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sábado, 18 de dezembro de 2010

Uma história de amor, com abrigo numa Comunidade

Foi em 2006, durante um serviço de voluntariado da Comunidade Vida e Paz na igreja de São Domingos, na Baixa de Lisboa, que Paulo Fernandes, 40 anos, conheceu Filipa Cunha, que na altura dormia na rua.
Paulo, que também chegou a dormir na rua, apaixonou-se e no ano passado, durante a festa de Natal daquela associação, subiu ao palco e pediu Filipa em casamento.
Quatro anos depois de se terem conhecido, o casal oficializa a sua união numa cerimónia que decorrerá no próximo domingo, durante a festa de Natal da Comunidade Vida e Paz, e que contará com a presença do presidente da República, Cavaco Silva.
“Conheço a Comunidade Vida e Paz há vários anos. Estive durante 27 anos na rua e 14 agarrado ao álcool. Foi graças à comunidade que mudei a minha vida e recuperei. Hoje sinto que sou um exemplo para aqueles que viviam na rua”, disse Paulo Fernandes.
Por seu turno, Filipa diz que “o passado já lá vai” e que “aquilo que interessa é pensar no presente e no futuro”, que acredita que será mais “risonho”.
O casamento de Paulo e de Filipa decorrerá na missa de Natal, na Cantina da Cidade Universitária, onde há 22 anos a Comunidade Vida e Paz assinala a quadra natalícia.
Os Sem-abrigo são, para mim, uma questão de dignidade humana, que nos deixa à beira da irracionalidade animal.
Por todas as razões que estão na origem deste fenómeno social, tem que haver outras tantas soluções. E se não se resolver, que se minimize. Mas, que haja medidas do Estado e não só da Sociedade Civil, que não seja o Voluntariado e a Caridade/Solidariedade a manter o problema em banho-maria, mas quem de Direito, a dar abrigo às pessoas que se auto-excluem de uma sociedade que tropeça neles, sem desculpas.
E como se vê, é possível.
Parabéns aos noivos!
 Sem abrigo, sem futuro, sem afecto…

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