De acordo com o estudo do IFS, um centro de reflexão independente muito respeitado, até finais de 2014, mais de 900.000 pessoas passarão para a categoria de “pobreza absoluta”, que reúne os agregados familiares com rendimentos inferiores a 60% do rendimento médio britânico em 2010/2011.
O drástico agravamento inclui, pela primeira vez em 15 anos, uma subida no número de crianças pobres. O estudo do IFS afirma que, em 2012/2013, haverá mais 200.000 mil crianças a viver em situação de pobreza absoluta, e em 2013/2014, mais 300.000 crianças virão engrossar esse número.
“Esta conclusão contradiz as afirmações do Governo, que tem vindo a afirmar que as suas reformas não terão nenhum impacto quantificável sobre a pobreza juvenil em 2012/2013”, escreve o IFS no seu estudo.
As medidas de austeridade draconianas, visam poupar cerca de 95 mil milhões de euros em menos de 5 anos. A essa quantia irão juntar-se mais 35 mil e duzentos milhões de euros, resultantes da subida de impostos, para reduzir o défice britânico dos actuais 10,1% para 1,1% do PIB em 2015.
As bonificações dos bancos
No mesmo dia em que foram conhecidas as conclusões do estudo do IFS, o número dois do Governo britânico, Nick Clegg lançou uma advertência ao sistema bancário britânico e avisou que o Executivo intervirá, se os bancos da City continuarem a pagar enormes bonificações aos seus empregados, sem desempenharem o seu papel no financiamento da economia.
O Vice-Primeiro-Ministro Liberal-democrata disse que “é inaceitável que milhões de pessoas façam sacrifícios em termos de nível de vida, enquanto os Bancos saem sem uma beliscadura”, declarou, acrescentando que “os bancos não devem ter ilusões. O Governo não poderá ficar de braços cruzados”.
Estas declarações de Clegg vêm ao encontro das que já tinham sido feitas pelo seu colega Liberal-democrata, o Ministro do Comércio, que advertiu que o Governo “agiria de forma séria contra o regresso das bonificações ridiculamente elevadas”.
Nick Clegg e os Liberais-democratas estarão assim a fazer pressão sobre os Conservadores que, até aqui, se têm mostrado reticentes em tomar medidas eficazes contra as bonificações excessivas.
Lá como cá, o Governo contradiz as conclusões do Estudo, porque diz o contrário do que eles dizem, mas não o contrário daquilo que eles pensam e nós sabemos.
Mas, é diametralmente oposta a posição dos 2 Governos, quando a principal figura do Partido aliado diz que é inaceitável que milhões de pessoas façam sacrifícios em termos de nível de vida, enquanto os Bancos saem sem uma beliscadura. Cá assobia-se para o lado e o Partido do “nosso” Governo é Socialista!
De salientar ainda, os Liberais-democratas considerarem as bonificações da Banca, ridiculamente elevadas, quando se sabe que cá no burgo elas são estupidamente mais elevadas.
Mas, como cá, quem detém o poder, lá os Conservadores têm-se mostrado reticentes em tomar medidas eficazes contra essas bonificações excessivas. Estranhas coincidências, que levam muitos “intelectuais” de direita, a dizer que já não há ideologias. Pois não, se não os beliscarem…
O que se conclui, é que, quando não há maiorias absolutas, bom, bom, são Alianças, ou Acordos entre Partidos diferenciados ideologicamente, para não se correr o risco de abusos de poder, com um contra-poder interno que equilibre e apele ao bom senso nas decisões.
Cá, ao contrário, os nossos “politólogos” defendem um centralão, alegando ESTABILIDADE política, apenas para perpetuarem as benesses que o PODER reparte pelos Barões partidários, que são sempre os mesmos.
Centremo-nos na DIFERENÇA ideológica, para tentarmos a maior IGUALDADE social possível.
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