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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Esqueça tudo o que sabe sobre bons hábitos de estudo (de certeza?)

Nos últimos anos, os cientistas cognitivos mostraram que algumas técnicas simples podem ajudar o aluno a estudar melhor. Porém, as conclusões contrariam directamente muito do que se diz acerca dos bons hábitos de estudo - e não pegaram.
"Já conhecemos estes princípios há algum tempo, e é estranho que as escolas não peguem neles ou que as pessoas não os aprendam por tentativa e erro", afirma Robert A. Bjork, psicólogo na UCLA. "O contraste entre a enorme popularidade dos estilos de aprendizagem na educação e a falta de provas credíveis para a sua utilização é, na nossa opinião, gritante e perturbadora", concluíram os investigadores do estudo publicado na revista "Psychological Science in the Public Interest". O mesmo vale para os estilos de ensino, dizem.
Estudar onde?
O cérebro faz associações subtis entre o que está a estudar e as sensações que tem durante esse período, defendem os autores. Forçá-lo a fazer associações múltiplas com a mesma matéria pode dar mais apoio neural a essa informação. "Quando o contexto exterior é variado, a informação é enriquecida, o que retarda o esquecimento", explica Bjork, o autor principal da experiência dos dois quartos.
Estudar o quê?
 Variar o tipo de matéria que se estuda numa única sessão parece deixar uma impressão mais profunda no cérebro que a concentração num único tema de cada vez. "Quando os alunos vêem uma lista de problemas, todos do mesmo tipo, sabem que estratégia usar ainda antes de lerem o problema", afirma Rohrer, doutorado em Psicologia. "Com a prática em simultâneo, cada problema é diferente do anterior, o que significa que os miúdos aprendem a escolher o procedimento adequado".
Como estudar?
Quando a mala neural é feita cuidadosa e gradualmente, consegue guardar o seu conteúdo muito mais tempo. Uma hora de estudo hoje à noite, uma no fim-de-semana, outra sessão daqui a uma semana: o espaçamento aumenta a capacidade de mais tarde recordar sem exigir aos alunos mais esforço para estudar ou mais atenção, concluem dezenas de estudos. "A ideia é que esquecer é amigo de aprender", afirma Kornell. "Quando esquecemos alguma coisa podemos reaprendê-la, de forma eficiente, da próxima vez que dermos com ela."
Por isso é que os cientistas cognitivos vêem os próprios testes como uma ferramenta poderosa de aprendizagem, mais que uma mera técnica de avaliação. Um dos motivos pelos quais basta pensar num teste para sentir um aperto no estômago é que eles são muitas vezes difíceis. As investigações sugerem que é essa dificuldade que faz deles uma ferramenta de estudo tão eficaz. Quanto mais difícil é recordar uma coisa, mais difícil é esquecê-la depois.
Resultado/Conclusão
Nada disto sugere que estas técnicas - alternar ambientes de estudo, misturar conteúdos, espaçar as sessões de estudo, fazer testes a si próprio ou tudo o que foi referido - transformem um aluno preguiçoso num aluno de 20. A motivação é importante. Tal como impressionar os amigos, fazer parte da equipa de hóquei e encontrar coragem para enviar um SMS à aluna gira da aula de Geografia. Mas pelo menos as técnicas cognitivas oferecem a pais e alunos, novos e velhos, uma coisa que muitos nunca tiveram: um plano de estudo baseado em provas e não na sabedoria popular ou em teorias vazias.
Se outras teorias e técnicas cognitivas falharam no passado, que garantia nos dá este plano de estudo baseado em provas(?), feito por estes cientistas americanos, se o ensino básico dos EUA está ao nível do nosso? Só por uma questão de fé…

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