O politólogo Adriano Moreira defendeu que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e o mar são “janelas de liberdade” que Portugal precisa de cultivar num momento de crise.
Para o académico, que é também jurista e sociólogo, “a língua e a memória histórica são referências basilares da identidade de uma nação”.
“A língua transporta valores, por isso não é neutra. Também ela sofre a contaminação das culturas diferentes por onde passou no exercício da soberania colonial ou da evangelização”, disse, referindo: “a língua não é nossa, também é nossa”.
Adriano Moreira proferiu uma conferência na Faculdade de Filosofia (FacFil) da Universidade Católica, integrada no Colóquio Internacional “Cultura Portuguesa - interculturalidade e Lusofonia”.
Na ocasião, defendeu a manutenção de uma instituição como o Instituto Internacional de Língua Portuguesa, actualmente instalado em Cabo Verde, em toda a CPLP.
Adriano Moreira disse ser necessário que as instituições, como o Instituto Luís de Camões, “disponham de recursos humanos e financeiros para cuidarem do processo de fortalecimento da língua e das suas diversas funções conforme as latitudes, sendo gritante o caso de Timor”.
Na sua opinião, a pluralidade das funções da língua vai reflectir-se no Produto Interno Bruto (PIB) nacional. “Espero que isto não surpreenda os economistas, que a língua tem peso no PIB”, ironizou.
A Língua (portuguesa), o Mar (de todos os PLOP) e o PIB (que os chineses já interiorizaram), uma trilogia que cada vez mais vai sendo falada e associada, à espera de eco, mas esperemos que seja em benefício dos países lusófonos.
É mais uma voz, que se há-de multiplicar até ser ouvida e posta em prática.
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