“Há muitas famílias que têm o direito de recorrer ao rendimento social de inserção e não o fazem porque têm medo do estigma da pobreza”, disse Carlos Farinha Rodrigues, professor de Economia do ISEG, ontem em Lisboa.
Segundo disse o especialista, a violentíssima campanha negativa conduzida contra o rendimento social de inserção (RSI) parece intimidar alguns portugueses.
Este instrumento é um apoio para os indivíduos e famílias mais pobres, constituído por uma prestação em dinheiro para satisfação das necessidades básicas e um programa de inserção para os ajudar a integrar-se social e profissionalmente.
“O RSI é um instrumento fundamental com um efeito directo na redução da intensidade da pobreza”, salientou Carlos Farinha Rodrigues. No entanto, muitas pessoas ainda não o pedem por vergonha, falta de conhecimento ou por razões administrativas, acrescentou, baseando-se nas conclusões de inquéritos realizados a nível europeu em 2007.
Para Edmundo Martinho, presidente do Instituto de Segurança Social e um dos moderadores do debate, é “extremamente importante manter a aproximação dos desempregados ao mundo do trabalho” e “às protecções sociais” são uma garantia.
Todos conhecemos boa gente das nossas relações, que se insurgem contra a ajuda a estes pobres (não vale a pena falar das excepções, como fazem alguns políticos populistas, fiscalizem) em vez de se insurgirem contra a riqueza fraudulenta acumulada por tantos (não vale a pena falar das excepções), a fuga aos impostos de todas as maneiras legais, etc.
É inexplicável como é que sabendo-se até o número dos envergonhados, não haja ninguém, oficialmente, que os convoque e informe sobre esse direito e essa “regalia”, que ajude, momentaneamente, a superar o grau de dificuldades.
Podem fazer-lhes esse “favor”, por solidariedade?
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