A questão política da regionalização torna-se incontornável para perceber as assimetrias entre o Norte de Portugal e a Galiza, patentes no novo anuário estatístico da Euro-Região, apresentado hoje em Santiago de Compostela, disse Ana Teresa Lehmann, Vice-Presidente da CCDR-N.
O novo Anuário Estatístico da Euro-Região Norte/Galiza é promovido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), através do seu Observatório das Dinâmicas Regionais, e pelo Instituto Galego de Estatística da Xunta da Galicia.
A Vice-Presidente da CCDR-N explicou que o anuário é um “instrumento fundamental de conhecimento mútuo” entre o Norte de Portugal e a Galiza, permitindo tirar conclusões.
Uma das conclusões mais negativas prende-se com o facto da diferença no rendimento “per capita” entre o Norte de Portugal e a Galiza ter aumentado quase 14% entre 2000 e 2007.
“A diferença entre o rendimento 'per capita' das duas regiões agravou-se de 26,6% (em 2000) para 40,3% (em 2007)”.
As razões políticas são centrais na questão do rendimento “per capita” - que faz com o Norte de Portugal seja mais pobre do que a vizinha Galiza.
“A Galiza é autónoma, tem um Governo e um orçamento independentes. Pode gerir os recursos como bem entende, o que em Portugal não acontece. É a grande diferença de ter um Governo Regional”, defendeu Ana Teresa Lehmann, recordando que até a Grécia vai fazer a regionalização.
Considerando que o anuário demonstra que “há uma certa similaridade entre as duas economias devido à crescente terciarização”, explicou ainda que a trajectória em termos de taxa de desemprego não é nada favorável para Portugal, apesar de o Norte do país apresentar, em 2009, valores inferiores (11%) aos da Galiza (12,6%).
Em 2002 a taxa de desemprego no Norte de Portugal era de 6,8% enquanto que na Galiza se situava nos 12,7%, sendo evidente o aumento de desempregados em território nacional quando comparado com a região espanhola.
Como pontos positivos resultantes do anuário, a responsável salienta a dimensão populacional das duas regiões juntas, que já supera os 6.500.000 de habitantes.
“Há também uma dinâmica empreendedora no Norte de Portugal e na Galiza. Na Euro-Região estão sediadas mais de 566.000 empresas, isto é 12,5% do total da Península Ibérica, ou seja, um oitavo”, enumerou.
A especialização no sector dos serviços em ambas as economias e a complementaridade crescente entre Norte de Portugal e Galiza são outros dos aspectos positivos realçados por Ana Teresa Lehmann.
Para quem gosta de ver e analisar o mundo através de números, aqui ficam alguns bons argumentos para se defender a REGIONALIZAÇÃO, já!
Curioso é que, sendo já a Galiza uma “região” autónoma, ainda se quer regionalizar. Claro! Tudo que é grande, é mais difícil de gerir e depois da repartição do território, a tal concorrência funciona, desde que não haja regulamentação castradora, permitindo que o equilíbrio entre as Regiões seja conseguido por conta própria.
Tudo que se aponta de negativo na Regionalização, só serve para manter a negatividade deste ordenamento político-administrativo, que só serve Lisboa e os lisboetas, os autóctones e os “adoptados.
E o resto, que continue a ser paisagem e áreas de recreio para viajar cá dentro, à custa de baixos níveis de rendimento, como acontece com o Norte, o mais castigado, se analisarmos as assimetrias, não com a Galiza, mas com Lisboa.
Mas isto são postais, que já não se usam…
O Norte é realmente a zona mais castigada.O índice de pobreza aumentou substancialmente.No distrito de Braga, a situação é alarmante. Há gente que vivia desafigadamente e que agora se socorre do banco alimentar contra a fome. Tudo isto me anda a transtornar incrivelmente.De verdade!
ResponderEliminarIbel
ResponderEliminarCorremos o risco de ser chamados de "Nortistas", mas era bom ter o proveito dos "Sulistas", porque num país de Direito, ou comem todos, ou passam fome todos...