(per)Seguidores

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O ex-Presidente da República, Mário Soares, teme que as medidas de austeridade contidas na proposta de Orçamento do Estado para 2011 gerem violência nas ruas de Portugal.
“As medidas que constam do Orçamento representam uma baixa tão sensível no nível de vida e nos comportamentos da maioria dos portugueses, que irão suscitar, necessariamente, críticas acerbas, protestos enfurecidos e inúmeras manifestações de descontentamento, donde podem resultar - oxalá me engane - surtos de violência imprevisíveis”, escreve o histórico socialista num artigo publicado no «Diário de Notícias».
Embora nunca tenha tido dúvidas de que o Orçamento acabaria por passar no Parlamento “dadas as pressões feitas pelos bancos e pelos grandes interesses junto do PSD”, o antigo Presidente lembra que o acordo atingido entre os social-democratas e o Governo “representa muito pouco…”.
O ideal, diz, seria que o PSD votasse a favor do Orçamento e não que apenas se abstivesse. “Se o PSD só se abstiver, a guerrilha partidária eleitoralista vai continuar, com os inconvenientes conhecidos, quanto à instabilidade governativa. Se votar a favor do Orçamento - e se se co-responsabilizar - apaziguar-se-ia a situação, para que haja - ou possa vir a haver - finalmente, um acordo mínimo quanto a um plano de recuperação, a médio prazo, e nele se empenhem os dois maiores partidos. Seria excelente”.
“Neste momento tão crítico - depois se verá como irá evoluir a Europa; não estou nada optimista - é indispensável que os partidos, sobretudo os do arco do poder, debatam entre si - e também com os parceiros sociais - e criem laços de confiança, pondo-se de acordo quanto à estratégia concertada para vencer a crise. Abandonem, de momento, os golpes meramente tácticos ou eleitoralistas. Estes são importantes em política - sei-o bem -, mas sem terem como suporte uma estratégia coerente, clara e compreensível pelo Povo, são mero oportunismo”, conclui.
Soares sabe que vai haver instabilidade social, dando origem a violência e à insegurança. A fome nunca trouxe estabilidade, não para os governos, mas para as pessoas e as famílias. A pobreza sem culpa própria, só pode degenerar em “marginalidade” e expedientes de sobrevivência, mesmo em pessoas “normais” e pouco dadas a tais práticas.
Soares também sabe, que tanto faz que este PSD aprove, ou se abstenha na votação do OE, porque não relação causa/efeito, entre as duas premissas. A incompetência deste PS, não se dilui na incompetência deste PSD como oposição, apenas reforçaria a força para contrariar a instabilidade social.
Soares devia ser mais abrangente na visão do debate entre os Partidos e os Parceiros Sociais, propondo um debate entre TODOS os Partidos, Parceiros Sociais e outras Instituições da Sociedade Civil, para que o País se revisse, TODO, nos seus representantes eleitos e naturais.
Soares sabe que os Bancos não têm direito a pressionar o poder político, em Democracia.
Assim, o Povo nunca compreenderá outra coisa que não seja, estratégias de poder de uma Oligarquia, que cada vez mais despudoradamente se marimba nas Pessoas…

Sem comentários:

Enviar um comentário