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terça-feira, 29 de março de 2011

Reposição de um velho filme com novos atores

Os presidentes dos Estados Unidos e da França, o primeiro-ministro britânico e a chanceler alemã discutiram durante 40 minutos, por vídeo-conferência, a situação na Líbia, na véspera de uma reunião, em Londres, entre mais de 35 países e representantes das Nações Unidas, Liga Árabe, União Africana, UE e NATO que analisará a situação na Líbia.
Esta será a primeira reunião do designado grupo de contacto sobre a Líbia, encarregado da pilotagem política da operação militar, cuja direcção foi assumida pela NATO, tal como as missões de protecção da população civil do país.
Se vai acontecer a primeira reunião do grupo de contacto sobre a Líbia, depreende-se que antes não houve reuniões, ou que as “reuniões” por telefone/vídeo-conferência são coisas virtuais…
Como na Guerra do Iraque, duas mesmas nações, com novos protagonistas e a substituição de Portugal/Durão Barroso, por dois novos países e dois novos actores.
Como na Guerra do Iraque, o carro à frente dos bois: decisão da ONU, aval à Nato para a intervenção, outros metralham e depois decide-se sobre a pilotagem política da operação militar (vá-se lá saber o que uma operação militar tem de política…), mas antes, uma conversa entre os 4 mais fortes.
Depois é que a Nato vai assumir a tal pilotagem.
Os Estados Unidos devem agir quando "os seus interesses e os seus valores" são ameaçados, explicou o presidente Barack Obama para justificar a intervenção norte-americana na Líbia. A NATO assume, quarta-feira, o comando militar das operações, adiantou, ainda, Obama.
Apesar da justificação para a intervenção na Líbia pela defesa "dos interesses e valores dos EUA", o presidente norte-americano mostrou-se "consciente" dos "riscos e dos custos" colocados pela operação.
"Foi o que aconteceu na Líbia", acrescentou, sublinhando que "há gerações que os Estados Unidos desempenham um papel único na segurança mundial e na defesa da liberdade".
Como milhões de pessoas no mundo, também depositamos em Obama a maior fé que se pode ter num homem, para alterar o status quo que o seu antecessor, Bush, impôs ao planeta, em muitas áreas, como se fosse propriedade sua, ou da nação que ele “representava” (que não representava porque foi deposto democraticamente).
Ao lermos as justificações do atual presidente dos EUA, perdemos a noção de quem as disse, porque podiam ter sido proferidas e “defendidas” por Bush, ou outro qualquer, quando diz que a intervenção na Líbia é em defesa dos seus interesses e dos seus valores. Quais interesses? Petróleo? Quais valores? Petróleo, ou democracia? E a democracia implanta-se à força?
Não somos tão inocentes/ignorantes que não saibamos destrinçar interesses de Interesses, nem valores de Valores, mas também sabemos distinguir a diferença entre segurança mundial e defesa da Liberdade.
E agora a pergunta do macaco: foram precisos anos para se saber o que se passava na Líbia e foram precisos tantos dias para a Aliança intervir a favor dos civis?
Obama perdeu a auréola que cada um de nós lhe colocou e passou a ser um simples ser humano, mas americano…

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