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sábado, 29 de dezembro de 2012

A ANA vendeu-se, a AdP vai por água abaixo e nós?

No final de Setembro, o défice das administrações públicas terá ficado nos 6,1% do PIB, revelam as contas dos técnicos do Parlamento, que concluem que a meta do Governo de conseguir um défice de 5% para o conjunto do ano "afigura-se extraordinariamente difícil de alcançar".
Nem mesmo as receitas da concessão da ANA chegarão para Portugal cumprir a meta acordada com a ‘troika'. Os cálculos da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) apontam para um défice entre 5,9% e 6,3% no final de 3.º trimestre, em contabilidade nacional. O número final só será divulgado pelo INE a 28 de Dezembro.

A privatização dos sectores das águas e resíduos deu na quinta-feira um importante passo com a aprovação, em Conselho de Ministros, de uma proposta de lei que permite o acesso dos privados aos sistemas multimunicipais. A privatização da Empresa Geral de Fomento (EGF), a empresa pública que gere os resíduos no universo Águas de Portugal, com conclusão prevista para o 1.º semestre do próximo ano, fica mais perto.
Segundo informações que têm vindo a público, já há interessados nesta privatização – o presidente da Águas de Portugal chegou a avançar que seriam uma dezena de empresas, não as identificando mas dizendo tratar-se de entidades portuguesas, espanholas, francesas, chinesas e brasileiras. A privatização poderá render aos cofres públicos 150 a 180 milhões de euros. 
Neste último Conselho de Ministros de 2012, foi também aprovada a proposta de lei orgânica da Entidade Reguladora de Águas e Resíduos (ERSAR), considerada pelo Governo como “o ponto de partida para a reestruturação do sector da água e resíduos" em 2013. A proposta dá maior autonomia e novos poderes ao regulador, que passa a poder fixar tarifas e aplicar sanções pecuniárias. Cria-se também um novo órgão, o conselho tarifário.
Pelo que nos informam, o défice previsto (mais uma “previsão” furada) vai além da crença do Gaspar e dos resultados da sua folha de Excel.
E para “salvar a face”, lá tiveram que prostituir a ANA, privatizando-a, e como a mercadoria era boa, lá conseguiram umas massas, que podem permitir fazer de conta que reduziremos o défice até à “previsão”, se a Eurostat deixar contabilizar o apuro conseguido, o que acontecerá, para dar um aval ao governo, à troika e sobretudo à estratégia de ambos, que se traduz em vender alguns anéis, entre outras imoralidades.
É fácil perceber-se, que para o ano, com “previsões” ainda mais arriscadas e seguramente mais falíveis, mais difícil será reduzir ainda o défice para valor mais baixo, que nem mesmo o novo saque feito através dos impostos ajudará, o que só será possível com a prostituição de outra mercadoria boa, mas o que nos resta já é só a Águas de Portugal (a RTP é só para o DOTOR brincar aos berlindes), cuja privatização foi adida para 2013. É fácil perceber-se, que lá para o fim do ano que está a chegar, iremos, mais uma vez, ao saco das joias, esvaziá-lo…
Para tanto, o governo já vai preparando o terreno, sabendo que há interessados dispostos a “correrem riscos” em benefício do interesse nacional, embora com a garantia de que os lucros são certinhos, apesar de os resíduos virem a reduzir (obviamente) e começar a haver concorrência com os “catadores” de lixo, que farão a separação seletiva do que for comestível, se não houver legislação que proíba esta atividade paralela…
E em 2014? Talvez a TAP… Não esquecer que em 2015 haverá eleições (se entretanto o povo não quiser exercer o seu direito soberano de escolher novos governantes) e o saco azul estará vazio, restando apenas umas tantas mentiras para enganar os incautos (esperemos que o povo tenha aberto os olhos e muitos já os tenham fechado) para novos assaltos ao património pessoal, como nos regimes ditatoriais, de esquerda ou de direita…
E nos anos seguintes?
É pena não poderem privatizar o fabrico do pão, ficando garantido na Constituição (as privatizações são para isso) o assistencialismo privado, com os dois alimentos mais básicos e suficientes para a sobrevivência, passando “os mais desfavorecidos" a viver “a pão e água” e à luz de velas…
Não haverá procura (privada) para o mercado de dedos?

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