Milhares protestaram em Marselha contra o aumento da idade da reforma, de 60 para 62 anos |
Os sindicatos franceses, reclamando uma participação de 310.000 pessoas na manifestação de sábado, em Paris, afirmam que a oposição ao regime de reformas "amplificou-se" em relação às jornadas anteriores de 7 e 23 de Setembro. Nesta manifestação, o desafio era, do lado dos sindicatos, engrossar as fileiras da contestação ao novo regime apelando ao "protesto em família".
Na habitual guerra de números, o ministério do Interior contrapõe que apenas 65 mil pessoas terão participado na manifestação da capital, considerada crucial para o desfecho do braço de ferro entre os sindicatos e o Governo do PM François Fillon.
No total, os sindicatos afirmam que a jornada de protesto a nível nacional contou "sensivelmente o mesmo número" das anteriores, com 2.900.000 de manifestantes.
"A mensagem para o Governo e para o Presidente Sarkozy é que não é possível continuar a insistir na lei de reformas sem considerar as pessoas que estão na rua hoje em Paris e em toda a França", afirmou o estudante franco-português Stéphane dos Santos Silva. Esta é uma questão que preocupa a comunidade portuguesa em França, segundo vários sindicalistas portugueses.
Stéphane dos Santos Silva, estudante de Geografia na Sorbonne, participou no cortejo com uma bandeira do Partido Socialista português e uma bandeira de Portugal, numa manifestação que teve à cabeça a líder da oposição francesa, Martine Aubry, secretária nacional do PS francês.
O novo regime de reformas já foi aprovado na Assembleia Nacional e é discutido no Senado na próxima terça-feira, embora os sindicatos tenham convocado já uma nova jornada de protesto e greves para 12 de Outubro.
O Secretário-geral do Sindicato Unido de Polícia (SGP-FO), principal associação sindical dos elementos das forças de segurança, afirmou que "o número de manifestantes contados no terreno pelos polícias nem sempre é o que é anunciado depois" pois segundo ele "há com frequência métodos de cálculo muito similares entre sindicatos e polícia, mas a polícia conta um ou 1,5 manifestantes por metro quadrado, enquanto os sindicatos contam dois".
Só para registo e conhecimento do que a comunicação social passa pelas brasas…
A resistência pode ser silenciada de muitas maneiras, a mensagem não!
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