O abandono da Zona Euro já esteve mais distante. Para Portugal, significaria uma possibilidade de voltar a ganhar a competitividade perdida, mas também uma dívida externa mais volumosa. Prós e contas que não geram consenso entre economistas.
A ideia já foi cenário impossível, possibilidade remota e hipótese académica. Mas foi ganhando plausibilidade nas últimas semanas e, no dia em que os ministros das Finanças da Zona Euro voltam a encontrar-se, já ninguém se arrisca a pô-la de parte. Mesmo que o euro sobreviva à crise da dívida, a pergunta vai manter-se: e se Portugal sair?
Uma saída ordeira dos países mais débeis já foi proposta como a solução lógica para uma União Monetária em que os interesses divergentes se tornam cada vez mais óbvios. De um lado, países periféricos - Grécia, Espanha, Portugal, Irlanda - que acumulam défices públicos e externos que ameaçam desvalorizar o euro e que precisam de juros baixos para estimular o crescimento. Do outro, países do centro, com a Alemanha à cabeça, para quem o compromisso com um euro forte é inabalável.
Ou seja, o Marco vai virar Euro!
E eu que não percebo de economia, já andava a dizer isto, porque se isto é o Paraíso, devemos querer ir todos para o Inferno.
O professor Costas Lapavitsas da "School of Oriental and African Studies" da Universidade de Londres defende que restam poucas saídas a países como Portugal, Grécia, Irlanda ou Espanha.
Segundo ele, no actual enquadramento europeu, ficar na Zona Euro significa, para economias como Portugal, Grécia, Espanha ou Irlanda, uma década ou mais de crescimento baixo e austeridade. A alternativa seria uma saída da moeda única a qual teria custos que, no entanto, não devem ser exagerados.
Costas Lapavitsas é um dos responsáveis principais de dois relatórios que no último ano marcaram o debate sobre a crise europeia. Os trabalhos publicados na rede de investigação "Research on Money and Finance" alertaram, num primeiro momento, para a responsabilidade dos países do Norte da Europa, com destaque para a Alemanha, nos enormes desequilíbrios macroeconómicos europeus que conduziram à crise. Mais recentemente, em Setembro, um segundo relatório defendeu a possibilidade dos países do Sul saírem do euro e avançarem para um incumprimento de parte das suas dívidas.
Os relatórios do RMF, pela profundidade técnica e por defenderem caminhos alternativos à tímida e descoordenada resposta europeia à crise, receberam atenção por toda a Europa. Com a crise, o pensamento alternativo tomou lugar ao centro e, Lapavitsas explica porque é que, na sua interpretação, a Zona Euro é insustentável.
Saímos, não pagamos e eles que se entendam que são “europeus” de 1ª(?).
Em contrapartida, libertos da COTAS, fazemos as nossas hortas, pescamos no nosso mar e bebemos do nosso leite e se se limitar as importações, ainda lhes vendemos o que nos sobejar. Mais fome não passaremos… Para termos amigos destes, mais vale ter inimigos, porque os conhecemos…
Berlim mudou de discurso: a Alemanha tem de salvar o euro para se salvar a si mesma. E isso significa manter todos os 16 países a "bordo".
Wolfgang Schäuble, ministro alemão das Finanças e o mais experiente membro do Governo de Merkel, prepara-se para dar uma guinada notável no seu discurso e na forma como Berlim tem vindo a explicar aos seus eleitores e contribuintes cada vez mais descontentes os pacotes de ajuda dados à Grécia e à Irlanda - e que poderão em breve vir a ter de ser estendidos a mais países do euro.
Depois do dramatismo de Merkel, que avisou que o fim do euro poderia ser o fim do projecto europeu - e, nessa medida, da paz que este tem garantido à Europa - Schäuble decidiu falar directamente ao bolso dos alemães e explicar que são eles os que têm tirado maior proveito do euro e que, consequentemente, mais teriam a perder com o seu fim e com o eventual regresso do marco.
Bem dizia muita gente, quando foi a adesão ao Euro, que quem ia ganhar com isso seria os países mais ricos, como se viu e vem agora o Ministro alemão da Finanças dizer que, quem tem tirado maior proveito do euro são os alemães e que só teriam a perder com o seu fim e com o eventual regresso do Marco. Por nós, até podem continuar a chamar-lhe Euro.
A águia está sempre atenta à presa e vê a quilómetros de distância… e águia nunca deixa de ser águia!
Assino por baixo, Miguel.
ResponderEliminarEstá assinado!
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