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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Em 2031 é que vai ser! Desculpem lá o engano…

O Orçamento do Estado que o Governo leva à Assembleia da República prevê uma contracção da economia portuguesa entre os 2,5% e os 3% em 2012, a segunda maior desde o período revolucionário, quando o PIB recuou 5,1%.
O número representa uma revisão em baixa do valor que tinha sido apresentado há cerca de um mês e meio, por altura da divulgação do Documento de Estratégia Orçamental. Na altura, o documento levado por Vítor Gaspar ao Parlamento apontava para uma recessão ligeiramente mais suave, na casa dos 2,2%.
Não sei se vou dizer asneiras, mas mesmo assim vou botar faladura, que não é direito só dos governantes…
Já nem é notícia que as grandes cabeças da economia, nacional e internacional, desde o governo, ao BdP, à troika, aos ministros das Finanças da zona euro, ao BCE, à CE, ao FMI e por aí acima se enganem, porque afinal como o ditado diz: “errar é económico”.
Vem isto a propósito da contracção da economia portuguesa em 2012, que ficará(?) entre os 2,8%! E que seja…
Agora pergunto-me (porque ninguém me vai responder) para que servirão estas medidas de austeridade? Serão para isso mesmo? Mas se assim for, vamos ter muitas mais dificuldades para pagar a dívida! Mas mais. Se vamos recuar 2,8% em 2012, em 2013 teremos que crescer 2,8% para ficarmos exatamente como estamos agora. E se voltarem a aplicar estas mesmas medidas de austeridade, vamos descer outra vez 2,8% e por aí fora… Ou seja, quando é que vamos mesmo crescer e como, se estas medidas são recessivas (já ninguém o nega)?
Será em 2013 como dizem os “cabeças”, ou foi gralha e será em 2031?
Se acrescentarmos a isto que a própria UE prevê entrar também em recessão, até parece que isso nos ajudaria, porque ficariam à nossa espera, mas não são os nossos parceiros que nos compram parte do que importamos? E se entrarem em recessão, vão continuar a comprar?
Mas, para não me cansar muito a pensar no óbvio e não cansar quem ainda me lê, há uma questão que temos, lucidamente, de nos colocar, para não sermos enganados como patinhos: se a dívida que temos é fruto de décadas de desgoverno e de alguns terem vivido acima das suas posses, enquanto outros viveram e continuam a viver com as nossas posses, como é que num ano, ou em dois vamos pagar a dívida, igualarmo-nos aos outros países europeus e pedalar na frente do pelotão?
Desconfio que há um 4º segredo de Fátima, que tem a ver com a nossa redenção económica e financeira, por obra e graça do (divino) Espírito Santo: “Se o Pedro diz, o Passos é que sabe” e o Coelho é quem nos esfola…
O pior é se ele não tem fé e também não acredita no milagre…
E vós acreditais?
Mas já agora, quando começa este governo a ser responsabilizado pelo que faz, ou não faz? Será inimputável? 
PS(D) - Já enjoa ouvir este ministro das Finanças a falar (economês) sem dizer nada e com aquela voz que lá longe faz lembrar a do Salazar e convencido de que nos convenceu...  

9 comentários:

  1. Acredito mais depressa no Pai Natal.
    Balha-nos Deus!

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  2. maria
    Estava em cima do acontecimento, carago! Foi dito e escrito.
    Mas o Pai Natal existe, não existe é o subsídio...

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  3. Sabe, Miguel, tenho a impressão que este ministro acredita que está a cumprir uma missão superior. Ele está tão acima de nós...!
    (Será que ele pensa que somos todos estúpidos?)

    Abraço

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  4. AC
    Eu até já desconfiava que era eu que embirrava com o homem, mas parece que já somos 2. E parece que está a falar com putos de 5 anos e traz desenhos e tudo.
    Abraço

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  5. Acredito no povo português, em políticos de qualquer nacionalidade, não (e também torço muito, vale a minha torcida?)!

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  6. Canto da Boca
    Bem vinda!
    No povo também eu acredito, porque viemos todos dele, mas é preciso um líder e bom em cada grupo, ou comunidade. E é o que faz falta... Os políticos caíram na lama com a falta de competências para os lugares que ocupam, ocupando-os, sem qualquer caraterística de liderança.
    Torcer torcemos todos, nós pela vida e os políticos (e amigos) torcem-nos a nós...

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  7. Obrigada, Miguel. Fico pensando sobre a 'ainda' necessidade do líder, não somos todos capazes de nos organizarmos coletivamente? É um pensamento alto (porque nem todos são manipuláveis), mas pena que seja a minoria, prova disso são as nossas escolhas. Felizmente (?) aqui no Brasil, 510 anos depois (!!!), conseguimos uma pequena mudança, ainda há muito por fazer, alguns equívocos cometidos no plano da política internacional, na política interna, alto índice de corrupção, mas não esmoreceremos, nem aquém e nem além mar!

    Abraço!

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  8. Canto da Boca
    Era bom que nos conseguíssemos organizar sem líderes, como defendia os anarquistas, mas já assim é complicado, agora imagina.
    Eu acompanho a vida do Brasil (a minha mulher é brasileira) e sei que as coisas estão andando melhor, até... Os países em crise, EUA à frente, querem refrear o crescimento dos países emergentes e qualquer dia montam umas armadilhas.
    Já tentei várias vezes colocar o teu blogue na minha lista, mas dá-me indicação de que não tem URL nem hora. Se disser que sim, vai para o final da lista e nunca se verá. Sabes como fazer?
    Abraço

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  9. Pois, eu sou uma defensora do Anarquismo, e sei da impossibilidade da implantação desse sistema, até porque no Brasil, é mais um termo pejorativo do que um sistema de governo!

    Sim, Miguel, os ventos por aqui sopram melhores, meu desejo é que permaneça, com ou sem o PT no governo, mas que esse partido (que é meu também, embora não seja filiada) tenha inaugurado um modelo menos perverso de administrar.

    Os USA hoje (a Inglaterra no passado)... A história tá aí pra nos espelharmos, mas acredito que (e não sou eu apenas), o poder - absoluto deles -, está um tanto debilitado, apesar de se acharem os "donos do mundo", vamos ver...

    Não sei como fazer quanto ao blogue, mas não se preocupe com isso, estarei sempre por aqui a ler-te, vossa situação é do meu interesse (é um pouco minha também), e de todo mundo, me inquieta sobremaneira a recessão que ora vivem, e o que ainda está por vir.

    Um abraço para a sua esposa, saudações para ti. Seguimos!

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