A Ferrostaal, empresa alemã que construiu os novos submarinos portugueses, está disponível para negociar uma solução com o Estado português que resulte no arquivamento do processo de corrupção de que está acusada em Portugal. Na última sessão do Tribunal Central de Instrução Criminal, o grupo alemão deixou em aberto a possibilidade de pagar 4.800.000 € dos 121.000.000 € relativos à caução das contrapartidas dos submarinos.
No âmbito da compra de dois submarinos, a Ferrostaal comprometeu-se a promover uma série de investimento em Portugal. Em 2003, a empresa foi dispensada de pagar aquele valor, já que, na altura apresentou documentos que, alegadamente, diziam respeito aos projectos a desenvolver no âmbito do programa de contrapartidas. No entanto, uma investigação levada a cabo pelo Ministério Público concluiu que aqueles investimentos não existiam e, por isso, reclama que a Ferrostaal pagasse 34.000.000 € por danos causados ao Estado português, tendo acusado 3 gestores do grupo de corrupção e falsificação de documentos. Agora admitem devolver parte do dinheiro.
A disponibilidade para negociar tem sido a posição assumida pela Ferrostaal nos vários processos de suborno de que tem sido alvo em todo o mundo. A imprensa alemã acaba de noticiar que o grupo está prestes a fechar um acordo de pagamento de uma multa de 200.000.000 €, no âmbito de uma investigação do Ministério Público de Munique relacionada com o pagamento de subornos na venda de submarinos à Grécia e navios e equipamentos para centrais eléctricas para a América do Sul e África.
Ou é brincadeira, ou a situação a que Portugal chegou, não falando nas dificuldades financeiras, mas por via delas, fizeram baixar a fasquia da honorabilidade, respeito e direitos internacionais, que permite a uma empresa estrangeira (por acaso alemã, cuja Chanceler nos obrigou a pagar os submarinos, já!) fazer uma proposta ao Estado, para interferir na Justiça (poder autónomo), dando-lhe dinheiro, para arquivar a acusação de corrupção de que é acusada.
Temos que começar a perguntar, se o País virou Portugaquistão, ou Portuga Faso, pela desfaçatez da proposta e ainda por cima, pública. É o arrojo despudorado!
Esquecendo as questões “pessoais” e rumores de tramas amorosas, isto é uma novela venezuelana, com o devido respeito pela Venezuela.
“Sossega-nos” que a estratégia comercial da empresa seja o suborno, não apenas connosco, mas com a Grécia, países da América do Sul e África, ficando no entanto a sensação de que as “vítimas” são todas Estados com a corda na garganta.
Curioso é que os 200.000.000 €, como pagamento de uma multa pelos subornos aos outros, fiquem na Alemanha, que só ganhou com a trafulhice.
Dá vontade de dizer palavrões, daqueles nortenhos, a uns e a outros, só para despejar a bílis!
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