Peer Steinbrück e Angela
Merkel
|
Os principais temas da campanha eleitoral deverão ser o "adestramento dos mercados financeiros" e um "novo equilíbrio social para a Alemanha", afirmou o presidente do partido Sigmar Gabriel. "E, para esse objetivo e essa tarefa, Steinbrück é o melhor chanceler federal que a Alemanha pode ter."
"Eu aceito o desafio", disse Steinbrück, que disse que não quer substituir o governo de Merkel apenas "em parte", mas sim por um governo da coligação verde-vermelha (SPD e Partido Verde).
O nomeado Steinbrück, de 65 anos, é membro do SPD desde 1969 e considerado um homem de palavras claras. De 2002 a 2005, foi governador do estado da Renânia do Norte-Vestefália e, entre 2005 e 2009, ministro das Finanças da Alemanha. Desde então, é apenas deputado.
O candidato social-democrata à chancelaria federal alemã, Peer Steinbrück, disse que quer dar mais tempo para a Grécia resolver os seus problemas e não descartou um 3º programa de ajuda ao país em crise. Na avaliação de Steinbrück, o governo grego não conseguirá dinheiro no mercado financeiro pelos próximos 7, 8 anos e "Até lá nós teremos que ajudar", que desafiou a chanceler federal Angela Merkel a "finalmente dizer a verdade aos alemães" nessa questão.
A saída da Grécia do euro deve ser evitada, afirmou Steinbrück, que foi ministro das Finanças no primeiro governo Merkel, durante a grande coligação entre a CDU, a CSU e o SPD. "O choque político e económico [de uma saída da Grécia] seria devastador", completou.
Peer Steinbrück é tido como um social-democrata de tendências liberais. Mas a opção por ele não significa que o SPD esteja a dar uma guinada à direita: trata-se de uma estratégia para atingir um número maior de eleitores.
Steinbrück ocupava o cargo de Ministro das Finanças durante a crise gerada pela falência do banco Lehman Brothers, em 2008, e permaneceu na memória de muitos alemães como um competente gestor de crises e especialista em finanças. A sua nomeação reforça a competência do SPD quando o assunto é a crise da dívida europeia. Com Steinbrück, o SPD aposta num "homem de ação", coisa que o partido não tinha desde a saída do poder do ex-chanceler federal Gerhard Schröder.
O SPD não vai dar uma guinada à direita
A ala esquerda do partido teve que engolir a opção por Steinbrück, que era e é um dos adeptos da Agenda 2010, o programa de reformas iniciado na era Schröder que há anos é criticado como antissocial pelos setores mais à esquerda do SPD e que gostariam de alterar alguns pontos da agenda, como a diminuição gradual dos valores das aposentadorias.
Também a gestão da crise de 2008, quando Steinbrück atuou ao lado de Merkel, criou em muitos integrantes do SPD a impressão de que o então ministro das Finanças era mais amigo dos bancos do que dos trabalhadores. Mas, de lá para cá, Steinbrück parece ter feito concessões à ala esquerda do SPD: uma proposta recente dele prevê suspender a responsabilidade do Estado pelos bancos, proibir negócios financeiros altamente especulativos e separar os negócios de investimento dos negócios de depósitos dos bancos.
As pesquisas mostram que a maioria dos alemães escolheria Merkel e não Steinbrück se as eleições fossem hoje. O SPD e Steinbrück têm agora 12 meses para reverter a desvantagem em relação a Merkel.
Não nos podemos esquecer, que nestas questões eleitorais, os atores são todos políticos e cada vez mais as promessas feitas durante a campanha correspondem mais ao dizer que “sim” aos desejos dos cidadãos (o chamado marketing político), que não tem resposta igual após a vitória dos partidos que as fazem e estranhamente vamos caindo na armadilha, mesmo não as entranhando. Tudo isto para dizer que os temas anunciados para a campanha eleitoral, o adestramento dos mercados financeiros e um novo equilíbrio social para a Alemanha, podem querer dizer alguma coisa ou coisa nenhuma.
Ser social-democrata, hoje, não quer dizer que se pratique a social-democracia…
Há um tema, inevitável, que é comum aos dois candidatos, a Grécia e por arrastamento o Euro. Apesar de Merkel ter vindo, em crescendo, a jurar que quer o Euro e a Grécia no mesmo cesto, o candidato do SPD vem dizer o mesmo, aconselhando aquela a dizer a verdade aos alemães (e a todos os países membro, digo eu), tanto mais que ambos sabem que o choque político e económico da saída da Grécia (e o desmantelamento do Euro) seria devastador, principalmente para a Alemanha e para nossos azar, os dois são alemães…
Pelo que se diz, Steinbrück é um social-democrata de tendências liberais, o que quer dizer que será, um pragmático, o que quer dizer que governará à direita, como quando foi ministro das Finanças de Merkel e mostrou ser mais amigo dos bancos do que dos trabalhadores, embora digam que de lá para cá, já fez uma proposta para suspender a responsabilidade do Estado pelos bancos, proibir negócios financeiros altamente especulativos e separar os negócios de investimento dos negócios de depósitos dos bancos. Mas também dizem que se trata de uma estratégia para caçar um maior número de votos…
E perante este esboço de candidato, a que as sondagens não dão a vitória, hoje, mantendo Merkel à sua frente e que nos deixa sempre para trás, restam-nos pouca esperança de alterações significativas no nosso quotidiano, independentemente do ganhador, porque quem perderá sempre somos nós…
Falta um ano para as eleições alemãs, o que quer dizer (como digo há muito) que vamos ter as mesmas estratégias de “faz de conta que vamos resolver o problema, adiando”, até finais de 2013 e que os países mártires continuarão a ser martirizados…
De destacar, a(s) aliança(s) com outros partidos de esquerda (como aconteceu na Dinamarca há um ano) como a forma mais eficaz de derrotar o adversário (quando existe maioria no poder), moda que não pega nesta terrinha, por preconceitos e conformismo com uma alternância entre quem nos lixou ontem, nos lixa hoje e amanhã continuará a lixar e em crescendo…
Vamos esperando e sofrendo e nunca mais “cantando e rindo”…
Sem comentários:
Enviar um comentário