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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Mais formação = a mais riqueza = a mais igualdade?

Segundo a UNESCO, no documento Sumário Global da Educação, 2 em cada 3 países deparam-se com disparidades de género no acesso ao ensino básico e secundário e cerca de 50% não vai atingir o objectivo da igualdade de género em educação até 2015.
Segundo o relatório, menos de 40% dos países garantem igual acesso à educação, tanto a rapazes, como a raparigas. Em 2015, isso será conseguido apenas em 85 países, ao nível do ensino básico e secundário. Por oposição, 72 países não vão conseguir atingir aquele objectivo, se as tendências actuais se mantiverem, alerta a UNESCO.
Globalmente, as raparigas têm menos probabilidade de acederem ao 1º ciclo do ensino básico do que os rapazes. No sul e ocidente da Ásia, apenas 87 raparigas entram para este nível de ensino por cada 100 rapazes.
Só pretendia desconstruir o paradigma do paralelismo, ou causalidade) que se quer estabelecer entre “mais formação, mais riqueza”. Afinal, sem deixar de chamar a atenção para a continuação e eventual agravamento do objectivo de eliminar as disparidades de género, como se explica que no sul e ocidente da Ásia, em que pelos vistos a formação (educação) é das mais baixas, a produtividade e enriquecimento dos respectivos países acontece?
Resposta (plausível) – Salários baixíssimos, ausência de direitos, impossibilidade de reivindicação. Ou haverá outra?

4 comentários:

  1. Interessante a questão que levantas... para a qual não tenho uma resposta. Talvez precisemos de juntar muitas respostas para obtermos a solução para a coisa.
    Uma coisa eu te digo - aqui a Europa está velha e anafada e já não parece ser capaz de correr. E uma coisa é certa... já não consegue correr encavalitada nas costas dos verdadeiros corredores, como noutros tempos o fez, por uma razão muito simples - já ninguém está disposto a aturar-nos os caprichos de velhos gordos e anafados.

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  2. Anabela
    A propósito da Europa e à procura das respostas.
    Há dias recebi daqueles mails da "corrente", com um vídeo de um analista económico chinês (já com idade), que tinha vivido anos em Paris. Na entrevista que dava analisando(?) o que se passa na Europa, dizia sumariamente: "Os europeus não gostam de trabalhar, só gostam de férias e de ver televisão e gastam mais do que ganham." E não saía disto, profetizando que íamos contra a parede... Para análise, é menos do que insuficiente e nem fazia a comparação com o que se impõe no seu país.
    Claro que não fiz circular o vídeo, fazendo censura à livre circulação das ideias livres...

    Há, um "especialista" português) em trabalho e outras coisas que ele não fazia veio fazer uma palestra ao meu clube rotário e tentou impingir-nos o modo de vida, de trabalho e de salários que se pratica na China e não só. Quando me subiu o calor à cabeça, perguntei-lhe se para ele deveriam ser os europeus a seguir os chineses, (trabalhando cerca de 14 horas, comendo arroz e dormindo no local de trabalho) ou o contrário, que os chineses se aproximassem da maneira de viver dos europeus, ou no mínimo, que houvesse uma bissectriz entre os dois "way of life". O Sr. ficou atrapalhado, disse que estava a ser mal interpretado, mas teve que confessar que, o nosso viver era o desejável.

    Não te faz impressão que, quando nos limitam, ou baixam os salários, por causa da inflação, digam que é bom para economia, o país e para o bem da humanidade? E que quando os preços baixam, digam que é uma tragédia e que a deflação é o caos? Então não tem lógica que se os salários baixam, os preços também devem baixar, sem necessidade de cortes e investimentos? Não é matemática básica?

    Realmente deve haver muitas respostas para além das que elenquei, mas quaisquer que sejam, cada vez mais vai haver menos gente mais rica e muito mais gente muito mais pobre.
    Enquanto a dignidade e o preço da vida do cidadão estiver em queda, é como na Bolsa.

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  3. Não sei se a pobreza global está a aumentar. Aqui na Europa parece que sim, em Portugal é certo que sim, mas em países como a China e o Brasil têm sido dados passos significativos no arrancar de cada vez mais gente à pobreza extrema.
    Independentemente da minha oponião o que me parece é que nós vamos ter de viver globalmente pior para outros viverem globalmente melhor ficando o mundo menos desequilibrado. Será este o caminho?
    É claro que eu gostaria que todos vivessem como nós...

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  4. Pois, mas o nivelamento por baixo é a crítica ao "socialismo" e o resultado é o fosso maior que se gera entre muito poucos e muitíssimos.
    Mas tem que haver solução e as "revoltas" vão sendo contidas, pelas polícias e pelos media.

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