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sábado, 11 de dezembro de 2010

Um tornado de interesses, uma nuvem de hipocrisia

A decorrer desde 29 de Novembro em Cancún, no México, termina hoje a 16º Cimeira sobre Alterações Climáticas das Nações Unidas, mas até agora sem acordos definitivos sobre a importante continuação das medidas de redução de emissões de CO2 previstas no Protocolo de Quioto.
Depois de no ano passado a Cimeira de Copenhaga ter sido considerada um fracasso, dado que os líderes mundiais não chegaram a acordo sobre a continuação do Protocolo de Quioto, há já vozes que se fazem ouvir nesta Cimeira – que conta com a participação de 194 países – dizendo que este é também um encontro fracassado e de onde não sairão as decisões há tanto aguardadas.
Os EUA que nunca rectificaram o Protocolo de Quioto continua com uma posição passiva em relação à adesão a este acordo internacional, o que leva muitos outros países, como a China, a colocar obstáculos em relação à aceitação de medidas vinculativas para a redução das emissões de CO2.
Assim, a Cimeira de Cancún herda a discussão central da Cimeira de Copenhaga: os países em desenvolvimento querem que os países industrializados vinculados no Protocolo de Quioto (cerca de 40) se comprometam com novas metas de redução das emissões de CO2 por um 2º período pós-Quioto. Enquanto, os países desenvolvidos reclamam que sejam também definidos objectivos vinculativos para as nações em desenvolvimento, muitas delas, como a China e a Índia, grandes emissoras de CO2.
“É compreensível que eles não queiram ser tratados como países industrializados ou desenvolvidos”, afirma Robert Zoellick, Presidente do Banco Mundial, mas adianta que “por outro lado as pessoas vêm que eles são grandes emissores” e adianta ainda que a China já ultrapassou os EUA como o maior emissor de gases de efeito de estufa, os quais são os principais causadores do aquecimento global, como tal, refere que “as pessoas vão ter de encontrar um lugar entre as duas categorias”, ou seja, entre a categoria de país em desenvolvimento e a categoria de maior país industrializado emissor de CO2.
Também o Japão já colocou entraves à assinatura de novas metas pós-Quioto, quando o Ministro do Ambiente afirmou que “o Japão não se vai associar com a definição de um 2º período de compromisso”, já que quer que o acordo inclua os principais poluidores mundiais como o EUA, a China e a Índia. Uma posição também partilhada pela Rússia e o Canadá.
Já a Bolívia apresenta uma posição mais radical ao exigir que os países desenvolvidos reduzam os níveis de emissões de CO2 registados em 1990 para metade em 2017. Evo Morales, Presidente da Bolívia afirmou que “existem duas formas: ou o capitalismo morre ou morre a mãe Terra” e responsabilizou os países desenvolvidos pelas alterações climáticas desde a Revolução Industrial, relembrando que desde então, devido a cheias, secas, desertificação, tempestades e subida dos níveis do mar já morreram 300.000 pessoas. Aquilo que o Presidente da Bolívia considera um “genocídio” provocado pelo capitalismo.
Enquanto se continua a discutir a situação pós-Quioto, os negociadores dos países encontram-se em conversações para definir novos fundos para ajudar os países em desenvolvimento a lidar com as alterações climáticas, formas de preservar a floresta tropical e a definição de um acordo para um novo mecanismo de transferência de tecnologia verdes.
Chris Huhne, Secretário de Estado inglês da Energia e Alterações Climáticas, referiu ontem que os resultados da Cimeira “estão no fio da navalha, poderemos ter um bom resultado, mas poderemos também ter um acidente de automóvel”.
Há 12 dias que esta Cimeira decorre e nos nossos media, quase nada, como se o assunto não fosse sério demais.
Então Obama continua a “política” de Bush no que respeita ao Ambiente? Não que não tenha razão em exigir que os países emergentes entrem nas obrigações, mas o Bush não era inteligente…
Então os países emergentes, ainda pobres, mas a enriquecer aceleradamente, querem enriquecer também pela deterioração do NOSSO Ambiente? Exploram os seus concidadãos pagando-lhes uma côdea como salário e querem explorar o Planeta, explorando-nos a todos? Que imirjam!
Então andam para aí os Estados e a UE a fazerem campanhas antitabágicas, por causa da poluição dos ambientes (pequeninos) e andam eles a brincar à POLUIÇÃO DO AMBIENTE (do planeta)? Estão a gozar connosco?
Então há países que se julgam donos da TERRA, que continuam a negociar Fundos para ajudar os países em desenvolvimento a lidar com as Alterações Climáticas, formas de preservar a Floresta Tropical e da transferência de Tecnologias Verdes, conscientes de que estão a dar cabo disto e pagando por isso, responsáveis pela comercialização da madeira e fornecedores das tais tecnologias?
Está tudo doido, ou apanhados pelo clima? E pensam que todos nós sofremos do mesmo mal.
“Pai, não lhes perdoeis, porque eles sabem o que fazem!”

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