O número de desempregados da construção ascendeu a 70.000 em Agosto, mais 12,7% face ao mesmo mês de 2009, segundo dados hoje divulgados pela Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (FEPICOP).
A Federação, que cita dados divulgados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), salienta que a construção tem um peso de 13,8% no número total de desempregados inscritos nos centros de emprego (508.500).
Em primeiro lugar, convém actualizar os termos, mas não os conceitos (novilíngua), já que é uma das regras da neopolítica, para baralhar a interpretação e a compreensão.
Bens transacionáveis = Produtos para Exportação (Mercado externo)
Bens não transacionáveis = Produtos para o Mercado interno
Emigrantes = Bens transacionáveis
Dizem os economistas, que isto só vai com “bens transacionáveis”, o que quer dizer que no caso, como a construção civil é um “bem não transacionável” não há perigo para a Economia e a Crise. Só que os bens não transacionáveis são feitos por pessoas, que ganham a vida a trabalhar e o desemprego nesses sectores, trazem a pobreza e a instabilidade social, do individual ao familiar e comunitário.
Nas crises passadas, em que o desemprego entrava pelas portas da Construção civil, a pequena criminalidade aumentava e como as mesmas causas produzem sempre os mesmos efeitos, quantos mais desempregados houver, maior a instabilidade social e menor a segurança das pessoas.
A Economia (real) não tem nada a ver com as pessoas, contrariando o conceito que Stiglitz e tantos outros sobre essa “ciência”, quando diz que, se a Economia não estiver ao serviço das pessoas, não é Economia.
Esperemos para ver, embora o povo esteja pacífico, mas até quando?
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