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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Lusofonia e Globalização, globalmente falando

O presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, defendeu hoje a criação de um dicionário comum aos oito países lusófonos e alertou para a necessidade de se apostar na coordenação dos vários institutos de língua portuguesa.
“Não existe um dicionário ou uma gramática em língua portuguesa cientificamente adaptada das comunidades linguísticas da CPLP. Um vocabulário científico e técnico também não existe e são essenciais para a sedimentação de um espaço da comunidade portuguesa”, afirmou.
O presidente do Parlamento falava na sessão de abertura do encontro internacional «Língua Portuguesa e Culturas Lusófonas num Universo Globalizado», que decorreu segunda e terça-feira na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Na conferência, Carrilho disse que esse reencontro e cosmopolitismo "em boa parte está por fazer" e "não deve ser adiado", sendo necessário agir em função de "uma visão da lusofonia à altura dos desafios actuais".
Quanto aos meios para concretizar a ambição política da CPLP, Carrilho lamenta que não tenha ainda sido problematizada a base cultural que deve alicerçar uma política linguística internacional. "Tem-se valorizado, e bem, o chamado valor económico da língua, que em Portugal se aponta para 17 por cento do PIB, bem como o valor da língua nas relações com o exterior, mas em matéria de língua não há valor económico sem uma robusta base cultural". A alavanca da estratégia de qualquer promoção da língua está na verdade fora dela: está na literatura, no cinema, no teatro, na música, no audiovisual, na produção dos conteúdos. Mas também está nos contactos, nas itinerâncias, nas parcerias que nestas áreas têm que ser "estruturais e exemplares".
No colóquio participaram ainda Jaime Gama, Presidente da Assembleia da República; António Braga, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Carlos Vasconcelos, director do "Jornal de Letras" e José Luis Dicenta, secretário-geral da União Latina.
Ainda durante a manhã foi abordado o tema "A língua portuguesa no mundo", com moderação de Ivo Castro, com a participação de Francisco Pinto Balsemão, Ana Paula Laborinho, Adriano Moreira, Graça Mira Gomes e o sociólogo guineense Carlos Lopes, sub-secretário geral das Nações Unidas.
Decorreu ainda o painel "Diáspora e imigração", com a participação de Eduardo Lourenço, Onésimo Teotónio de Almeida, Francisco Seixas da Costa, Hélder Macedo e de Corsino Tolentino.
Continuando com a Lusofonia, por militância.

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