Há cada vez mais crianças com carências alimentares. Algumas cantinas escolares vão abrir ao fim de semana e nas férias.
Professores asseguram alimentos, livros e roupa.
Sete escolas do 1.º ciclo das zonas mais pobres do concelho de Sintra vão passar, já a partir deste mês, a abrir as cantinas ao fim-de-semana e nas férias para que os alunos possam continuar a ter pelo menos uma refeição quente por dia quando não há aulas.
No final do passado ano lectivo, cinco já tinham aberto os refeitórios ao sábado e ao domingo, depois de os professores perceberem, no início de cada semana, que muitas crianças pouco tinham comido desde a sexta-feira anterior. E nas cantinas apareciam famílias inteiras.
Agora a pobreza agravou-se ainda mais. O número de cantinas abertas todos os dias vai aumentar. E já não chega dar refeições em tempo de aulas. "Não podemos arranjar uma solução para que as crianças almocem ao fim de semana, esquecendo que durante os 15 dias das férias do Natal, por exemplo, muitas ficam quase sem comer. Teremos de abrir aí também", diz o vice-presidente da Câmara.
Escolas viram instituições de solidariedade social
Um pouco por todo o país, cada vez mais crianças chegam à escola com fome e é de estômago vazio que tentam aprender. Pouco ou nada comeram de manhã. Pouco ou nada jantaram na noite anterior. Sentam-se irrequietas, estão desconcentradas e algumas queixam-se de dores de barriga. Há alterações de comportamento associadas à fome que os professores já aprenderam a detectar e que garantem serem mais notórias este ano lectivo. As escolas são cada vez mais instituições de solidariedade social.
Em Setúbal, a autarquia pondera igualmente manter algumas cantinas escolares a funcionar fora dos dias de aulas.
Também na Trofa, onde quase 50% dos alunos são carenciados, ou em Faro, onde o número de refeições gratuitas servidas nas escolas aumentou 15% este ano lectivo, as Câmaras estão a estudar medidas.
Começa a ser fácil, para quem não está por dentro do Ensino, perceber as diferenças que os Rankings das escolas (Públicas e Privadas) apresentam, dadas as diferenças de toda a ordem entre uns alunos e outros.
Este item, que não entra nas estatísticas, é uma vergonha para o País, o Governo e sobretudo para o Ministérios da Educação e a sua responsável, por andar em guerrinhas sindicais, legislativas, organizacionais e operacionais, em vez de começar pela saciedade do corpo, para saciar depois o espírito, para que os alunos consigam conhecer e decorar a Pirâmide dos Alimentos.
Opções, de quem se ri muito, sem ter motivos para tal…
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