitarmos este dinheiro, não estamos apenas a ficar dependentes política e economicamente, estamos a lavar dinheiro. Tenho dito!

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  4. Ricardo
    Está tudo dito. Temos que aprender Mandarim, porque quem diz que ficarmos a dever, seja a quem for, é bom, terá dinheiro para tradutores (baratos).
    Isto é que é mesmo CONTRAFACÇÃO!

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  5. Também me desagrada este negócio da China... Sabe-me a pouco...
    Ontem, só numa avenida, contei 12 lojas de chineses.
    Volto logo.

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  6. Há pouco, tive que interromper, porque o computador era emprestado. Agora que cheguei ao ninho, tenho de confessar que ando deveras preocupado com o futuro. Há quem se regozige com a compra da dívida portuguesa(a Dívida Soberana),mas pessoalmente assusta-me «bué de muito».A tua ironia concretiza os meus receios.
    O que nos reservam os novos tempos?????

    Os Parabéns atrasados, embora não ligues a isso. Eu ligo e sempre os festejei, o que me deu oportunidade de ouvir que tinha nuvens no olhar...

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  7. Ibel
    A mim sabe-me a muito...
    Alguém tem de pagar. Em dinheiro, qualquer um paga, mas em soberania é demais. Já chegavam as lojas, agora o país à venda...

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