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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Empresas Solidárias merecem-nos “solidariedade”

As empresas solidárias são as preferidas dos consumidores e estão a aumentar, sobretudo nos países mais pobres. A conclusão surge num estudo anual da consultora Edelman, que vai ser divulgado hoje.
Depois da qualidade e do preço, é o apoio a causas sociais que faz com que o consumidor escolha o produto que vai comprar. Um em cada três inquiridos diz que está mais solidário agora do que há um ano e mais de metade está pessoalmente envolvida em causas.
A protecção do ambiente é a mais defendida no inquérito, seguida de perto pela melhoria dos cuidados de saúde, pelo fim da violência doméstica e pela redução da pobreza.
Solidariedade em português
O estudo não ouviu nenhum consumidor português, mas Rui Miguel Nabeiro, administrador da Delta Cafés, acredita que também por cá as empresas são premiadas pelas causas que adoptam. No caso da sua, as últimas campanhas visaram apoiar os mais idosos e o povo timorense, reflectindo o cariz familiar da empresa. Acção social da Delta é "muito pessoal e emocional".
“Somos uma empresa familiar, portanto, obviamente, a família Nabeiro tem um papel muito importante na escolha das áreas. Tem a ver também com aquilo que nos toca e, estando nós no Alentejo, o tema da solidão e da terceira idade é-nos sensível. O critério é, acima de tudo, portanto, muito pessoal e emocional. Não há um critério de marketing por trás disto”, afirma.
Nestas acções, há muitas empresas que permanecem no anonimato, mesmo que isso signifique menos vendas. No caso do Banco Alimentar Contra a Fome, Isabel Jonet refere que não recebe só ajuda de produtores alimentares. “Estamos a falar de coisas tão diversas como os seguros, a publicidade, os transportes, a higiene e segurança alimentar, a contabilidade, a auditoria, o apoio jurídico… São áreas que, pese embora as pessoas não vejam como solidariedade, porque não é tão visível, permitem à instituição levar a cabo, com rigor, o seu dia-a-dia. E a maior parte destas empresas não esperam qualquer contrapartida, nem sequer um recibo que possam deduzir ao abrigo dos benefícios fiscais, nem um reconhecimento público”, afirma.
O estudo que é hoje apresentado (sobre as expectativas e compromissos dos consumidores face à solidariedade) foi realizado em 13 países (Portugal não incluído) e contou com a participação de 7.000 consumidores. Os resultados mostram que os países emergentes, como o Brasil, a Índia, a China e a Rússia, estão mais envolvidos em causas sociais do que os países desenvolvidos e mais ricos.
Empresas solidárias, consciência e responsabilidade das empresas, devia ser o 1º argumento, ou motivação para que o consumidor possa escolher os produtos de que necessita, para em simultâneo estar a ajudar quem necessita de algo, que quem tem a obrigação de dar respostas não dá.
Mas há que ter cuidado com certas campanhas, de certas empresas, em que o lucro é maior para o promotor do que para o fim social, e há muitas! 
As empresas solidárias, têm um conceito social do seu objecto industrial/comercial, que serão a base de um comércio justo, porque ajudam quem as “ajuda”. Como quem compra só produtos portugueses, para ajudar a economia nacional e a mesmo tempo evitar importações, que nos levam divisas e enriquecem que depois nos empresta dinheiro para termos que lhes pagar, com a soberania dessa dívida.
“Nunca sirvas a quem serviu, nem peças a quem pediu.”

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