Para Wu Zhiliang, é claro e indiscutível que “o maior valor da existência e sobrevivência da região é o factor cultural, o seu legado histórico e cultural”, que, assim, “tem a responsabilidade de promover o intercâmbio luso-chinês”.
A lusofonia é um dos quatro ou cinco espaços linguístico-culturais em expansão e ascensão no mundo (de parelhas com a projecção político-económica), a República Popular da China tem uma parceria estratégica com Portugal e tem na geopolítica global uma relação de complementaridade estratégica com o Brasil. Aspirando a transformar-se na maior potência mundial, a China sabe que as relações internacionais de protagonismo têm que ir escorar-se na cultura, porque o Comércio é uma guerra latente, a Política é o universo dos acidentes, a Cultura o universo das essências.
Macau tem agora a oportunidade histórica de promover a recuperação do tempo perdido, porque reúne as condições históricas para se erigir como um centro de sinologia para a lusofonia. Um projecto destes teria aliás eficácia redobrada, com facilitada extensão para o universo da latinidade, dada a semelhança linguística e o aproveitamento dos trabalhos de base (estudos, interpretação, tradução, enquadramentos, etc.) e a realização de encontros e seminários de formação. Macau, de novo, reencontrar-se-ia com o seu destino de protagonista da globalização, reeditando em novos moldes o seu papel do Século XVI, quando também foi base das comunicações da China e do extremo oriente para a América do Sul.
Excerto de um texto rico de Luis Sá Cunha
Sem comentários e o conselho de lerem o texto integral.
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