O comércio entre a China e os países lusófonos aumentou 50% entre Janeiro e Novembro, atingindo 63 mil milhões de euros, face a igual período de 2009, segundo dados oficiais.
As estatísticas dos Serviços de Alfândega da China indicam que a China comprou entre Janeiro e Novembro deste ano, aos 8 países de língua portuguesa, produtos no valor de 42,6 mil milhões de euros contra vendas aos mesmos países de 20 mil milhões de euros. Estes números traduzem aumentos homólogos nas importações chinesas de 45% e nas exportações da China de 60% relativamente a 2009.
O Brasil é o principal parceiro lusófono da China com um volume de trocas comerciais de 43 mil milhões de euros, mais 47,4% do que entre Janeiro e Novembro de 2009. As exportações da China para o Brasil totalizaram 16,4 mil milhões de euros – mais 78% – enquanto as importações atingiram 26 mil milhões de euros, mais 32,8% relativamente a 2009.
Com Angola, o 2º parceiro entre os países de língua portuguesa, as trocas comerciais atingiram 17 mil milhões de euros, mais 57,8% do que nos primeiros 12 meses de 2009. As compras chinesas fixaram-se em 16 mil milhões de euros – mais 70,3% – e as vendas totalizaram 1,3 mil milhões de euros, menos 14%.
Para Portugal, o 3º parceiro comercial da China, seguiram mercadorias chinesas no valor de 1,6 mil milhões de euros, contra compras chinesas de 512 milhões de euros, valores que traduzem aumentos de 32,4% e 60,7%, respectivamente. Até Novembro, as trocas comerciais entre Portugal e a China atingiram os 2,2 mil milhões de euros, mais 38% do que em igual período de 2009.
Só em Novembro, as trocas comerciais entre a China e a lusofonia atingiram 6,2 mil milhões de euros, o que representa um aumento de 21% face a Outubro, com as importações da China a atingirem 4,2 mil milhões de euros e as exportações a acumularem 1,9 mil milhões de euros.
Em 2003, a China estabeleceu Macau como a sua plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial com a lusofonia.
Lusofonia à parte, mas tendo em conta os objectivos da plataforma de Macau, é tempo de se fazer um balanço, para verificarmos se há cooperação ou aproveitamento económico/comercial.
Sem contas precisas, mas numa análise “a la minute”, verificamos que a China importou mais dos países lusófonos, do que antes, o que nos leva a recordar a “sentença” de Samora Machel, que dizia que, num negócio, ou ganham as duas partes, ou não é negócio.
Verifica-se também que o Brasil é o “melhor” parceiro comercial da China, já que tem o maior volume e ganhou em exportações.
Com Angola aconteceu o mesmo, com valores menores, mas maior percentagem de exportações.
Com Portugal (o pai da língua), os valores do comércio são residuais e as exportações tiveram um défice.
Na globalidade dos 8 países lusófonos, apenas sobraram para os restantes 5 países, 800 milhões de euros, o que é mesmo residual, ou inexistente.
Resumindo, a política comercial da China, apoiada na lusofonia, beneficia os países emergentes, traz prejuízos para Portugal e esquece-se dos países mais pobres. Que é o mesmo que dizer que, nem tudo está bem.
Repescando a sentença de Samora, as “regras” têm que mudar, para se ter direito a falar de lusofonia e economia, ou seja, em NEGÓCIO.
Olho vivo!
Fui para a noite longa de fim de ano satisfeito pelo facto das pessoas que frequentam este espaço de cultura generalista, bem documentado e apropriado, apreciarem os meus " bonecos"!
ResponderEliminarPela parte que me toca:
Bem hajam!
Hermínio Felizardo
Felizardo
ResponderEliminarEstou feliz por ver reconhecido, neste cantinho, um bom cartoonista que quando entra pela crítica social/política, sublima a intervenção.
Espero continuar a "abusar" da produção e que os "clientes" vão gostando, não por mim, mas pelo autor e pela mensagens.
Obrigado e parabéns.