Volvidos 2 meses sobre a posse do Governo, figuras de proa do PSD manifestam a sua perplexidade por a nova maioria se desdobrar em sucessivos aumentos da receita, leia-se, de impostos, acompanhados de anúncios, sempre adiados na concretização, de cortes na despesa. E esta perplexidade é tanto mais enfatizada, quanto, nos últimos meses da era Sócrates, o PSD jurava ter, prontinho a ser aplicado, um plano de redução de gastos que equilibrava as finanças sem aumento de impostos.
Começa, por isso, a falar-se de embuste, isto é, começa o ataque ao Governo pelo lado mais deletério – o moral. E porventura com razão.
É que ainda não foi apresentada, salva a disparatada extinção da “Parque Expo”, uma única medida da propalada dieta do Estado, que atinja os interesses das clientelas do Bloco Central – institutos, fundações, consultorias, que são a mais evidente gordura do Obeso.
O que não surpreende: não há dieta do Estado enquanto os partidos estiverem reféns das suas clientelas.
O primeiro a ter coragem de por na boca o que lhe ia na mente e no coração foi Marques Mendes, ao dizer que o Governo ainda não lançou uma única medida para relançar a Economia, nem emagrecimento do estado e que apresentar apenas mais impostos “é um murro no estômago” e diz mesmo que o regime “não é justo”: “Um professor ou um banqueiro têm o mesmo regime”.
Marcelo Rebelo de Sousa não ficou a trás e juntou-se ao coro de críticos do PSD, seguido de Manuela Ferreira Leite, que numa crónica no semanário Expresso, não poupou críticas sobre a política fiscal seguida pelo executivo de PPC e os recentes impostos anunciados sem o esperado corte da despesa, dizendo-se surpreendida com as palavras do ministro das Finanças e que tem dúvidas quanto ao optimismo por ele demonstrado, criticando ainda o fim de algumas deduções fiscais, como as despesas com cuidados de saúde, e diz que “é evidente” isso vai resultar numa perda de receita fiscal para o Estado.
“De justiça tem pouco e de eficácia nada”, diz Manuela Ferreira Leite, que diz esperar estar a ser pessimista.
Entretanto, para ajudar à missa, Pacheco Pereira critica as mesmas medidas, classificanado-as de política do martelo.
Por sua vez, Vasco Graça Moura, acusou o governo de PPC de não estar a explicar o aumento de impostos aos rendimentos mais elevados e afirmou que esta medida irá sacrificar as classes médias, concordando com Marques Mendes, quando disse que o aumento de impostos é “um murro no estômago” dos portugueses.
Graça Moura sugeriu que o aumento de impostos fosse “reenquadrado”, “reexaminado” e “reexplicado”, uma vez que “sem isso, aqueles, entre os quais eu me conto, que elegeram o PSD, sentir-se-ão bastante desorientados, para não dizer frustrados, com o que parece desenhar-se no horizonte”.
Para além das críticas e oposição dos chamados “barões” do PSD acima citados, também no CDS, Lobo Xavier, Pires de Lima e outros, já vieram dar sinais de discordância dentro da coligação.
Claro que estas críticas só surgiram quando o fogo lhes entrou pela casa e lhes chegou ao rabo, porque enquanto foram os que ganham menos a pagar o que não podem, o silêncio foi a opinião de algumas destas pessoas.
E por tudo isto, vai-se esbatendo o tal orgulho nacional, que nos tentam incutir em discursos lamechas de cura de aldeia, havendo cada vez mais, mais pessoas a dizerem o que disse Berlusconi, que é responsável, enquanto nós somos responsabilizados: “Vou-me embora deste país de merda”.Atualizado às 10H00 de 06/09/11
CDS-PP: Aumento de impostos não é razoável a médio e longo prazo - Pires de Lima
O
presidente do Conselho Nacional do CDS-PP alertou hoje que o aumento dos
impostos "não é razoável" a
médio e longo prazo, mas assegurou que o seu partido será solidário com a
coligação durante toda a legislatura. No entanto, o dirigente centrista alertou
que os aumentos de impostos, nomeadamente ao nível do IRS, "só podem ser entendidos como temporários".
"Noblesse, oblige"!
Há muito que te faço companhia, Miguel. É verdade que votei neles, mas... cedo "caí na real", como se diz do outro lado do Atlântico.
ResponderEliminarAs coisas chegaram a tal ponto que , no programa "Quadratura do Círculo" desta semana, António Costa cedeu boa parte do seu tempo a Pacheco Pereira, que estava a "dizer maravilhas" do Governo.
Luís
ResponderEliminarEu já sabia que não estava sozinho e admiro esta tua "confissão". Eu já não acredito nos homens, há muito, muito menos em gente reconhecidamente mal preparada, técnica e politicamente. Há anos que andamos a ser desgovernados por "jotinhas" e no futuro continuaremos. Bem dizia o Lula que era o único Presidente que tinha trabalhado...
Mas pior do que "isto está mau" é a prepotência de PPC, ainda ontem, que fez lembrar o "falecido", mas em tom de Rainha da Branca de Neve...
Esperemos por melhores dias, em que se prevê verão até meados do mês...
Tal como o Luís, também eu votei PPC para me ver livre do inginheiro filósofo.Que parva que eu sou!
ResponderEliminarFaaaartinha desta gente que me vai esmirrando a cada dia que passa.
maria
(Tive que entrar anonimamente para poder fazer o comentário, através da conta não consegui)
maria
ResponderEliminarEstá perdoada!
O Blogger anda meio apanhado, sempre com novidades que não funcionam à primeira. É mais, ou menos como o governo.
Pois!... Eu já nem sei o que valem as palavras. Temo que, para eles, a gordura do Estado que é preciso cortar signifique, apenas, despedir trabalhadores. Porque os outros e o resto vai ficar tudo na mesma.
ResponderEliminarNão digo que este é um país de merda, os portugueses é que adoram a merda no poder. Somos uns tristes... crédulos e mansos.
Elisabete
ResponderEliminarNem comento o seu comentário, porque disse tudo. Somos como a hiena, só come merda, faz sexo uma vez por ano e está sempre a rir-se...
Bem dito, Miguel. Fez-me rir. Obrigada!
ResponderEliminarElisabete, a anedota é velha, mas cada vez mais atual....
ResponderEliminarAdorei essa comparação com a hiena.Colossal!!!!!
ResponderEliminarConcordo com a Elisabete. Realmente gostamos mesmo de merda no poder!
maria
maria
ResponderEliminaraté já cheira mal. Há anos que só temos "jotinhas", de fraldas e por isso...