A resposta italiana |
Dezenas de milhares de italianos manifestaram-se hoje em Roma contra a política económica do governo de Silvio Berlusconi e ameaçaram convocar mais uma Greve Geral, se as suas reivindicações forem ignoradas.
Convocados pela principal Central Sindical de Itália, a Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL), vários milhares de manifestantes desfilaram por 2 percursos distintos, até se reunirem na praça de São João de Latrão.
Os números avançados são dos media, uma vez que a Central Sindical recusou entrar numa "guerra de números", limitando-se a informar que foram mobilizados 2.100 autocarros e 13 comboios especiais, meios que poderiam transportar 110 mil a 120 mil pessoas.
A manifestação irlandesa |
O protesto foi organizado pelo Congresso Irlandês dos Sindicatos (ICTU).
Fintan O’Toole, crítico literário e comentador político, que de 1997 a 2001 também escreveu para o “New York Daily News”, dirigindo-se à multidão, disse que a Irlanda está a pagar milhares de milhões de euros para salvar os bancos e que o Governo de Brian Cowen “declarou guerra aos pobres”.
O’Toole, afirmou que o Governo que tem por base o partido Fianna Fáil está a entrar em acordos com pessoas que nunca foram eleitas.
Forte crítico da corrupção política no país onde nasceu há 52 anos, o colunista declarou que “os irlandeses não são súbditos, mas sim cidadãos, pretendendo que lhe devolvam a sua República”.
O Secretário-geral da ICTU, David Begg, comparou o actual Governo a um célebre assaltante de estrada que durante o século XVIII houve na Inglaterra, dizendo que “Dick Turpin, pelo menos, usava uma máscara quando roubava as pessoas”.
O mesmo dirigente considerou que estariam 100.000 pessoas na manifestação, mas a polícia não confirmou este número.
Outro orador forneceu o número de telefone do ministro do Ambiente, para que “lhe telefonassem o mais possível”.
A manifestação terminou sem que tivesse havido registo de incidentes, apesar de a polícia ter avisado para a possibilidade de alguns grupos poderem “explorar” a situação e causar distúrbios.
Os resultados (pré)visíveis das medidas de austeridade dos Governos europeus, no que respeita à instabilidade social, vai crescendo de país para país, até à compreensão do crime social, pelos verdadeiros responsáveis.
Grécia, França, Espanha, Portugal e agora Irlanda e Itália, são os actores dos protestos até hoje, mas não demorará muito para que se chegue aos 26 (a Alemanha não conta…).
A resposta dos representantes do povo, eleitos pelo povo, é a bastonada, ou a ameaça velada, uma forma original de lhes dizer que não voltem a votar neles, porque não sabem resolver os problemas que criaram.
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