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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Aproximar Culturas começa no seu conhecimento

Ka'aba
O islão está hoje mais do que nunca na ordem do dia devido à sua surpreendente expansão e às questões que tem suscitado. Há cerca de 1.500.000.000 de adeptos do Corão numa população total de mais de 6.000.000.000 de habitantes do planeta. Entre os cerca de 466.000.000 de europeus vivem 60.000.000 de crentes em Allah, 17.000.000 dos quais na UE onde se têm erguido muitas mesquitas e centro culturais.
Voltou-se, de certo modo, aos tempos de Al-Andalus, após a instalação dos árabes na Península em 711, onde realizaram uma notável obra em vários domínios, em especial durante os califados omíada de Damasco e abássida de Bagdad. A irradiação continuou e o islão impôs-se como uma civilização dinâmica tornando-se o idioma árabe a língua franca de uma parte significativa do globo. Ao lado da religião há igualmente a ter em linha de conta a introdução do direito (“shari’ah”) e das tradições islâmicas que têm alterado profundamente os nossos esquemas tradicionais e colocado desafios que ainda aguardam resposta.
Recorde-se também que o mundo muçulmano tem penetrado numa nova ordem económica internacional baseada na aplicação da “shari’ah” nas modernas transacções económicas e financeiras, hoje já em prática em certos países. Tudo assenta nos princípios da justiça social. A banca islâmica implica, além das suas componentes religiosas, uma relação diferente entre a actividade financeira e a actividade económica. A ligação emprestador/devedor do empréstimo é substituída pela de risco/distribuição equitativos entre o capital e o empresário ou cliente. A finança islâmica parte da proibição de pagar ou cobrar juros (“riba”) como ensinam o Corão e o Antigo Testamento, porque a Banca tem uma dimensão social a favor da comunidade (“umma”). Este é ponto-chave dessa perspectiva do empréstimo. O dinheiro é para circular e para promover a comunidade.
A religiosidade muçulmana mantém-se viva e afirma-se para espanto de muitos. Recentemente os fiéis de todo o mundo celebraram a festividade do “hajj”, ou seja a peregrinação anual a Meca, em que participaram à volta de 2, 5 milhões de peregrinos. É o sítio de purificação mais solene com a visita à “Ka’aba”, o banho ritual e circular sete vezes à volta da “Ka’aba”.
Na planície de Arafat praticam o “wuquf”, o rito mais intenso, que é uma meditação longa e profunda. A visita ao monte da Misericórdia onde Maomé pronunciou o sermão do adeus antecede o rito do sacrifício (“Aid al-Adha”) – um carneiro ou uma ovelha é imolado a Deus como testemunho da obediência de Abraão – e a lapidação de Satanás.
Hoje, quando tanto se fala da Europa urge conhecer os valores do Islão e compreender a necessidade de criar pontes de aproximação e diálogo, com o islão e com outras culturas e civilizações, pois nenhuma detém o monopólio. A concretização de uma nova ordem mundial face a uma sociedade globalizada exige imaginação, mas principalmente estudo e diálogo.
No Ano Internacional para a Aproximação de Culturas, nada melhor ou imperioso do que conhecer cada uma, para melhor as compreendemos e ser mais fácil essa aproximação.
Bem sabemos que, na actualidade o islamismo não é visto com bons olhos, mas todos temos que fazer o esforço necessário para que a relação seja facilitada.
Daí a pertinência deste artigo e da sua divulgação, para não sermos gratuitamente contra as facções…

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