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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Os empréstimos à BANCA é que nos obrigaram a isto!

O jornal económico “Wall Street Journal” (WSJ) aplaude o recuo do Governo no aumento das contribuições dos trabalhadores para a Segurança Social, na sequência dos massivos protestos. Diz o jornal que “as ruas tinham razão”.
Apesar de a maioria da imprensa internacional apelidar o recuo de Passos Coelho de fraqueza, considerando que o Governo cedeu à pressão e caiu em descrédito, o “WSJ” diz que não vale a pena “chorar o falhanço da reforma da Segurança Social” porque Portugal precisa é de crescimento e “aumentar impostos não é o caminho para lá chegar”.
“Transferir as contribuições para a Segurança Social dos empregadores para os trabalhadores não reduz fundamentalmente os custos de contratar mais funcionários. Mesmo que os custos das empresas estejam mais baixos, um corte permanente no rendimento dos trabalhadores reduz os incentivos à procura de um emprego ou à sua manutenção”, alega o jornal, concluindo que, com o tempo, esse efeito seria compensado, com os trabalhadores a serem mais exigentes no pagamento líquido pelos seus serviços.
Para o jornal, Portugal parece-se cada vez mais com a Grécia: as manifestações nas ruas e as medidas propostas por Passos Coelho, de aumento dos impostos sobre o rendimento do trabalho, património e capital são “perigosamente semelhantes” às opções tomadas na Grécia. “E se Atenas nada provou nos últimos 2 anos, é porque não se pode tributar o caminho para um orçamento equilibrado em face do aumento do desemprego e da contração do sector privado”, sublinha.
“Portugal tem sido apontado como um aluno modelo de consolidação orçamental e de reformas estruturais. Mas cumprir as metas de défice da UE e do FMI nunca deve ser considerado como um fim em si mesmo. Portugal precisa de crescimento e outra rodada de aumento de impostos não é forma de obtê-lo”, conclui.
Já ninguém tem dúvida e até cansa insistir no mesmo paleio, de que Portugal e os países que pediram “ajuda” aos “amigos”, do que precisam é de medidas para o crescimento (fazer dinheiro!) para poder pagar os calotes, porque não há possibilidades de se apostar no “Euromilhões”…
E já começa a ganhar unanimidade que aumentar impostos (ainda por cima em troca de menos direitos) não nos leva a lado nenhum, antes pelo contrário, e cortes permanentes no rendimento dos trabalhadores reduz os incentivos à procura de emprego e à sua manutenção, para além dos efeitos colaterais, que se repetem, menos receita fiscal e mais subsídios para a sobrevivência, aumentando o assistencialismo, que não é direito de ninguém, nem devr de nenhum Estado, a não ser que seja propositado…
Já cansa também repetir que se as mesmas medidas impostas a Atenas (e a nós) contrariaram(?) as “previsões” da troika durante os últimos 2 anos, só os burros seguiriam os mesmos trilhos, que só podem levar ao abismo a não ser que seja propositado… E só por isso, seja a troika, seja o governo, a servir outra rodada com um aumento de impostos, “‘ta-se” mesmo a ver…
"Muitas vezes, estas manifestações [contra a austeridade] não deixam de ser um bom aviso para todos - para ver qual é a realidade - e evitar algo que ainda estamos a tempo de evitar", disse o eurodeputado espanhol, Santiago Fisas Ayexela, do PPE - Partido Popular Europeu e disse perceber as razões que têm levado "muita gente", espanhóis e portugueses, a saírem à rua para manifestarem o seu descontentamento com as políticas de austeridade. "Percebo perfeitamente essa revolta, mas lamentavelmente nenhum de nós tem uma varinha mágica. Estão a ser tomadas medidas que têm de ser tomadas (...) Mas também já ficou provado que austeridade a mais apenas mata o paciente", vincou o parlamentar Europeu. No seu entender, a austeridade deve ser "conjugada" com medidas de crescimento e desenvolvimento, para que seja possível "reiniciar um ciclo de esperança e prosperidade".
E lembrou que apesar de Espanha e Portugal serem eles "próprios culpados" pela situação económica em que se encontram, há também "outros culpados". A Alemanha e a França, mas sobretudo os bancos desses países, também têm “culpas no cartório” porque foi graças aos seus créditos que foram desenvolvidas determinadas políticas que não resultaram.
Fisas Ayexela considerou ainda "dramática" a situação de desemprego jovem que assola a Espanha, salientando que se os políticos - espanhóis ou portugueses - não conseguirem encontrar respostas para inverter essa "grave realidade", então poderá dizer-se que terão "fracassado".
Ressalvando que o eurodeputado é do PPE, tal justificará a sua sentença: “nenhum de nós tem uma varinha mágica”.
E diz ele que estão a ser tomadas medidas que têm de ser tomadas, sem justificar para quê, mesmo sabendo e confessando que já ficou provado que austeridade a mais apenas mata o paciente… Em que ficamos?
E sublinha que a austeridade deve ser entremeada com medidas de crescimento e desenvolvimento, para se reiniciar(?) um ciclo de esperança (talvez seja possível) e de prosperidade (aqui entra a demagogia)…
O mais grave e injustificável é ter que ouvir um militante estrangeiro da família neoliberal fazer eco da cassete pirata, que diz que os cidadãos são os culpados pela situação económica (foram eles que pediram dinheiro aos bancos estrangeiros e apostaram nas dívidas de outros Estados) e que só uma parte dos (restantes) culpados está em outros Estados “irmãos” (Alemanha e França) e sobretudo nos bancos desses países, porque foi graças aos seus créditos que foram desenvolvidas determinadas políticas (corrupção e compadrio) que não resultaram.
Sr. Ayexela, então foram os cidadãos, os políticos, as “políticas”, ou os bancos que nos fizeram os calotes? E com que argumentos nos convence de que são os cidadãos que tem que pagar as dívidas da Banca?
Finalmente, Santiago Fisas Ayexela (do PPE, partido que está no governo de Espanha) diz algo de sábio, mas inconsequente, quando diz que os políticos - espanhóis ou portugueses - se não conseguirem encontrar respostas para inverter esta grave realidade, então poderá dizer-se que terão fracassado. Nós já temos essa certeza, não por termos vistas mais largas, mas por não estarmos comprometidos com cartilhas, nem com cartéis…
O eurodeputado espanhol até parece um governante português a falar, talvez por ser da mesma “família”, cuja “honra” tem que ser defendida, mesmo quando os ofendem, chamando-os, em uníssono, de GATUNOS…

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