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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Plataforma da Lusofonia, ou Sinológico-económica?

"Macau é uma terra multicultural, com uma forte presença portuguesa e o Governo tem feito um esforço de promoção do português, porque é importante que os nossos estudantes aprendam a essência da cultura e da história de Macau", disse a chefe do departamento de ensino dos Serviços de Educação de Macau, Vicky Leong, salientando a importância da aprendizagem do português nos planos legal e político, dado que a própria Lei Básica de Macau, a lei fundamental, estipula que o português e chinês são línguas oficiais, bem como no plano económico, devido ao papel de plataforma da cidade entre a China e a lusofonia.
"Não podemos esquecer também o plano educacional, cultural e histórico, o papel de Macau como ponto de encontro entre o oriente e o ocidente e o facto de a cidade ser, multicultural, logo os nossos jovens serem cidadãos do mundo", sublinhou.
Com cerca de 3.000 alunos a estudar português nas escolas oficiais, as escolas Luso-Chinesas, Macau tem outros 1.500 estudantes da língua de Camões nas escolas particulares, apoiados por 9 professores contratados pelos serviços de Educação, que contam com o apoio do Instituto Português do Oriente na área da formação de docentes.
Há ainda outras centenas que participam em actividades de verão, estudando a língua na Escola Portuguesa para ingressarem em universidades de Portugal e outros que estão em Portugal.
No Instituto Português do Oriente cerca de 3.000 pessoas aprendem português anualmente nos diversos níveis de ensino, desde funcionários públicos a profissionais do sector privado, como advogados, e alunos das escolas e universidades do território.
Além da função de difusor da língua e cultura portuguesas, o IPOR é também responsável pela formação de cerca de 250 alunos do Instituto de Formação Turística de Macau, que escolhem o português como língua opcional, bem como dos professores das escolas do território, e por cursos solicitados pelos serviços públicos da região.
Para Rui Rocha, presidente do IPOR, o interesse pelo português "tem vindo a crescer, porque há 5 ou 6 anos a China deu sinais claros de que o português era uma língua de interesse económico", defendeu. "A China sempre entendeu que, em termos de estratégia comercial e diplomática, aprender línguas é fundamental, mas Portugal nunca teve essa preocupação", observou, salientando que "há um sinal claro de que a China está muito interessada em que o português seja uma língua de utilidade económica, porque tem dois grandes segmentos de mercado no mundo que são o Brasil e Angola". Por outro lado, acrescentou, "vê-se a evolução do ensino do português nas universidades chinesas, mas infelizmente não temos aí uma intervenção tão grande, por questões económicas, e os brasileiros estão claramente a ocupar esse mercado", lamentou.
O Politécnico de Macau também promove a difusão do português.
Sem perder o entusiasmo de defender a Lusofonia em todas as áreas do quotidiano, convém ressalvar o eventual aproveitamento do português, predominantemente no vector económico, com ganhos quase exclusivos para a China.
Por outro lado, parece que quem está a investir mais no ensino do português é o Brasil, ainda por razões economicistas.
Digamos que, país emergente ajuda país emergente e não tarda nada, Portugal e os demais PLOP serão países imergentes, sem possibilidade de virem ao de cima respirar algum oxigénio para as respectivas economias.
Assim, não! É desvirtuação.

5 comentários:

  1. parabéns muito atrasados mas com carinho!
    Estás no primeiro post de hoje!
    beijocas

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  2. mas tu achas que hoje em dia se faz alguma coisa sem pensar no vector económico?fazem-no poucos, eu entre eles que não consigo vender nada ehehehe
    falta-me o jeito.
    À China interessa-lhe a aprendizagem do Português porque essa é a única forma de se introduzirem nos PLOP e tomarem conta de tudo... vê o ex de Angola com a construção civil, estradas e caminhos de ferro.

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  3. Ema
    Eu sei, mas o embalo da defesa da Lusofonia pode adormecer os intervenientes mais inocentes. Que entre a Economia, mas que entrem todas as áreas.
    Em Angola, é também o Brasil que "domina" e nós a ver...

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  4. Anabela
    Obrigado e igualmente. Eu sou fraco em datas, mas estando vivos, estamos sempre a tempo.
    Muitos anos para ti.

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  5. Acho que agora já não é bem assim...nem imaginas a quantidade de amigos meus que têm abalado de mala e cuia...

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