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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Economista, “liberal socialista” e uma visão humanista

Francês, foi Prémio Nobel de Economia em 1988 pelos seus estudos das teorias de mercado e a utilização eficiente dos recursos.
É autor de teorias sobre decisões a serem tomadas em situações de incerteza económica e além disso, demonstrou como se produzem comportamentos racionais na economia em tempos de crise.
Graças aos seus estudos sobre a crise de 1929, Maurice Allais, que se definia como "liberal socialista", foi um dos poucos economistas que previu o "crash" das Bolsas em 1987.
A sua orientação para a economia aconteceu após uma viagem aos Estados Unidos em 1932, em plena depressão, após a crise de 1929, que o motivou a estudar as causas e tentar buscar uma solução.
Para além da morte e da idade, talvez os conceitos e ideias sejam mais úteis, até pelo paralelismo das situações e das soluções, que lhe valeram o Prémio Nobel.
Desta época de aplicação de uma doutrina coerente, Maurice Allais, diz-nos em seu livro “Autoportrais” (1989):
"A minha principal preocupação foi a da síntese. Fazer entrar numa mesma construção a análise dos fenómenos reais e dos fenómenos monetários, associar a análise das condições de eficácia e da distribuição dos rendimentos, relacionar estreitamente a análise teórica e a economia aplicada, ligar a economia às outras ciências sociais, a psicologia, a sociologia e a história, que foram minhas metas constantemente.”
"É esta preocupação de uma concepção sintética de todos os fenómenos económicos e sociais que constituem o alicerce de toda a minha obra, e a estreita ligação entre os meus trabalhos de teoria económica e os da economia aplicada. É ela que explica a profunda unidade subjacente a todos os meus trabalhos.”
"Na sua elaboração, a minha abordagem nunca foi pensada a partir da teoria para chegar aos factos, mas, ao contrário, tentar identificar dos factos, o quadro explicativo, sem o qual eles apareciam incompreensível e escapando a toda a acção eficaz.”
"Os meus trabalhos responderam à necessidade que eu sentia para entender a realidade concreta e de dar respostas satisfatórias às questões que me sugeriam as obscuridades, as contradições e as lacunas da literatura existente. A minha obra representou para mim um longo esforço, muitas vezes doloroso, para me desembaraçar dos caminhos batidos e das concepções dominantes do meu tempo.”
"No início de minha carreira, o meu desejo de compreender foi motivado por um profundo desejo de agir, pelo desejo de influenciar a opinião pública e política; entretanto, progressivamente, ao longo dos anos, esta motivação passou na realidade para segundo plano, muito para trás do desejo de compreender."

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