A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) revelou que o índice de preços dos alimentos aumentou, pela 6ª vez consecutiva, em Dezembro, atingindo um valor recorde (214,7 pontos, acima do máximo de 213,6 pontos que registou na crise alimentar de 2008), situação que Maria Antónia Figueiredo, Secretária-Geral-Adjunta da CONFAGRI considera "muito preocupante" para Portugal e afirmou "Se somos muito dependentes, somos muito vulneráveis a qualquer aumento de preços que haja ao nível do mercado internacional".
Portugal não produz açúcar, depende muito das importações para produzir pão, produz apenas 50% da carne de vaca que consome e apenas está próximo da auto-suficiência no caso dos suínos e das aves, que têm sido também afectados pela subida dos preços porque a base das rações são os cereais. "Só somos auto-suficientes no vinho e no leite", apontou a também Presidente do Observatório dos Mercados Agrícolas e Importação Agro-Alimentar.
A engenheira apela, por isso, a que Portugal encare "a agricultura como um sector estratégico", retomando a produção na "metade do país que está desertificada e despovoada".
A responsável da CONFAGRI sublinhou que para Portugal manter "um mínimo de segurança na alimentação" é preciso promover a produção nacional. "A sociedade tem de valorizar o sector agrícola e encarar a profissão com dignidade", disse. “Hoje em dia, ser agricultor ou ser empresário agrícola já não é como antigamente, já não é ser do campo. No futuro, quem tiver terrenos agrícolas a produzir terá um bem muito importante", declarou Maria Antónia Figueiredo, acrescentando que a recuperação de terras abandonadas poderia até ajudar a diminuir o desemprego.
A responsável adiantou que "não há um fenómeno específico" que justifique a escalada de preços, mas antes uma conjugação de factores, entre os quais o facto de os alimentos se estarem a transformar numa forma de rentabilidade, à semelhança do petróleo.
Porque já aflorei aqui o tema há uns tempos atrás e porque quem não é especialista em nada arrisca-se a ter razão de quando em vez, aqui está uma dessas vezes.
Quem vê o nosso país e quem o viu antes de entrarmos na UE, no que se refere a paisagem agrícola e não sendo cego, depara com a desertificação deste território, do abandono das terras, da fuga das populações rurais e da diminuição de produtos agrícolas nacionais, fruto da “política” da omissão Europeia. E por isso, era inevitável recorrer-se à importação daquilo que antes produzíamos.
Na situação em que estamos (os mais baixinhos) a agricultura tem que ser um sector estratégico para irmos vivendo menos mal, retomando a produção nas zonas do país em que seja possível, com a consequente valorização do sector agrícola e de dignificar a profissão, até porque quem tiver terrenos agrícolas a produzir terá um bem muito importante.
É evidente que esta recuperação de terras abandonadas e novamente a produzir ajudará de imediato a diminuir o desemprego e a realizar pessoas.
Não esqueçamos que, a nível mundial a produção agrícola é superior em 50% às necessidades globais e que estes aumentos do índice de preços dos alimentos, se deve simplesmente às acções bolsistas, que atacam tudo que dê dinheiro, a QUALQUER PREÇO…
Sem comentários:
Enviar um comentário