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sábado, 29 de setembro de 2012

As mesmas premissas, diferentes silogismos!

O economista critica os defensores da austeridade, dizendo que estes se esqueceram das pessoas. Espanhóis, (portugueses) e gregos "estão certos" ao protestar contra mais austeridade. "Os verdadeiros intervenientes irracionais" são os políticos que exigem cada vez mais sacrifícios.
Na habitual coluna de opinião no "New York Times", intitulada esta semana de "A loucura da austeridade na Europa", Krugman defende que as medidas de austeridade levadas a cabo por países como a Grécia, Espanha ou Portugal "foram demasiado longe".
"Muitos analistas sugerem que os cidadãos de Espanha e da Grécia estão apenas a adiar o inevitável, ao protestar contra os sacrifícios que devem, de facto, ser feitos. Mas a verdade é que estes cidadãos estão certos. Mais austeridade não serve nenhum propósito. Os verdadeiros intervenientes irracionais são os políticos, alegadamente sérios, que exigem cada vez mais sacrifícios", escreve o economista no jornal norte-americano. "O que a opinião pública destes países está, de facto, a dizer é que chegaram ao limite: com a taxa de desemprego em níveis idênticos ao da Grande Depressão, a austeridade já foi longe demais."
"De facto", prossegue Paul Krugman, a "pesquisa realizada pelo Fundo Monetário Internacional sugere que os cortes orçamentais em economias altamente deprimidas podem, na verdade, reduzir a confiança dos investidores já que aceleram o ritmo da queda económica".
Krugman comenta, em particular, o caso espanhol e concluiu que a situação económica do país revela que este "não necessita de mais austeridade". Questiona, então, Paul Krugman: "Porquê as exigências de mais sacrifícios?"
"Parte da explicação está no facto de na Europa, como nos Estados Unidos, muitas 'Very Serious People' [Pessoas muito sérias] foram tomadas pelo culto da austeridade e pela crença de que os défices – e não o elevado desemprego – são o perigo presente e que a redução do défice vai, de alguma forma, resolver o problema criado pelos excessos do sector privado".
"Além disso", continua o economista, "uma parte significativa da opinião pública na Europa – em especial na Alemanha – acredita numa falsa visão da situação". "Falem com políticos alemães e eles irão mostrar-vos a crise do euro como um jogo moral, um conto de países que viveram acima das suas possibilidades. Não importa o facto de que nada disto é o que está a acontecer – e o igualmente inconveniente facto de que os bancos alemães desempenharam um papel de relevo ao inflacionarem a bolha imobiliária em Espanha. O pecado e as consequências constituem a sua história."
Destacando algumas premissas, cujo silogismo nos conduz à ANTÍTESE da TESE vigente:
Espanhóis, portugueses e gregos estão certos ao protestar contra mais austeridade.
Os verdadeiros intervenientes irracionais são os políticos, alegadamente sérios, que exigem cada vez mais sacrifícios.
A pesquisa realizada pelo FMI sugere que os cortes orçamentais em economias altamente deprimidas podem, na verdade, reduzir a confiança dos investidores já que aceleram o ritmo da queda económica.
Pessoas muito sérias foram tomadas pelo culto da austeridade e pela crença de que os défices – e não o elevado desemprego – são o perigo presente e que a redução do défice vai, de alguma forma, resolver o problema criado pelos excessos do sector privado.
Falem com políticos alemães e eles irão mostrar-vos a crise do euro como um jogo moral, um conto de países que viveram acima das suas possibilidades e não importa o facto de que nada disto é o que está a acontecer.
O facto inconveniente é que foram os bancos alemães que desempenharam um papel de relevo ao inflacionarem a bolha imobiliária em Espanha.
O pecado e as consequências constituem a sua história.

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